Controle químico de doenças fúngicas do milho

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Transcrição:

INFORME TÉCNICO APROSOJA Nº 152/2017 6 de abril de 2017 Controle químico de doenças fúngicas do milho Com base nas recomendações da Embrapa Milho e Sorgo, a Aprosoja orienta seus associados sobre o controle químico de doenças fúngicas do milho. A ocorrência de doenças fúngicas no milho resulta da combinação de todos, ou alguns, dos seguintes fatores: uso de genótipos suscetíveis; condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento das doenças; plantio direto sem rotação de culturas; e plantio continuado de milho na área. Dentre esses fatores, o conhecimento das principais doenças que ocorrem tanto na região como na propriedade rural, o nível de resistência das cultivares às principais doenças, as condições de ambiente durante o período do ciclo da cultura, o sistema de produção (plantio direto, rotação de culturas etc.) e a disponibilidade de equipamentos para pulverização estão entre os mais importantes itens de atenção. 1 1. Tomada de decisão O primeiro fator a ser observado é o nível de resistência da cultivar em relação às principais doenças presentes na região e na propriedade. Os maiores retornos econômicos resultantes do uso de fungicidas na cultura do milho ocorrem em situações de alto risco de ocorrência de doenças em elevada severidade. Outro fator importante a ser considerado é a escolha do produto a ser utilizado. Isso porque as doenças normalmente ocorrem de modo simultâneo no campo, o que pode influenciar a eficiência da aplicação. Por exemplo, os fungicidas do grupo químico dos triazóis apresentam uma baixa eficiência no controle da mancha branca doença de ampla ocorrência nas principais regiões produtoras do país. Desse modo, para garantir mais eficiência das aplicações, é fundamental a realização do monitoramento da lavoura na fase de pré-pendoamento, antes da aplicação do fungicida.

2. Principais doenças Dados do 3º Circuito Tecnológico Aprosoja Etapa Milho realizado em 2016, numa amostragem de 187 fazendas, indicam que as doenças mais citadas foram ferrugem comum, mancha-branca, ferrugem polissora, cercosporiose e helmintosporiose (conforme figura 1). 2 Figura 1. Frequência das principais doenças do milho citadas nas fazendas amostradas no estado de MT, 2016. Fonte: Circuito Tecnológico Etapa Milho 2016/Aprosoja 3. Controle químico No manejo das pricipais doenças do milho safrinha, têm sido comuns aplicações de fungicidas de ação sistêmica dos grupos químicos das estrobilurinas e dos triazóis, nas doses recomendadas pelos respectivos fabricantes. Em síntese, a modalidade de cultivo safrinha tem se tornado um ambiente propício ao desenvolvimento de doenças e, em função disso, as aplicações de fungicidas tendem a se tornar prática comum entre os produtores de milho de segunda safra em Mato Grosso. A relação dos fungicidas recomendados para o controle de doenças da parte aérea da cultura do milho pode ser encontrada também no sistema AGROFIT, no site do

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Acesse aqui a relação de produtos registrados. 3.1 Triazóis e estrobilurinas Os fungicidas à base de triazóis e estrobilurinas são eficientes para o controle de várias doenças na cultura do milho (Figura 2). 3 Figura 2. Eficiência de fungicidas para o controle de doenças na cultura do milho (+ eficiente; - ineficiente). Fonte: Embrapa Milho e Sorgo 3.2 Protetores Os protetores são fungicidas que auxiliam no tratamento preventivo. Recomendamos redobrar a atenção na escolha do produto para evitar fitotoxidez. Use sobre prescrição e acompanhamento de um Engenheiro Agrônomo. 4. Manejo Integrado Faça o acompanhamento técnico utilizando o Monitoramento Integrado de Pragas (MIP), o Monitoramento Integrado de Doenças (MID) e o Manejo Integrado de Plantas Daninhas (MIPD). Além disso, orientamos a usar produtos de diferentes modos de ação para o controle de pragas, doenças e plantas daninhas.

4.1 Enfezamentos, Viroses e Insetos Vetores Atenção maior deve ser dada nas injúrias causadas por enfezamentos, viroses e insetos vetores. Em especial, o enfezamento vermelho (causado por um fitoplasma da classe Mollicutes através da cigarrinha Dalbulus maidis como vetor), que é uma doença que pode causar sérios danos na lavoura. No geral, as plantas crescem aparentemente normais e os sintomas da doença manifestam-se apenas durante o estádio de enchimento de grãos. As estratégias de manejo são: Evitar a semeadura do milho em proximidade de lavoura com alta incidência dos enfezamentos impossibilita a disseminação da doença para a nova lavoura; Sincronizar a época da semeadura, pois evita a concentração de cigarrinhas infectantes, sucessivamente, em lavouras com sobreposições do ciclo do milho; Diversificar e rotacionar cultivares de milho permite minimizar danos; 4 Eliminar as plantas voluntárias de milho (tigueras), pois reduz inóculo para novas lavouras; Tratar as sementes com inseticidas para controlar a cigarrinha, e realizar uma ou duas pulverizações, nos estádios iniciais de desenvolvimento das plantas; Utilizar cultivares com resistência genética, quando disponíveis. As cultivares devem ser usadas e rotacionadas para evitar variantes genéticas do patógeno; Em localidades com alta incidência de enfezamentos e de cigarrinhas, sugerese interromper temporariamente o cultivo do milho para eliminar ambos (vazio sanitário localizado); Analisar a sincronia de semeadura na região e o nível de incidência de enfezamentos nas proximidades da área para auxiliar no planejamento de semeadura.

O acompanhamento de um Engenheiro Agrônomo irá dar o suporte e as recomendações técnicas. No recolhimento da ART da cultura do milho, é possível acrescentar as demais culturas cultivadas na segunda safra (milheto, sorgo, crotalária, entre outras). Em caso de dúvidas, procure a Comissão de Defesa Agrícola da Aprosoja. Geral: (65) 3644-4215; defesa.agricola@aprosoja.com.br 5