Levantamento tipográfico da revista Vida Capichaba

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Transcrição:

Levantamento tipográfico da revista Vida Capichaba Typographic survey of de magazine Vida Capichaba Santos, Paulo Fernando Reckel dos; graduando, Universidade Federal do Espírito Santo pauloreckel@gmail.com Fonseca, Letícia Pedruzzi; PhD; Universidade Federal do Espírito Santo lepedruce@gmail.com Pacheco, Heliana Soneghet; PhD; Universidade Federal do Espírito Santo helianapac@gmail.com Resumo Este artigo apresenta os resultados obtidos do levantamento tipográfico realizado na revista Vida Capichaba (RVC) em sua primeira fase de circulação - dos anos de 1923 a 1931 - junto ao inicio de uma análise dos tipos: suas características anatômicas e funcionais. Mostra o desenvolvimento e a metodologia utilizada para mapear a diversidade de tipografias e os estudos de como organizar e classificar o material coletado. Palavras Chave: design; memória gráfica; revista; tipografia. Abstract This article presents the results of a typographic survey of the magazine Vida Capichaba, from its first period: 1923 to 1931. It starts with an analysis of the typefonts: their anatomical and functional characteristics. It shows the development of methodology used to map the diversity of typefaces, as well as to organize and classify the material collected. Keywords: design; graphic memory; magazine Vida Capichaba; typography

Introdução A revista Vida Capixaba (RVC), fundada em Vitória-ES, circulou sem interrupções entre os anos de 1923 a 1957. Segundo o pesquisador capixaba José Martinuzzo (2005), nesses 34 anos de existência, este periódico acompanhou diversas e significativas mudanças no âmbito da sociedade capixaba. Sendo publicada quinzenalmente e depois semanalmente tinha uma média de 36 páginas impressas. Publicavam-se contos, crônicas e poemas, coluna social e fotos da alta sociedade capixaba, artigos de esportes e outros avulsos produzidos por colaboradores. Abordava-se também uma linguagem literária, sempre apresentada com notada preocupação estética. A importância da RVC torna-se clara, uma vez que a tomamos como reflexo da sociedade e da indústria das artes gráficas que se formava no Espírito Santo nos anos 1920 e foi se transformando até os anos 1950. Segundo Martinuzzo (2005), pode-se afirmar ainda que, de forma cíclica, esse veículo, no seu longo período de veiculação, muito influenciou, e até mesmo modelou idéias e valores que construíram a vida da sociedade que viveu no Espírito Santo durante o século 20. Dessa forma, torna-se interessante analisar como os aspectos gráficos e imagéticos eram abordados na revista, dando forma visual aos conceitos e ideologias vinculadas pela publicação, uma vez que o caráter cênico dos códigos bidimensionais, conforme Flusser (2007) tem como consequência um modo de vida específico das sociedades por eles programadas. Dentro desse espírito, como um aspecto gráfico marcante da revista, temos as tipografias que foram utilizadas ao longo da sua existência, que embora com variações, deram identidade a esta publicação. Este artigo mostra a coleta feita de todos os tipos utilizados na revista de 1923 a 1931, período identificado com o mais experimental de seus aspectos gráficos. Este trabalho faz parte de um projeto maior que tem como objetivo principal realizar um mapeamento das tipografias de todos os períodos da RVC e, posteriormente, a catalogação das mesmas, no intuito de realizar um visual das impressões tipográficas no universo da memória gráfica capixaba. A pesquisa foi realizada com os exemplares presentes na Biblioteca Publica do Espírito Santo (BPES). Procedimentos metodológicos e resultados obtidos A revista conta, desde seus primeiros números, com uma variedade de tipografias diferentes em seus títulos, subtítulos e até mesmo no texto corrido do miolo. O primeiro procedimento foi a realização de revisão bibliográfica sobre tipografia com leituras de artigos específicos sobre a classificação de tipos e suas formas de catalogar. Diante do grande léxico de fontes fantasia presente nos títulos tornava se difícil identificar o que era lettering e o que era tipografia de fato. Fátima Finizola e Solange Coutinho (2011) auxiliam na identificação de letreiramentos e suas características, como a ocorrência de letras com alteração em sua anatomia em uma mesma palavra. As autoras esclarecem que na tipografia todos os tipos de uma determinada letra são iguais devido ao próprio sistema de impressão, contribuindo, assim, com o levantamento na RVC do que era tipografia e do que não era. Já Evandro José de Almeida (2011) versa sobre a catalogação dos tipos móveis e as contribuições para a história tipográfica. Através do artigo Organizando e identificando tipos: definição de método para a catalogação de tipos da oficina tipográfica da FAUUSP pode-se analisar aspectos das letras e classificá-las de várias formas diferentes encontradas nos padrões dos seus próprios desenhos. Inspirado nisso, fizemos nossa classificação de acordo com nossas próprias características.

Segundo Bringhurst (2005), a classificação dos tipos em sistema alternativo categoriza historicamente cada um dos tipos, começando pela renascença e passando pelos estilos barroco, neoclássico, romântico, realista, moderno, geométrico e pós-moderno. Catherine Dixon (2002) desenvolveu um sistema que complementa Bringhusrst com a possibilidade de identificar as fontes conhecidas como display ou fantasia. O que o torna essencial para identificar o universo das tipografias da RVC, principalmente relativas aos seus títulos. A revista conta, desde seus primeiros números, com uma variedade de tipografias diferentes em seus títulos, subtítulos e até texto do miolo. Nesta fase inicial da pesquisa, realizou-se o levantamento de todas as fontes presentes nos exemplares de 1923 a 1931, ano por ano, exemplar por exemplar. O trabalho consistiu em encontrar e recortar digitalmente títulos e fragmentos de texto para identificação e elaboração de alfabetos. Sabendo que não temos acesso aos tipos móveis com as quais foram impressas as fontes, a pesquisa se ateve no estudo das características de cada tipo impresso na RVC. Isso está sendo ainda feito, analisando detalhadamente o desenho das letras de cada tipografia encontrada. Para o levantamento foram utilizadas câmera fotográfica profissional e mesa estativa para fotografar documentos, em conjunto com programas de edição de imagem em computador para a melhor compor os recortes das letras. De posse do material digitalizado, foram identificados 16 tipos de tipografias diferentes presentes na revista nos seus dois primeiros anos: 1923 e 1924. Nos dois anos seguintes, aparecem mais 7 novas tipografias que se somam às anteriores e aparecem mais 8 de 1928 a 1931, totalizando no período de 1923 a 1931, 30 tipografias. Elas se encontram na assinatura da revista, títulos, texto do miolo e anúncios produzidos pela própria revista. Com estes dados, dividiu-se o estudo em três períodos distintos: (1) 1923 e 1924; (2) 1925 a 1927 e (3) 1928 a 1931. No primeiro período, as fontes do texto do miolo se alternam em duas tipografias bem contrastantes, denominadas aqui de Txt1 e Txt2. A Txt1 era encontrada nas matérias independente do conteúdo enquanto a Txt2 era mais presente nas poesias e entrevistas. Estas fontes vão se alternando até o final de 1924. No último exemplar de 1924, aparece no texto do miolo a fonte Txt3. Esta permaneceu até, pelo menos, 1931, como fonte padrão do miolo da revista. A figura 1 mostra as 3 tipografias. Há uma similaridade anatômica entre a primeira e a terceira. A segunda caracteriza-se por uma relação entre a altura x e as hastes menores que as duas outras, com aproximadamente 45% da altura da haste. Figura 1: Txt1,Txt2 e Txt3 Além do texto do miolo, encontra-se na revista uma variedade de títulos, chamadas, vinhetas e anúncios em tipografias diversificadas. Há também o uso de grandes capitulares em todo o período estudado. No levantamento das fontes foi pertinente associar a tipografia ao seu uso: em assinatura, como grande capitular e para títulos. A seguir, exemplos de cada uma delas.

Tipografias de assinatura da revista São duas tipografias usadas neste período. Uma sucedeu a outra. A primeira, quando deixou de ser assinatura, foi usada em caixa alta e baixa (fig. 2). A segunda, quando sucedeu a sua anterior, foi usada em caixa alta e baixa. Com características mais sóbrias, não apresenta serifa. Seu peso é normal (fig.3). Figura 2: tipografia de assinatura da revista 1923 a 1924. Com características do estilo art nouveau apresenta serifa e possui algumas hastes curvas. Seu peso é normal e altura x proporcionalmente maior que as ascendentes e descendentes, ocupando aproximadamente 70% a altura da haste. As traves em algumas letras como no A caixa alta, estão mais próximas da base. Figura 3: Segunda Tipografia de assinatura de 1924 a 1927. Tipografias de grandes capitulares Também em caixa alta, foram encontrados 6 tipos diferentes nesta categoria. Um mais rebuscado com ornamentos na sua composição e outros com uso de molduras em que um é mais trabalhado que o outro (fig. 4) e (fig. 5). Figura 4: tipografia das grandes capitulares mais presentes e marcantes da revista no período de 1924 a 1931. Figura 5: tipografia das grandes capitulares mais presentes e marcantes da revista no período de 1924 a 1931.

Tipografias de títulos Foram encontradas 27 tipografias de títulos diferentes. Há uma média regular entre os que são somente em caixa alta e os que são caixa alta e baixa. Suas anatomias são bastante diversificadas (fig. 6). Figura 6: tipografia de alguns títulos do período estudado. Conclusão O levantamento realizado nesta primeira fase da RVC mostra uma diversidade tão grande entre as fontes que os dois sistemas de classificação tipográfica vistos são úteis para o trabalho de organização dos tipos na revista. Porém torna-se necessário classificar também as tipografias mapeadas por função, anatomia e estilo, para aprofundar a análise dos aspectos gráficos e imagéticos abordados neste período. Assim, como este levantamento, futuras pesquisas podem ter muito a contribuir tanto para a consolidação da memória gráfica capixaba, quanto para com a formação de futuros designer gráficos cientes da importância da tipografia na construção da identidade gráfica. Referências FÁTIMA Finizola / COUTINHO E Almeida, Identificação de padrões na linguagem gráfica verbal, pictórica e esquemática dos letreiramentos populares. In: Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, 9,2010, São Paulo. Anais do 9 Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design. São Paulo:2010 CARDOSO, Rafael. Impressos no Brasil, 1808 1930. São Paulo: Verso Brasil. ANDRADE, Joaquim Marçal Ferreira de Andrade. Do gráfico ao fotográfico. In CARDOSO, Rafael. O design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: Cosac Naify, 2005. CARDOSO, Rafael. O design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: Cossac Naify, 2005.

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