AS CIDADES ANTIGAS EGITO Kaled Ahmad Barakat
TIMELINE AS CIDADES ANTIGAS EGITO
As origens da cidade no Oriente Médio Fatores que contribuíram para a origem das cidades no Oriente Médio: A SITUAÇÃO GEOGRÁFICA REGIONAL: As origens da cidade se observam no Crescente Fértil.
EGITO No Egito antigo a vida girava em torno do Rio Nilo. A área habitada jamais se estendia além de uma faixa de 10 km de suas margens. O Egito antigo tinha 2.000 km de comprimento e uma área cultivável de 30.000 km². O Egito localiza-se em uma área de confluência entre os mundos asiático, mediterrâneo e africano, que supõe uma população mesclada (sem preponderância de um grupo étnico).
Templo de Luxor nas margens do rio NILO
EGITO Compunha um ESTADO único, sob o comando do faraó. O rio proporcionava condições para a vida que não existiam no entorno desértico. As cheias do rio ocorriam entre julho e outubro, depositando uma camada de lama fértil nas margens. Entre novembro e junho, as margens eram utilizadas para a plantação de cereais e hortaliças.
Havia canais para irrigação e barragens para armazenar água perto das plantações. O Estado era centralizador e controlador da técnica e da economia agrária. Possuía todas as terras cultiváveis e o faraó era o responsável pelo Estado.
Os camponeses eram obrigados a produzir um excedente, que entregavam aos fiscais do faraó.. AS CIDADES ANTIGAS EGITO
Os camponeses não eram escravos: viviam em comunidades, produziam seus próprios alimentos e moradias e dispunham de certa assistência social. A atividade agrícola era importante para a sobrevivência dos egípcios, mas ocupava somente os meses de novembro a junho.
Nos meses de cheia do rio, o tempo disponível era utilizado na construção de grandes monumentos, pirâmides, templos, sepulcros, nas atividades artesanais e nas obras de irrigação.
A SOCIEDADE EGÍPCIA AS CIDADES ANTIGAS EGITO
A SOCIEDADE EGÍPCIA: Simbolicamente, a sociedade egípcia poderia ser comparada à pirâmide: No vértice, o faraó (rei), visto como um deus intermediário entre os outros deuses e o povo. Logo abaixo, a alta burocracia, formada por altos funcionários, sacerdotes e altos militares. (ia tornando-se hereditária). Na base, os trabalhadores em geral (camponeses, artesãos e uns poucos escravos).
AS CIDADES SÃO CRIADAS A PARTIR DAS NECESSIDADES DOS POVOS. QUAIS AS CARACTERÍSTICAS DA SOCIEDADE EGÍPCIA? QUAIS SÃO AS NECESSIDADES DESTA SOCIEDADE?
CARACTERÍSTICAS QUE INFLUENCIARAM A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES EGIPCIAS: Situação geográfico: Entre desertos Nilo, fonte de alimentos Império unificado Crença na vida após a morte Poder dos Faraós (Deus) Sistema hierárquico
CARACTERÍSTICAS QUE INFLUENCIARAM A CONSTRUÇÃO DAS CIDADES EGIPCIAS: Entre desertos + império unificado > não precisavam de defesas (muralhas) Nilo, fonte de alimentos = cidades foram criadas ao longo do Rio Nilo Crença na vida após a morte + poder dos Faraós = templos funerários = pirâmides Sistema hierárquico = cidade dos vivos e cidade dos mortos
No Egito, as cidades primitivas surgem como: praças fortes, localizadas nas áreas de inundação com nítido caráter hierárquico, caráter este que será mantido posteriormente.
EGITO PRINCIPAIS CENTROS URBANOS DO ANTIGO EGITO.
Menfis Planta do conjunto das pirâmides de Gizé (em pontilhado as 3 pirâmides Quéops, Quéfren e Miquerinos. Em preto as construções menores)
Os egípcios possuíam um real interesse pela morte, em função da crença absoluta no renascer. Para que o morto pudesse renascer, ele precisava de algumas coisas materiais na sua própria tumba. A técnica da mumificação (no início exclusiva dos faraós e altos funcionários) se popularizou e era acessível a quem pudesse pagar. Os túmulos variavam: as mastabas (túmulos de tijolos) dos ricos, as pirâmides dos faraós (depois hipogeus, túmulos escavados nas rochas).
No Egito, uma cidade é dividida por duas outras, não encontrando ligação, mas contraste entre estas duas realidades, quais sejam: a cidade divina e eterna (dos mortos) que é a dominante e, a cidade dos vivos, tornando-se, esta última, insignificante e transitória;
A cidade dos vivos, inclusive os palácios dos faraós, são feitos de tijolos. Logo destruídas, são abandonadas (moradas temporárias). A cidade divina é uma cópia fiel da cidade humana, onde os objetos e personagens da vida cotidiana são reproduzidos.
No Egito, sobretudo nos primeiros tempos, há um grande contraste entre a cidade provisória dos vivos e a cidade eterna dos mortos (necrópole). Os monumentos não formam o centro da cidade, mas são dispostos como uma cidade independente, feita de pedra, com pirâmides, obeliscos, estátuas gigantes. É feita para ser vista de longe, como o fundo sempre presente da cidade dos vivos.
Elementos da cidade no Egito entre mortos e vivos Templos: Centros do poder político dos vivos. Os sacerdotes organizam a agricultura (veja função de Carnaque e Al-Amarna) nos templos. Os templos para Amun localizam-se em Luxor e Carnaque (Fig. 8). Mastaba: Cidade de templos dos faraós mortos, como em Tebas. Casas de moradia semelhantes aos de hoje.
No Egito, não há restos urbanos de alguma significação anteriores a 2.600 a.c. Há escassos restos urbanos em comparação com o grande número de edifícios religiosos que permaneceram.
A cidade dos vivos, inclusive os palácios dos faraós, é construída de tijolos, moradias consideradas transitórias; Sob o médio império no II milênio a. C. o contraste entre os dois mundos aparece atenuado, e as duas cidades separadas tendem a se fundir numa cidade única.
Os 5 pontos do urbanismo egípcio: 1. Orientação segundo os pontos cardeais; 2. Regularidade na planta e no traçado das ruas. Superfícies urbanas retangulares claramente limitadas com respeito ao exterior por muralhas. Rede ortogonal de ruas com forma regular; 3. Situação central dos santuários e palácio, os quais constituem centro de gravidade das cidades;
Os 5 pontos do urbanismo egípcio: 4. Presença de água nas cidades, em forma de canais e pequenas lagunas encravadas em jardins, água esta que representa tanto um efeito benéfico frente ao clima urbano quanto vias de comunicação silenciosas e práticas e, 5. Organização espacial e sociológica análoga à estrutura hierárquica da sociedade, com bairros separados e diversidade de formas nas ruas e lotes.
O povoado operário possuía parcelas regulares de orientação leste - oeste e ruas norte - sul (direção dos ventos), e era formado por plantas idênticas. As casas estavam em parcelas de 10 x 20 m, com superfície útil de 170 m.
Estar Dorm. Planta e corte de uma típica casa urbana egípcia.
As classes mais altas viviam em casas com pátio, derivada da granja rural, com distribuições diferentes nos diferentes espaços. No centro estava a casa do senhor junto a qual se localizava a casa da senhora.
Planta da casa de um alto-funcionário de Telel-Amarna.
Detalhes dos pórticos.
Aldeia de Deir-el-Medina, construída cerca de 1400 a.c. para os operários do Vale dos Reis nas proximidades de Tebas, e ampliada em seguida.
Cronologia Da formação até 3.000 a.c. (período pré-dinástico), os egípcios estavam organizados em nomos (pequenos estados com origem em antigos clãs, que tinham um chefe em comum mas cada um cultuava um deus). 2.780 a 2.200 a.c Antigo Império: unificação dos nomos e início da primeira dinastia. Na 2ª. Dinastia o faraó se impôs como deus (governo teocrático). Na 4ª. Dinastia foram construídas as pirâmides de Queóps (Khufu), Quéfren (Kafra) e Miquerinos (Mekaura), todas erigidas próximas a capital, Mênfis. Marcada pelo contraste entre a cidade dos vivos e a cidade dos mortos.
Cronologia 2.065 a 1785 a.c. Médio Império: O contraste entre a cidade dos vivos e a cidade dos mortos parece atenuado. Tebas é a capital, ainda dividida em dois setores nas margens distintas do rio: povoado e necrópole. Mas os edifícios dominantes são grandes templos construídos na cidade dos vivos: Carnac e Luxor.
Cronologia 1580 a 1200 a.c. - Novo Império: Tebas ainda é o centro político e administrativo. O Egito aumenta seus domínios e constitui um vasto império. Com a tomada do poder pelos sacerdotes, legitimaram um novo monarca, militar.
A construção das pirâmides tem um significado bastante importante. Elas são prova concreta da consolidação de um sistema político centralizado e organizado. Cada pirâmide despendia um alto custo social: somente a de Quéops (maior pirâmide) ocupou 100 mil trabalhadores durante 20 anos.