ORIENTAÇÕES LEGAIS aos Dirigentes Municipais de Educação

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Transcrição:

ORIENTAÇÕES LEGAIS aos Dirigentes Municipais de Educação Dr. José Silvio Graboski de Oliveira Dra. Sarita da Matta Dias Peres Dr. José Roberto do Nascimento

Financiamento da Educação

Constituição Federal Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino. 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei.

Financiamento da Educação Receitas permanentes a) MDE manutenção e desenvolvimento do ensino b) Salário educação Transferências voluntárias Programas do MEC e outros

MDE a) Recursos vinculados ao FUNDEB (transferências) b) Recursos próprios (orçamento 25%)

COMPOSIÇÃO DO FUNDEB 20% (vinte por cento) das seguintes fontes de receitas: ü I - Imposto sobre transmissão causa mortis e doação de quaisquer bens ou direitos; ü II - Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS; ü III - Imposto sobre a propriedade de Veículos Automotores IPVA; ü IV - parcela do produto de arrecadação do Imposto sobre a propriedade Territorial Rural ITR; ü V - parcela do produto de arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados FPE; ü VI - parcela do produto de arrecadação do imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza e do imposto sobre produtos industrializados FPM; ü VII - parcela do produto da arrecadação do imposto sobre produtos industrializados, devida aos Estados IPI exportação; ü VII - receitas da dívida ativa tributária dos impostos relacionados acima, bem como juros e multas eventualmente incidentes; ü VIII - montante transferido pela União aos Municípios pela Desoneração de Exportações (LC 87/96).

FUNDEB: DISTRIBUIÇÃO DOS RECURSOS: Proporcional ao número de alunos matriculados nas respectivas redes de educação básica pública presencial, incluindo instituições conveniadas

Recursos Próprios 1. 5% de impostos transferidos; 2. 25% dos Impostos próprios: 2.1. IPTU (Imposto sobre propriedade predial e territorial urbana); 2.2 ISSQN (Imposto sobre serviços de qualquer natureza); 2.3 ITBI (imposto sobre transmissão de bens intervivos).

Aplicação Mínima - Exemplo 1. Impostos transferidos: R$ 60.000.000,00 2. Aplicação Mínima (25%): R$ 15.000.000,00 3. Parcele retida (20%): R$ 12.000.000,00 4. Falta aplicar: R$ 3.000.000,00

Aplicação Mínima - Exemplo 1. Impostos Próprios: R$ 20.000.000,00 2. Aplicação Mínima (25%): R$ 5.000.000,00

Aplicação Mínima - Exemplo 1. Impostos transferidos: R$ 3.000.000,00 2. Impostos Próprios: R$ 5.000.000,00 3. FUNDEB: (?) 100% 4. Salário Educação (?)

Utilização dos Recursos ü LDB. Art. 70: despesas próprias; ü LDB. Art. 71: despesas impróprias.

Utilização dos Recursos Vinculados Níveis de ensino de atuação prioritária (C.F. art. 211, 2º) Art. 211. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios organizarão em regime de colaboração seus sistemas de ensino. 2º Os Municípios atuarão prioritariamente no ensino fundamental e na educação infantil.

Vedação da utilização dos Recursos Vinculados em Níveis de Ensino não Prioritários Art. 11. Os Municípios incumbir-se-ão de: V - oferecer a educação infantil em creches e pré-escolas, e, com prioridade, o ensino fundamental, permitida a atuação em outros níveis de ensino somente quando estiverem atendidas plenamente as necessidades de sua área de competência e com recursos acima dos percentuais mínimos vinculados pela Constituição Federal à manutenção e desenvolvimento do ensino.

Prazo para utilização dos Recursos Vinculados Exercício Financeiro Corrente FUNDEB: exceção - até 5% (cinco por cento) dos recursos recebidos poderão ser utilizados no primeiro trimestre do exercício imediatamente subsequente, mediante abertura de crédito suplementar. Não aplicação dos recursos: rejeição das contas

Recursos do Fundeb ü Mínimo: 60% com despesas de pessoal do magistério ü Não aplicação: Rejeição das contas pelo Tribunal

Recursos do Salário Educação a) de acordo com o número de matrículas na educação básica; b) repassado pelo FNDE; c) não há obrigatoriedade de aplicar dentro do exercício financeiro; d) fiscalização pelo TCE; e) Utilização: I. art. 70 da LDB, menos despesas de pessoal II. programas suplementares de alimentação e assistência à saúde (C.F. no art. 208, VII).

A Carreira e Remuneração do Magistério Público de Educação Básica

Planos de Carreira para o Magistério Instrumento de Valorização profissional Base Legal Constituição Federal Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios V valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;

Planos de Carreira para o Magistério Base legal Lei Federal n. 11.494/07, que regulamentou o FUNDEB Art. 40. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão implantar Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da educação básica, de modo a assegurar: Lei Federal n. 11.738/08 Piso Salaria Nacional do Magistério Art. 6 º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração do Magistério até 31 de dezembro de 2009, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional nacional para os profissionais do magistério público da educação básica, conforme disposto no parágrafo único do art. 206 da Constituição Federal.

Planos de Carreira para o Magistério Base legal Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014 Plano Nacional de Educação 17.3) implementar, no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, planos de Carreira para os (as) profissionais do magistério das redes públicas de educação básica, observados os critérios estabelecidos na Lei n o 11.738, de 16 de julho de 2008, com implantação gradual do cumprimento da jornada de trabalho em um único estabelecimento escolar;

Planos de Carreira para o Magistério Lei Federal nº 13.005, de 25 de junho de 2014 Plano Nacional de Educação Meta 18: assegurar, no prazo de 2 (dois) anos, a existência de planos de Carreira para os (as) profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de Carreira dos (as) profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional, definido em lei federal, nos termos do inciso VIII do art. 206 da Constituição Federal. 18.7) priorizar o repasse de transferências federais voluntárias, na área de educação, para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que tenham aprovado lei específica estabelecendo planos de Carreira para os (as) profissionais da educação;

Regime Jurídico dos Servidores Regime jurídico funcional Conjunto de regras de direito que regulam a relação entre a administração pública e os seus servidores. REGIME ESTATUTÁRIO a) servidores estatutários: sujeitos ocupantes de cargos públicos; ao regime estatutário e REGIME TRABALHISTA (CLT) b) empregados públicos: contratados sob o regime da legislação trabalhista e ocupantes de empregos públicos.

Regime Estatutário O regime jurídico estatutário é aquele em que as relações de trabalho entre a Administração e os seus servidores são reguladas pelo estatuto dos servidores públicos, de índole institucional. Estabelecido em lei por cada uma das unidades da federação e modificável unilateralmente (pela administração mediante lei), desde que respeitados os direitos adquiridos. DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. Atlas. 23ª ed. São Paulo, 2010. p. 434

REGIME TRABALHISTA (ou da CLT) Contratados sob o regime da legislação trabalhista, que é aplicável com as alterações decorrentes da Constituição Federal; Não podem Estados e Municípios derrogar outras normas da legislação trabalhista, já que não tem competência para legislar sobre Direito do Trabalho, reservada privativamente à União (art. 22, I, da Constituição). Embora sujeitos à CLT, submetem-se a todas as normas constitucionais referentes a requisitos para investidura, acumulação de cargos, vencimentos, entre outras previstas no Capítulo VII, Título III, da Constituição) Índole contratual DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Idem, pág. 434

REGIME ESPECIAL Visa disciplinar uma categoria específica de servidores: os servidores temporários. CARVALHO FILHO. José dos Santos. Lumen Júris. Rio de Janeiro. 2011, 24 ed. pág. 551 Tem escopo no art. 37, IX da C.F. Se presta a atender a necessidade temporária de excepcional interesse público. Instituído por lei do ente federado

Funções Públicas a) a função exercida por servidores contratados temporariamente, com base no art. 37, IX da Constituição; b) as funções de natureza permanente, correspondentes às funções de chefia, direção e assessoramento ou outro tipo de atividade para a qual o legislador não crie o cargo respectivo; em geral, são funções de confiança, de livre provimento e exoneração; a elas se refere o art. 37, V, da C.F ao determinar que serão exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargos públicos [1] DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Ob. cit. pág. 434

Diferenças Regimes Jurídicos EX: Aposentadoria Regime Estatutário: causa de vacância do cargo Regime da CLT: Não é causa de extinção do contrato de trabalho. Entendimento do STF nas ADIs nºs 1770 e 1721

Principais distinções Regime Estatutário Regime Celetista 1. Vínculo Legal 1. Vínculo Contratual 2. Termo de Posse 2. Registro na CTPS 3. Estabilidade no serviço 3. Direito ao FGTS e Estabilidade conforme Súmula nº 390 do TST 4. Competência para dirimir questões jurídicas entre servidor e administração: Justiça Comum 5. Aposentadoria: de acordo com o art. 40 da C.F. A aposentadoria é causa de vacância do cargo. 6. Direitos: constantes de quinze incisos do art. 7º da C.F. (art. 39, 3º da C.F) 4. Competência para dirimir questões jurídicas entre servidor e administração: Justiça do Trabalho 5. Aposentadoria: de acordo com as regras do RGPS (INSS). A aposentadoria espontânea não extingue o contrato de trabalho (STF. ADINs 1721 e 1770) 6. Direitos: constantes dos 34 incisos do art. 7º da CF

PREVISÕES MÍNIMAS NO PLANO DE CARREIRA - Piso do Magistério - Lei Federal nº. 11.738/08 (R$ 2.298,80 2017) - Jornada de Trabalho 2/3 com alunos e 1/3 extraclasse. -Sistema de Progressão Funcional: titulação, tempo de serviço, atualização profissional, assiduidade, dedicação exclusiva, avaliação de desempenho, etc. (Resolução CNE/CEB nº 02/2009) -Tabela de Vencimentos própria - carreira; -Regulamentação do estágio probatório; -Afastamentos legais capacitação profissional; -Processo de Atribuição de Aulas / Remoção;

Piso Salarial Nacional Lei Federal nº. 11.738/08 Decisão do STF (ADIn 4167): o valor do piso corresponde ao vencimento, e não a remuneração: É constitucional a norma geral federal que fixou o piso salarial dos professores do ensino médio com base no vencimento, e não na remuneração global.

- Distinção de Vencimento e Remuneração Denomina-se vencimento, no singular, a retribuição, em dinheiro, pelo exercício de cargo ou função pública, com valor fixado em lei. Em geral, o vencimento é simbolizado por letra, número ou pela combinação de ambos, denominado referência; a cada referência corresponde importância em dinheiro. Os vocábulos vencimentos ou remuneração designam o conjunto formado pelo vencimento (referência) do cargo ou função mais outras importâncias percebidas, denominadas vantagens pecuniárias. MEDAUAR, Odete. Direito administrativo moderno. 10 ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. pág. 270

Valor do Piso Proporcional a Jornada de trabalho Art. 2º... 1o O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das Carreiras do magistério público da educação básica, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais. 3o Os vencimentos iniciais referentes às demais jornadas de trabalho serão, no mínimo, proporcionais ao valor mencionado no caput deste artigo

Valor do Piso Salarial 1 Fixado inicialmente pela própria lei (R$ 950,00) 2 Correção anual, no mês de janeiro, a partir de 2009 (art. 5º) 3 Base para correção: o mesmo percentual de crescimento do valor anual mínimo por aluno referente aos anos iniciais do ensino fundamental urbano definido nacionalmente - FUNDEB.

Valor do Piso Salarial a) Inexistência de referência legal sobre o ato administrativo competente e o órgão responsável pela sua emissão b) Salário Mínimo Nacional: exigência de lei nos termos do art. 7º, IV da Constituição

Valor do Piso Salarial Jornada de 40 Horas Semanais 2013: R$ 1.567,00 2014: R$ 1.697,00 2015 R$ 1.917,80 2016 R$ 2.135,64 (Hora-aula = R$ 10,67) 2017 R$ 2.298,80 (Hora-aula = R$ 11,49)

Composição da Jornada de Trabalho Art. 2º -... 4º - Na composição da jornada de trabalho, observar-se-á o limite máximo de 2/3 (dois terços) da carga horária para o desempenho das atividades de interação com os educandos.

Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) nº. 4167 EMENTA: CONSTITUCIONAL. FINANCEIRO. PACTO FEDERATIVO E REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIA. PISO NACIONAL PARA OS PROFESSORES DA EDUCAÇÃO BÁSICA. CONCEITO DE PISO: VENCIMENTO OU REMUNERAÇÃO GLOBAL. RISCOS FINANCEIRO E ORÇAMENTÁRIO. JORNADA DE TRABALHO: FIXAÇÃO DO TEMPO MÍNIMO PARA DEDICAÇÃO A ATIVIDADES EXTRACLASSE EM 1/3 DA JORNADA. ARTS. 2º, 1º E 4º, 3º, CAPUT, II E III E 8º, TODOS DA LEI 11.738/2008. CONSTITUCIONALIDADE. PERDA PARCIAL DE OBJETO. 1. Perda parcial do objeto desta ação direta de inconstitucionalidade, na medida em que o cronograma de aplicação escalonada do piso de vencimento dos professores da educação básica se exauriu (arts. 3º e 8º da Lei 11.738/2008). 2. É constitucional a norma geral federal que fixou o piso salarial dos professores do ensino médio com base no vencimento, e não na remuneração global. Competência da União para dispor sobre normas gerais relativas ao piso de vencimento dos professores da educação básica, de modo a utilizá-lo como mecanismo de fomento ao sistema educacional e de valorização profissional, e não apenas como instrumento de proteção mínima ao trabalhador. 3. É constitucional a norma geral federal que reserva o percentual mínimo de 1/3 da carga horária dos docentes da educação básica para dedicação às atividades extraclasse.

Aplicação da Decisão Julgamento de Embargos de Declaração em 27.02.13 Decisão: O Tribunal determinou a correção do erro material constante na ementa do acórdão embargado, para que a expressão ensino médio seja substituída por educação básica, e determinou a retificação da ata de julgamento para registrar que a ação direta de inconstitucionalidade não foi conhecida quanto aos arts. 3º e 8º da Lei nº 11.738/2008, por perda superveniente de seu objeto. Em seguida, o Tribunal, por maioria e nos termos do voto do Relator, Ministro Joaquim Barbosa (Relator), acolheu os embargos de declaração para assentar que a Lei nº 11.738/2008 tenha eficácia a partir da data do julgamento do mérito desta ação direta, ou seja, 27 de abril de 2011, vencido o Ministro Marco Aurélio, que acolhia os embargos em maior extensão. Impedido o Ministro Dias Toffoli. Plenário, 27.02.2013.

Organização das Jornadas de Trabalho de acordo com a Lei nº. 11.738/08 a) limite máximo de 2/3 para o desempenho das atividades de interação com os educandos; b) Mínimo de 1/3 para atividades extraclasse

Organização das Jornadas de Trabalho de acordo com a Lei nº. 11.738/08 LDB Art. 67 Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: V período reservado a estudos, planejamento e avaliação, incluído na carga de trabalho;

Organização das Jornadas de Trabalho de acordo com a Lei nº. 11.738/08 Resolução CNE/CEB 2/09 Art. 4º.... VII - jornada de trabalho preferencialmente em tempo integral de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais, tendo sempre presente a ampliação paulatina da parte da jornada destinada às atividades de preparação de aulas, avaliação da produção dos alunos, reuniões escolares, contatos com a comunidade e formação continuada, assegurando-se, no mínimo, os percentuais da jornada que já vêm sendo destinados para estas finalidades pelos diferentes sistemas de ensino, de acordo com os respectivos projetos político-pedagógicos;

Organização das Jornadas de Trabalho de acordo com a Lei nº. 11.738/08 Jornada de 40 horas: 26 horas de interação com alunos 14 horas para estudos, planejamento e avaliação. Jornada de 30 horas: 20 horas de interação com alunos 10 horas para estudos, planejamento e avaliação.

Organização do tempo destinado a estudos, planejamento e avaliação 1- não está regulado por nenhuma norma superior; 2 - prerrogativa de cada Município (Plano de Carreira do Magistério ou outra norma municipal); 3 Horas em local de livre escolha: critério de cada município.

STF Alteração da jornada: legalidade regime estatutário Servidor não tem direito adquirido a imutabilidade do regime jurídico (AI 721110) TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 11ª CÃMARA DE DIREITO PÚBLICO VOTO Nº: 15355 APELAÇÃO Nº: 0005941-76.2008.8.26.0348 COMARCA: MAUÁ SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL Professor. Alteração da jornada de trabalho, preservado o valor nominal da remuneração Possibilidade O Estado não firma contrato com seus servidores, mas para eles estabelece unilateralmente um regime de trabalho e de retribuição por via estatutária, lícito lhe é, a todo tempo, alterar esse regime jurídico e, assim, as condições de serviço e de pagamento, desde que o faça por lei, sem discriminações pessoais, visando às conveniências da Administração (Hely Lopes Meirelles) Recurso não provido.

Alteração da Jornada: Regime CLT Art. 468 Nos contratos individuais de trabalho só é lícita a alteração das respectivas condições por mútuo consentimento, e ainda assim desde que não resultem, direta ou indiretamente, prejuízos ao emprego, sob pena de nulidade da cláusula infringente desta garantia. TST. RR 150.314/94.9 O número de horas-aula do professor pode ser alterado, pois tal alteração é inerente ao tipo de trabalho que executa. O que não pode ser mudado é o valor da remuneração da hora-aula, porque isso implicaria redução salarial ilícita, nos termos da Carta Magna

Da alteração da jornada quando o professor acumula cargos Tribunal de Justiça/SP VOTO Nº: 15372 APELAÇÃO Nº: 0013181-90.2010.8.26.0625 COMARCA: TAUBATÉ APELANTE: SALVADOR MUÑOZ PAGAN APELADO: DIRIGENTE REGIONAL DE ENSINO DE TAUBATÉ Juiz de 1ª Instância: Gustavo de Campos Machado MANDADO DE SEGURANÇA Acumulação remunerada de dois cargos de professor, nas duas redes (estadual e municipal) Possibilidade, desde que com horários compatíveis. Nova atribuição de aulas, após a primeira, e que causou incompatibilidade de horário. Pode a Administração efetuar nova atribuição, pois a acumulação é privilégio do servidor e deve ser interpretada restritivamente e não gera direito subjetivo. Recurso não provido.

CONTATO (18) 3522-8844 www.graboskiadvogados.com.br graboskiadvogados@graboskiadvogados.com.br