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Transcrição:

REDE SOCIAL DO CONCELHO DE BRAGANÇA Parte III.1: População, Demografia e Território

Parte 3.1 População, Demografia e território Neste capítulo iremos abordar a temática da população com especial destaque dado que se assume como um eixo de análise prioritário no contexto das regiões periféricas que reflectem problemas associados ao envelhecimento populacional, fuga de residentes/habitantes, baixas taxas de natalidade e dispersão e isolamento territorial. Como J. Manuel Nazareth sintetiza exemplarmente recorre-se à demografia para conhecer a correcta distribuição de uma população no espaço, a alteração da composição das famílias, o número de idosos, a composição da população activa, as necessidades de equipamentos sociais e sua localização, são alguns dos inúmeros aspectos em que se pede à Demografia uma resposta, ou, no mínimo, uma ajuda. 1. No caso do concelho de Bragança urge recorrer a um conjunto de indicadores que permitam caracterizar devidamente as principais tendências da evolução populacional. No plano nacional podemos afirmar que nos encontramos numa fase de aumento da esperança média de vida (à nascença e da idade de reforma), a proporção da população jovem tem diminuído e taxas de fecundidade baixas. Assim, o crescente índice de envelhecimento das populações é uma realidade que preocupa todos, as consequências são visíveis na entrada tardia e em menor número de jovens no mercado de trabalho (vida activa), a consequente média etária mais elevada da população activa e o aumento da população inactiva. 1 Cf. J. Manuel Nazareth, Princípios e Métodos de Análise da Demografia Portuguesa, Lisboa, Editorial Presença, 1988, p. 11. 28

A apresentação dos dados pretende demonstrar uma análise comparativa entre diferentes níveis de análise (plano nacional (NUT I), regional Norte (NUT II), intraregional (Alto Trás-os-Montes NUT III), concelhio (Bragança) e por freguesias (49 freguesias). Devido ao número elevado de freguesias torna-se difícil apresentar os valores por freguesia no interior de cada capítulo pelo que remetemos aos quadros gerais no final de cada capítulo com o conteúdo integral dos dados recolhidos. No texto serão apresentadas referências por freguesias quando consideradas pertinentes para a nossa análise. Território O concelho de Bragança assume-se como um território bastante alargado como se pode desde logo comprovar com a sua dimensão total de cerca de 1173,59 Km2, dimensão 37 vezes maior que o concelho do Porto. (ver imagem n.º 1) Imagem n.º 1: O território do concelho de Bragança no conjunto dos concelhos da região Norte. Fonte: Divisão por concelhos Norte de Portugal. Fonte: IGEOE. Para compreendermos melhor este fenómeno de dispersão e grandeza do território, podemos afirmar que as 49 freguesias variam entre 8,75 Km2 (Santa Comba de Rossas) e 62,19 km2 (Aveleda), a dimensão média é de cerca de 24 km2 por freguesia. Paradoxalmente o núcleo urbano do concelho de Bragança não constitui mais do que 24,21 km2 (freguesias da Sé e Santa Maria) representando cerca de 2% do território total do concelho. Este fenómeno de assimetria entre freguesias rurais e urbanas marcará 29

profundamente os resultados observados noutros indicadores, como veremos nos capítulos relativos aos restantes sectores da sociedade. Quadro 1: O território do concelho de Bragança. Tipo Unidade Geográfica Área Cidades Vilas Km2 Nº Nº 2003 2003 2002 PT País 91946,69 141 533 N1 Continente 88796,73 130 507 N2 Norte 21280 49 177 N3 Alto Trás-os-Montes 8167,91 6 17 CC Bragança 1173,59 1 1 Fonte: Portugal em Números (INE 1991-2003) Não será surpresa aliar este factor de dispersão territorial à variável demográfica da população residente e consequente densidade populacional, isto é, outro dado pertinente para a caracterização do território será observarmos os valores baixos da densidade populacional. Desta forma, a imagem n.º 2 revela as desigualdades da concentração da população em toda a região Norte, provando-se a assimetria litoral vs. interior, bem como a situação específica da crescente desertificação do Nordeste Transmontano. Observe-se porém que a concentração mais elevada se verifica nas sedes de concelho e de forma mais relevante nos concelhos mais desenvolvidos como Bragança, Mirandela e Vila Real (atente-se que os núcleos urbanos destes concelhos constituem pólos de atracção demográfica). Imagem n.º 2 : A densidade populacional na região Norte de Portugal. Fonte: Relatório Agendas 21 do Eixo Atlântico (Local) Densidade Populacional Região Norte Censos 2001 INE. 30

O concelho de Bragança não é excepção neste contexto de baixas densidades populacionais do Nordeste Transmontano, se considerarmos que se assume como um dos maiores concelhos do distrito, com cerca de 34696 habitantes (dados INE-2003), as densidades populacionais observadas variam desde 4 hab/km 2 (Aveleda que é a maior freguesia do concelho em meio rural) até aos valores mais elevados de 1548 hab./km 2 (Sé), de 252,3 hab./km 2 (Santa Maria) e 105,1 hab./km 2 (Samil). No conjunto das 49 freguesias do concelho é possível observar que apenas 2 freguesias possuem uma densidade acima da média da região Norte (174,43 hab./km 2 ), sendo que 41 freguesias não ultrapassam os 25 hab./km 2 e 5 freguesias que se situam entre os 50 e os 25 hab./km 2, valores muito abaixo da média na região Norte (174,43 hab./km 2 ) mas próximos da realidade observada em todo o território de Alto Trás-os-Montes. Quadro 2: A densidade populacional no concelho de Bragança. Tipo Unidade Geográfica Densidade populacional Hab/Km2 Densidade populacional (Censos) Hab/Km2 2003 2001 N1 Continente 112,52 111,10 N2 Norte 174,43 173,30 N3 Alto Trás-os-Montes 27,02 27,30 CC Bragança 29,56 29,60 Fonte: Portugal em Números (INE 1991-2003) Evolução da população No III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro, realizado em Bragança em Setembro de 2002 concluía Paulo Gomes (INE) que nos últimos 40 anos Trás-os-Montes e Alto Douro perdeu 260 mil habitantes, sendo que 156 mil na década de 60, referindo que apesar deste fenómeno de sangria populacional esta redução seria atenuada essencialmente devido ao papel de uma maior capacidade de fixação de algumas cidades intermédias da região e dos novos comportamentos migratórios. 2 Por outro lado, a sub-região de Alto Trás-os-Montes parece caracterizar-se por uma região de crescente desertificação pois representa 40% do território total da região Norte de Portugal mas apresenta um peso de apenas 6% da sua população total. 2 Cf. Paulo Gomes, Quem Somos?, in III Congresso de Trás-os-Montes e Alto Douro - Comunicações, Bragança, documento policopiado, 2002, pp. 1-19. 31

Imagem n.º 3: O território do concelho de Bragança no contexto distrital. Fonte: Divisão por distritos do norte de Portugal. Fonte: IGEOE. Se na década de 80 Bragança viu diminuir a sua população em cerca de 6,6% (variação 1981-1991), nos anos seguintes assumiu um crescimento de cerca de 5,1% (1991-2001). No entanto apresenta uma taxa de crescimento natural negativa (- 4% em 2002) intimamente relacionada com a baixa percentagem de população jovem no concelho (13,9% em 2001). Quadro 3: A evolução populacional no distrito de Bragança. Área km2 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 Concelho HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM H Bragança 1173,93 34295 17322 38234 19266 37553 18778 32075 15705 35380 17540 33055 16264 34750 16768 Miranda do Douro 488,36 12584 6317 12944 6431 18972 9701 10680 5200 9948 4961 8697 4287 8048 3957 Vimioso 481,47 12507 6267 13210 6640 12782 6470 9875 5050 8500 4296 6323 3138 5315 2606 Vinhais 694,68 23228 11655 23378 11864 26577 13312 17825 8695 16142 8185 12727 6375 10646 5245 Alfândega da Fé 321,96 9963 4978 10204 5146 9672 4751 7410 3495 7925 3966 6734 3361 5963 2908 Carrazeda de Ansiães 280,91 14704 7168 15828 7774 14340 6897 10955 5120 11420 5552 9235 4478 7642 3693 Macedo de Cavaleiros 699,27 22765 11324 25204 12674 26199 13159 22225 11010 21608 10826 18930 9435 17449 8431 Mirandela 658,45 27508 13639 31131 15519 29912 14662 25230 12145 28879 14256 25209 12391 25819 12537 Vila Flor 265,52 11353 5587 12505 6113 11834 5743 8785 4200 9719 4775 8828 4303 7913 3844 Freixo de Espada à Cinta 244,49 7461 3680 7620 3820 7288 3587 6410 2995 5717 2794 4914 2361 4184 2016 Mogadouro 757,98 18729 9504 19561 9970 19571 10096 14730 7400 15340 7761 12188 6093 11235 5573 Torre de Moncorvo 532,77 18582 9017 18539 9059 18741 9171 14195 6665 13674 6617 10969 5258 9919 4775 Total 6599,79 213679 106458 228358 114276 233441 116327 180395 87680 184252 91529 157809 77744 148883 72353 Fonte: SIG-CMB com dados dos Censos 2001 INE. O quadro n.º 3 revela que a tendência para a perda populacional se verifica em todos os concelhos do distrito de Bragança. Os anos mais marcantes coincidem com a vaga 32

de imigração mais acentuada na década de 60, bem como a fuga para as cidades do litoral português. Os concelhos que se assumem com excepção no conjunto dos 12 concelhos do distrito de Bragança são os de Bragança e Mirandela. Gráfico n.º 1: A evolução populacional no distrito de Bragança 1940-2001. 45000 Evolução Demográfica 1940-2001 40000 35000 30000 25000 20000 15000 10000 5000 0 Bragança Miranda do Douro Vimioso Vinhais Alfândega da Fé Carrazeda de Ansiães Macedo de Cavaleiros M irandela Vila Flor Freixo de Espada à Cinta Mogadouro Torre de Moncorvo Vila Nova de Foz Côa 1970 1950 Fonte: SIG-CMB com dados dos Censos 2001 INE. No plano de análise da população concelhia impõe-se caracterizar a evolução e a sua situação actual em termos de população residente. Desta forma serão importantes os seguintes resultados: Podemos afirmar que presenciamos uma diminuição crescente da população até aos 14 anos (cerca de 13,9%); No sentido inverso presenciamos um crescente peso da população mais idosa, isto é, a população com mais de 65 anos (19,6%); Um envelhecimento da população adulta (média etária de 48 anos); Um aumento significativo do peso populacional nas freguesias urbanas (cerca de 8660 habitantes em 1960 para cerca de 20300 em 2001); Uma regressão preocupante das freguesias rurais assumindo um peso de cerca de 14400 habitantes em 2001; A esta tendência podemos afirmar que apenas as freguesias do centro e adjacentes revelaram em 2001 um crescimento de população, ou seja, freguesias como a Sé, Samil e 33

Castro de Avelãs viram a sua população crescer de uma forma contrária ao restante território concelhio, ao contrário da tendência de acentuada perda de freguesias como Rabal, Coelhoso, Rio Frio, Castrelos e Mós. Quadro 4 : A evolução populacional no concelho de Bragança (1940-2001). 1940 1950 1960 1970 1981 1991 2001 HM H HM H HM H HM H HM H HM H HM ALFAIÃO 319 170 331 182 368 197 320 160 331 166 241 123 176 AVELEDA 606 297 696 350 679 340 495 270 492 259 335 169 251 BABE 659 310 666 312 656 315 635 315 516 252 398 186 277 BAÇAL 625 324 685 359 721 370 655 330 659 333 503 250 470 CALVELHE 407 214 449 234 411 218 320 160 295 152 180 86 137 CARRAGOSA 671 333 635 323 613 320 630 330 358 170 321 148 260 CARRAZEDO 533 281 595 317 540 280 465 230 286 148 204 101 146 CASTRELOS 497 255 509 261 437 216 260 90 332 149 273 131 186 CASTRO DE AVELÃS 500 268 412 221 410 214 370 215 283 151 428 216 489 COELHOSO 737 385 776 393 1148 568 815 415 663 322 481 231 323 DEILÃO 510 258 576 292 629 321 515 275 397 197 260 130 222 DONAI 535 275 583 288 526 262 520 265 386 196 377 190 416 ESPINHOSELA 824 415 947 475 819 406 485 225 550 275 410 215 304 FAÍLDE 310 154 359 174 327 162 200 85 219 117 167 97 158 FRANÇA 612 326 781 418 834 426 765 405 609 298 331 150 303 GIMONDE 376 193 464 238 437 238 420 255 449 232 343 174 383 GONDESENDE 377 204 390 204 394 203 215 95 273 144 242 119 225 GOSTEI 515 280 566 287 505 250 355 180 470 240 439 231 413 GRIJÓ DE PARADA 627 320 650 331 655 337 515 235 608 314 460 229 381 IZEDA 1222 675 1258 671 1051 538 960 475 1151 583 942 456 920 MACEDO DO MATO 715 367 707 366 770 394 430 205 544 275 366 197 296 MEIXEDO 394 196 354 175 356 187 255 120 289 142 201 99 188 MILHÃO 505 263 438 234 506 257 485 235 316 162 243 124 206 MÓS 451 237 529 276 480 266 350 155 326 176 284 158 191 NOGUEIRA 484 243 489 259 439 222 310 140 457 242 428 208 443 OUTEIRO 962 471 987 491 891 439 610 310 535 246 375 182 371 PARADA 1115 565 1448 747 1281 660 1070 530 862 416 666 317 602 PARADINHA NOVA 386 192 441 227 524 287 280 140 234 116 169 68 149 PARÂMIO 827 422 749 369 752 364 485 215 514 272 400 214 286 PINELA 598 322 630 348 715 378 380 185 445 236 335 176 251 POMBARES 201 109 185 99 196 103 95 50 92 51 82 44 59 QUINTANILHA 595 307 603 305 631 320 555 290 471 248 328 160 304 QUINTELA DE LAMPAÇAS 889 464 948 497 876 446 525 290 508 255 382 197 243 RABAL 487 248 496 259 466 238 380 200 291 150 318 162 189 REBORDAÍNHOS 439 237 528 272 544 276 370 165 381 210 254 130 188 REBORDÃOS 763 389 809 412 814 421 535 275 620 320 514 264 543 RIO FRIO 722 367 724 369 663 340 665 360 433 220 341 159 235 RIO DE ONOR 360 187 398 197 381 198 260 105 230 111 153 76 113 SALSAS 1089 534 1164 575 1054 540 720 350 728 374 532 277 424 SAMIL 399 203 412 221 392 210 570 290 459 217 925 452 1083 SANTA COMBA DE ROSSAS 280 135 328 164 394 194 370 195 375 190 366 188 365 SANTA MARIA 3325 1660 4377 2186 3908 1853 3745 1730 3924 1808 3239 1531 3392 SÃO JULIÃO DE PALÁCIOS 641 307 683 340 643 307 405 190 570 277 345 167 283 SÃO PEDRO DE SERRACENOS 412 203 453 242 389 204 585 295 333 169 279 137 297 SÉ 3270 1475 4441 2020 4754 2162 5530 2525 10455 5090 12840 6243 16493 SENDAS 596 311 539 257 499 254 395 180 343 178 289 149 242 SERAPICOS 898 436 920 437 868 441 735 390 473 245 404 210 290 SORTES 532 289 544 286 612 315 475 265 498 268 373 190 320 ZOIO 498 246 582 306 595 321 590 315 347 178 270 133 203 TOTAL 34295 38234 37553 32075 35380 33036 34689 Fonte: SIG-CMB com dados dos Censos 2001 INE. 34

O quadro n.º 4 releva os dados da evolução demográfica do concelho de Bragança desde a década de 40 até aos nossos dias, elementos por freguesia, revelando uma dupla tendência de evolução, mais marcante entre as freguesias rurais e as urbanas. Os aspectos descritivos mais importantes deste último quadro permitem-nos aceder a conclusões pertinentes: para o período da década de 40 e 50 podem-se observar valores de crescimento para uma grande parte das freguesias rurais e urbanas (somente se verifica uma redução da população em 7 freguesias) pode-se observar um crescimento de 34295 habitantes para 38234 habitantes; a evolução das freguesias rurais inicia a partir da década de 60 até 70 um processo irreversível de perda populacional (apenas ganham população 5 freguesias) verificou-se uma perda de mais de 5400 habitantes; na evolução mais recente (1981-1991) o crescimento populacional circunscreve-se às freguesias mais próximas do núcleo urbano mais central (Castro de Avelãs; Rabal; Samil; Sé), acentuando-se de forma significativa as perdas generalizadas de população nas freguesias rurais; para o período 1991-2001 verifica um crescimento apenas em 9 freguesias do concelho reforçando a tendência de manutenção e ténue crescimento nas freguesias limítrofes do centro urbano (Castro de Avelãs; Donai; Gimonde; Nogueira; Rebordãos; Samil; S. Pedro de Sarracenos) reforçando-se a concentração de população na cidade (freguesias de Santa Maria e Sé). De notar que as transições 50/60 e 70/80 são de relativas estabilidade de valores assumindo-se como incaracterísticos no conjunto das restantes tendências de evolução, verificando-se alterações de menor expressão (crescimento ou redução do efectivo populacional). A década 70/81 para a freguesia da Sé constitui o ponto de viragem demográfico evoluindo de 5530 habitantes para 10455 habitantes e assumindo-se como freguesia de expansão urbana moderna (destacando-se face ao núcleo da freguesia de Santa Maria) e constituindo-se como território privilegiado de atracção demográfica intra e inter-concelhia. Através do quadro n.º 5 pretendemos apresentar a variação observada entre os períodos da década de 60 (momento de grande mudança demográfica) e os dados mais recentes obtidos através dos Censos realizados em 2001. 35

Não nos surpreende verificar que as perdas populacionais foram acentuadas nas freguesias rurais, fenómeno tão acentuado que podemos notar que as perdas superiores a 50% da população ocorreram em cerca de 32 freguesias (todas do âmbito rural). Veja-se que perdas acima dos 70% se verificaram nas freguesias de Carrazedo (73%); Paradinha (72%); Quintela de Lampaças (72%); Rio de Onor (70%) e Sendas (84%), todas freguesias que se situam nos extremos fronteiriços do concelho e mais afastados do centro urbano. Por outro lado, não será menos importante destacar que neste mesmo período as freguesias que revelaram um crescimento populacional foram: Castro de Avelãs (19,26%); Nogueira (3%); Samil (176%); Sé (247%), todas consideradas já peri-urbanas. Quadro 5: A variação demográfica (%) da população residente no concelho de Bragança (1960-2001). FREGUESIA Variação da população residente 1960-2001 1960-2001 Pop. Pop. Variação FREGUESIA Pop. Pop. Variação Resident Resident Resident Resident -1960-2001 (%) -1960-2001 (%) Alfaião 368 176-52,17 Outeiro 891 371-58,36 Aveleda 679 251-63,03 Parada 1281 602-53 Babe 656 277-57,77 Paradinha 524 149-71,56 Nova Baçal 721 470-34,81 Parâmio 752 286-61,96 Calvelhe 411 137-66,66 Pinela 715 251-64,89 Carragosa 613 260-57,58 Pombares 196 59-69,89 Carrazedo 540 146-72,96 Quintanilha 631 304-51,82 Castrelos 437 186-57,43 Quint. Lampaç. 876 243-72,26 Castro Avelãs 410 489 19,26 Rabal 466 189-59,44 Coelhoso 1148 323-71,86 Rebordainhos 544 188-65,44 Deilão 629 222-64,7 Rebordãos 814 543-33,29 Donai 526 416-20,91 Rio Frio 663 235-64,55 Espinhosela 819 304-62,88 Rio de Onor 381 113-70,34 Faílde 327 158-51,68 Salsas 1054 424-59,77 França 834 303-63,66 Samil 392 1083 176,2 Gimonde 437 383-12,35 S. C. Rossas 394 365-7,36 Gondesende 394 225-42,89 Santa Maria 3908 3392-13,2 Gostei 505 413-18,21 São Julião 643 283-55,98 Grijó Parada 655 381-41,83 São Pedro 389 297-23,65 Izeda 1051 920-12,46 Sé 4754 16493 246,9 Macedo Mato 770 296-61,55 Sendas 1499 242-83,85 Meixedo 356 188-47,19 Serapicos 868 290-66,58 Milhão 506 206-59,28 Sortes 612 320-47,71 Mós 480 191-60,2 Zoio 595 203-65,88 Nogueira 430 443 3,02 Totais 38 544 34 750-9,84 Fonte: Carta Educativa de Bragança - com dados do INE. 36

O quadro seguinte permite-nos reforçar de forma mais clara o sentido conferido ao esvaziamento populacional das freguesias rurais em detrimento da capacidade de atracção das freguesias da cidade e das freguesias mais próximas deste centro urbano. Quadro 6: A variação demográfica (%) da população residente por tipo de freguesia. Variação Demográfica do Concelho (1940 2001) Popul. Popul. Vari. Popul. Vari. Popul. Vari. Popul. Vari. Popul. Vari. Popul. Vari. Residentes residente residente entre residente entre residente entre residente entre residente entre residente entre 1940 1950 40-50 1960 50-60 1970 60-70 1981 70-81 1991 81-91 2001 91-01 Freguesias 27 628 29 459 6,62 28 891 1,92 23 020-20,32 21 001-8,77 16 706-20,45 14 753-11,69 Rural Freguesias 07 215 08 818 22,21 08 662-1,76 10 971 26,65 14 379 31,06 16 964 17,97 19 997 17,87 Urbanas Concelho 34 843 38 277 9,85 37 553 1,89 33 991-9,48 35 380 4,08 33 670-4,83 34 750 3,2 Fonte: Carta Educativa de Bragança - com dados do INE. Como se pode observar no quadro n.º 6 as freguesias rurais e urbanas evoluem positivamente até à década de 60. A partir da década de 60 afirma-se já uma nova tendência de saída de habitantes das freguesias rurais e aumento do peso populacional nas freguesias urbanas. No período de 70-80 reforça-se significativamente o efeito de atracção/concentração no espaço urbano do concelho, para em 1991 o peso populacional das freguesias urbanas igualar o das freguesias rurais (16706 para 16964) e em 2001 comprovar-se a irreversibilidades deste fenómeno superiorizando-se o peso populacional de duas freguesias às restantes 47 freguesias constituintes do concelho de Bragança. A conclusão mais expressiva destes últimos dados é o esvaziamento populacional progressivo da maior parte do território concelhio (não podemos esquecer que o concelho está excessivamente concentrado no núcleo urbano e periferia que se assume como uma pequena dimensão face à totalidade da área do concelho), factor que aliado à dispersão, isolamento e envelhecimento demográfico permitem-nos antever graves problemas sociais. O quadro n.º 7 e o quadro n.º 8 permitem-nos observar com maior detalhe a evolução demográfica das diferentes freguesias para os períodos de 1991-2001 e 1981-1991, possibilitando uma visualização das ocorrências mais importantes segundo a sua evolução percentual. 37

Quadro 7: A variação demográfica (%) da população residente 1991-2001. FREGUESIA Variação da população residente 1991-2001 1991-2001 Pop. Pop. Variação FREGUESIA Pop. Pop. Variação Residente Residente Residente Residente -1991-2001 (%) -1991-2001 (%) Alfaião 241 176-26,97 Outeiro 375 371-1,07 Aveleda 335 251-25,07 Parada 666 602-9,61 Babe 277-30,40 Paradinha Nova 149-11,31 398 168 Baçal 503 470-6,56 Parâmio 400 286-28,50 Calvelhe 180 137-23,89 Pinela 335 251-25,07 Carragosa 321 260-19,00 Pombares 82 59-28,05 Carrazedo 204 146-28,43 Quintanilha 328 304-7,32 Castrelos 186-31,87 Quint. Lampaç. 243-36,39 273 382 Castro Avelãs 428 489 14,25 Rabal 318 189-40,57 Coelhoso 481 323-32,85 Rebordainhos 254 188-25,98 Deilão 260 222-14,62 Rebordãos 514 543 5,64 Donai 377 416 10,34 Rio Frio 153 235 53,59 Espinhosela 410 304-25,85 Rio de Onor 341 113-66,86 Faílde 187 158-15,51 Salsas 532 424-20,30 França 331 303-8,46 Samil 925 1083 17,08 Gimonde 343 383 11,66 S. C. Rossas 366 365-0,27 Gondesende 242 225-7,02 Santa Maria 3239 3392 4,72 Gostei 439 413-5,92 São Julião 345 283-17,97 Grijó Parada 460 381-17,17 São Pedro 279 297 6,45 Izeda 942 920-2,34 Sé 12840 16493 28,45 Macedo Mato 366 296-19,13 Sendas 289 242-16,26 Meixedo 201 188-6,47 Serapicos 404 290-28,22 Milhão 243 206-15,23 Sortes 373 320-14,21 Mós 284 191-32,75 Zoio 270 203-24,81 Nogueira 428 443 3,50 Totais 33055 34689 4,94 Fonte: SIG-CMB com dados dos Censos 2001 INE. No quadro n.º 7 podemos confirmar a tendência de atracção e concentração populacional no núcleo urbano pelos quase 30% de crescimento para a freguesia da Sé, verificados só no período de 1991-2001. Por outro lado, podemos ver que acima dos 30% de redução da população encontramos 7 freguesias, que revelam uma evolução negativa muito expressiva para este período de apenas 10 anos. Até 30 % de perda populacional encontramos 31 freguesias, comprovando que a tendência verificada desde a década de 60 não mais inverteu num conjunto significativo das freguesias rurais. No período 1991-2001 podemos afirmar que se consolidaram os reposicionamentos das freguesias peri-urbanas como demonstram as variações das freguesias de Castro de Avelãs, Gimonde, Nogueira, Rebordãos, Rio Frio, Samil, S. Pedro de Sarracenos e, de forma óbvia, Santa Maria e Sé. 38

Quadro 8 : A variação demográfica (%) da população residente 1981-2001. FREGUESIA Variação da população residente 1981-2001 1981-2001 Pop. Pop. Variação FREGUESIA Pop. Pop. Variação Residente Residente Residente Residente 1981 2001 (%) 1981 2001 (%) Alfaião 331 176-46,83 Outeiro 535 371-30,65 Aveleda 492 251-48,98 Parada 862 602-30,16 Babe 277-46,32 Paradinha Nova 149-36,32 516 234 Baçal 659 470-28,68 Parâmio 514 286-44,36 Calvelhe 295 137-53,56 Pinela 445 251-43,60 Carragosa 358 260-27,37 Pombares 92 59-35,87 Carrazedo 286 146-48,95 Quintanilha 471 304-35,46 Castrelos 186-43,98 Quint. Lampaç. 243-52,17 332 508 Castro Avelãs 283 489 72,79 Rabal 291 189-35,05 Coelhoso 663 323-51,28 Rebordainhos 381 188-50,66 Deilão 397 222-44,08 Rebordãos 620 543-12,42 Donai 386 416 7,77 Rio Frio 230 235 2,17 Espinhosela 550 304-44,73 Rio de Onor 433 113-73,90 Faílde 219 158-27,85 Salsas 728 424-41,76 França 609 303-50,25 Samil 459 1083 135,95 Gimonde 449 383-14,70 S. C. Rossas 375 365-2,67 Gondesende 273 225-17,58 Santa Maria 3924 3392-13,56 Gostei 470 413-12,13 São Julião 570 283-50,35 Grijó Parada 608 381-37,34 São Pedro 333 297-10,81 Izeda 1151 920-20,07 Sé 10455 16493 57,75 Macedo Mato 544 296-45,59 Sendas 343 242-29,45 Meixedo 289 188-34,95 Serapicos 473 290-38,69 Milhão 316 206-34,81 Sortes 498 320-35,74 Mós 326 191-41,41 Zoio 347 203-41,50 Nogueira 457 443-3,06 Totais 35380 34689-1,95 Fonte: SIG-CMB com dados dos Censos 2001 INE. Finalmente, o quadro n.º 8 permite-nos recuar para um período de 20 anos de evolução e observar as variações para o período de 1981 a 2001 e verificar que grande parte das freguesias perderam população (inclusive Santa Maria) e que o crescimento invulgar ocorre na freguesia da Sé e nas suas imediações de forma exponencial (caso de Samil e Castro de Avelãs). Envelhecimento da população A evolução demográfica portuguesa dos últimos 40 anos é caracterizada por uma tendência de envelhecimento da população sendo significativo que a percentagem de indivíduos com mais de 65 anos tenha duplicado desde 1960, sendo a nível nacional cerca 39

de 16%. O concelho de Bragança não é excepção, a percentagem de pessoas com mais de 65 anos era em 1991 cerca de 16%, evoluindo para os quase 20% em 2001. A principal conclusão na análise etária da população de Bragança é que detém um dos mais elevados índices de envelhecimento (150% em 2003) da região Norte. Este índice cresceu mais de 90% desde a década de 80. Quadro 9 : Indicadores demográficos sobre a composição etária da população. Índice de envelhecimento (Censos) Proporção de idosos (Censos) Proporção de jovens (Censos) Índice de dependência (Censos) - Total Índice de dependência (Censos) - Jovens Índice de dependência (Censos) - Idosos Índice de Unidade Geográfica envelhecimento % % % % % % % 2003 2001 2001 2001 2001 2001 2001 Continente 109 104,50 16,50 15,80 47,70 23,30 24,40 Norte 86 79,80 14 17,50 45,90 25,50 20,40 Alto Trás-os-Montes 184 165,40 22,70 13,80 57,50 21,70 35,80 Bragança 150 140,20 19,50 13,90 50,30 20,90 29,30 Fonte: O País em Números 1991-2003 INE. Se no início da década de 80 os jovens garantiam ainda uma representatividade de cerca de 27%, já nos últimos censos apenas representam os referidos 13%. Esta dupla perspectiva ilustra bem a tendência geral do país para um envelhecimento gradual da população. Num outro sentido, o concelho de Bragança tem visto diminuir a sua taxa de natalidade, se em 1981 era cerca de 14,9%, em 2001 não ultrapassa os 8,6%. O índice sintético de fecundidade (número de crianças por mulher) era de 1,28 filhos em 1991, para ser em 2001 de apenas 1 filho por mulher. Este fenómeno traduz uma alteração dos padrões sociais e económicos dos agregados familiares residentes no concelho, afirmando uma tendência de redução do número de filhos e adiamento da idade materna, devido em parte à entrada cada vez mais significativa da mulher no mercado de trabalho, a idade mais tardia para o casamento, a continuidade dos estudos, e, acima de tudo, a mudança de mentalidades e do papel da mulher numa sociedade ainda marcada por quotidianos tradicionais e conservadores (contexto rural). Por outro lado, no que diz respeito à taxa de mortalidade tem havido uma diminuição (de 13 óbitos por cada mil habitantes), traduzindo valores altos face aos restantes concelhos e à média nacional. A taxa de mortalidade infantil tem diminuído desde os últimos 20 anos, passando de 35 crianças em mil para 8 em mil. Esta tendência explicação pelas ais recentes evoluções da medicina e dos equipamentos relacionados com a área da saúde. Não podemos esquecer que a média de esperança de vida em 2001 era de 77 40

anos o que reforça a tendência para o envelhecimento populacional do concelho. Se considerarmos que o envelhecimento aliado à baixa natalidade e fecundidade influencia a população em idade activa (sua diminuição) poderá ser um sintoma de problemas num futuro próximo, em áreas como a mobilidade e as infra-estruturas de apoio à população idosa. Quadro 10: Indicadores demográficos sobre saldo natural, natalidade e mortalidade. Unidade Geográfica Índice de envelhecimento Saldo natural Taxa de natalidade Taxa de mortalidade Taxa média de mortalidade infantil 1998/2002 % Nº Permilagem Permilagem Permilagem 2003 2002 2002 2002 98/02 Continente 109 7312 10,90 10,20 x Norte 86 9802 11,30 8,70 6,02 Alto Trás-os-Montes 184-1273 7,60 13,40 6,93 Bragança 150-143 8,80 13 8,28 Fonte: O País em Números 1991-2003 INE. O fenómeno do envelhecimento populacional em regiões do interior de Portugal é explicado quer pelo aumento da esperança média de vida, bem como pela diminuição da mortalidade. A evolução das taxas de natalidade, ou seja, a sua diminuição, revela a razão da base da pirâmide etária ver reduzida e sua representatividade. De forma esperada, as freguesias que já anteriormente identificamos como detentoras de um crescimento demográfico são as que se assumem como menos envelhecidas (segundo o índice de envelhecimento em 2001-Censos), é o caso de freguesias como Sé (65,5%)e Santa Maria (106,8%) do núcleo citadino, e de Samil (113,3%) no contexto peri-urbano. Com valores extremos no processo de envelhecimento podemos identificar freguesias como Aveleda, Calvelhe, Castrelos, Deilão, Faílde, Macedo do mato, Pombares, Quintela de Lampaças, Rio Frio, Rio de Onor, S. Julião de Palácios e Sendas, freguesias que ultrapassam os 400% segundo o índice de envelhecimento. O saldo natural assume-se negativo na relação entre o número de óbitos e de nascimentos para 2002 (-143), comprovando a tendência de baixa natalidade e do envelhecimento progressivo do concelho. Se, por outro lado, observarmos o índice de sustentabilidade potencial, medida que pretende avaliar a proporção entre a população activa (15ª 64 anos) e a população idosa (mais de 65 anos), podemos notar que em Bragança assume um valor baixo de 3,4, ou seja, quererá significar que para cada idoso corresponderá 3 pessoas em idade activa. 41

Segundo os dados dos Censos realizados em 2001, se observarmos os índices de dependência total podemos verificar que Bragança, ou seja, por cada 100 indivíduos em idade activa teremos cerca de 50 indivíduos idosos e jovens. Por outro lado, o índice de dependência de idosos, que pretende medir o quociente entre a população idosa (mais de 65 anos) e a população em idade activa (dos 15 aos 64 anos), revela que para o concelho de Bragança para cada 100 indivíduos em idade activa há cerca de 29 idosos. Num outro sentido, para cada 100 indivíduos em idade activa existem 20 jovens, como demonstra o índice de dependência jovem para Bragança. Quadro 11: Composição da população do concelho de Bragança por grupos etários em 2001. ZONA GEOGRÁFICA Em 2001 Total HM H 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou mais Portugal 10 356 117 5 000 141 1 656 602 1 479 587 5 526 435 1 693 493 Continente 9 869 343 4 765 444 1 557 934 1 399 635 5 283 178 1 628 596 Norte 3 687 293 1 782 931 644 948 558 278 1 969 309 514 758 Alto Trás-os-Montes 223 333 108 838 30 721 30 576 111 234 50 802 Alfândega da Fé 5 963 2 908 745 719 2 845 1 654 Bragança 34 750 16 768 4 840 5 036 18 089 6 785 Carrazeda de Ansiães 7 642 3 693 949 979 3 595 2 119 Freixo de Espada à Cinta 4 184 2 016 474 477 1 923 1 310 Macedo de Cavaleiros 17 449 8 431 2 512 2 467 8 557 3 913 Miranda do Douro 8 048 3 957 915 1 008 3 967 2 158 Mirandela 25 819 12 537 3 952 3 698 12 999 5 170 Mogadouro 11 235 5 573 1 401 1 444 5 476 2 914 Torre de Moncorvo 9 919 4 775 1 239 1 234 4 599 2 847 Vila Flor 7 913 3 844 1 032 1 120 3 915 1 846 Vimioso 5 315 2 606 591 628 2 449 1 647 Vinhais 10 646 5 245 1 131 1 271 5 058 3 186 Através do quadro n.º11 podemos observar a distribuição etária da população para o concelho de Bragança, sendo importante destacar novamente a proporção de idosos e de jovens como fenómeno mais significativo no contexto etário do concelho. Desta forma, podemos verificar que 13,9% da população do concelho tem menos de 15 anos, provandose a tendência de valores muito baixos no grupo etário mais jovem. Num sentido inverso, o grupo etário mais elevado (mais de 65 anos) assume já um peso de quase 20% no total da população do concelho. De referir que a realidade da distribuição etária da população é novamente muito diferente segundo a centralidade das diferentes freguesias, não podemos esquecer que a proporção de população idosa nas freguesias rurais é um fenómeno marcante. Com proporções superiores a 30% de população com mais de 65 anos podemos identificar 31 42

freguesias (todas em território marcadamente rural). Por outro lado, acima dos 40% de proporção de idosos podemos identificar freguesias como Calvelhe, Castrelos, Macedo do Mato, Outeiro, Pombares, Rio Frio e Rio de Onor. Se tivermos em atenção os índices de dependência do grupo da população mais idosa (índice: mais de 65 anos a dividir pelo grupo de população dos 15 aos 64 anos vezes 100) podemos concluir que acima dos 50% encontramos 31 freguesias, sendo os valores mais altos nas freguesias onde anteriormente se verificou a maior proporção de idosos. Quadro 12: Variação da população residente do concelho de Bragança por grupos etários em 1991-2001. ZONA GEOGRÁFICA Variação Total Variação entre 1991 e 2001 (%) Grupos Etários 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou mais Portugal 5,0-16,0-8,1 11,8 26,1 Continente 5,3-15,7-8,2 11,9 26,9 Norte 6,2-16,0-10,9 17,1 29,7 Alto Trás-os-Montes -5,1-34,6-15,9 0,1 24,7 Alfândega da Fé -11,4-37,2-27,7-11,0 22,0 Bragança 5,1-24,6-4,6 13,0 27,0 Carrazeda de Ansiães -17,2-48,5-23,9-16,0 16,0 Freixo de Espada à Cinta -14,9-39,5-18,5-21,5 19,6 Macedo de Cavaleiros -7,8-37,3-22,3-1,8 29,1 Miranda do Douro -7,5-34,5-17,4-8,8 24,9 Mirandela 2,4-25,3-5,9 7,8 31,3 Mogadouro -7,8-37,1-17,4-5,4 20,2 Torre de Moncorvo -9,6-37,0-11,3-11,3 17,3 Vila Flor -10,4-40,1-25,7-4,7 24,0 Vimioso -15,9-49,8-22,8-18,3 23,3 Vinhais -16,4-49,5-30,2-13,7 13,7 O grupo dos 25 aos 64 anos, população em idade activa, ainda revela uma manutenção importante do seu contingente evoluindo positivamente na ordem dos 13%, significando um aumento característico das freguesias urbanas. Não se anula, no entanto, a necessidade de uma análise mais atenta sobre as características da população em idade activa, nomeadamente, face aos fenómenos do desemprego, da categoria domestica/o, dos estudantes e de situações atípicas face ao emprego. Na evolução da composição etária (quadro n.º 12) do concelho de Bragança retiramos conclusões preocupantes: por um lado, a população entre os 0 e os 14 anos sofre uma redução de cerca de 24,6%, movimento que acompanha a tendência dos restantes concelhos; por outro lado, com menor expressão verifica-se uma perda no grupo etário dos 43

15 aos 24 anos de cerca de 4,6%. Este fenómeno ilustra bem os níveis de baixa natalidade aliada ao envelhecimento progressivo do concelho. Os valores relativos ao crescente peso da população com mais de 65 anos são reforçados pela variação de cerca de 27% face a 1991, significando que quase 30% da população do concelho ultrapassou a barreira dos 65 anos no período de 10 anos. Gráfico n.º 2: A variação etária da população no concelho de Bragança 1991-2001. Variação Populacional 1991-2001 6 785 2 001 5 036 4 840 18 089 5 344 1 991 5 279 6 420 16 0 12 0 2 000 4 000 6 000 8 000 10 000 12 000 14 000 16 000 18 000 20 000 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou mais A distribuição etária por género da população de Bragança não permite observar desequilíbrios, apenas se verifica uma tendência de maior representatividade do sexo feminino nos escalões etários mais elevados, com especial incidência no grupo etário mais de 65 anos, tal como se observa no Gráfico n.º 3. Gráfico n.º 3: A composição etária da população segundo o género no concelho de Bragança 1991-2001. 44

10000 9000 8000 7000 6000 5000 4000 3000 2000 1000 0 0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos M ais de 65 anos Homens Mulheres Homens M ulheres Quadro 13: População residente do concelho de Bragança por grupos etários - 2001. 45

Freguesias População total Homens 0-14 anos Mulheres 0-14 anos Homens 15-24 anos Homens Mulheres 15 -Homens 25 - Mulheres 25 -Mais de 65 24 anos 64 anos 64 anos anos Mulheres Mais de 65 anos Bragança (concelho) 34750 2412 2428 2487 2549 8881 9208 2988 3797 Alfaião 173 10 10 11 6 37 43 29 27 Aveleda 253 7 10 15 16 67 59 38 41 Babe 277 16 11 11 14 57 72 43 53 Baçal 470 31 22 36 34 123 116 45 63 Calvelhe 137 8 5 6 6 29 28 23 32 Carragosa 260 18 14 21 24 52 51 39 41 Carrazedo 146 11 10 5 4 25 37 25 29 Castrelos 186 9 9 8 8 36 41 39 36 Castro de Avelãs 483 29 18 36 35 135 135 43 52 Coelhoso 299 14 17 15 12 74 83 40 44 Deilão 219 8 10 7 8 57 52 33 44 Donai 416 22 31 36 21 97 102 41 66 Espinhosela 304 14 16 14 9 74 60 52 65 Failde 158 6 5 9 14 41 34 20 29 França 275 10 15 8 14 54 72 43 59 Gimonde 386 20 21 41 33 103 91 32 45 Gondesende 226 13 12 13 15 59 52 25 37 Gostei 412 23 13 31 30 113 106 41 55 Grijó de Parada 380 22 32 23 20 99 86 48 50 Izeda 915 45 53 62 40 326 196 88 105 Macedo do Mato 296 12 6 15 13 56 56 72 66 Meixedo 188 16 12 7 7 46 49 21 30 Milhão 205 5 13 13 13 46 46 35 34 Mós 194 13 7 13 9 41 41 34 36 Nogueira 431 28 18 29 36 120 109 36 55 Outeiro 367 13 7 10 13 57 62 94 111 Parada 604 29 30 37 39 138 149 85 97 Paradinha Nova 150 8 9 6 6 38 34 21 28 Parâmio 281 12 17 9 6 64 62 52 59 Pinela 244 12 12 12 13 57 55 38 45 Pombares 59 2 4 2 6 11 9 16 9 Quintanilha 304 12 13 20 10 71 65 45 68 Quintela de Lampaças 285 12 10 17 12 65 69 43 57 Rabal 196 8 10 8 9 45 53 30 33 Rebordainhos 188 9 9 11 16 38 34 31 40 Rebordãos 543 34 43 33 27 130 137 64 75 Rio Frio 232 6 3 8 5 53 47 49 61 Rio de Onor 126 1 1 3 5 25 35 28 28 Salsas 424 29 18 30 16 89 83 73 86 Samil 1077 92 74 85 80 276 282 84 104 Santa Comba de Rossas 366 38 20 43 23 84 81 32 45 Bragança (Santa Maria) 3404 271 256 255 299 847 913 231 332 São Julião de Palácios 283 7 12 18 11 62 71 52 50 São Pedro de Sarracenos 282 13 24 15 17 68 78 31 36 Bragança (Sé) 16593 1331 1403 1320 1454 4460 4834 730 1061 Sendas 241 7 11 13 7 62 50 44 47 Serapicos 289 21 13 16 11 57 65 51 55 Sortes 320 21 29 18 17 73 75 41 46 Zoio 203 14 10 13 6 44 48 38 30 O quadro n.º 13 apenas pretende descrever a realidade das freguesias segundo a sua composição etária e reforça novamente a tendência de envelhecimento já recorrentemente demonstrada. 46

As estruturas familiares A população do concelho de Bragança pode igualmente ser caracterizada segundo o estado civil e neste âmbito não se revela diferente de outros concelhos, havendo uma óbvia representação da população casada em contraponto com a população solteira, sendo as duas situações mais comuns dadas as características da sua população. Gráfico n.º 4: A população do concelho de Bragança segundo o estado civil (2001). Solteiro Casado com registo Casado sem registo Viúvo Separado Divorciado 1 0 5000 10000 15000 20000 25000 30000 35000 Desta forma, de forma complementar à descrição sócio-demográfica podemos verificar que existe uma grande representatividade de população casada com registo, cerca de 50,2% da população total, bem como da população solteira com um peso de 36,8% e com quase 8% de população na situação de viúvo/a. Quadro 14: População do concelho de Bragança segundo o estado civil (2001). Unidade Geográfica Solteiro Casado - Total Casado com registo Casado sem registo Viúvo Separado Divorciado 2001 2001 2001 2001 2001 2001 2001 Continente 3666769 5290817 4920881 369936 647977 70640 193140 Norte 1448028 1951125 1874699 76426 214732 21987 51421 Alto Trás-os-Montes 79151 121354 116094 5260 19379 1064 2385 Bragança 12807 18633 17592 1041 2585 183 542 Gráfico n.º 5: Famílias clássicas segundo a dimensão concelho de Bragança (2001). 47

10 ou mais pessoas 9 Pessoas 8 Pessoas 7 Pessoas 6 Pessoas 5 Pessoas 4 Pessoas 3 Pessoas 2 Pessoas 1 P es s o a 6 2 18 59 216 679 2277 2575 3162 3746 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 No que diz respeito à dimensão das famílias podemos afirmar que se observa uma predominância das famílias clássicas com 2 e 3 elementos., não havendo relevância ou expressão das famílias mais numerosas no contexto concelhio. As famílias clássicas constituídas até 3 elementos assumem já cerca de 74,5% do total de famílias do concelho de Bragança. Por outro lado, parece-nos importante destacar que cerca de 20,2% das famílias são o reflexo de situações de agregado isolado (com um elemento). Estes dados são mais marcantes nas freguesias rurais e em franjas populacionais mais idosas, tal como comprovam os resultados por freguesia face à proporção de famílias clássicas unipessoais, bem como a proporção de famílias clássicas unipessoais constituídas por indivíduos com mais de 65 anos. As freguesias mais afectadas por este fenómeno da estrutura familiar unipessoal, obtendo percentagens superiores a 70% de proporção de famílias clássicas unipessoais constituídas por pessoas com mais de 65 anos, afectam já um grupo de risco de 22 freguesias (Alfaião, Donai, França, Grijó de Parada, Izeda, Macedo do Mato, Meixedo, Milhão, Outeiro, Parada, Paradinha Nova, Parâmio, Pombares, Quintela de Lampaças, Rebordaínhos, Rio de Onor, Salsas, S. Julião de Palácios, Sendas Serapicos e Sortes), neste grupo de freguesias 6 atingem mais de 80% (Alfaião, Meixedo, Outeiro, Pombares, Sendas e Serapicos), significando que para cada 10 famílias 8 são unipessoais com pessoas de mais de 65 anos. Gráfico n.º 6: Famílias clássicas segundo o tipo de família concelho de Bragança (2001). 48

Com 3 ou mais núcleos 8 Com 2 núcleos Outras situações 101 298 M ãe com filhos 824 Pai com filhos 141 Casal com filhos 5378 Casal sem filhos Sem núcleos 2829 3161 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 Na vertente de análise das famílias clássicas segundo o tipo de família podemos concluir que o modelo predominante é a figura do casal com filhos e/ou sem filhos, que no conjunto assumem 67% das famílias clássicas. Torna-se novamente relevante o peso de famílias sem núcleo (pessoas que vivem sozinhas) assumindo 22,2%, bem como as famílias monoparentais (pai ou mãe com filhos) que representam 7,6% das famílias clássicas. Gráfico n.º 7: Famílias institucionais segundo a dimensão concelho de Bragança (2001). 30 28 25 20 17 15 10 7 5 4 0 Famílias institucionais M enos de 20 pessoas De 20 a 49 pessoas Com mais de 50 pessoas Na óptica das famílias institucionais, cuja definição afirma que é um conjunto de pessoas que residem num alojamento colectivo que, independentemente da relação de parentesco entre os seus elementos, cumprem uma disciplina comum, usufruem dos 49

objectivos de uma determinada instituição e são governados por uma entidade interior ou exterior ao grupo (conventos e quartéis), podemos observar que a incidência é diminuta e refere-se apenas a 28 casos em todo o concelho de Bragança. Outros indicadores da população Se observarmos os dados recolhidos através dos Censos 2001 é possível afirmarmos que o fenómeno de dupla nacionalidade é o mais representativo no que se refere à nacionalidade da população residente. No entanto, o indicador de dupla nacionalidade não especifica entre que nacionalidades, sendo mais pertinente observar a população estrangeira residente (375 1% da população total residente). Gráfico n.º 9: População residente segundo a nacionalidade concelho de Bragança (2001). Outros países 162 Brasil 59 Moçambique 9 Cabo Verde 1 Angola 49 França 95 Dupla nacionalidade e outra Dupla Nacionalidade 339 341 0 50 100 150 200 250 300 350 No conjunto da população estrangeira residente, segundo os Censos 2001, parece haver uma forte representatividade de dois países lusófonos, Angola e Brasil, a par da forte presença de pessoas de nacionalidade francesa. Se cruzarmos estes dados com os recolhidos pelo CLAS-Bragança através de um inquérito sobre as minorias étnicas e comunidades imigrantes realizado em 2005, podemos afirmar que se tornam emergentes e já com residência e/ou trabalho em Bragança os indivíduos oriundos de países como a China, o Egipto, a Espanha, Marrocos, Roménia, Rússia (Federação), Ucrânia e Guiné-Bissau. 50

Gráfico n.º 10: População residente segundo o principal meio de vida concelho de Bragança (2001). Outros casos 652 A cargo da família 11068 Apoio social Rendimentos de propriedade ou empresa 94 98 Pensão / Reforma 8912 Rendimento M ínimo Garantido Outros subsídios Subsídio de desemprego Doença profissional / acidente de trabalho Subsídios temporários 133 51 381 81 513 Trabalho 13280 0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000 A análise da população residente segundo a óptica do principal meio de vida (Gráfico n.º 8) poderá fornecer alguns dados importantes. Nesta matéria a dualidade trabalho / a cargo da família será um fenómeno transversal ao conjunto do país e representa de 70% da população no concelho de Bragança. No entanto, não podemos negligenciar outros factores também relevantes nesta matéria: o primeiro relaciona-se com o peso dos pensionistas/reformados (cerca de 25,6%) reflectindo uma característica do nordeste transmontano a que Bragança não se exclui; o segundo, relativo a diferentes tipos de subsídios e que ilustra a importância de fenómenos como o desemprego, a exclusão social (RSI), e outros subsídios de carácter temporário. Quadro 15: População residente com deficiência no concelho de Bragança (2001). H M Total Motora 334 239 573 Mental 184 148 332 Paralesia Cerebral 17 14 31 Auditiva 111 106 217 Visual 240 271 511 Outra 206 191 397 Total 2061 Analisando o gráfico n.º 11, relativo à população residente segundo o tipo de deficiência, podemos afirmar que a deficiência surge com um peso de cerca de 5,9% face ao total da população residente, sendo de maior expressão as deficiências do foro motor, mental e visual. Não existem diferenças significativas entre o género feminino e masculino, 51

pode-se verificar que a deficiência motora e a deficiência visual assumem uma importância significativa, com um peso de 27,8% (573 indivíduos) e 24,8% (511 indivíduos), respectivamente (no total da população residente com deficiência). No que diz respeito à deficiência mental esta assume um peso relevante no total da população com deficiência (16,1%), com um total de 332 indivíduos portadores deste tipo de deficiência. Por outro lado, o foro da deficiência auditiva assume um contingente de 217 indivíduos com um peso de 10,5% no total da população residente com deficiência. No domínio da paralisia cerebral, podemos observar que afecta 41 indivíduos, com um peso de apenas 2% no total da população residente com deficiência. Gráfico n.º 11: População residente segundo o tipo de deficiência concelho de Bragança (2001). Outra 206 191 Visual 240 271 Auditiva Paralesia Cerebral 1714 111 106 H M M ental 18 4 148 Motora 334 239 0 100 200 300 400 500 600 52

Quadro resumo indicadores demográficos Quadro 16: Síntese de indicadores demográficos (Censos 2001). Unidade Ano Continente Norte Alto Trás-os- Montes Bragança Densidade populacional Hab/Km2 2003 112,52 174,43 27,02 29,56 Relação de masculinidade Nº 2003 93,69 93,77 94,81 93,45 Índice de envelhecimento % 2003 109 86 184 150 Proporção de casamentos católicos % 2002 64,10 73,68 60,72 56,84 Saldo natural Nº 2002 7312 9802-1273 -143 Taxa de natalidade Permilagem 2002 10,90 11,30 7,60 8,80 Relação de masculinidade à nascença Nº 2002 1,08 1,06 1,03,98 Proporção de nados vivos fora do casamento % 2002 25,78 16,22 24 24,59 Taxa de mortalidade Permilagem 2002 10,20 8,70 13,40 13 Taxa média de mortalidade infantil 1998/2002 Permilagem 98/02 x 6,02 6,93 8,28 Densidade populacional (Censos) Hab/Km2 2001 111,10 173,30 27,30 29,60 Relação de masculinidade (Censos) Nº 2001 93,40 93,60 95,10 93,20 Índice de envelhecimento (Censos) % 2001 104,50 79,80 165,40 140,20 Proporção de idosos (Censos) % 2001 16,50 14 22,70 19,50 Proporção de jovens (Censos) % 2001 15,80 17,50 13,80 13,90 Índice de dependência (Censos) - Total % 2001 47,70 45,90 57,50 50,30 Índice de dependência (Censos) - Jovens % 2001 23,30 25,50 21,70 20,90 Índice de dependência (Censos) - Idosos % 2001 24,40 20,40 35,80 29,30 Proporção da população residente casada (Censos) % 2001 53,60 52,90 54,30 53,60 Proporção da população residente casada sem registo no total da população residente casada (Censos) % 2001 7 3,90 4,30 5,60 Proporção de população residente divorciada (Censos) % 2001 2 1,40 1,10 1,60 Proporção de população residente viúva (Censos) % 2001 6,60 5,80 8,70 7,40 Proporção da população residente com nacionalidade estrangeira (Censos) % 2001 2,20,90 1 1,10 Proporção da população residente cujo principal meio de vida é o trabalho (Censos) % 2001 44,40 44,30 34,40 38,20 Proporção da população residente cujo principal meio de vida são os subsídios temporários (Censos) % 2001 2,40 2,70 1,60 1,50 Proporção da população residente cujo principal meio de vida são as pensões/reformas (Censos) % 2001 20,20 17,90 27,70 25,60 Dimensão média das famílias clássicas Nº 2001 2,79 3,02 2,70 2,67 Proporção de famílias clássicas unipessoais % 2001 17,40 13,20 19,50 20,20 Proporção de famílias clássicas unipessoais constituídas por indivíduos com 65 ou mais anos % 2001 50,80 52,50 61,80 50,30 Proporção de famílias com núcleos familiares monoparentais de mães com filhos ou pais com filhos % 2001 8,20 8,10 7,50 7,60 53