ORÇAMENTO PARA A CIDADE DE LISBOA

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Transcrição:

ORÇAMENTO PARA A CIDADE DE LISBOA 2017

Índice Pág. I. Relatório do Orçamento 2017... 4 II. Regulamento do Orçamento. 20 III. Sínteses do Orçamento..34 Quadro 1. Resumo do Orçamento 35 Quadro 2. Resumo do Orçamento por Capítulo Económico 36 IV. Receitas... 37 Quadro 3. Orçamento da Receita... 38 V. Despesas... 43 Quadro 4. Resumo do Orçamento das Despesas... 44 Quadro 5. Resumo do Orçamento das Despesas por Classificação Orgânica... 45 Quadro 6. Resumo do Orçamento das Despesas por Classificação Económica Consolidada... 47 Quadro 7.Resumo do Orçamento das Despesas por Classificação Funcional... 52 Quadro 8. Mapa dos Empréstimos Obtidos a Médio e Longo Prazo...53 Descriminação das Despesas... 55 Responsabilidades Contingentes...110 VI. Anexos...111 Anexo I. Entidades Participadas......112

Câmara Municipal de Lisboa ORÇAMENTO 2017 3

I. Relatório do Orçamento de 2017 4

LINHAS MARCANTES DO ORÇAMENTO E PLANO O Orçamento Municipal para 2017 apresenta algumas linhas de marca extremamente relevantes e que importa destacar, pelo seu significado em termos da estratégia de investimento na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento sustentável da cidade: 1) Impostos, taxas e tarifas mais baixas da Área Metropolitana. Lisboa é o município com a política fiscal mais favorável e que mais verbas de impostos devolve aos seus munícipes, nomeadamente através do: a) IMI O Imposto Municipal sobre Imóveis está no mínimo admissível por lei: 0,3% (de um intervalo que vai de 0,3% a 0,45%), o que representa cerca de 70 M / ano de poupança para os lisboetas. Valor a que acrescem os descontos previstos para os agregados com filhos (nos limites máximos previstos na legislação), contabilizados num valor superior a 1 M ; b) IRS Devolução de metade do valor a que a CML tem direito (2,5%). Esta medida representa uma devolução aos munícipes de cerca de 30 M ; c) Derrama incentivo às empresas, ao empreendedorismo e à criação de emprego, com isenções para atividades com volumes de negócio inferior a 150 m ou que criem pelo menos cinco postos de trabalho. Medida que poupa às empresas cerca de 4 M. 2) Pela concretização das primeiras operações do Programa Renda Acessível / Lisboa PRA Todos. A Habitação, para além de um direito pode e deve ser um fator de coesão e inovação social, bem como motor de retoma económica, refere o Programa de Governo da Cidade. Após um período de rigoroso estudo e preparação do programa, que vai contribuir para mudar o panorama da habitação da cidade, o ano de 2017 será o momento da colocação a concurso das intervenções iniciais, dando prioridade a operações de reabilitação em zonas centrais da cidade. 3) Pela criação do Fundo de Mobilidade Urbana de Lisboa, que tem por objetivo apoiar a integração no universo municipal da empresa Carris Transportes Públicos de Lisboa, designadamente a vertente social de transporte público, dimensão de importância inegável para a vida da cidade e dos seus habitantes. Este fundo será constituído a partir das receitas geradas pelo: a) estacionamento público na cidade; b) imposto único de circulação (IUC); c) Multas de trânsito. 4) Pelo primeiro pacote de investimentos resultantes da alavancagem da Taxa Turística, que vai permitir à cidade usufruir de uma contribuição de receita de cerca de 15 M, pagos por aqueles que nos visitam. Graças às parcerias estabelecidas nesta área, este investimento municipal é incrementado para valores cerca de três vezes superiores, a rondar os 45 M. 5

I. - ENQUADRAMENTO DO PROCESSO ORÇAMENTAL 2017 EVOLUÇÃO RECENTE DO MUNICÍPIO DE LISBOA O Município de Lisboa é hoje um referencial de estabilidade, credibilidade e boas contas tendo feito um percurso notável de recuperação da profunda crise em que se encontrava em 2007. Foi prosseguida uma política de crescimento sustentável, tão mais relevante quanto implementada em contexto de conjuntura económica adversa, destacando-se os tópicos de uma política fiscal estável e impulsionadora das atividades económicas na cidade, o investimento na requalificação do espaço público e serviços urbanos, criando uma Cidade melhor para viver e trabalhar, também para visitar, mais atrativa para as pequenas e médias empresas. O Orçamento Municipal para 2017 consolida e reforça esta política de crescimento sustentável, orientada para as pessoas e para as empresas e promotora de investimentos estruturantes para a Cidade como sejam: o Plano Geral de Drenagem e os Programas: Uma praça em cada bairro e Pavimentar, a par com o investimento em acessibilidades, equipamentos sociais, escolares e culturais. Na elaboração do Orçamento Municipal para 2017 atendeu-se ao contexto decorrente de políticas ativas do Município de Lisboa, nomeadamente o esforço de consolidação orçamental e uma forte redução da dívida, o que possibilita ao Município recorrer privilegiadamente a recursos próprios para financiamento com uma situação de tesouraria manifestamente saudável. Esta situação permitiu ao Município de Lisboa começar a pagar a pronto no final do ano de 2014, política que prosseguiu no ano de 2015 e 2016, e que pretende manter nos anos subsequentes, com um prazo médio de pagamentos entre 2 e 4 dias, reforçando o Município uma prestação ativa da dinamização económica de Lisboa, a par com todo um outro conjunto de políticas fomentadoras do empreendedorismo da criação de novas empresas, com geração de emprego e crescimento. 6

CONTEXTO MACROECONÓMICO A proposta de orçamento para 2017 tem por base as Grandes Opções do Plano (GOP) do início do mandato, bem como as previsões económicas previstas pelas entidades internacionais e nacionais. Segundo o Banco Central Europeu (BCE), para a área do euro no período 2016-2018, prevê um crescimento moderado do PIB (entre 1,5% e 1,6%) que será suportado pelo crescimento do consumo privado e pela recuperação das exportações, sendo expectável que a recuperação económica prossiga ao longo do horizonte de projeção com base na procura interna, apoiada pela política monetária, baixos preços do petróleo, melhorias no mercado de trabalho e moderação da consolidação orçamental da Administração Central para 2016. As projeções do Conselho de Finanças Públicas (CFP) vão de encontro às do BCE na medida que a previsão de crescimento para a economia portuguesa revela um perfil baixo de crescimento, estimando para o ano de 2016 um crescimento para o PIB de 1,0%, conforme se pode inferir no quadro seguinte: Quadro 1 - Cenário Macroeconómico do Conselho de Finanças Públicas: 2015-2020 PIB real e componentes (variação,%) 2015 2016 2017 2018 2019 2020 PIB 1,5 1,0 1,3 1,5 1,5 1,4 Consumo privado 2,6 2,1 2,0 1,7 1,6 1,4 Consumo público 0,6 0,2 0,1 0,3 0,3 0,4 Investimento 4,1-0,3 2,9 2,8 2,7 2,1 Contributos para a variação real do PIB (p.p.) Procura interna 2,5 1,2 1,5 1,6 1,6 1,3 Exportações líquidas -1,1-0,1-0,2-0,1-0,1 0,1 Preços (variação, %) Deflator do PIB 1,9 1,4 1,1 1,0 1,1 1,4 Deflator do consumo Privado 0,7 0,8 0,9 1,1 1,1 1,5 IPC 0,5 0,8 1,0 1,0 1,3 1,4 Fonte: Publicado no Relatório do Conselho de Finanças Públicas n.º 8/2016 - setembro 2016 Os principais indicadores recentes, disponíveis no Banco de Portugal (BdP) revelam esta progressão positiva da economia, traduzida na evolução positiva do PIB, do consumo privado, do investimento (de que salienta o BCE a formação bruta de capital fixo), das exportações, ainda que com oscilações. FATORES EXÓGENOS À CML No âmbito dos fatores exógenos, cabe destacar: Os diplomas: nova Lei de Enquadramento Orçamental e o novo regime administrativo e financeiro das Administrações Públicas, na adoção do SNC-AP (Sistema de Normalização Contabilística da Administração Pública), que implicarão uma alteração de procedimentos, da Norma de Controlo Interno e dos Sistemas Informáticos, ainda por avaliar. 7

Adicionalmente, o próprio Regime Financeiro da Administração Local e Entidades Intermunicipais, estabelecido pela Lei 73/2013, de 3 de setembro, e suas alterações, ainda não totalmente regulamentado, implicam vários condicionalismos: a) Não é disponibilizada aos Municípios informação relativa a Projeções dos principais agregados macroeconómicos com influência no Orçamento do Estado e Linhas gerais da política orçamental do Governo, nomeadamente quanto às medidas com impacto na receita fiscal ; b) Continua por regular o Quadro Plurianual de Programação Orçamental (de despesa e receita) na Administração Local. Não foram assim criadas as condições legais para o cumprimento deste articulado da legislação, não obstante o caráter plurianual que o município tem vindo a desenvolver no processo de planeamento do seu orçamento da despesa, bem como criando de per si de instrumentos, ainda incipientes, previsão de receita; c) Adicionalmente, a receita estrutural é reduzida por outra opção do Governo, ao limitar o acréscimo do valor de transferência anual do IRS em 5% para cada Município, a qual não sendo necessária para a redistribuição por Municípios com valores mais reduzidos de IRS reverte a favor das receitas da Administração Central, o que se traduziu para Lisboa numa perda de receita, nos anos 2014 e 2015, estimada em 16 milhões de euros nos dois anos. A data de apresentação do Orçamento dos Municípios em momento anterior à disponibilização de normas do orçamento de Estado com impacto significativo no Orçamento dos Município, constitui outro constrangimento. Para além da falta de indicação ou estimativa das transferências por conta do IRS devidas aos Municípios, consideram-se potenciais riscos conforme regras constantes em orçamentos de Estado de anos anteriores, tais como: a) Regras relativas a contingentes ou despesas com pessoal, forma de atualização de vencimentos e outras prestações na sequência das decisões do Tribunal Constitucional relativas à redução remuneratória; b) Normas travão, na previsão de receitas fiscais ou de alienações de património que os Municípios podem inserir nos seus orçamentos, ou a normas sobre a evolução dos contingentes de pessoal. Note-se que a estrutura da receita fiscal da CML mantém-se desajustada face aos custos que a cidade tem por via de receber diariamente uma população flutuante de dimensão semelhante à população residente, mas só ter como base fiscal impostos sobre população residente. II - AS OPÇÕES DO ORÇAMENTO PARA 2017 O Orçamento de 2017 prossegue a estratégia implementada nos orçamentos de 2014 a 2016, assegurando a sustentabilidade financeira do Município, com melhoria dos níveis de financiamento regular e identificando formas complementares de assegurar o investimento em áreas prioritárias da Cidade. As opções estratégicas do Orçamento da CML e do Plano para 2017 são as seguintes: 8

Ilustração 1 Opções Orçamentais Estratégicas 2017 O presente orçamento traduz a opção política deste Executivo, no sentido de utilizar uma previsão prudente da receita, alinhando com a manutenção da estabilidade estrutural das contas do Município, o prazo de pagamento a pronto e a libertação de fundos próprios para investir na Cidade. 1.MANTER O INVESTIMENTO NA QUALIDADE DE VIDA DOS LISBOETAS No contexto da política de promoção da sustentabilidade económica e social de Lisboa, a opção centrase na requalificação e modernização da cidade, fomentando a atração de novos residentes e assegurando o equilíbrio entre os residentes permanentes e temporários. Este orçamento intensifica o investimento nas seguintes áreas-chave: 1. 2. 3. 4. 5. No direito à educação (creches, escolas, parques infantis, apoio escolar e à infância); No direito à habitação ( constução e reabilitação do parque habitacional municipal); Na mobilidade e transportes (corredores cicláveis, plano de acessibilidade pedonal, transportes coletivos); Na requalificação do espaço público (programa de uma praça em cada bairro, criação de espaços verdes); Nos serviços urbanos ( limpeza, eficiência energética na iluminação pública). 9

Gráfico 1 Distribuição de despesa por Eixo M EIXO E - LISBOA GLOBAL; 39 EIXO D - LISBOA SUSTENTÁVEL; 80 EIXO A - LISBOA MAIS PRÓXIMA; 174 EIXO C - LISBOA INCLUSIVA; 73 EIXO B - LISBOA EMPREENDEDORA; 3 EIXO A -REFORMA ADMINISTRATIVA; 72 Entre os projetos principais identificados para a cidade de Lisboa, será relevante apresentar os seguintes: a) Lisboa Mais Próxima Melhoria das condições de trabalho: 25,6 M Uma Praça em cada Bairro : 16,0M Plano de pavimentação: 3,5 M Renovação da frota de limpeza urbana: 3,3M Conservação de esgotos: 13,7M 33 projetos do orçamento participativo: 4,2 M Programa BIP/ZIP: 1,8M Programa integrado de requalificação de espaço público: 6,9 M Requalificação dos cemitérios: 3,3M b) Lisboa Empreendedora Isenção de Derrama para empresas com Volume de Negócios abaixo dos 150 m e pequeno comércio Isenção de Derrama em novas empresas que criem pelo menos 5 postos de trabalho Promoção de mercados e comércio tradicional: 1,3M Apoio a start-ups: 0,5M 10

c) Lisboa Inclusiva d) Lisboa Sustentável Fundo de apoio aos refugiados: 1,9M Fundo de emergência social: 1,2 M Ação social escolar: 11,1M Requalificação de equipamentos desportivos: 4,2M Programa Renda Acessível (preparação): 5,2M Requalificação da habitação: 22,5 M, dos quais: Património habitacional diverso: 10,3M Contrato Programa Gebalis: 12,2 M Programa Escola Nova : 20,7 M Enriquecimento curricular: 0,2M Apoio à prática desportiva: 1,5M Reabilitação do espaço público, incluindo: Plano de drenagem: 17,2M Plano acessibilidade pedonal, 3,9 M Corredores verdes e estruturas de proximidade: 12,0M Ciclovias: 3,8M Eficiência energética semaforização e edificado: 2,0M Contrato programa da SRU: 18,6M Aquisição de terrenos e edifícios: 31,4M Fundo de Mobilidade Urbana: 15,0M e) Lisboa Global Promoção e eventos culturais (inclui Orquestra Metropolitana e EGEAC): 10,0 M Requalificação de equipamentos culturais em 10,3M, com: Museus: 4,7 M Fundo de Desenvolvimento Turístico: 11,3 M Fundo Lojas com História: 0,25M 2. MANTER A COMPETITIVIDADE FISCAL DA CIDADE DE LISBOA Importa, desde logo, destacar como fundamental que se mantém o compromisso assumido com os Munícipes de Lisboa de manter a política fiscal mais atrativa na Área Metropolitana, nomeadamente: Manter a taxa de IMI no mínimo (0,3% face ao máximo de 0,45%), de forma a tornar mais atrativa a habitação em Lisboa; 11

Gráfico 2 IMI Comparação com os Municípios da Área Metropolitana de Lisboa Reduzir o IMI para as famílias com dependentes na habitação, pelos máximos legalmente estabelecidos, designadamente em 20 para 1 dependente, 40 para 2 dependentes e 70 para 3 dependentes ou mais; Continuar a devolver aos munícipes 2,5% do IRS (metade das receitas obtidas pelo Município do Orçamento de Estado); Gráfico 3 - Devolução de IRS Comparação com os Municípios da Área Metropolitana de Lisboa Manter as isenções na Derrama (e.g. isenção para entidades com Volume de Negócios inferior a 150 m ), bem como a isenção de atividades de restauração e pequeno comércio para volumes de negócio inferiores a um milhão de euros, como forma de potenciar a fixação das empresas na Cidade; Adotar uma política de Taxas Municipais com valores competitivos ao nível da Área Metropolitana e do País; Utilizar as penalizações em sede de IMI e Taxa Municipal de Proteção Civil (TMPC), designadamente sobre prédios devolutos, degradados e ruínas, numa política ativa de redistribuição do total do imposto bem como de fomento do nível de ocupação habitacional e atratividade da cidade e erradicação de espaços ao abandono e geradores de diversos riscos para os Munícipes; Apesentar junto do Governo uma proposta para a melhoria da qualidade de informação a disponibilizar pela Autoridade Tributária ao Município no sentido de uma melhor avaliação da política fiscal em sede de IMI, IMT e Derrama. De momento a informação disponibilizada é manifestamente insuficiente para uma avaliação específica dos impactos dos impostos de forma a implementar políticas fiscais mais justas; Prosseguir a Operação Varrimento: no decorrer do ano retomaremos o processo de monitorização e aferição no terreno, designadamente em sede da continuação de avaliação sistemática de identificação de prédio devolutos, degradados e em ruínas. 12

3.- GARANTIR CONTAS EQUILIBRADAS E SUSTENTÁVEIS O Município de Lisboa está na linha da frente no que diz respeito ao equilíbrio das suas contas públicas, contribuindo desta forma para a melhoria das Contas Nacionais. O presente orçamento é elaborado segundo os princípios contabilísticos/legais estabelecidos, seguindo as regras que lhe impõem o rigor necessário para a consolidação das contas do Município. A sua formulação permite no entanto acomodar desafios que se coloquem durante o período de vigência deste documento, salvaguardando as responsabilidades que se venham a levantar. RECEITA Tendo por base o quadro macroeconómico será expetável que as receitas cresçam aproximadamente 7,1% em 2017 por comparação com o ano de 2016, conforme quadro infra: Quadro 2 - Comparativo de orçamento receita 2016/2017 (M ) RECEITAS 2016 2017 D (2017-2016) CORRENTES 562,5 586,7 24,2 4,3 CAPITAL 161,3 188,4 27,0 16,8 TOTAL 723,9 775,1 51,2 7,1 % No âmbito do orçamento, realça-se as limitações legais quanto à inscrição de receita de cobrança certa, designadamente quando ultrapassam a média de: 24 meses nos impostos, taxas e tarifas, contantes no POCAL; 36 meses relativamente à venda de bens imóveis, constantes da Lei do Orçamento de Estado, mesmo que com processos concluídos a aguardar escritura. Gráfico 4 - Evolução da Receita para 2017 (M ) 161,3 188,4 CAPITAL CORRENTES 562,5 586,7 2016 2017 13

No que respeita à receita, importa destacar as seguintes variações: i. Impostos diretos aumento de 28,8 M (+9,2%) assente no incremento do IMT na ordem dos 23,6 M, que no essencial permite a possibilidade de poder inscrever em orçamento o que vem sendo a realidade dos últimos dois anos i.e. um nível historicamente alto deste imposto por via da dinâmica do mercado imobiliário de Lisboa que regista uma maior procura de imóveis, também alimentada por não residentes e pela reabilitação urbana da Cidade. Para o aumento do nível de impostos diretos gerados contribui também a derrama que regista uma recuperação alinhada com o clima económico da cidade e as dinâmicas locais. ii. iii. iv. Taxas, Multas e Outras Penalidades aumento em 10,9 M (16,5%), essencialmente explicado pela expectativa de uma melhoria no nível de Coimas e Penalidades e da receita gerada por taxa urbanísticas. Vendas e Prestação de Serviços aumento de 6,2 M (5,9%), das quais se destaca o incremento da venda de bens inutilizados por via da melhoria da recolha seletiva de resíduos urbanos na Cidade (0,3 M ), a variação da receita derivada dos parques de estacionamento (+1,2M ) assim como a variação da tarifa de saneamento por via da aplicação do regime transitório aos consumidores não-domésticos e o incremento de rendas associadas à gestão de ativos do município (+2,5M ). Receitas de Capital aumento de 29,6 M (+ 19,1%), este aumento deve-se essencialmente à alienação de ativos não estratégicos. DESPESA A melhor posição financeira do Município conseguida no percurso de consolidação orçamental já referido, permite agora, de uma forma mais sustentada, continuar o ciclo de investimento já iniciado e que tem como último objetivo a promoção da qualidade de vida e as melhores condições para as pessoas que vivem, trabalham ou visitam a cidade. Será expetável que as despesas cresçam aproximadamente 7,1% em 2017 por comparação com o ano de 2016, conforme quadro infra: Quadro 3 - Comparativo de orçamento despesa 2016/2017 DESPESA 2016 2017 D (2017-2016) (M ) % CORRENTES 473,5 500,0 26,5 5,6 CAPITAL 250,4 275,1 24,7 9,9 TOTAL 723,9 775,1 51,2 7,1 14

Gráfico 5 - Evolução da despesa para 2017 (M ) 250,4 275,1 CAPITAL CORRENTES 473,5 500,0 2016 2017 No que respeita à despesa, importa destacar as seguintes variações: i. Despesa corrente incremento de 26,5 M, tendo como incrementos mais significativos os agrupamentos despesas com o pessoal (+4%), aquisição de bens e serviços (+5%), transferências (+8%) e subsídios (26%). Por outro lado salienta-se o decréscimo de Juros e Outros Encargos (- 14%) e Outras Despesas (- 5%): a. Despesas com pessoal aumento de 8,9 M (+4%). O acréscimo deste agrupamento deve-se ao reforço do contingente da Polícia Municipal no total de 294 efetivos, com um custo estimado de 10,9M. Importa também referir que foram contemplados as reposições remuneratórias (2,5M ) e a abertura de procedimentos de recrutamento de pessoal. Procedeu-se também à adequação dos contratos de avença onde houve uma redução de 3,4M ; b. Aquisição de bens e serviços aumento de 7,2 M (+5,4%), sendo as variações mais relevantes nas seguintes rúbricas: 1) Comunicações (+1,2M ), em resultado das notificações associadas às Coimas e Penalidades p/ Contra-Ordenações; 2) Estudos, Pareceres, Projetos e Consultadoria (+2,8M ), dos quais se destacam Pareceres Jurídicos (+0,8M ), Programa da Renda Acessível (+0,4M ) e desenvolvimento de processos associados ao sistema financeiro (+0,2 ); 3) Trabalhos especializados: Águas residuais (+3,9M ) e Intervenções anti-grafiti (+1,2M ); Neste agrupamento destaca-se uma diminuição nas rúbricas de Alimentação refeições confecionadas (-3,6M ) e na de Gasóleo (-1,4M ); c. Juros e Outros Encargos redução de 1,1 M (-14%), com a revisão em baixa, de margens praticadas em acordos de pagamento, com o normal reembolso da dívida e com a dinâmica esperada para a taxa de juro variável; d. Transferências correntes aumento de 6,9 M (+8,2%), radicado, desde logo, na criação do Fundo de Mobilidade Urbana (4,2M ), a par com o reforço da descentralização nas Juntas de Freguesia (1,7M ) e do Fundo de Desenvolvimento Turístico; e. Subsídios aumento de 5,1 M (+26%), que se funda no aumento do valor associado aos Contratos Programas celebrados com as Empresas Municipais Egeac e Gebalis. Destacamos que o valor do contrato Programa da Egeac foi aumentado em cerca de 4 M devido à transferência, no ano de 2016, de um conjunto de museus para a sua esfera de gestão. No caso da Gebalis, com um incremento de 1,7 M, trata-se da previsão de execução do Contrato Programa n.º398/cml/15, que tem por objeto um plano de grande intervenção e manutenção no parque de habitação social. 15

ii. Despesas de capital aumento de 24,7 M (+10%), destacando-se desde logo o aumento de 16 M com a Aquisição de Bens de Capital por relação designadamente com investimentos conexos à aquisição de equipamentos destinados ao Regimento de Sapadores Bombeiros e à Polícia Municipal, bem como à área da Higiene Urbana. Regista-se igualmente um significativo aumento nas Transferências de Capital no montante de 15,5 M que deriva da inscrição no Fundo de Mobilidade Urbana (2,1M ), da previsão da execução em 2017 do Contrato Programa celebrado com a SRU e do reforço da descentralização de competências nas Juntas de Freguesias (6,7M ) a par com a política de apoios do Município. O Município mantém uma política de pagamento a pronto, no sentido da dinamização da economia, que simultaneamente deverá permitir a promoção dos melhores preços na contratação pela perceção da redução de risco por parte dos fornecedores, com racionalização de despesa, num esforço também no sentido da credibilização das Administrações Públicas em geral e dos Municípios em particular. Gráfico 6 - Evolução do Prazo Médio de Pagamento (M ) A política fiscal de isenções selecionadas, na Derrama, e a taxa mais baixa permitida na Lei para o IMI, constituem também um incentivo fiscal para pequenas e médias empresas que se queiram instalar bem como se pretende aliviar os custos das instaladas, garantindo a sua sobrevivência e crescimento e a manutenção de emprego no Município de Lisboa. O município prossegue uma política de contas em ordem, pagar a pronto e gerir racionalmente a dívida. O Município continuará o esforço de racionalização da despesa, nomeadamente otimizando os processos, introduzindo inovação tecnológica e capacitando os trabalhadores. 4. - REDUZIR A DÍVIDA, NOMEADAMENTE ALIENANDO ESTRATÉGICOS, E MELHORANDO A EFICIÊNCIA DE GESTÃO ATIVOS NÃO No âmbito de gestão da dívida, a gestão do recurso ao crédito far-se-á tendo em conta o limite legal, mas também a gestão das melhores condições de custos de financiamento versus a rentabilidade dos ativos. No âmbito das possibilidades da Lei, tal como em 2016, promover-se-á sempre à substituição ou consolidação de dívida sempre que as condições sejam favoráveis ao Município (por exemplo, taxas inferiores). 16

O plano de alienação de ativos não estratégicos do Município, que contribui de forma decisiva para a redução da dívida (e como tal, mobilização dos recursos correntes gerados para financiamento de investimento estruturante) mantém-se uma das áreas prioritárias de atuação do executivo camarário. Neste âmbito, entende-se como prioritário: Valorização e venda de diversos ativos da Câmara, com processos concretos já em curso; Obter fundos adicionais que contribuam para a amortização da dívida do Município. 5.-CONTINUAR A VALORIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DAQUELES QUE NOS VISITAM E SÃO NOVOS CO-CIDADÃOS A autonomização e consolidação do Fundo de Desenvolvimento Turístico e do financiamento da Proteção Civil Municipal constituem dois mecanismos fundamentais de monitorização da aplicação das receitas associadas a estas duas áreas. A monitorização da política fiscal do Município constitui o principal vetor operacional da gestão da receita municipal, instrumento fundamental no apoio à decisão política e técnica, mas fundamentalmente de aumento da transparência para os munícipes. 6.- VALORIZAR O TRABALHO / TRABALHADOR DO UNIVERSO MUNICIPAL Constituindo os trabalhadores do Município um dos seus principais ativos, promove-se uma política de valorização das condições e meios de trabalho, considerando-se assim três vetores de primordiais de desenvolvimento: Capacitar os trabalhadores para desafios e objetivos estratégicos da organização e da cidade; Valorizar os trabalhadores do Município e potenciar o valor do seu trabalho, no sentido de prestarem serviços de qualidade à cidade e aos munícipes respondendo eficazmente às suas necessidades, e simultaneamente, contribuir para a sua realização pessoal e profissional; Melhorar as condições de trabalho, segurança e higiene e saúde dos trabalhadores do Município, numa perspetiva integrada e adequada aos objetivos que devem prosseguir no âmbito das suas funções, nomeadamente, ao nível das instalações e equipamentos. 7.-MELHORAR CONTINUAMENTE O SISTEMA DE COMPRAS, NOMEADAMENTE ATRAVÉS DE PROCESSOS MAIS EFICIENTES E TRANSPARENTES A racionalização da despesa passa pelo processo de comprar cada vez melhor, numa base de melhoria contínua, assente nos seguintes vetores de atuação: 1. Contratação mais eficiente, num processo de revisão de minutas tipo de cadernos de encargos, revisão da tipologia de modelos de avaliação designadamente na solução economicamente mais vantajosos, incorporando desde já a posição do Tribunal Europeu quanto à avaliação da experiência; 2. Maior transparência na contratação, designadamente na adoção de práticas de publicitação sistemática dos indicadores constantes do Índice de Transparência Municipal na área da Contratação Pública; 17

3. Preparação da organização para as alterações ao Código dos Contratos Públicos tendo em conta as novas diretrizes em fase de transposição; 4. Benchmarking com práticas de referência, processos e modelos de avaliação e dinâmicas de mercado a nível nacional e internacional; 5. Avaliação dos bens a adquirir através de central de compras internacional, tendo presente a componente verde e social; 6. Proceder aos ajustamentos decorrentes da entrada em vigor do novo Código dos Contratos Públicos. Lisboa Atrativa e Competitiva componente tributária O Orçamento da CML para 2017 apresenta valores muito competitivos e atrativos para as famílias, por via da manutenção dos elevados benefícios fiscais atribuídos verificada pela posição relativa comparada com os outros municípios da AML. Famílias Figura 1 Benefício para as Famílias 2013-2017 (M ) (*) 64,8M 176,5 M Custos com novos tarifários Benefício fiscal atribuído às famílias (IMI e IRS) 111,7 M Benefício líquido para famílias (*) Benefício no IMI face à taxa de 2012 (0,35) 18

Figura 2 Lisboa apresenta a 5ª posição mais favorável ao Munícipe, conjunto da AML, no conjunto RU + Tarifa de saneamento 19

II. Regulamento do Orçamento 20

REGULAMENTO DO ORÇAMENTO PARA 2017 Artigo 1.º Objeto 1. O presente Regulamento contém as disposições aplicáveis à execução do Orçamento do Município de Lisboa. 2. Sem prejuízo do disposto no presente Regulamento, que prevalece, são aplicáveis as disposições constantes da Norma de Controlo Interno da Câmara Municipal de Lisboa (CML) aprovada pela Deliberação n.º 187/CM/2011, publicada no Boletim Municipal n.º 894, de 7 de Abril de 2011. Artigo 2.º Alterações orçamentais 1. Na primeira alteração orçamental são afetas as dotações orçamentais aos compromissos e à divida, transitados do ano anterior, em termos de rubricas económicas e de orgânicas, devendo para este efeito: a) A Direção Municipal de Finanças (DMF), através do Departamento de Contabilidade (DC), elabora a listagem dos compromissos e dívida, transitados do ano anterior, identificando os que carecem de cobertura orçamental; b) Com base na listagem mencionada na alínea anterior, as respetivas unidades orgânicas identificam as contrapartidas orçamentais necessárias ou, visando o mesmo fim, a Direção Municipal de Finanças/Departamento de Orçamento e Controlo de Gestão (DMF/DOCG) procede às anulações necessárias nas dotações disponíveis no orçamento aprovado. 2. DMF/DOCG divulga, na abertura do ano económico, o calendário de alterações orçamentais, bem como as regras a que as mesmas devem obedecer e que contemplam designadamente: a) As alterações orçamentais são obrigatoriamente equilibradas e respeitam as regras orçamentais vigentes; 21

b) As alterações orçamentais não podem implicar anulação em verbas relativas ao Orçamento Participativo (OP), sem prévia autorização do Vereador responsável pela área; c) Após a sua aprovação pelos respetivos Vereadores, as alterações orçamentais devem ser submetidas à DMF pelas Direções Municipais ou por outras orgânicas com expressão orçamental autónoma, através do seu registo no sistema informático nos períodos indicados em calendário aprovado e divulgado no início do ano; d) As propostas referidas na alínea anterior, que contemplem a transferência de dotações de capital para correntes, ou a anulação de capitais próprios em projetos com financiamento alheio aprovado ou em candidatura, carecem da aprovação prévia do Vereador do pelouro das Finanças. 3. A DMF/DOCG divulga, na abertura do ano económico, o calendário do planeamento financeiro, quanto à execução orçamental de base mensal, com a paralela definição dos mapas em que a mesma deve ser feita. Artigo 3.º Atualização de valores de taxas Os valores da Tabela de Taxas Municipais não são objeto, no ano de 2017, da atualização prevista no n.º 1 do artigo 8.º do Regulamento Geral de Taxas, Preços e Outras Receitas do Município de Lisboa (RGTPORML). Artigo 4.º Receita consignada 1. Os Serviços Municipais assim como a Equipa de Missão 2020 informam a Direção Municipal de Finanças/Departamento de Receitas e Financiamento/Divisão de Financiamentos Consignados (DMF/DRF/DFC) sobre qualquer candidatura a financiamento alheio, (comunitário, nacional e iniciativas comunitárias), logo que formalizada ou conhecidos os termos da mesma. 2. Sem prejuízo de regras adicionais e/ou específicas, que venham a ser definidas no ano em curso, num contexto geral ou para Projetos/programas específicos, compete aos Serviços Municipais responsáveis pela execução física e financeira dos projetos com financiamento alheio o seguinte: 22

a) Assegurar que toda a despesa associada a estes projetos, com ou sem contrato escrito, dá lugar à abertura de contrato na aplicação informática contabilístico financeira (SAP) e a um PEP Plano de Estrutura de Projeto de despesa; b) Identificar a fonte de financiamento nos processos de despesa de forma bem visível, através da aposição de um carimbo ou outro meio adequado; c) Enviar mensalmente à DMF/DRF/DFC um relatório de execução das operações/projetos e ações, que deve incluir a especificação dos valores executados, com a identificação da operação, ação do plano, valor da despesa executada e previsão de despesa para os meses seguintes, em formulário a definir pela DMF/DRF/DFC na abertura do ano, e com justificação qualitativa da situação; d) O envio dos processos de despesa referentes a projetos com financiamento alheio (comunitário, nacional e iniciativas comunitárias), à Direção Municipal de Finanças/Departamento de Contabilidade/Divisão de Registo de Operações (DMF/DC/DRO), com uma antecedência mínima de 5 dias úteis da data prevista para a submissão da despesa às entidades financiadoras, de forma a garantir pagamento da despesa efetiva no período de elegibilidade definido, conforme tipificado nos documentos contratuais aprovados. Artigo 5.º Revisão, anulação e estorno de receitas 1. A revisão ou anulação de qualquer ato de liquidação é efetuada nos termos do disposto no artigo 81.º do RGTPORML e autorizada pela entidade com competência para o efeito. 2. Os pedidos de anulação são efetuados pelos serviços instrutores, devidamente numerados, contendo os dados obrigatórios definidos na Norma de Controlo Interno, bem como o despacho de autorização exarado pela entidade com competência para o efeito. 3. Estão excluídos dos formalismos referidos nos números anteriores as anulações por prescrição a operar através de input informático. 4. A receita que, por erro ou omissão, seja irregularmente registada pode ser objeto de Estorno a realizar pelo serviço responsável no próprio dia, ou através de solicitação à DMF/DC/DRO, no prazo de cinco dias úteis a contar do registo, não podendo o final deste prazo ultrapassar o fim do mês em que foi liquidado. 23

Artigo 6.º Pagamento em prestações 1. Os pedidos de pagamento em prestações são formalizados através de requerimento e devem ser autorizados nos termos da legislação e regulamentação aplicável. 2. Depois de autorizados pela entidade competente, os planos de pagamentos em prestações são calculados pelo DC e obrigatoriamente objeto de registo em SAP. 3. Os planos de pagamento são calculados pelo serviço instrutor, caso a sua realização seja efetuada ao abrigo do regime jurídico aplicável às contraordenações e obrigatoriamente objeto de registo em SAP pelo DC. 4. O disposto nos números anteriores não se aplica aos pedidos de pagamento em prestações, no âmbito dos processos de execução fiscal, os quais têm natureza judicial. Artigo 7.º Fundos de maneio 1. O valor de cada Fundo de Maneio (FM) não pode ultrapassar anualmente o montante de 3.000,00, salvo em situações excecionais, devidamente fundamentadas e autorizadas pelo Vereador com o pelouro das Finanças. 2. Aquando da elaboração da proposta de orçamento, a DMF/DC consulta os Serviços Municipais para indicação do valor de FM que carecem e qual a sua distribuição pelas rubricas estritamente necessárias, que devem desde logo fundamentar os pedidos que ultrapassem o montante referido no número anterior. 3. As propostas de orçamento a elaborar pelos Serviços Municipais devem contemplar as dotações necessárias que cobram os valores, para efeitos de constituição do FM, pedidos nos termos do n.º 2 do presente artigo. 4. Não é autorizada a abertura de novas rubricas de FM ou o reforço das constituídas inicialmente, exceto em situações de carácter muito excecional, devidamente fundamentadas pelos serviços e objeto de autorização conjunta pelo respetivo Vereador e Vereador com o pelouro das Finanças. 5. É vedada a utilização do FM para aquisição de bens de imobilizado, assim como para a aquisição de bens ou serviços em rubrica económica diversa da que foi autorizada na respetiva constituição. 24

Artigo 8.º Aquisições eletrónicas de viagens e alojamento e registo de aplicações para internet 1. A aquisição de viagens e alojamento é realizada, em regra, através da internet, bem como é permitido o registo de aplicações para disponibilização de ferramentas na internet. 2. Para efeitos do pagamento das deslocações e estadas adquiridas nos termos do número anterior, e única e exclusivamente para este fim, é atribuído à unidade orgânica com competência nesta matéria, um cartão de débito, na modalidade de pré pago, sendo o respetivo plafond fixado em 1/12 da dotação anual prevista para deslocações e estadas da referida orgânica. 3. Para efeitos de registo de aplicações para disponibilização de ferramentas na internet que exijam o pagamento imediato na plataforma, e única e exclusivamente para este fim, é atribuído um cartão de débito, na modalidade de pré pago, à unidade orgânica com competência nesta matéria, sendo o respetivo plafond fixado em 1.000,00, suportados por dotação inscrita na referida orgânica. 4. O cartão é atribuído pela DMF/DC a um titular, designado pelas unidades orgânicas referidas nos números anteriores, que é responsável pela sua correta utilização, sendo obrigatória, para maior segurança das transações e salvaguarda do titular, a associação do cartão ao sistema MBNET. 5. É aplicável ao processamento das despesas realizadas e demais procedimentos, o regime dos cartões de débito recarregáveis para gestão do fundo de maneio, previsto nos artigos 69º a 71º da Norma de Controlo Interno. Artigo 9.º Processo de despesa Os processos de despesa conferidos pelo DC e não pagos até ao final do ano são automaticamente cabimentados e comprometidos no ano seguinte, até ao limite da dotação disponível, sem ser necessária a revalidação da autorização da despesa por parte do serviço responsável. Artigo 10.º Outras matérias relativas à despesa 1. A retenção de 10% do pagamento prevista na alínea b) do n.º 1 do artigo 49º da Norma de Controlo Interno, não é aplicável a contratos de valor inferior a 10.000,00. 25

2. As faturas devem incluir obrigatoriamente menção ao número de compromisso relativo ao procedimento em causa, que substitui o Número Único de Processo referido na alínea c) do n.º 1 do artigo 49º da Norma de Controlo Interno, bem como o número do auto de medição de trabalhos e respetiva data, no caso das empreitadas. Artigo 11.º Repartição de Encargos 1. A repartição de encargos deve ser objeto de comunicação à DMF/DOCG no momento da sua assunção em simultâneo com o tempestivo e cabal registo contabilístico no sistema informático financeiro, a promover pelos dirigentes das diferentes orgânicas municipais junto das equipas transversais. 2. As repartições de encargos propostas no período de Agosto a Dezembro carecem de parecer da DMF/DOCG quanto à sua previsão na proposta de Orçamento para o ano seguinte. 3. A DMF instruirá os Serviços Municipais quanto aos procedimentos a adotar para os efeitos previstos nos números anteriores. Artigo 12.º Contratação de Bens e Serviços 1. As peças técnicas e jurídicas dos procedimentos conducentes à contratação e locação de bens e serviços, incluindo os de aprovisionamento centralizado e a prorrogação e renovação dos contratos celebrados, são previamente analisadas pelo Departamento de Aprovisionamentos /Central de Compras Municipal (DA/CCM) que, uma vez verificado o cumprimento dos preceitos legais relativos à respetiva autorização, promove o lançamento e instrução do procedimento até à elaboração do relatório final, sem prejuízo do disposto no número seguinte. 2. A intervenção do DA/CCM é dispensada nos procedimentos para aquisição de bens e serviços nos casos em que o procedimento a adotar seja o ajuste direto em função do valor ou com base em critérios materiais, bem como para a contratação excluída nos termos do artigo 5º do Código dos Contratos Públicos. 26

Artigo 13.º Compras centralizadas 1. O aprovisionamento de bens e serviços comuns à generalidade dos Serviços Municipais identificados no anexo a este Regulamento é coordenado e gerido pelo Departamento de Aprovisionamentos (DA). 2. Na categoria da Assistência técnica apenas está sob gestão centralizada do DA, a celebração de contratos de assistência técnica de equipamentos de impressão, cópia, digitalização e multifunções. 3. Na categoria Outros Serviços apenas está sob gestão centralizada do DA, a aquisição de serviços de produção documental. 4. A gestão das categorias referidas no n.º 1, é partilhada com os diferentes Serviços Municipais, nos seguintes termos: a) Cada Direção Municipal comunica mensalmente ao DA, através de um interlocutor único, os consumos de água, gás e eletricidade de cada um dos edifícios/instalações municipais que se encontrem sob sua gestão, através do envio das leituras dos respetivos contadores, atento o respetivo período de faturação, e procede à conferência e validação, por contador e por edifício/instalação, de cada fatura mensal ou bimensal que lhe for remetida para esse efeito, num prazo máximo de cinco dias, contados a partir da data de receção das mesmas; b) No âmbito da aquisição de serviços de comunicações fixa, compete ao Departamento de Serviços de Informação (DSI) o levantamento de necessidades, a definição de condições técnicas dos bens e serviços a adquirir e, no âmbito da gestão do contrato, o devido acompanhamento técnico, informando o DA de todas as situações que possam ter reflexos na gestão e controlo financeiros dos contratos; c) A categoria Transportes inclui apenas uma componente de gestão centralizada exclusiva (títulos de transporte) e uma componente de gestão partilhada com as demais Direções Municipais e Departamentos autónomos; 5. Os Serviços Municipais solicitam ao DA, com uma antecedência mínima de cinco dias úteis, a respetiva autorização para a prestação de serviços extra que sejam necessários no âmbito da execução dos contratos em vigor para as categorias centralizadas de prestação de Serviços de Limpeza e de prestação de Serviços de Vigilância e Segurança. 27

6. Excetua se do disposto no número anterior os serviços prestados por motivos de urgência imperiosa resultante de acontecimentos imprevisíveis não imputáveis aos Serviços Municipais, caso em que deve ser de imediato comunicada ao DA a necessidade de realização dos serviços. 7. Cada Direção Municipal enviará ao DA os relatórios de avaliação do nível de serviço relativos aos contratos centralizados, num prazo máximo de cinco dias, sendo aqueles fundamentais à cabal avaliação do fornecedor e gestão do respetivo contrato. Artigo 14.º Despesas com equipamentos informáticos 1. A aquisição ou locação de software e equipamentos informáticos, incluindo os de impressão, cópia, digitalização e multifunções, são centralizados no Departamento de Sistemas de Informação (DSI). 2. A aquisição, a gestão e as inerentes despesas relativas à manutenção e assistência técnica dos equipamentos impressão, cópia, digitalização e multifunções quando não estiverem integrados nos contratos de locação, bem como a gestão da aquisição de consumíveis são centralizados no Departamento de Aprovisionamentos (DA). 3. A aquisição de equipamentos de impressão, cópia, digitalização e multifunções faz se em articulação com o DA dado que a aquisição origina a celebração de contratos de assistência técnica e/ou aquisição de consumíveis sob gestão centralizada do DA. 4. Os Serviços Municipais não podem celebrar qualquer contrato nesta área, devendo encaminhar ao DSI os respetivos pedidos de equipamentos. 5. A avaliação dos pedidos de equipamentos de impressão, cópia, digitalização e multifunções deve ser efetuada pelo DSI, em articulação com o DA. Artigo 15.º Despesas com combustíveis e peças para viaturas 1. A aquisição de gasolina e gasóleo, incluídos nas classificações económicas 02.01.02.01 e 02.01.02.02, e utilizado como combustível destinado a todas as viaturas municipais são centralizadas no DA. 2. A aquisição de outros combustíveis e lubrificantes, incluídos na classificação económica 02.01.02.03, assim como a aquisição de peças destinadas a trabalhos de reparação, 28

conservação e beneficiação das viaturas de transporte (02.01.21 Outros Bens) e os respetivos pneus (02.01.12 Material de Transporte Peças) são centralizadas e adquiridas obrigatoriamente pela Direção Municipal de Higiene Urbana/Departamento de Reparação e Manutenção Mecânica (DMHU/DRMM). 3. Excetuam se do número anterior, todas as aquisições de combustíveis que não se destinem a ser utilizados como combustível em viaturas municipais, e que possam ser utilizados na produção de calor ou luz, na produção de força motriz e à obtenção de energia para funcionamento de diversos equipamentos. Artigo 16.º Procedimentos a adotar para despesas a realizar / realizadas com recurso ao ajuste direto 1. Para as adjudicações efetuadas com recurso a ajuste direto, é obrigatório realizar os registos das intenções de adjudicação na aplicação informática designada Controlo de Ajustes Diretos ACCP, acessível através do Portal Corporativo do Município, nos seguintes termos: a) Os registos são efetuados antes do convite/consulta e têm como objetivo validar a viabilidade de uma intenção de contratação através de ajuste direto de uma categoria de bens ou serviços ou de uma empreitada; b) Para efeitos de registo, é tido em conta o objeto do ajuste direto, sendo o mesmo determinado pelos primeiros quatro dígitos do código indicado no Vocabulário Comum para os Contratos Públicos de 2007 (Código CPV); c) O acesso à aplicação encontra se descentralizado, pelo que é da responsabilidade dos Serviços Municipais promotores/executores da despesa a efetivação dos registos relativos às intenções e consequentes adjudicações; d) Cabe ao Departamento de Auditoria Interna (DAI) a verificação, e decisão quanto à posterior manutenção das intenções registadas no que respeita ao cumprimento dos prazos estabelecidos para a associação do cabimento à intenção (60 dias) e para a associação da adjudicação à intenção (120 dias); e) Estão incluídos neste procedimento, para além dos ajustes diretos em função do valor, todas as despesas realizadas ao abrigo de ajuste direto por regime simplificado ou através de Fundo de Maneio e reembolso; 29

f) Excluem se deste procedimento os ajustes diretos realizados ao abrigo de critérios materiais. 2. O procedimento por ajuste direto, de valor igual ou superior a 5.000, deve conter a fundamentação da necessidade de recurso a este tipo de procedimento, em especial, sobre a impossibilidade de satisfação da necessidade por via dos recursos próprios do Município. 3. É obrigatória a publicitação da celebração de quaisquer contratos na sequência de ajuste direto pela entidade adjudicante, pelo que: a) É da responsabilidade de cada Serviço Municipal a publicitação dos ajustes diretos no portal oficial da Internet www.base.gov.pt; b) O não cumprimento da alínea anterior é condição do respetivo contrato, não podendo este produzir quaisquer efeitos jurídicos e financeiros; c) Nos casos em que a despesa seja realizada ao abrigo de procedimento de ajuste direto por regime simplificado ou através de Fundo de Maneio e de reembolso, encontra se dispensada a publicitação anteriormente mencionada. Artigo 17.º Despesas na área da formação 1. Todas as ações e modalidades de formação são da competência exclusiva do Departamento de Desenvolvimento e Formação, ficando vedada a todos os Serviços Municipais, a inscrição de verbas na rubrica 02.02.15 Formação. 2. Excetua se do disposto no número anterior, a formação teórica e prática dos polícias municipais que é da competência do Comandante da Polícia Municipal. Artigo 18.º Despesas na área dos Recursos Humanos 1. A aquisição de serviços a pessoas individuais carece de anuência prévia do Presidente da Câmara ou de Vereador com competências delegadas em matéria de recursos humanos. 2. O procedimento de contratação deve ser iniciado com a comunicação, por escrito, à Direção Municipal de Recursos Humanos (DMRH), do conteúdo do serviço pretendido, no sentido de ser informado sobre a existência de trabalhador disponível no mapa de pessoal do Município de Lisboa com perfil adequado ao mesmo. 30

3. Sempre que a DMRH informe da existência de trabalhador do mapa de pessoal com o perfil adequado às necessidades manifestadas, a entidade proponente deve fundamentar, caso entenda continuar com o procedimento de contratação. 4. Os Serviços Municipais que manifestam a necessidade de aquisição de serviços a pessoas singulares, são os promotores/instrutores do procedimento em todas as suas fases, bem como os responsáveis pelo cumprimento das disposições legais e regulamentares relativas a esta matéria. 5. Em caso de cessação dos contratos de prestação de serviços, os serviços responsáveis comunicam, obrigatoriamente, no prazo de 10 dias, tal facto à DMRH e ao DC. 6. Os Serviços Municipais têm de remeter à DMRH cópia dos contratos de prestação de serviços, celebrados ou renovados com pessoas singulares, para efeitos de controlo. 7. As reposições de vencimentos indevidamente abonados obedecem aos seguintes procedimentos: a) Os reembolsos e reposições das importâncias indevidamente abonadas são efetuados por guias, ou desconto em folhas de vencimento; b) As reposições podem ser efetuadas em prestações mensais, exceto quando sejam de montante igual ou inferior a 10% da remuneração base; c) Quando o período do pagamento referido na alínea anterior ultrapassar os três anos, pode o Presidente da Câmara ou o Vereador com competência delegada em matéria de recursos humanos, autorizar o prolongamento do prazo, mediante requerimento do interessado devidamente fundamentado. Artigo 19.º Atribuição de títulos de transporte e de telemóveis Os critérios de atribuição de títulos de transporte e de atribuição e plafonds de telemóveis são estabelecidos e/ou revistos por despacho do Presidente ou do Vereador com o pelouro dos Recursos Humanos e Finanças, mantendo se em vigor os procedimentos atuais de atribuição até à sua divulgação pelos Serviços Municipais. 31