CLADOCERA COMO BIOINDICADORES ZOOPLANCTÔNICOS DO AÇUDE DE BODOGONGÓ, CAMPINA GRANDE - PARAÍBA

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Transcrição:

CLADOCERA COMO BIOINDICADORES ZOOPLANCTÔNICOS DO AÇUDE DE BODOGONGÓ, CAMPINA GRANDE - PARAÍBA Hermes de Oliveira Machado Filho Mestrando em Ecologia e Conservação (UEPB) Sandra Maria Silva Profª. da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) Resumo O reservatório de Bodocongó, situado no município de Campina Grande, no Estado da Paraíba (Brasil) vem recebendo, ao longo de seu entorno, a influência antrópica que descaracteriza suas condições ecológicas estáveis. Uma forma de se avaliar essas condições está no processo de biomonitoramento de qualidade de água. A presente pesquisa teve como fundamento avaliar a viabilidade do uso de espécies zooplanctônicas (especificamente, micro-crustáceos cladoceratas) como indicadoras de trofia, usando como fonte de análise a pesquisa bibliográfica, a partir da identificação das espécies do meio em três períodos distintos. Verificou-se que o reservatório apresenta espécies típicas de ambientes em processo de eutrofização, mas devido a escassez de pesquisas sobre essas espécies e de dados limnológicos, torna-se difícil evidenciar o grau de trofia e a relação ambiental entre as variáveis. Palavras-Chave: Ecologia Aquática; Cladóceros; Reservatórios. Introdução No Nordeste brasileiro, a açudagem, ou seja, a criação de reservatórios d água, é uma prática bastante comum e se refere a uma necessidade crítica à questão hídrica regional. As condições ambientais, irregularidade espacial da disponibilidade de água precipitada, elevadas taxas de evapotranspiração, solos rasos e pedregosos, alto grau de insolação diária e o mau dimensionamento e manejo das obras hídricas agravam ainda mais o problema do nordeste seco (AB SÁBER, 1990) Estudos de qualidade de água nos reservatórios do Nordeste iniciaram-se no início do século XX, com a caracterização limnológica do açude de Bodocongó em 1934 (Campina Grande PB), por Stilmann Wright. Este limnólogo verificou que a evaporação da lâmina d água propiciava o aumento da concentração de sais em corpos d água (DINIZ, 2004); assim, a água tornava-se imprópria para alguns seus usos, tais como abastecimento humano e aproveitamento para a indústria, por apresentar características organolépticas desfavoráveis à cadeia produtiva humana. Este açude, de tamanho grandioso pela história, hoje se encontra fortemente impactado pela ação humana. E desta forma, o presente artigo, visou estabelecer um estudo sobre as espécies de cladóceros evidenciadas em três momentos distintos, numa perspectiva de identificar padrões de bioindicação desses organismos na qualidade de água do açude de Bodocongó. Metodologia A presente pesquisa trata de uma contenda na perspectiva de estudo de caso, possuindo um caráter de levantamento bibliográfico, que serviu para retrabalhar os dados limnológicos do açude de Bodocongo, organizando uma discussão mais consubstanciada na importância do processo de monitoramento de qualidade das águas em reservatórios. Destacando, em específico, a importância da utilização de bioindicadores de qualidade ambiental. Os trabalhos selecionados foram: Silva (2000), Almeida (2004) e Silva (2008), por possuírem emprego de materiais e métodos similares; épocas de coleta distintas

(inverno-verão); utilização dos mesmos parâmetros limnológicos; e presença de levantamento taxonômico e sistemático de Cladóceros nos trabalhos. Identificados os trabalhos que fariam parte da pesquisa, os dados limnológicos foram organizados em tabelas comparativas para as respectivas sazonalidades e montagem de gráficos com o mesmo propósito, para uma breve discussão geral. Após esta etapa, foram comparadas as informações destacadas dos levantamentos zooplanctônicos de Cladóceros em cada período, verificando quais espécies foram evidenciadas nos estudos, estruturando as informações em formato de banco de dados sobre as espécies identificadas: características autoecológicas, aspectos de resistentes/resilientes e período sazonal em que a espécie foi amostrada. Essas ações têm relevância para os estudos na área de gestão de ecossistemas aquáticos através da utilização de organismos zooplânctonicos como bioindicadores das condições ambientais do Açude de Bodocongó, Campina Grande PB. Resultados A comunidade zooplanctônica de Cladóceros foi representada, dentro das amostragens, por 8 (oito) espécies e 5 (cinco) gêneros diferentes nas coletas evidenciadas, conforme tabela 4 a seguir. Tabela 3: Composição de Cladocera do Açude de Bodocongó, Campina Grande (PB), nos anos de 2000, 2004 e 2008. Presença nas Amostragens Zooplâncton 2000¹ 2004² 2008³ Alona sp. x x x Ceriodaphnia cornuta x x x Ceriodaphnia richardi x x x Diaphanosoma brachyurum x Diaphanossoma spinulosum x x Macrotrix sp. x Moina micrura x Moina minuta x x ¹Silva (2000), ²Almeida (2004) e ³Silva (2008) Na tabela 3, verifica-se a presença de 4 grupos representativos dentro da composição do zooplâncton, identificados ao longo dos estudos. São eles: 1º) Grupo representando as espécies constantes, ou seja, aquelas espécies que estiveram presente em todos os períodos amostrais - Alona sp, Ceriodaphnia cornuta e Ceriodaphnia richardi; 2º Grupo representando as espécies, cuja incidência se deu uma única vez, apenas no início do período amostral - Diaphanosoma brachyurum; 3º) Grupo das espécies relatadas somente a partir de 2004 - Diaphanossoma spinulosum e Moina minuta; e 4º) Grupo das espécies relatadas somente a partir de 2008, ou seja, aquelas espécies, cujo aparecimento foi mais recente em termos de relato científico nas condições ambientais do reservatório - Macrotrix sp. e Moina micrura. Observa-se a seguir, a descrição da composição de Cladóceros verificados: a) Alona sp. Baird (1843) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: Batata (MAIA-BARBOSA e BOZELLI, 2006) e Bolonha (MELO et al 2006) - Pará; Distribuição no Reservatório de Bodocongó: A espécie Alona sp. foi registrada no ano de 2000 na estação seca. Houve registro da espécie no ano de 2004. Durante o ano de 2008, identificou-se a espécie apenas no inicio da estação chuvosa e depois não foi mais registrada. Nos casos em que foi identificada, observa-se que a espécie encontrava-se sempre nas proximidades da borda com proliferação de macrófitas, provavelmente por

causa do abrigo e da proximidade do alimento. Como essa espécie foi identificada nas proximidades de macrófitas em períodos que provavelmente receberam influência da pluviosidade, essas condições podem ter influenciado na sua identificação. b) Ceriodaphnia cornuta Sars (1886) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: açudes São José dos Cordeiros (VIEIRA et al 2000), Taperoá (CRISPIM et al, 2000), Taperoá II (VIEIRA, 2007) - Paraíba; reservatórios de Carpina (ALMEIDA, 2002), Botafogo (MOURA, 2004), Tapacurá (ALMEIDA, 2005) e Jucazinho (MELO JÚNIOR, 2002) Pernambuco; Gavião, Pacajus e Pacoti (LEITÃO et al, 2003) Ceará; Açu e Viana (REID e TURNER, 1988) Maranhão; Jurumim (NOGUEIRA, 2001), Salto Grande (ZANATA e ESPÍNOLA, 2002) e Xavantes () São Paulo; Bonita (MATSUMURA-TUNDISI et al 1990) Goiás; Batata (MAIA-BARBOSA e BOZELLI, 2006) e Bolonha (MELO et al 2006) - Pará; Mangueira, Guapé, Itaci e Fama (AGUILA, 2001), Emborcação (RAMOS et al 2008), Sabiá (ALEMEIDA et al 2007) e Dom Helvécio (ESKINAZI- SANT ANNA et al, 2003) Minas Gerais. Distribuição no Reservatório de Bodocongó: No ano de 2000, a espécie foi evidenciada apenas na região de grande proliferação de macrófitas. Em 2004, ocorreu tanto na estação chuvosa quanto na estação de seca, com maior frequência na estação chuvosa. A espécie foi coletada na região central e na borda, tanto na margem com proliferação de macrófitas, como na margem próxima ao viveiro de piscicultura, onde há um canal que despeja esgotos brutos. Em 2008, a espécie foi coletada em todas as estações do ano, apresentando um caráter amplamente generalista, pouco fastigioso e com alta resiliência ecológica. c) Ceriodaphnia richardi Sars (1862) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: No referencial teórico que trata de ecossistemas aquáticos brasileiros, que embasa a presente pesquisa, não apresentou registro desta espécie, porém, diga-se de passagem, que não garante que a espécie seja endêmica da região. Distribuição no Reservatório de Bodocongó: No ano de 2000, a espécie identificada no período amostrado em toda a extensão do reservatório. No ano de 2004, a espécie também esteve constante em praticamente toda a extensão do reservatório de forma sazonal (estação seca e chuvosa). Almeida (2004) diz que no período da seca, as espécies identificadas encontravam-se todas ovadas. Em 2008, a espécie não foi registrada. d) Diaphanosoma brachyurum Lievin (1848) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: Bolonha (RAMOS et al 2008) - Pará; Mangueira, Guapé, Itaci e Fama (AGUILA, 2001) Minas Gerais; Distribuição no Reservatório de Bodocongó: Espécie observada em toda a extensão do reservatório em 2000, tanto nas bordas, quanto na superfície da lâmina d água e em média profundidade. Em 2004 e em 2008, a espécie não foi registrada em nenhum dos períodos amostrados. e) Diaphanossoma spinulosum Herbst (1967) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: açudes de São José dos Cordeiros (VIEIRA et al 2000), Taperoá (CRISPIM et al, 2000) e Taperoá II (VIEIRA, 2007) Paraíba; Apipucos (FERREIRA, 2002), Botafogo (MOURA, 2004), Carpina (ALMEIDA, 2002), Jucazinho (MELO JÚNIOR, 2002) e Tapacurá (ALMEIDA, 2005) Pernambuco; Gavião, Pacajus e Pacoti (LEITÃO et al, 2003) Ceará; Bolonha (RAMOS et al 2008) Pará; Pará; Mangueira, Guapé, Itaci e Fama (AGUILA, 2001) Minas Gerais; e Lobo (OLIVEIRA-NETO, 1993) São Paulo.

Distribuição no Reservatório de Bodocongó: Em 2000, a espécie não foi registrada. No ano de 2004, sua presença foi bastante representativa no período chuvoso, aparecendo em todas as amostras, mas no período de seca, diminuiu sua frequência. Durante do ano de 2008, a espécie foi registrada apenas na estação de seca próxima à região de proliferação de macrófitas. f) Macrotrix sp. Baird (1843) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: Taperoá II (VIEIRA, 2007) Paraíba; Batata (MAIA-BARBOSA e BOZELLI, 2006) Pará; Pará; Mangueira, Guapé, Itaci e Fama (AGUILA, 2001) Minas Gerais; Distribuição no Reservatório de Bodocongó: A espécie em questão não foi identificada nos anos de 2000 e 2004. No ano de 2008, a espécie foi identificada em apenas um ponto amostral, próximo à faculdade de Educação Física da Universidade Estadual da Paraíba. Sabe-se que nas proximidades, há registro do escoamento do rio Bodocongó, que é fortemente eutrofizado. g) Moina micrura Kurz (1874) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: São José dos Cordeiros (VIEIRA et al 2000) Paraíba; Apipucus (FERREIRA, 2002) Botafogo (MOURA, 2004), Carpina (ALMEIDA, 2002), Jucazinho (MELO JÚNIOR, 2002) e Tapacurá (ALMEIDA, 2005) Pernambuco; Bolonha (MELO et al 2006) Pará; Pará; Mangueira, Guapé, Itaci e Fama (AGUILA, 2001), Sabiá (ALEMEIDA et al 2007) e Pampulha (ESKINAZI- SANT ANNA et al, 2003) Minas Gerais. Distribuição no Reservatório de Bodocongó: Em 2000, não houve registro da espécie, bem como no ano de 2004. Durante o ano de 2008, apresentou-se relativamente frequente no inicio da estação chuvosa e na estação seca pouco freqüente, sempre na região de grande quantidade de macrófitas. h) Moina minuta Hansen (1899) Ocorrência em Ecossistemas Lênticos Brasileiros: Taperoá II (VIEIRA, 2007) Paraíba; Batata (MAIA-BARBOSA e BOZELLI, 2006) Pará; Itaci e Fama (AGUILA, 2001) Minas Gerais. Distribuição no Reservatório de Bodocongó: no ano 2000 a espécie não foi relatada. Já no ano de 2004, Moina minuta foi identificada nas estações chuvosa e de seca, porém na estação de seca esteve mais abundante. A espécie também foi identificada na estação chuvosa do ano de 2008 da pesquisa, provavelmente quando as cargas orgânicas estão mais diluídas, porém a região onde foi coletada no reservatório é próxima às margens de um lavadouro de veículos, onde a presença de óleos, graxas e lixo é bastante comum. Conclusões As espécies identificadas até o presente momento em relação à cladóceros para o açude de Bodocongó foram: Alona sp, Ceriodaphnia cornuta, Ceriodaphnia richardi; Diaphanosoma brachyurum; Diaphanossoma spinulosum, Moina minuta; Macrotrix sp. e Moina micrura. Alona sp, Ceriodaphnia cornuta, Ceriodaphnia richardi; foram consideradas espécies constantes no estudo e dadas as condições antrópicas porque o reservatório de Bodocongó vem passando ao longo do tempo, devem ser consideradas espécies mais resistentes; Ceriodaphnia cornuta é uma espécie de ambientes oligotróficos, mas tolera certos ambientes eutróficos, conforme identificado na pesquisa bibliográfica; Diaphanosoma brachyurum foi considerada uma espécie pouco encontrada nos estudos, sendo necessários posteriores pesquisas, pois as variações sazonais,

nictmerais e outras variações ecológicas que influenciam na presença/ausência de espécies planctônicas nas amostras de água podem ter influenciado nesse resultados; Diaphanossoma spinulosum e Moina minuta foram identificadas a partir de estudos realizados em 2004, e pelas características autoecológicas de cada espécie, são consideradas de ambiente em torno da mesotrofia (Diaphanossoma spinulosum prefere ambiente meso-eutróficos e Moina minuta prefere ambientes oligomesotróficos); Macrotrix sp. e Moina micrura foram consideradas, provavelmente, espécies que melhor se adaptaram às condições mais recentes do reservatório de Bodocongó, por isso sua identificação a partir 2008; O zooplâncton litorâneo é mais diverso em ambientes próximo a macrófitas. Pode-se pensar que essa região deve servir como local de berçário para microcrustáceos, bem como oferecer condições de salva-guarda e alimentos; A presença de espécies típicas de ambientes de altas taxas de trofia evidenciou um estágio de meso a eutrofia no açude de Bodocongó. Referencias AB SÁBER, A. Dossiê Nordeste Seco. In: Estud. Avançados. Vol. 4 Nº 9. São Paulo, Maio/Agosto 1990. AGUILA, L. M. R. Gradiente Trófico no Rio Sapucaí (reservatório de Furnas MG): Relação com a Distribuição do Zooplâncton e os Usos do Solo. Belo Horizonte: Instituto de Ciências Biológicas / Universidade Federal de Minas Gerais, 2001. (Dissertação de Mestrado). ALEMEIDA, C. G.; PINESE, O. P.; e PINESE, J. F. Variação Sazonal da Comunidade de Cladocera no Lago do Parque do Sabiá (Uberlândia MG). In: Anais do VIII Congresso de Ecologia do Brasil, Caxambu MG, 23 a 28 de setembro de 2007. ALMEIDA, F. N. B. Composição de Cladocera (Zooplâncton) com Determinação das Características Físicas e Químicas da Água do Açude de Bodocongó, Campina Grande - PB. Campina Grande: Universidade Estadual da Paraíba, 2004. (Trabalho Acadêmico Orientado). ALMEIDA, V. L. S. Ecologia do Zooplâncton do Reservatório de Tapacurá, Pernambuco-Brasil. Recife: O Autor, 2005. (Dissertação de Mestrado).. Biodiversidade da Comunidade Zooplanctônica do Reservatório de Carpina, Zona da Mata, Pernambuco-Brasil. Recife: Departamento de Biologia / Universidade Federal Rural de Pernambuco, 2002. (Monografia de Graduação). CRISPIM, M. C., LEITE, R. L. e WATANABE, T. Evolução do estado trófico em açudes temporários no nordeste semi-árido, durante um ciclo hidrológico com ênfase na comunidade zooplanctônica. In: Anais do V Simpósio de Ecossistemas Brasileiros: Conservação v.iii. p. 422-430, 2000. DINIZ, C. R. Ritmos Nictemerais e Distribuição Espaço-Temporal de Variáveis Limnológicas e Sanitárias em Dois Açudes do Trópico Semi-Árido (PB). Campina Grande: Universidade Federal de Campina Grande / Centro de Ciências e Tecnologia, 2004. (Tese de Doutorado). FERREIRA, N. J. S. Cladocera Planctônicos do Açude de Apipucos, Recife Brasil. Recife: FAFIRE, 2002. (Monografia de Especialização). ESKINAZI-SANT ANNA, E. M. MAIA-BARBOSA, P. M.; e RIETZELER, A. C. Síntese d Estado Atual de Conhecimento da Biodiversidade Zooplanctônica de Minas Gerais. In: Anais do Congresso Brasileiro de Ecologia, 6, Fortaleza, p 273-274, 2003. LEITÃO, A. C.; FREIRE, R. H. F.; e ROCHA, O. Composição e Variação Sazonal da Comunidade Zooplanctônica em Três Reservatórios da Região Metropolitana de

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