Boletim Bancário e Financeiro

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Transcrição:

1/5 Boletim Bancário e Financeiro abril a junho de 2017 DESTAQUE PROIBIÇÃO DE EMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS AO PORTADOR Neste trimestre destacamos a Lei n.º 15/2017, de 3 de maio, que proibiu a emissão de valores mobiliários ao portador e criou um regime transitório destinado à conversão dos valores mobiliários ao portador existentes, na data da entrada em vigor, em nominativos, alterando o Código dos Valores Mobiliários e o Código das Sociedades Comerciais. Esta nova lei estabelece, ainda, a obrigação de se proceder à conversão dos valores mobiliários ao portador atualmente existentes em nominativos, no prazo de seis meses após a data da sua entrada em vigor. Após o referido prazo de seis meses, a transmissão de valores mobiliários ao portador será proibida e o direito a participar em distribuição de resultados associados a valores mobiliários ao portador ficará suspenso. A diligência na tomada de medidas de adaptação à nova realidade legal reveste-se, por isso, de extrema relevância prática para o elevado número de empresários e investidores portugueses que possuem ações ao portador, ou outras figuras legais associadas, tais como o penhor de ações ao portador ou warrants sobre ações ao portador. A conversão dos valores mobiliários ao portador em nominativos será ainda objeto de regulamentação pelo Governo, no prazo de 120 dias a contar da data de entrada em vigor desta lei. É possível antecipar que as sociedades anónimas cujo capital social seja representado por ações ao portador deverão, pelo menos, adotar as seguintes medidas corporativas: proceder à notificação dos sócios conhecidos para efeitos de conversão, ou publicar avisos em jornais de grande circulação para o mesmo efeito; atualizar os documentos de registo de ações; e em alguns casos, proceder à alteração dos estatutos da sociedade.

2/5 LEGISLAÇÃO NACIONAL ALARGAMENTO DA OBRIGATORIEDADE DE REGISTO AOS BENEFICIÁRIOS EFETIVOS A Lei n.º 16/2017, de 3 de maio, alargou a obrigatoriedade de registo junto do Banco de Portugal dos acionistas detentores de participações qualificadas dos bancos à identificação dos beneficiários efetivos das entidades que participem no seu capital. A referida lei definiu, ainda, o regime transitório, segundo o qual as instituições de crédito devem, no prazo de 90 dias a contar da data da sua entrada em vigor, proceder ao registo dos beneficiários efetivos relativos a participações qualificadas já registadas. REGISTO DAS PESSOAS QUE DIRIGEM EFETI- VAMENTE A EMPRESA, A FISCALIZAM OU SÃO RESPONSÁVEIS POR FUNÇÕES-CHAVE E DO ATUÁRIO RESPONSÁVEL A Norma Regulamentar da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões n.º 3/2017-R, de 18 de maio, que revogou a Norma Regulamentar n.º 16/2010-R, de 11 de novembro, veio estabelecer os procedimentos de registo, junto da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), das pessoas que dirigem efetivamente, fiscalizam ou são responsáveis por funções-chave, assim como do atuário responsável de determinadas entidades. Esta obrigação de registo aplica-se a: i) empresas de seguros e resseguros com sede em Portugal; ii) sucursais de empresas de seguros e resseguros de um país terceiro que exerça atividade em território português; iii) empresas participantes que integrem um grupo segurador ou ressegurador relativamente ao qual a ASF detém qualidade de supervisor; e iv) sociedades gestoras de fundos de pensões. requerimentos que se encontrem pendentes de decisão da ASF. REVISÃO DO REGIME SANCIONATÓRIO DO DI- REITO DOS VALORES MOBILIÁRIOS A Lei n.º 28/2017, de 30 de maio, veio rever o regime sancionatório do direito dos valores mobiliários, procedendo à transposição parcial da: i) Diretiva n.º 2013/50/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 22 de outubro de 2013, que altera a Diretiva n.º 2004/109/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa à harmonização dos requisitos de transparência no que se refere às informações respeitantes aos emitentes cujos valores mobiliários estão admitidos à negociação num mercado regulamentado; ii) Diretiva n.º 2003/71/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa ao prospeto a publicar em caso de oferta pública de valores mobiliários ou da sua admissão à negociação; e iii) Diretiva n.º 2007/14/CE, da Comissão, que estabelece as normas de execução de determinadas disposições da Diretiva 2004/109/ CE, do Parlamento Europeu e do Conselho. A mencionada lei transpõe, ainda, para o ordenamento jurídico interno: i) A Diretiva n.º 2014/57/UE, do Parlamento e do Conselho, de 16 de abril de 2014, relativa às sanções penais aplicáveis ao abuso de mercado; ii) A Diretiva de Execução (UE) n.º 2015/2392, da Comissão, de 17 de dezembro de 2015, relativa à comunicação de infrações. Esta lei adaptou também ao direito português o Regulamento (UE) n.º 596/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 16 de abril de 2014, relativo ao abuso de mercado, procedendo à alteração do Código dos Valores Mobiliários e do Decreto-Lei n.º 357-C/2007, de 31 de outubro. A referida Norma estabeleceu, ainda, um regime transitório, segundo o qual, entre outros, os requisitos previstos nesta Norma não se aplicam aos

3/5 CONTRATOS DE CRÉDITO AOS CONSUMIDORES PARA IMÓVEIS DESTINADOS A HABITAÇÃO Pelo Decreto-Lei n.º 74-A/2017, de 23 de junho, foi parcialmente transposta a Diretiva n.º 2014/17/ UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, de 4 de fevereiro de 2014, relativa aos contratos de crédito aos consumidores para imóveis de habitação, alterada pelo Regulamento (UE) n.º 2016/1011, do Parlamento e do Conselho, de 8 de junho de 2016, que consubstancia a primeira iniciativa de regulação da União Europeia no que respeita ao mercado de crédito para imóveis. O referido Decreto-Lei regula o regime dos contratos de crédito relativos a imóveis estabelecendo, nomeadamente as regras aplicáveis ao crédito a consumidores garantido por hipoteca ou outro direito sobre coisa imóvel. REGIME DA APROPRIAÇÃO DO BEM EMPENHADO NO PENHOR MERCANTIL O Decreto-Lei n.º 75/2017, de 26 de junho, veio definir que é lícito às partes convencionar, no contrato de penhor para garantia de obrigação comercial em que o prestador da garantia seja comerciante, que o credor pignoratício, em caso de incumprimento, se aproprie da coisa ou do direito empenhado, pelo valor que resulte de avaliação realizada após o vencimento da obrigação, devendo o modo e os critérios de avaliação ser estabelecidos no contrato. Esta medida insere-se no âmbito do Programa Capitalizar, que cumpre mais uma etapa na dita estratégia de capitalização das empresas. MEDIDAS DE DINAMIZAÇÃO DO MERCADO DE CAPITAIS O Decreto-Lei n.º 77/2017, de 30 de junho, veio criar medidas de dinamização do mercado de capitais, com vista à diversificação das fontes de financiamento das empresas. O referido Decreto- Lei veio regular: i) as sociedades de investimento mobiliário para fomento da economia (SIMFE), estabelecendo o respetivo regime jurídico; e ii) criar os certificados de dívida de curto prazo, procedendo à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 69/2004, de 25 de março, alterado pelos Decretos-Leis n.º 52/2006, de 15 de março e 29/2014, de 25 de fevereiro. ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DAS SOCIEDADES CO- MERCIAIS E AO CÓDIGO DA INSOLVÊNCIA E DA RECUPERAÇÃO DE EMPRESAS Pelo Decreto-Lei n.º 79/2017, de 30 de junho, foram aprovadas, no âmbito do Programa Capitalizar, alterações ao Código das Sociedades Comerciais e ao Código da Insolvência e da Recuperação de Empresas. Desta forma, procedeu-se à criação de um mecanismo simplificado de aumento do capital social por conversão de suprimentos, cuja eficácia fica dependente da não oposição expressa dos demais sócios. Adicionalmente, afirmou-se a credibilização do Processo Especial de Revitalização ( PER ) enquanto instrumento de recuperação. Foi, ainda, criado um PER dirigido às empresas, sem abandonar o formato para as pessoas singulares não titulares de empresa ou comerciantes. NORMAS REGULAMENTARES BANCO DE PORTUGAL INSTRUÇÕES Reporte de Informação para fins de Supervisão (Instrução do BdP n.º 5/2017) A Instrução do BdP n.º 5/2017, de 3 de abril, veio regulamentar o reporte de informação para fins de supervisão, em base individual, para: i) Caixas Económicas anexas; ii) Sociedades financeiras com exceção das empresas de investimento; iii) Instituições de pagamento e instituições de moeda eletrónica; e iv) Sociedades gestoras de participações sociais e empresas-mãe na União Europeia de um grupo, em ambos os casos quando sujeitas à supervisão do Banco de Portugal.

4/5 As principais finalidades da presente Instrução consistem na obtenção de dados comparáveis para proceder à análise da situação financeira e prudencial das entidades não abrangidas pelo Regulamento (UE) n.º 575/2013, do Parlamento e do Conselho, de 26 de junho de 2013, relativo aos requisitos prudenciais para as instituições de crédito e para as empresas de investimento, assim como promover o desenvolvimento e implementação de um conjunto único de reportes harmonizados de supervisão com as demais entidades sujeitas à supervisão do Banco de Portugal. Revogação de Instruções do Banco de Portugal relativas a depósitos com taxas de juro elevadas (Instrução do BdP n.º 6/2017) Pela Instrução do BdP n.º 6/2017, de 3 de abril, foi revogada a Instrução do BdP n.º 28/2011, de 15 de novembro, que determinava o valor da dedução prevista na alínea o) do n.º 1 do artigo 5.º do Aviso do BdP n.º 6/2010, de 31 de dezembro, assim como a Instrução do BdP n.º 16/2012, de 16 de abril, que solicitava o envio de elementos informativos sobre depósitos contratados com taxa de juro elevada. Estatísticas bancárias internacionais em base consolidada (Instrução do BdP n.º 7/2017) Através da Instrução do BdP n.º 7/2017, de 17 de abril, foi regulamentado o reporte de informação estatística ao BdP para compilação das estatísticas bancárias internacionais em base consolidada. O reporte de informação visa satisfazer necessidades de informação para reporte ao Banco de Pagamentos Internacionais, assim como para outras funções no domínio da supervisão e estatística desempenhadas pelo Banco de Portugal. Esta Instrução aplica-se às entidades cuja principal atividade consiste na aceitação de depósitos ou equiparados e na concessão de empréstimos e/ ou na negociação de títulos por conta própria, tais como os bancos, caixas de crédito agrícolas, caixas económicas e sucursais de bancos não residentes. Divulgação de taxas máximas aplicáveis aos contratos de crédito aos consumidores (Instrução do BdP n.º 8/2017) Pela Instrução do BdP n.º 8/2017, de 7 de junho, foram divulgadas as taxas máximas a praticar nos contratos de crédito aos consumidores no âmbito do Decreto-Lei n.º 133/2009, de 2 de junho, para o 3.º trimestre de 2017. JURISPRUDÊNCIA CONTRATO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. TRANSFE- RÊNCIA BANCÁRIA. RISCO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO BANCO. O Tribunal da Relação do Porto ( TRP ) entendeu, no seu acórdão de 3 de abril de 2017, que no contrato de depósito bancário, e independentemente da sua natureza, o banco torna-se proprietário dos valores monetários depositados, podendo dar-lhe o destino que lhe aprouver. Atento o acima exposto, o risco de desvio dos valores depositados por ação de terceiro, mediante a falsificação de assinatura constante de transferência bancária, corre por conta do banco. O banco, enquanto depositário, apenas se liberta da responsabilidade decorrente daquele risco se provar que agiu sem culpa e que o desvio de valores ocorreu por culpa do próprio cliente/ordenante, ou que se deveu a uma caso de força maior. CONTRATO DE DEPÓSITO BANCÁRIO. CONTRA- TO DE ADESÃO. CLÁUSULAS LESIVAS DOS ADE- RENTES. Pelo acórdão do TRP, de 4 de maio de 2017, foi determinado que é nula a cláusula contratual geral integrante de contrato de depósito bancário pela qual o Banco afaste toda a sua responsabilidade por avarias e outras eventualidades prejudiciais, designadamente nos meios de comunicação, a que é alheio, por excluir a responsabilidade pelo risco por facto devido a caso fortuito ou de força maior, mesmo que não o diga expressamente. Tal cláusula pode levar o declaratário normal a admitir a exclusão da responsabilidade do Banco apenas quando o dano resulta de facto imputável a terceiro, quando, na realidade, de forma ambígua e encoberta, o Banco coloca o cliente a aceitar a sua irresponsabilidade sempre que não se verifique a sua culpa.

5/5 CLARIFICAÇÃO, HARMONIZAÇÃO E SIMPLIFICA- ÇÃO DE MEDIDAS ESPECÍFICAS NO DOMÍNIO DA SEGURANÇA DA AVIAÇÃO O Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/815 da Comissão, de 12 de maio de 2017, veio alterar o Regulamento de Execução (UE) n.º 2015/1998, de 5 de novembro de 2015, no respeitante à clarificação, harmonização e simplificação de determinadas medidas específicas no domínio da segurança da aviação. INFORMAÇÕES TÉCNICAS PARA O CÁLCULO DAS PROVISÕES TÉCNICAS E DOS FUNDOS PRÓPRIOS DE BASE PARA EFEITOS DO RELATO PELAS EMPRE- SAS DE SEGUROS E DE RESSEGUROS O Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/812 da Comissão, de 15 de maio de 2017, estabelece as informações técnicas para o cálculo das provisões técnicas e dos fundos próprios de base para efeitos do relato com uma data de referência compreendida entre 31 de março e 29 de junho de 2017, em conformidade com a Diretiva n.º 2009/138/CE do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa ao acesso à atividade de seguros e resseguros e ao seu exercício. NORMAS TÉCNICAS DE REGULAMENTAÇÃO QUE ESPECIFICAM AS INFORMAÇÕES A NOTIFICAR PE- LAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO, OPERADORES DE MERCADO E INSTITUIÇÕES DE CRÉDITO O Regulamento Delegado (UE) n.º 2017/1018 da Comissão, de 29 de junho de 2016, veio complementar a Diretiva n.º 2014/65/UE, do Parlamento Europeu e do Conselho, relativa aos mercados de instrumentos financeiros, no que diz respeito às normas técnicas de regulamentação que especificam as informações a notificar pelas empresas de investimento, operadores de mercado e instituições de crédito. RELATÓRIOS DE POSIÇÃO A APRESENTAR PELAS EMPRESAS DE INVESTIMENTO E OPERADORES DE MERCADO O Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/1093 da Comissão, de 20 de junho de 2017, veio estabelecer as normas técnicas de execução no que se refere ao formato dos relatórios de posição a apresentar pelas empresas de investimento e operadores de mercado. PROCEDIMENTOS E FORMULÁRIOS PARA A TROCA DE INFORMAÇÕES ENTRE AS AUTORIDADES COMPETENTES E A AUTORIDADE EUROPEIA DOS VALORES MOBILIÁRIOS E DOS MERCADOS O Regulamento de Execução (UE) n.º 2017/1158 da Comissão, de 29 de junho de 2017, veio estabelecer normas técnicas de execução no respeitante aos procedimentos e formulários para a troca de informações entre as autoridades competentes e a Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA), conforme referido no artigo 33.º do Regulamento (UE) n.º 596/2014, do Parlamento Europeu e do Conselho. As informações devem ser comunicadas à ESMA o mais tardar até 31 de março de cada ano e abranger todas as investigações realizadas e todas as sanções e medidas impostas durante o ano civil anterior. Para mais informações, por favor contacte: MAFALDA MONTEIRO Mafalda.Monteiro@mirandalawfirm.com ALBERTO GALHARDO SIMÕES Alberto.Simoes@mirandalawfirm.com BRUNO SAMPAIO SANTOS Bruno.Santos@mirandalawfirm.com SAUL FONSECA Saul.Fonseca@mirandalawfirm.com SARA HALL Sara.Hall@mirandalawfirm.com NUNO CABEÇADAS Nuno.Cabecadas@mirandalawfirm.com SOFIA SANTOS MACHADO Sofia.Machado@mirandalawfirm.com RODRIGO RENDEIRO COSTEIRA Rodrigo.Costeira@mirandalawfirm.com FILIPA ALMEIDA Filipa.Almeida@mirandalawfirm.com Aviso: Os textos desta comunicação têm informação de natureza geral e não têm por objetivo ser fonte de publicidade, oferta de serviços ou aconselhamento jurídico; assim, o leitor não deverá basear-se apenas na informação aqui consignada, cuidando sempre de aconselhar-se com advogado. Para além do, a Miranda emite regularmente um Boletim Fiscal, um Boletim de Direito Público e um Boletim Laboral. Caso queira conhecer e receber o nosso Boletim Fiscal, por favor envie um e-mail para: boletimfiscal@mirandalawfirm.com Caso queira conhecer e receber o nosso Boletim de Direito Público, por favor envie um e-mail para: boletimdireitopublico@mirandalawfirm.com Miranda & Associados, 2017. A reprodução total ou parcial desta obra é autorizada desde que seja mencionada a sociedade titular do respetivo direito de autor. Caso queira conhecer e receber o nosso Boletim Laboral, por favor envie um e-mail para: boletimlaboral@mirandalawfirm.com Este boletim é distribuído gratuitamente aos nossos clientes, colegas e amigos. Caso pretenda deixar de o receber, por favor responda a este e-mail.