FACULDADE AVEC DE VILHENA 6º ADMINISTRAÇÃO EMPREENDEDORISMO II Prof. Ricardo Soares 1. PLANO DE NEGÓCIO Neste semestre deverá ser elaborado um Plano de Negócio condizente com a realidade. Em outras palavras, não se trata de uma simulação, mas de utilização de informações reais. 1.1 ESTÁGIOS INICIAIS DE UM PLANO DE NEGÓCIO 1.1.1 Estágio da ideia Devem-se identificar ideias promissoras de novos produtos e/ou serviços. As ideias devem ser descritas em seus pontos fortes e pontos fracos, e o mercado deve ser analisado em suas oportunidades e ameaças. Desta forma, as ideias podem ser comparadas entre si e as mais viáveis escolhidas. 1.1.2 Estágio do conceito Depois que a ideia de um novo produto e/ou serviço é identificada como viável, ela deve ser aperfeiçoada e testada para determinar a aceitação do consumidor, sem necessariamente incorrerem em custos de fabricação do produto físico. As reações iniciais ao conceito são obtidas dos clientes em potencial. Um método para medir a aceitação do consumidor é a entrevista em que participantes selecionados são expostos a afirmações que refletem as características da ideia de produto e/ou serviço. As características da ideia podem conter as seguintes informações: Utilidade do produto (necessidades que satisfaz); Especificações do produto e/ou serviço; Preço do produto e/ou serviço. 1.1.3 Estágio de desenvolvimento do produto Neste estágio é determinada a reação do consumidor ao produto físico. São utilizadas amostras do produto e/ou serviço onde os participantes registram o uso e devem descrever as virtudes e deficiências. 1.1.4 Estágio de teste de marketing Embora os resultados do estágio de desenvolvimento do produto forneçam a base do plano de marketing final, pode-se fazer um teste de mercado para aumentar a certeza do sucesso na comercialização. Esse último passo no processo de avaliação oferece resultados reais de vendas, que indicam o nível de aceitação dos consumidores. Resultados positivos no teste indicam o grau de probabilidade de sucesso do lançamento de um produto e da formação de uma empresa. 1.2 O PLANO DE NEGÓCIO Um plano de negócio é a descrição dos objetivos de um negócio e quais passos devem ser dados para que esses objetivos sejam alcançados. Um plano de negócio permite identificar e restringir possíveis erros, ao invés de cometê-los no mercado (ROSA, 2007).
CRONOGRAMA DE ATIVIDADES DO SEMESTRE: 1º bimestre 2º bimestre 1.1 Elaborar a ideia e o conceito do negócio (o que a ideia significa?) 1.2 Testar o conceito do negócio com clientes potenciais 1.3 Testar os produtos e/ou serviços com clientes potenciais 1.4 Determinar 1.4.1 O que é o negócio 1.4.2 Quais os produtos e/ou serviços 1.4.3 Quem serão os clientes 1.5 Descrever os dados dos responsáveis pela administração do negócio. Faça uma breve apresentação do perfil, destacando conhecimentos, habilidades e experiências anteriores. Pense em como será possível utilizar isso a favor do seu empreendimento. 1.5.1 Faça a divisão de responsabilidade entre os responsáveis pela administração do negócio (Marketing, Finanças, Pessoas, Produção, Etc.). 1.6 Elaborar o Escopo Organizacional (missão, visão e valores). 1.7 Analisar o mercado 1.7.1 Clientes potenciais 1.7.2 Fornecedores 1.7.3 Concorrentes. 1.8 Realizar a análise socioambiental: 1.8.1 Verificar os impactos sociais e ambientais relacionados às atividades do negócio, bem como a legislação pertinente. 1.8.2 Elaborar plano de minimização dos impactos. 1.9 Elaborar o Plano de Marketing: 1.9.1 Produto e/ou serviço 1.9.2 Praça e distribuição 1.9.3 Comunicação de marketing 1.9.4 Estratégias de preço 2.1 Elaborar o Plano Operacional: processos operacionais, planta física, capacidade produtiva, necessidade de pessoal. 2.2 Elaborar o Plano Financeiro: descrição dos investimentos necessários para implantação do empreendimento, análise de estrutura de capital, ponto de equilíbrio, retorno do investimento, projeção do fluxo de caixa, previsão de necessidade de capital de giro, análise da rentabilidade do negócio. No início de segundo bimestre estes itens serão melhor detalhados. REFERÊNCIAS HISRICH, Robert D. Empreendedorismo. 5ª Edição. Porto Alegre: Bookman, 2004. ROSA, Cláudio Afrânio. Como elaborar um plano de negócio. Brasília: SEBRAE, 2007.
2.3 DIREITO E EMPREENDEDORISMO 1.3.1 Propriedade intelectual (MAMEDE, 2009) A principal norma reguladora da propriedade intelectual é a Lei 9.279/96 que, por seu turno, prefere a expressão propriedade industrial, cuja proteção é ali assegurada em razão de seu interesse social e a bem do desenvolvimento tecnológico e econômico do país. Essa proteção efetua-se por meio de 1) concessão de patentes de invenção ou modelo de utilidade, 2) concessão de registro de desenho industrial, 3) concessão de registro de marca e 4) registro de direitos autorais. A propriedade intelectual para ser reconhecida deve estar patenteada ou registrada no INPI (Instituto Nacional da Propriedade Industrial). Patentes A invenção é uma criação humana e pode ser patenteada. No entanto, nem toda criação ou descoberta é patenteável. Para receber proteção legal, a invenção deverá atender aos requisitos de 1) novidade, 2) atividade inventiva e 3 aplicação industrial. Novidade porque nem tudo que se inventa é novo; muitos acreditam ter criado ou descoberto o que já é, há muito, conhecido. Não é patenteável quando se está no estado da técnica, que é constituído por tudo aquilo tornado acessível ao público antes da data de depósito do pedido de patente. Além de ser fruto de atividade inventiva, a invenção deve ter aplicação industrial; a razão de ser da patente, aliás, é a concessão de um privilégio na exploração empresarial da criação. O modelo de utilidade também pode ser patenteado. Ele parte do que é conhecido, sobre o que se constrói um acréscimo inovador, melhorando sua utilização ou fabricação. Portanto, é patenteável como modelo de utilidade o objeto de uso prático, ou parte deste, suscetível de aplicação industrial, que apresente nova forma ou disposição, envolvendo ato inventivo, que resulte em melhoria funcional no seu uso ou em sua fabricação, devendo ter aplicação industrial. Não se consideram invenção nem modelo de utilidade: 1) descobertas, teorias científicas e métodos matemáticos; 2) concepções puramente abstratas; 3) esquemas, planos, princípios ou métodos comerciais, contábeis, financeiros, produtivos, educativos, publicitários; 4) obras literárias, arquitetônicas, artísticas e científicas ou qualquer criação estética; 5) programas de computador em si; 6) apresentação de informações; 7) regras de jogo; 8) técnicas e métodos operatórios ou cirúrgicos, bem como métodos terapêuticos ou de diagnóstico, para aplicação no corpo humano ou animal; e 9) o todo ou parte de seres vivos naturais e materiais biológicos encontrados na natureza, ou ainda que dela isolados, inclusive o genoma de qualquer ser vivo natural e os processo biológicos naturais. Os prazos de vigência das patentes são: invenção 20 anos e modelo de utilidade 15 anos, todos contados da data de depósito. Desenho industrial Considera-se desenho industrial a forma plástica ornamental de um objeto ou o conjunto ornamental de linhas e cores que possa ser aplicado a um produto, proporcionando resultado visual novo e original na sua configuração externa que possa servir de tipo de fabricação industrial. Os exemplos de desenho industrial são muitos: espremedores de frutas, telefones, mobiliário, etc. Essencialmente, inovações estéticas capazes de distinguir o produto e criar uma atração para o público em geral. O formato de um sofá, de uma cadeira, de um frasco de vidro, de uma tampa. Observe: criando-se uma mesa dobrável que disponha de um inovador sistema de travas e
articulações, tem-se um modelo industrial; se a mesa não apresenta qualquer sistema inovador, mas linhas estéticas novas e originais, tem-se um desenho industrial. Marca A marca também é considerada uma propriedade intelectual ou propriedade industrial, tendo proteção garantida pela Lei 9.279/96, desde que devidamente registrada no INPI. São suscetíveis de registro como marca os sinais distintivos visualmente perceptíveis, não compreendidos nas proibições legais. Dividem-se em: 1. Marca de produto ou serviço: aquela usada para distinguir produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou afim, de origem diversa; por exemplo: Revista Veja e Revista Época. 2. Marca de certificação: aquela usada para atestar a conformidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especificações técnicas, notadamente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada; exemplo: ISO 9000, INMETRO, e a idéia de criar um selo para a carne ecologicamente correta; e 3. Marca coletiva: aquela usada para identificar produtos ou serviços provindos de membros de uma determinada entidade; exemplo: Associação Mineira dos Produtores de Aguardente de Qualidade (AMPAQ). Direito autoral A Lei 9.610/98 dispõe sobre o direito autoral, que dentre outras coisas, garante os direitos do inventor de programas para computadores. A seguir o trecho da lei que traz o que é passível de registro. Art. 7º São obras intelectuais protegidas as criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como: I. Os textos de obras literárias, artísticas ou científicas; II. as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; III. as obras dramáticas e dramático-musicais; IV. as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma; V. as composições musicais, tenham ou não letra; VI. as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas; VII. as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; VIII. as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética; IX. as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza; X. os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência; XI. as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova; XII. os programas de computador; XIII. as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual. Negociações de registros Um registro pode ser negociado por meio da venda ou licenciamento de seu uso comercial. Na venda há a transferência de titularidade do vendedor para o comprador da patente, passando este a exercer os direitos de proprietário. Já no licenciamento o proprietário concede a terceiros a utilização de seu invento, podendo ou não celebrar contratos de pagamento de taxas de licença, ou seja, valores econômicos pela utilização. Além disso, a licença pode ser uma exclusiva, o que significa que o direito é concedido para somente uma pessoa ou entidade, que terá o direito exclusivo de usar a invenção patenteada.
1.3.2 Direitos básicos do consumidor (fonte Cartilha do consumidor - www.mj.gov.br) Todo empreendedor deve atentar para a existência dos direitos do consumidor, os quais devem ser respeitados; o contrário pode comprometer o sucesso do empreendimento. Segue trecho da Cartilha do Consumidor que apresenta de forma geral os principais direitos do consumidor. Art. 6º, do Código de Defesa do Consumidor (CDC) 1. Proteção da vida e da saúde: Antes de comprar um produto ou utilizar um serviço você deve ser avisado, pelo fornecedor, dos possíveis riscos que podem oferecer à sua saúde ou segurança. 2. Educação para o consumo: Você tem o direito de receber orientação sobre o consumo adequado e correto dos produtos e serviços. 3. Liberdade de escolha de produtos e serviços: Você tem todo o direito de escolher o produto ou serviço que achar melhor. 4. Informação: Todo produto deve trazer informações claras sobre sua quantidade, peso, composição, preço, riscos que apresenta e sobre o modo de utilizá-lo. Antes de contratar um serviço você tem direito a todas as informações de que necessitar. 5. Proteção contra publicidade enganosa e abusiva: O consumidor tem o direito de exigir que tudo o que for anunciado seja cumprido. Se o que foi prometido no anúncio não for cumprido, o consumidor tem direito de cancelar o contrato e receber a devolução da quantia que havia pago. A publicidade enganosa e a abusiva são proibidas pelo Código de Defesa do Consumidor. São consideradas crime (art. 67, CDC). Publicidade enganosa é a que contém informações falsas e também a que esconde ou deixa faltar informação importante sobre um produto ou serviço. Estas informações podem ser sobre: características, quantidade, origem, preço, propriedades. Uma publicidade é abusiva se: gerar discriminação; provocar violência; explorar medo ou superstição; aproveitar-se da falta de experiência da criança; desrespeitar valores ambientais; induzir a um comportamento prejudicial à saúde e à segurança. REFERÊNCIAS MAMEDE, Gladston. Manual de direito empresarial. 4ª Edição. São Paulo: Atlas, 2009. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. Cartilha do consumidor. Secretaria de direito econômico. Departamento de proteção e defesa do consumidor. Brasília, 1999. http://www.mj.gov.br/dpdc/services/documentmanagement/filedownload.eztsvc.asp?documenti D={A36ECE4E-E0D8-4867-9BD4-875C673991C3}&ServiceInstUID={7C3D5342-485C-4944-BA65-5EBCD81ADCD4}