Curso Online MEDIUNIDADE & ESPIRITUALIDADE com Maísa Intelisano Aula 02 - O que é Mediunidade Bloco 03 Maísa Intelisano
AULA 2 O QUE É MEDIUNIDADE BLOCO 3 A mediunidade e os fenômenos espirituais ao longo da história humana Olá. Neste bloco, vamos fazer uma viagem no tempo em busca das origens e da história da mediunidade ao longo da existência humana. Como vimos nos dois blocos anteriores, embora os termos médium e mediunidade tenham pouco mais de 150 anos, os fenômenos psicoespirituais sempre estiveram presentes na história do homem, nas mais diferentes épocas e culturas. E é dessa história que vamos falar um pouco agora. Já nas sociedades tribais primitivas, o homem tinha seus rituais de conexão com o divino, que, na época, ele associava muito aos fenômenos da natureza. Os xamãs realizavam rituais e usavam o transe para curar, prever o futuro, dar conselhos, organizar a vida na tribo, pedir caça ou colheita, etc. Podemos ver isso nas tribos africanas, nas aborígenes australianas, nas indígenas norte e sul-americanas, em tribos nórdicas, etc. Ainda hoje é possível encontrar resquícios dessas crenças e rituais entre os remanescentes do nossos indígenas, entre os indígenas norte-americanos, e também em diversas tribos ainda espalhadas pela África, Ásia e Oceania. À medida que o homem vai se organizando e fixando, vão nascendo outras civilizações e, com elas, outros rituais, muito relacionados ao local onde vive, ao clima, à vida econômica e política, e a fatores que o afetam diretamente. Um dos registros mais antigos de fenômenos paranormais e espirituais encontra-se nos Vedas, textos sagrados da Índia, muito anteriores a Jesus. Neles são relatadas as evocações de espíritos pelos brâmanes (sacerdotes) e também a preparação de faquires para a realização de fenômenos como levitação e insensibilidade hipnótica à dor. Da Índia, esse conhecimento se espalhou por toda a Ásia e grande parte da África, chegando ao Egito e à China. No antigo Egito, os sacerdotes eram a classe social mais poderosa e influente, abaixo somente dos faraós. Eram 2
consultados para decisões políticas e econômicas, e para a cura de doenças, e realizavam muitos fenômenos considerados mágicos, utilizando-se, inclusive, do contato com os espíritos para suas leituras. A prática da medicina, aliás, começa aí, com os sacerdotes egípcios. A cura era considerada prática mágica, o que torna a medicina uma antiga arte espiritual. Na China, a milenar medicina tradicional utiliza-se, até hoje, de conhecimentos de bioenergias e corpos sutis para curar e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Além disso, temos o I Ching, compêndio de conhecimento milenar usado também como oráculo por muitos monges e sábios, sendo praticado até hoje. Entre os sumérios e babilônios, era comum o uso de feitiçaria, magia e ervas, com fins mágicos e espirituais. Na Grécia antiga, vamos encontrar os famosos oráculos e pitonisas (sacerdotisas), que, em transe, traziam orientações e previsões para os consulentes, o que era interpretado por sacerdotes nos templos dedicados aos mais variados deuses para esse fim. Sócrates tinha um amigo invisível que o acompanhava constantemente e a quem consultava com frequência. E, dos gregos, o costume de consultar oráculos passou também aos romanos, com rituais realizados por imperadores e altos militares, até que o império romano fosse oficialmente convertido ao Cristianismo. Na Europa, temos ainda os celtas, povo muito antigo famoso por sua conexão com a natureza e a ligação com o mundo dos espíritos. Entre nós, temos até hoje tradições que nasceram com eles e foram absorvidas ou adaptadas por outras religiões, como o Dia das Bruxas que, na verdade, era a noite em que os celtas invocavam seus ancestrais, servindo-lhes comida e pedindo proteção e orientação. Além disso, quase todas as celebrações religiosas católicas atuais têm elementos de celebrações mágicas celtas, como a Páscoa, o Natal e o Dia de Finados. Na Bíblia, entre os hebreus, tanto no Antigo como no Novo Testamento, vamos encontrar diversos relatos de fenômenos mediúnicos e paranormais, que vão desde a clarividência e a clariaudiência, até a levitação e o aporte. O próprio Cristianismo primitivo está repleto de relatos espirituais, como os de Paulo de Tarso, de Pentecostes, e outros. Da África, recebemos nós mesmos, no Brasil, forte influência dos cultos ancestrais aos orixás e divindades ligadas à natureza, com rituais de transe para cura e prosperidade. E até hoje encontramos esses rituais nos terreiros de Candomblé e também mesclados com outras religiões nos terreiros de Umbanda. Nas Américas, vamos encontrar registros de rituais mágicos em todas as civilizações pré-colombianas, como os maias, os astecas e os incas. Os folclores de todas as nações e culturas estão cheios de seres mágicos, como anjos, fadas, duendes, salamandras, Saci, Mula-sem-cabeça, e muitos outros que, embora hoje sejam encarados como lendas, devem ter nascido de eventos mágicos inexplicáveis que se mantiveram vivos na memória popular. Pessoalmente, acredito que nenhum mito se fortaleça e mantenha vivo por tanto tempo sem um fundo de verdade. Como se vê, a conexão e o contato com o mundo dos espíritos estão muito mais presentes na história da humanidade do que imaginamos. Não é algo novo, não é algo misterioso. Pelo contrário, sempre foi algo muito presente na vida cotidiana de quase todos os povos, em todas as épocas. 3
A espiritualidade é absolutamente natural no ser humano. Ele não precisa desenvolvê-la ou buscá-la. Ela está ali, é inata. O que aconteceu é que, diversas igrejas, especialmente a católica, foram nos afastando dessa força, desse poder, com o intuito de nos dominar e tornar dependentes deles. E, para isso, incutiram-nos medo, vergonha, preconceito em relação à realidade espiritual, em relação à nossa experiência com o outro mundo. A própria medicina foi se afastando de sua origem mágica, ao ponto de hoje já não ter quase mais nada a ver com os primeiros curadores. Escrever, pintar, dançar, cantar, compor música, tocar um instrumento musical, cozinhar, bordar, dar aulas podem ser todas atividades profundamente influenciadas ou guiadas pela espiritualidade, pelo contato com o mundo dos espíritos, através da inspiração. Que tal, então, recuperarmos essa força inata em nós e a colocarmos a serviço do bem em nossa vida? É esse o convite que fazemos aqui com este curso. Então, esperamos você para a próxima aula, quando falaremos da fenomenologia orgânica e psíquica da mediunidade. Até lá! 4