História Reformas Religiosas e as Visões dos Conquistadores Março, 02 REFORMA RELIGIOSA E CONTRARREFORMA O VELHO E O NOVO MUNDO SOB A CRUZ E A ESPADA
A REFORMA PROTESTANTE
CENÁRIO INICIAL A Igreja Católica era muito influente na Europa. Tão influente que o poder eclesiástico se transformou em um balcão de negócios : Vendas Cargos e funções religiosas; Indulgências (perdão aos pecados); Relíquias sagradas; Lotes no céu... Vários representantes do clero não conheciam plenamente a religião. Não cumpriam o celibato e tinham mulheres e filhos. A Igreja afastava-se, na prática, dos ensinamentos que pregava na teoria. No início da Idade Moderna, os ataques a essas práticas tornaram-se públicos e sistemáticos.
LIMITAÇÃO CATÓLICA O poder eclesiástico contrariava interesses nobres e burgueses. Os burgueses estavam insatisfeitos com a condenação da usura*. Os nobres visavam as terras e riquezas da Igreja e mais poder político. *Usura: em seu sentido original, são juros excessivos cobrados por um empréstimo, em uma determinada quantia de dinheiro. Na Idade Média, usura era utilizada como sinônimo de juro, e era uma prática proibida, pois acreditava-se que dinheiro não poderia gerar dinheiro.
MARTINHO LUTERO Martinho Lutero, em alemão: Martin Luther (Eisleben, 10 de novembro de 1483 Eisleben, 18 de fevereiro de 1546), foi um monge agostiniano e professor de teologia. Germânico que tornou-se uma das figuras centrais da Reforma Protestante. Levantou-se veementemente contra diversos dogmas do catolicismo romano, contestando sobretudo a doutrina de que o perdão de Deus poderia ser adquiridos pelo comércio das indulgências.
LUTERANISMO As práticas da igreja Católica (citadas anteriormente) para se obter a salvação não convenciam Lutero. Pelas suas leituras bíblicas, a fé, dada gratuitamente por Deus através de Cristo, iria levar a salvação. Logo, a venda de indulgências, por exemplo, era questionável. Para Lutero, as boas ações pregadas pela Igreja não levariam à salvação. Lutero questionava também o monopólio da Igreja sobre a interpretação das Escrituras. Lutero acreditava que a palavra sagrada não devia ser mediada por padres, já que em termos de fé não haviam diferenças entre padres e leigos. Logo, para o Luteranismo: O homem nasce predestinado ao Céu ou ao Inferno. Apenas a fé pode levar a salvação. Deus concede a graça da fé indistintamente. A interpretação bíblica é livre e não necessita do intermédio de padres. As ações da Igreja Católica eram, portanto, infiéis.
95 TESES CONTRA OS INTERMEDIÁRIOS A Disputação do Doutor Martinho Lutero sobre o Poder e Eficácia das Indulgências, conhecida como as 95 Teses, desafiou os ensinamentos da Igreja Católica quanto à natureza da penitência, a autoridade do Papa (Lutero afirmava que o papa era o anticristo e que a Igreja era o próprio reino do pecado) e da utilidade das indulgências. As 95 teses impulsionaram o debate teológico que acabou por resultar no nascimento das tradições luteranas, reformadas e anabaptistas dentro do cristianismo. Este documento é considerado por muitos como um marco da Reforma Protestante.
APOIO POLÍTICO O papa respondeu às ideias radicais de Lutero ameaçando-o de excomunhão, através de uma bula (carta pontifical de caráter solene). Lutero destruiu essa bula em praça pública. Contudo, a partir desse momento, Lutero passou a ser intensamente perseguido pela Igreja, necessitando então de proteção. Publicou em 1520 o discurso À nobreza cristã da nação alemã. Afirmava nele que os tributos cobrados pela Igreja e o seu poder político eram injustos, diferente do poder dos monarcas, o qual considerava legítimo. Lutero fazia então um apelo aos príncipes alemães para que retirassem sua fidelidade ao papa e reformassem a Igreja na Alemanha. Muitos nobres e príncipes deram-lhe apoio e aderiram ao movimento reformista. Lutero passou um ano recluso. Nesse período traduziu todo o Novo Testamento para o alemão e estabeleceu princípios fundamentais ao luteranismo: aboliu práticas católicas como a confissão, o jejum, o celibato clerical e o culto aos santos.
JOÃO CALVINO João Calvino (Noyon, 10 de julho de 1509 Genebra, 27 de maio de 1564) foi um teólogo cristão francês. Calvino teve uma influência muito grande durante a Reforma Protestante, uma influência que continua até hoje. Portanto, a forma de protestantismo que ele ensinou e viveu é conhecida por alguns pelo nome calvinismo, embora o próprio Calvino tivesse repudiado contundentemente este apelido. Ao conter-se para o luteranismo, exilouse na cidade de Genebra devido aos problemas em seu país de origem, que era católico. Genebra, que era centro das discussões reformistas, ajudou Calvino a desenvolver seus ideiais.
CALVINISMO Calvino pouco debateu sobre a predestinação da salvação. Para ele o homem jamais saberia se seria ou não salvo. Os critérios de seleção divina eram um mistério. O homem não teria qualquer garantia sobre o destino de sua alma, e restava-lhe apenas buscar sempre algum sinal de que a graça divina recairia sobre ele. Após a morte de Calvino seus seguidores desenvolveram mais seus ideais. O trabalho passou a ser visto como vocação divina e seu sucesso decorrente dele era um sinal de predestinação. O calvinismo portanto não condenava a usura e o acúmulo de bens. Na verdade, o sucesso financeiro era considerado bênção, o que levou ao apoio da burguesia. Logo, para o Calvinismo: O homem não pode saber com certeza se será salvo ou não. Os critérios de salvação divina são um mistério. O trabalho é vocação divina e seu sucesso decorrente, uma predestinação. O acúmulo de bens e o sucesso financeiro é são bênçãos divinas.
A EXPANSÃO DA REFORMA PROTESTANTE
CONTRARREFORMA A REFORMA CATÓLICA
CONTRARREFORMA A REFORMA CATÓLICA Contrarreforma, também conhecida por Reforma Católica é o nome dado ao movimento que surgiu no seio da Igreja Católica e que teria sido uma resposta à Reforma Protestante. Em 1545, a Igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício (inquisição), a criação do Index Librorum Prohibitorum, com uma relação de livros proibidos pela Igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas, dentre elas a Companhia de Jesus. Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato eclesiástico, a reforma das ordens religiosas, a edição do catecismo tridentino, reformas e instituições de seminários e universidades, a supressão de abusos envolvendo indulgências e a adoção da Vulgata como tradução oficial da Bíblia. Também são fruto e consequência da Reforma Católica levada a efeito pelo concílio a renovação da arte sacra cristã, com o surgimento do Barroco que é o estilo artístico da Reforma católica, arquitetura, escultura, pintura e a literatura foram impregnados pelo catolicismo barroco.
CONTRARREFORMA CONCÍLIO DE TRENTO O Concílio de Trento, realizado de 1545 a 1563, foi o 19º concílio ecuménico da Igreja Católica. Foi convocado pelo Papa Paulo III para assegurar a unidade da fé e a disciplina eclesiástica, no contexto da Reforma da Igreja Católica e da reação à divisão então vivida na Europa devido à Reforma Protestante, razão pela qual é denominado também de Concílio da Contrarreforma. O Concílio foi realizado na cidade de Trento, na Província autónoma de Trento, na área do Tirol italiano.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BIBLIOGRAFIA Campos, Flavio de; Claro, Regina, Oficina de História 1. ed. São Paulo: Leya, 2012 ISBN 978-85-8181-105-5 SANTIAGO, Emerson (10 de abril de 2010). Concílio de Trento, InfoEscola AUCLAIR, Marcelle. Teresa de Ávila. (Tradução de Rafael Stanziona de Moraes). São Paulo: Quadrante, 1995. DANIEL-ROPS. A Igreja da Renascença e da Reforma. (Tradução de Emérico da Gama). São Paulo: Quadrante, 1999, vol. V (I e II). (Título original francês: L'Église de la Renaissance et de la Réforme. (II) Une ère de renouveau: La réforme catholique. Pub. Lib. Arthème Fayard, Paris).