CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM ANIMAIS DE LABORATÓRIO 1 CONSIDERATIONS ABOUT ANESTHESIA IN LABORATORY ANIMALS

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Transcrição:

CONSIDERAÇÕES ANESTÉSICAS EM ANAIS DE LABORATÓRIO 1 CONSIDERATIONS ABOUT ANESTHESIA IN LABORATORY ANALS Gustavo Henrique Mendes Bedendo 2, Guilherme Hammarstrom Dobler 3, Márcio Gonçalves Ferreira 4, Fernando Silverio Ferreira Da Cruz 5 1 Revisão bibliográfica realizada durante o componente curricular de anestesiologia comparada do curso de medicina veterinária da Unijuí. 2 Discente do curso de medicina veterinária do Departamento de Estudos Agrários, Unijuí, Ijuí, RS, Brasil 3 Biólogo e discente do curso de medicina veterinária do Departamento de Estudos Agrários, Unijuí, Ijuí, RS, Brasil 4 Discente do curso de medicina veterinária do Departamento de Estudos Agrários, Unijuí, Ijuí, RS, Brasil 5 Docente do curso de medicina veterinária do Departamento de Estudos Agrários, Unijuí, Ijuí, RS, Brasil INTRODUÇÃO A história da medicina é capaz de elucidar conceitos que molduram muitos aspectos da ciência moderna (OLDSTONE, 2012). Esta expertise permite a conexão de eventos passados com a atualidade, permitindo discutir as atuais perspectivas e nortear ações futuras que envolvam a saúde humana e animal (BESTERMAN, 2004; RIEDEL, 2005; KRAMEK; LOH, 2007). Todas as sociedades primitivas enfrentaram a questão da dor, principalmente, quando se relaciona a procedimentos cirúrgicos pré-estipulados (OLDSTONE, 2012). Apesar de pouco descritas, diferentes civilizações utilizavam de técnicas para diminuir os efeitos da dor (MAIA; FERNANDES, 2002) como os indíos Pankararú do Brasil, com de raízes da planta Mimosa hostilis, índios mexicanos com as sementes de Sophora secundiflora e a Salvia Divinorum dos Astecas. (GUERCI; CONSIGLIERE, 1999). Pode-se dizer que muitos avanços foram alcançados a partir da utilização de animais em pesquisas e experimentos, no entanto, quando se observa o passado é impossível não evidenciar episódios onde a utilização de animais em performances científica excedeu a ética e o respeito aos animais (ACADEMY, 1991). A utilização de animais em pesquisas requer pensamento crítico, julgamento e análise (COUNCIL, 2010), principalmente pelo fato de que a dor e o distresse não são facilmente avaliados nos animais, no entanto, é importante considerar que sentem dor igual aos seres humanos. Neste sentido, muitos princípios têm sido propostos para nortear o emprego de organismos vertebrados em experimentos científicos (GOLDBERG, 2010). Atualmente existe uma grande gama de fármacos que possibilitam adequada anestesia para os diferentes animais utilizados em laboratório (BRASIL, 2013). Salienta-se que a ciência pós-

moderna primordialmente objetiva por utilizar técnicas/modelos experimentais que minimizem o uso de animais vertebrados, e, quando impreterivelmente necessários, estes sejam manuseados com ética, procedimentos adequados e indolor (GOLDBERG, 2010). Este trabalho foi desenvolvido no sentido de verificar as principais considerações anestésicas em camundongos, ratos e coelhos, buscando-se averiguar os principais protocolos e fármacos para emprego em animais de laboratório. METODOLOGIA O presente estudo consiste em uma revisão da literatura, realizada por meio de uma pesquisa nos bancos de dados Pubmed, Scielo e Bireme, juntamente com consulta literária. Foram selecionados somente artigos completos, diretrizes e manuais para anestesia de animais, sendo considerados artigos no idioma português, inglês, espanhol e alemão que constasse anestesia em animais de laboratório nas palavras-chave, título ou resumo. Os animais escolhidos para integrar esta revisão foram ratos wistar, camundongos e coelhos; por serem os animais vertebrados mais representativos nas últimas cinco décadas de pesquisas com animais (CARDOSO, 1998). RESULTADOS E DISCUSSÃO Antes de tudo é importante ressaltar que não existe um agente anestésico ideal ou uma técnica perfeita para ser realizado, o que existem são fármacos e técnicas mais apropriadas para as diferentes situações. Quando é selecionado um agente anestésico e método de administração, procura-se alcançar objetivos como minimizar o estresse sofrido pelo animal e a obtenção de resultados experimentais confiáveis (COUNCIL, 2010). Neste sentido, os procedimentos invasivos em animais devem ser realizados com agentes anestésicos adequados, seja a anestesia local ou geral (BRASIL, 2013), devendo-se ter cautela quanto a escolha e administração dos agentes anestésicos, tranquilizantes ou analgésicos, de modo a utilizar-se de compostos apropriados para a espécie (SPINOSA; GÓRNIAK; BERNARDI, 2011). Ratos Wistar O rato wistar possui corpo fusiforme e uma cauda que em muitas raças/linhagens pode chegar a medir mais em comprimento do que o corpo. As patas anteriores como posteriores possuem cinco dedos (CLAUSE, 1993). Segundo Clause (1993), os ratos foram uma excelente escolha para o desenvolvimento de pesquisas, segundo o autor é evidente que são muito responsivos a mudança de ambiente e estes podem ser treinados o que facilita a execução de diferentes trabalhos (CONKLIN, 1938). Segundo Flecknel et al. (2014), a medicação pré-anestésica muitas vezes não é utilizada em roedores uma vez que a anestesia geralmente é induzida por uma câmara anestésica ou via intraperitoneal ou subcutânea, porém em casos onde será administrado isofluorano é

recomendado seu uso, pois o fármaco parece ser irritante para a espécie. A maior diferença observada no uso de anestésicos injetáveis em pequenos roedores é a dificuldade do acesso venoso. Flecknell (2014), diz que quando necessárias são administradas em doses únicas por via intraperitoneal (IP), subcutânea (SC) ou intramuscular (). Devido ao seu pequeno porte e alta taxa metabólica, doses elevadas de certos medicamentos, como cetamina, são necessários para atingir um estado de inconsciência, porém gera um volume muito elevado e caso administrado por via pode causar lesões, tendo isso em mente se deve ver qual associação anestésica é mais viável para cada situação. s É um animal susceptível a alterações nas condições ambientais, onde pequenas alterações na temperatura do ambiente e suas respostas fisiológicas podem acabar alteradas, e são extremamente susceptíveis a um estado de desidratação, visto que são mais sensíveis em relação a outras espécies (KO; LUCA, 2009). Os protocolos de MPA para camundongos e ratos são similares, mudando apenas as doses dos fármacos empregados (SPINOSA; GÓRNIAK; BERNARDI, 2011). As características citadas anteriormente para ratos se aplicam para camundongos (CLAUSE, 1993). s Para Pompeu (2009), coelhos são animais difíceis e imprevisíveis de serem anestesiados pelos seguintes motivos: seu centro respiratório é sensível a uma ação paralisante por parte do anestésico, as doses anestésicas e letais são muito próximas e a alta variabilidade entre coelhos em relação aos anestésicos, mesmo dentro da mesma raça. Durante a anestesia é necessário o monitoramento do animal, padrões como frequência e amplitude respiratória, mucosas, reflexos protetores, indicam o plano anestésico em que se encontra (POMPEU, 2009). A MPA em coelhos é de extrema importância já que são animais que ficam estressados com facilidade, o próprio procedimento de indução anestésica pode ser considerado estressante, assim como o manuseio e contenção. É recomendado que o fármaco seja administrado antes da remoção do animal do seu ambiente, a fim de minimizar o estresse. Todos os protocolos recomendados para as espécies relatadas podem ser encontrados na tabela 1 Tabela 1: Agentes pré-anestésicos para uso em animais de laboratório Fármaco Espécie Dose Efeito

Acepromazina Acepromazina + Butorfanol Atropina Diazepam Glicopirrolato Fentanila-droperidol Fentanila-fluanisona Medetomidina Midazolam Xilazina Ratos rato Rato rato rato Rato rato. 2,5mg/kg IP ou SC 3-5 mg/kg IP ou SC 1 mg/kg SC ou 0,5 mg/kg + 1 mg/kg SC ou 0,5 μg/kg SC ou 5 mg/kg IP 2,5 mg/kg IP 1-2 mg/kg 0,01 mg/kg IV ou 0,1 mg/kg SC o 0,22 ml/kg 0,5 ml/kg 0,5 ml/kg SC ou IP 0,3-0,5 ml/kg SC ou 30-100 μg/kg SC ou IP 100-500 μg/kg SC ou IP 5 mg/kg IP 2,5 mg/kg IP 1-2 mg/kg 5 mg/kg SC ou 2,5 mg/kg SC ou Causa sedação, mas animal ainda ativo. Sedação, imobilização frequente. Sedação, imobilização frequente e alguma analgesia Reduz secreções bronquiais e salivares, inibe respostas vagais. Ineficaz em muitos coelhos Sedação. Reduz secreções bronquiais e salivares, inibe respostas vagais. Sedação e analgesia; em geral, a imobilização é suficiente para procedimentos cirúrgicos menores. Sedação e analgesia; em geral, a imobilização é suficiente para procedimentos cirúrgicos menores. Sedação e alguma analgesia, imobilização em doses altas. Sedação Sedação e alguma analgesia, imobilização em doses altas Fonte: Flecknell et al. 2014 (adaptado) CONSIDERAÇÕES FINAIS Os resultados encontrados nesta revisão confirmam a necessidade de compreender as diferenças entre as espécies para realizar a conduta anestésica adequada para cada espécie, uma vez que se observam divergências, expressivas entre as espécies, morfológicas, anatômicas, fisiológicas e

bioquímicas que devem ser rigorosamente consideradas pelo pesquisador. Através deste trabalho foi possível observar as semelhanças entre os organismos por partilharem do mesmo subfilo. Palavras-chave: anestésicos; sedação; medicação pré-anestésica; REFERÊNCIAS ACADEMY, N. Science, Medicine and Animals. Washington, D. C: NATIONAL ACADEMY PRESS, 1991. BESTERMAN, E. M. M. William Harvey and his discovery of the circulation of the blood. West Indian Medical Journal, v. 53, n. 6, p. 425 426, 2004. BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO. Diretriz brasileira para o cuidado e a utilização de animais para fins científicos e didáticos: DBCA. Concea, p. 1-50, 2013 CARDOSO T. A. O. Biosegurança no manejo de animais em experimentação. In: ODA L. M, Ávila S. Biossegurança em laboratórios de saúde pública. Brasília, 1998. p.11-4. CLAUSE, B. T. The Wistar rat as a right choice: Establishing mammalian standards and the ideal of a standardized mammal. Journal of the History of Biology, v. 26, n. 2, p. 329 349, 1993. CONKLIN, E. G. Henry herbert donaldson 1857-1938. New York: NATIONAL ACADEMY PRESS, 1938. v. XX COUNCIL, N. R. Guide for the Care and Use of Laboratory Animals. Eighth Edi ed.washington, D. C, 2010. GOLDBERG, A. M. The Principles of Humane Experimental Technique: Is It Relevant Today? Altex, p. 25 27, 2010. GUERCI, A.; CONSIGLIERE, S. Por uma antropologia da dor. Nota preliminar. Ilha Revista de Antropologia, v. 1, p. 57-72, 1999. KO, Gui Mi.; LUCA, Rosália Regina de.. In: LAPCHIK, Valderez Bastos Valero.; MATTARAIA, Vania Gomes de Moura.; KO, Gui Mi.; Cuidados e manejo de animais de laboratório. Ateneu: São Paulo, 2009. 561-574. MAIA, R. J. D. F.; FERNANDES, C. R. O Alvorecer da Anestesia Inalatória : Uma Perspectiva Histórica. Revista brasileira de anestesiologia, v. 52, n. 6, p. 774 782, 2002. OLDSTONE, M. B. A. Viruses, Plagues & History. First ed.new York: Oxford University Press, 2012. v. 33 POMPEU, E. Analgesia e anestesia. In: LAPCHIK, Valderez Bastos Valero.; MATTARAIA, Vania

Gomes de Moura.; KO, Gui Mi.; Cuidados e manejo de animais de laboratório. Ateneu: São Paulo, 2009. 561-574. SPINOSA, H. DE S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI., M. M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária. 5a Edição ed.[s.l.] Guanabara Koogan, 2011.