PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Documentos relacionados
APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.126

O apelado em contrarrazões manifestou-se pelo não provimento do recurso interposto, e consequentemente manutenção da sentença (fls. 280/282).

IV - APELACAO CIVEL

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Décima Primeira Câmara Cível

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Décima Primeira Câmara Cível

A assinatura do autor por MARCELO GOBBO DALLA DEA:7615 é inválida

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DA 9ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA.

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Décima Primeira Câmara Cível

AGRAVANTE: JILSAINE APARECIDA SOARES RELATOR: Juiz Gil Francisco de Paula Xavier Fernandes Guerra (Substituindo o Des.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

PODER JUDICIÁRIO. Voto n º Visto,

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

Relatório. Estado do Paraná

APELAÇÃO CÍVEL EM PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO DE SUSCITAÇÃO DE DÚVIDA INVERSA.

I - Trata-se de apelação cível interposta contra sentença (ref. mov. 28.1) prolatada em ação de transcrição de assento de casamento, autos nº

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DÉCIMA QUINTA CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO ACÓRDÃO

EMENTA: EMBARGOS DE DEVEDOR - NOTA PROMISSÓRIA - IMPENHORABILIDADE BEM DE FAMÍLIA - ÔNUS SUCUMBENCIAIS.

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

APELAÇÃO CÍVEL DÉCIMA QUARTA CÂMARA CÍVEL - SERVIÇO DE APOIO À JURISDIÇÃO AMAURI DE OLIVEIRA SALES A C Ó R D Ã O

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) DE ANÁPOLIS

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO AMAZONAS Gabinete da Desa. Maria das Graças Pessôa Figueiredo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA I RELATÓRIO:

RIO GRANDE ENERGIA S A

A C Ó R D Ã O. Agravo de Instrumento nº

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Vistos, relatados e discutidos estes autos de apelação cível nº , em que é apelante o Município de Cantagalo e apelado Sílvio José Vieira.

APELAÇÃO CÍVEL Nº SOROCABA. APELANTES e reciprocamente APELADOS:

I EXPOSIÇÃO DOS FATOS

Reis Friede Relator. TRF2 Fls 356

RECURSO DE APELAÇÃO PROVIDO.

Superior Tribunal de Justiça

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE DÍVIDA C/C DANO MORAL COM PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE TELEFONIA.

ACÓRDÃO SJCST Nº (Nº CNJ: ) 2013/CÍVEL

D E C I S Ã O M O N O C R Á T I C A

Poder Judiciário da União Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios

SEGUNDA CÂMARA CÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL Nº 8785/2004 CLASSE II COMARCA DE SINOP APELANTE: BRASIL TELECOM S. A.

Apelação Cível n , de Videira Relator: Des. Joel Dias Figueira Júnior

A assinatura do autor por ANTONIO CARLOS CHOMA:8838 é inválida

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 4ª CÂMARA CÍVEL Relator: Desembargador SIDNEY HARTUNG

RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO.

BANCO BRADESCARD S A EDSON CARDOSO DO CARMO A C Ó R D Ã O

APELAÇÃO CÍVEL Nº ( ) COMARCA DE APARECIDA DE GOIÂNIA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO APELAÇÃO CÍVEL N /MG

A assinatura do autor por ANA LUCIA LOURENCO:7865 é inválida

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA... DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE CIDADE..., ESTADO...

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE APUCARANA - 2ª VARA CÍVEL. NÚMERO UNIFICADO:

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA RECURSO DE APELAÇÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº (N.P.U: ) DA VARA CIVIL E ANEXOS DO FORO REGIONAL DE FAZENDA RIO GRANDE DA COMARCA DA RMC

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Joseval Martins Viana (15/10/2018). Embargos de Terceiro.

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 10ª Câmara de Direito Privado

APELANTE: DORVALINA BIANCO SCHLICKMANN. 1º OFÍCIO DE REGISTRO DE IMÓVEIS DE FRANCISCO BELTRÃO. RELATOR: Desembargador MÁRIO HELTON JORGE

AGRAVO N.º /03, DA DÉCIMA OITAVA VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DA REGIÃO METROPOLITANA DE CURITIBA DES.ª VILMA RÉGIA RAMOS DE REZENDE

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores BERETTA DA SILVEIRA (Presidente), EGIDIO GIACOIA E VIVIANI NICOLAU.

PI juízo de admissibilidade (negativo) sentença 485, I, CPC (sem a citação).

RECURSO ESPECIAL Nº RS (2003/ )

Vistos, relatados e discutidos esses autos de apelação cível nº , em que é apelante Camila Vitoria Oliveira Batista da Silva.

PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA. RECURSO DE APELAÇÃO Artigos ao do Código de Processo Civil Recurso de Apelação Aula n.37

PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 7

APELAÇÃO CÍVEL Nº. ROBERTO DE VICENTE

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE. Página 1 de 8

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DÉCIMA SÉTIMA CÂMARA CÍVEL

APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n" /1-00, da Comarca de. SANTOS, em que é apelante APARECIDA DAS GRAÇAS GRATAO FACONTI

: : : Órgão Classe N. Processo

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE GUARAPUAVA 2ª VARA CÍVEL E DA FAZENDA PÚBLICA NÚMERO UNIFICADO:

Dados Básicos. Ementa. Íntegra

EMENTA. Documento assinado digitalmente, conforme MP n /2001, Lei n /2006 e Resolução n. 09/2008, do TJPR/OE.

APELAÇÃO CÍVEL Nº , DE ASTORGA - VARA CÍVEL, DA FAZENDA PÚBLICA, ACIDENTES

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO DÉCIMA SEGUNDA CÂMARA CÍVEL

Nº COMARCA DE PORTO ALEGRE A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos estes autos de. APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO n /8-00, da Comarca de

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO DESEMBARGADOR FEDERAL FRANCISCO BARROS DIAS

Direito do Promitente Comprador

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

EMENTA ACÓRDÃO PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 1ª REGIÃO

Tribunal de Justiça de Pernambuco Poder Judiciário. 3ª Câmara Cível - Recife. Rua do Brum, 123, 4º andar, Recife, RECIFE - PE - CEP: F:( )

APELAÇÃO CÍVEL Nº RECUSA DE LIGAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA. FUNDADA NA ALEGAÇÃO DE LOTEAMENTO IRREGULAR. IMPOSSIBILIDADE.

MARCELO PEREIRA DA SILVA

PODER JUDICIÁRIO O TRIBUNAL DE JUSTIÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Apelação Criminal nº , oriundo do Juizado Especial Criminal da Comarca de Curitiba.

Sumário PARTE I ASPECTOS PROCESSUAIS GERAIS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Nº (Nº CNJ: ) COMARCA DE PORTO ALEGRE APELANTE/APELADO APELANTE/APELADO APELADO

CCM Nº (Nº CNJ: ) 2017/CÍVEL

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores RICARDO PESSOA DE MELLO BELLI (Presidente) e MARIO DE OLIVEIRA.

ACÓRDÃO. São Paulo, 12 de abril de Salles Rossi Relator Assinatura Eletrônica

Nesses termos, pede deferimento. Local e data. Advogado... OAB...

Transcrição:

A assinatura do autor por LUCIANE DO ROCIO CUSTODIO LUDOVICO:8089 <lcl@tjpr.jus.br> é inválida PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ APELAÇÃO CÍVEL Nº 1.344.424-5 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CASCAVEL - 11ª CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO PARANÁ APELANTES: CELINO PRANDI E OUTRO APELADOS: DEVAIR DALAROZA E OUTRO RELATORA: JUÍZA SUBST. 2º GRAU LUCIANE R.C. LUDOVICO (EM SUBSTITUIÇÃO AO DES. SIGURD ROBERTO BENGTSSON) APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE TERCEIRO. AVERBAÇÃO RELATIVA À AÇÃO ANULATÓRIA ANULATÓRIA DE ATO JURÍDICO C/C COM PERDAS E DANOS. SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DE NULIDADE NA COMPRA E VENDA DO IMÓVEL OBJETO DA DEMANDA. IMPOSSIBILIDADE DE DISCUSSÃO. VIA PROCESSUAL INADEQUADA. LIMITES DE COGNIÇÃO NOS EMBARGOS DE TERCEIRO. SENTENÇA MANTIDA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. Vistos e examinados, estes autos de Apelação Cível nº 1.344.424-5, da 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE CASCAVEL, em que são Apelantes CELINO PRANDI E OUTRO e Apelados DEVAIR DALAROZA E OUTRO. I - RELATÓRIO Trata-se de recurso de apelação interposto por CELINO PRANDI E OUTRO em face de decisão proferida nos autos de Embargos de Terceiro nº 001.208/2009, movida por DEVAIR DALAROZA E OUTRO, contra CELINO PRANDI E OUTRO, da 1ª Vara Cível da Comarca de Curitiba, por meio da qual o Juízo recorrido julgou procedentes os pedidos iniciais, extinguindo o processo, com resolução de mérito, com fulcro no artigo 269, I do CPC, nos seguintes termos (fls. 268/271): (...) 24 - Ante o exposto julgo procedente o pedido, com base no art. 269, inc. I do CPC, O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 1 de 5

para desconstituir a penhora sobre o bem indicado na exordial. Na oportunidade, condeno a Embargante ao pagamento de custas e honorários sucumbenciais, os quais fixo em R$1.000,00 (hum mil reais), com fulcro no art. 20, 4º do CPC. 25 Certifique-se desta decisão nos autos n. 948/2002, com cópia desta decisão. 26 Dê-se baixa na constrição, oficiando o Órgão responsável. Oportunamente, desapensem-se e desarquivem-se. (...) Em suas razões (fls. 301/313), os Apelantes requerem/sustentam, em síntese: a) a existência de fraude na venda do imóvel objeto da demanda; b) a extinção da procuração, nos termos do artigo 682, do Código Civil pela morte do mandante; c) que sejam tomados por empréstimo os autos 960/97 apensos; d) que sejam isentados do pagamento das custas processuais e honorários de advogado. 323/339. A parte contrária foi intimada e apresentou contrarrazões às fls. É, em síntese, o relato. II - FUNDAMENTAÇÃO Estão presentes os pressupostos processuais intrínsecos (legitimidade, interesse, cabimento e inexistência de fato impeditivo ou extintivo) e extrínsecos (tempestividade e regularidade formal), como condição irrefutável ao conhecimento do recurso. Trata-se de recurso de Apelação Cível interposto por CELINO PRANDI E OUTRO, em face da r. sentença proferida nos autos de Embargos de Terceiro, pela qual o juízo a quo julgou procedente a pretensão inicial e desconstituiu a penhora sobre o bem indicado na exordial. A controvérsia diz respeito ao direito dos Apelados, proprietários e possuidores do imóvel, em serem mantidos na posse, visto à alegação por parte dos Apelantes da existência de nulidade decorrente de vício na compra e venda do imóvel objeto da demanda. Entendeu o juízo a quo que os embargos de terceiro são ação de conhecimento que dispõe o terceiro sempre que sofra uma constrição de um bem, e que o objetivo desta ação é liberá-lo ou declarar que o mesmo deva continuar sob constrição judicial. Que, apesar da transferência do imóvel ser questionada, os Embargantes são reconhecidos como possuidores do imóvel pelos Embargados. E ainda, em uma ação que objetive a anulação de determinado negócio jurídico deve haver a participação de todos os possíveis afetados para que haja cumprimento ao princípio do contraditório e ampla defesa e, portanto, é inconstitucional a afetação do patrimônio daquele que não foi oportunizado o O documento pode ser acessado no endereço 2 eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 2 de 5

direito de participação e resposta ainda que a demanda já tenha transitado e julgado. E, por fim, desconstituiu a penhora sobre o bem indicado na petição inicial. E tem razão o juízo a quo, pois os Embargos de Terceiro se traduzem em um instrumento de eficácia mandamental, por meio do qual o terceiro prejudicado se vale contra um ato constritivo do juízo, o qual restringe o exercício de fato de um dos poderes inerentes ao domínio, ou propriedade de seus bens. Art. 1.046. Quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha, poderá requerer Ihe sejam manutenidos ou restituídos por meio de embargos. 1o Os embargos podem ser de terceiro senhor e possuidor, ou apenas possuidor. (...) Segundo a doutrina: Denomina-se embargos de terceiro o remédio processual posto à disposição de quem, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho na posse de seus bens por ato de apreensão judicial, em casos como o de penhora, depósito, arresto, seqüestro, alienação judicial, arrecadação, arrolamento, inventário, partilha. (DONIZETE, Elpídio. Curso Didático de Direito Processual Civil. 8ª edição ampl. e atual. Editora Lumen Juris : Rio de Janeiro, 2007, pág. 881). ação. Assim, tanto o proprietário como o possuidor podem ingressar com a No caso, os Embargantes são proprietários e possuidores e a defesa dos Embargados está pautada na alegação de nulidade do negócio jurídico que conferiu aos primeiros a condição de proprietários. Embora os Apelantes sustentem a existência de fraude na compra e venda do imóvel, a análise dos embargos de terceiro é restrita ao reconhecimento da posse dos Embargantes e o seu resguardo de qualquer ato turbativo ou esbulhativo advindo da constrição judicial. Portanto, o resultado a ser alcançado é a disponibilidade do bem. Sendo assim, em embargos de terceiro não cabem discussões acerca de nulidade decorrente de fraude (ou simulação) na compra e venda do imóvel, cuja controvérsia deve ser solucionada em ação própria de conhecimento, dando oportunidade de participação e resposta a todos os envolvidos. O reconhecimento da nulidade do negócio jurídico depende de ampla discussão e produção de provas, assegurados o contraditório e a ampla defesa a todos que dele participaram. No caso, só estão no polo ativo e passivo os adquirentes e os prejudicados, respectivamente, o que impede uma decisão com eficácia plena. O documento pode ser acessado no endereço 3 eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 3 de 5

Nestes termos: AGRAVO DE INSTRUMENTO. MEDIDA CAUTELAR PREPARATÓRIA DE ARRESTO. IMÓVEL JÁ TRANSFERIDO NO CRI PARA A PROPRIEDADE DE TERCEIRO. TRANSFERÊNCIA OCORRIDA ANTES DA PROPOSITURA DA AÇÃO E, PORTANTO, ANTES DA LIMINAR DE ARRESTO. PEDIDO DE AVERBAÇÃO/REGISTRO DO ARRESTO INDEFERIDO PELO JUÍZO A QUO. INVIABILIDADE DO REGISTRO SOB PENA DE FERIR-SE O PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE REGISTRAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 237 DA LEI N. 6.015/1973. ALEGAÇÃO DE SIMULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO. INEXISTÊNCIA DE PROVAS. NECESSIDADE DE AÇÃO PRÓPRIA. A simulação e a fraude contra credores, com o fim de anulação de atos jurídicos, devem ser objeto de ação própria, de modo que se possa alcançar todos os intervenientes do negócio questionado. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-SC - AG: 20090439806 SC 2009.043980-6 (Acórdão), Relator: Dinart Francisco Machado, Data de Julgamento: 24/09/2012, Segunda Câmara de Direito Comercial Julgado) PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. EMBARGOS DE TERCEIRO. NULIDADE DE CONTRATO. VIA PROCESSUAL INADEQUADA. TUTELA DA POSSE. INTELIGÊNCIA DO ART. 1046, CPC. Os embargos de terceiro, por serem ação de cognição restrita, não é a via processual adequada para se discutir nulidade de contrato, ficando o pleito adstrito à desconstituição de ato de constrição judicial que tenha atingido bem de proprietário e possuidor, ou apenas possuidor, não integrante, a esse título, da relação processual (art. 1.046, CPC).(19980110703065APC, Relator ANA MARIA DUARTE AMARANTE BRITO, 4ª Turma Cível, julgado em 07/02/2000, DJ 17/05/2000 p. 33) No mais, independentemente da discussão a respeito da irregularidade na aquisição do imóvel, é incontroverso nos autos a posse dos Apelados sobre o objeto da demanda. Nota-se pelos documentos anexados que a posse exercida é legítima, pois decorre da propriedade e da prática de atos de posse. E sem que haja ampla discussão acerca da nulidade, não há como se falar em má-fé. Deste modo, os Apelados possuem legitimidade para defender o bem da constrição judicial, conforme disposto no art.1.046, 1º, do Código de Processo Civil. Desta forma, restando comprovada a existência de medida constritiva em processo alheio e o atingimento de bens de quem tenha direito ou posse, é de se acolher o pleito inicial. Frise-se, por fim, que nos Embargos de Terceiro não se invalida ou desconstitui a sentença proferida em processo alheio, mas apenas se impede que sua eficácia venha atingir o patrimônio de quem não foi parte naquela relação processual, tal como ocorre no presente caso, em que existe uma Ação Anulatória de Ato Jurídico c/c Perdas e Danos que resultou na afetação do direito dos Autores. Deste modo, foi correta a sentença do juízo a quo no sentido de desconstituir a anotação sobre o bem indicado na petição inicial. Frise-se, por fim, que no tocante ao pedido da prova produzida nos autos 960/97 apenso, tem-se que tal pretensão está relacionada à prova da alegada O documento pode ser acessado no endereço 4 eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 4 de 5

nulidade da compra e venda do imóvel objeto da demanda e, portanto, não é necessária para instruir os presentes Embargos de Terceiro. Desta feita, mantém-se a r. sentença recorrida. Por fim, considerando que o recurso foi totalmente desprovido, mantém-se o ônus sucumbencial nos termos da sentença. Diante do exposto, o voto é pelo desprovimento do Recurso de Apelação nos termos da fundamentação. III - DECISÃO ACORDAM os Magistrados Integrantes da Décima Primeira Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Paraná, por unanimidade de votos, em negar provimento ao recurso, nos termos do voto da Relatora. A Sessão foi Presidida pelo Excelentíssimo Senhor Desembargador Ruy Muggiati (sem voto), e acompanharam o voto da Relatora os Excelentíssimos Senhores Desembargadores Fábio Haick Dalla Vecchia e Sigurd Roberto Bengtsson. Curitiba, 16 de dezembro de 2015. Juíza Subst. 2º G. LUCIANE R.C.LUDOVICO Relatora O documento pode ser acessado no endereço 5 eletrônico http://www.tjpr.jus.br Página 5 de 5