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GISELE ELLEN O MUNDO DE EMY E O MUNDO DOS OUTROS Segunda Edição/2017 São Paulo 5
O MUNDO DE EMY E O MUNDO DOS OUTROS COPYRIGHT 2017 GISELE ELLEN DE ANDRADE Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) E45 ELLEN, Gisele. 1984- O mundo de Emy e o mundo dos outros / Ellen, Gisele. 2. ed. -- São Paulo: PerSe, 2017. 202p. ISBN 978-85-464-0546-6 1. Literatura brasileira. II. Título. 800 CDD: B869-1 Catalogação na publicação PS AUTOPUBLICAÇÃO E PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS LTDA Rua Turiassu, 390 Conj. 86 - Perdizes - São Paulo CEP: 05005-000 CNPJ: 11.053.820/0001-68 Contato: perse@perse.com.br 6
O real e o IMAGINÁRIO sempre se encontram em um determinado ponto. 7
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SUMÁRIO O início 11 A chegada de Emy 15 O mundo dos outros 21 Sonhos reais 23 A escola 25 A procura pela lógica comum 29 Somos o que somos? 31 O primeiro lugar 33 O anonimato 39 As descobertas 41 Luz própria 45 Emy Autêntica 51 Pensamentos demasiados 55 Interação social 63 Liberdade de pensamento 65 À procura de uma personalidade 69 O vazio 75 A inércia 79 Buracos de minhoca 83 Realidade ou ilusão? 89 O que é proibido é errado? 93 Sim e não 97 A lógica não compreende o amor 101 Quando será a hora de parar? 105 Pensamentos de Emy 111 Perfeito e imperfeito 117 Mau uso da capacidade 121 9
O MUNDO DE EMY E O MUNDO DOS OUTROS O amigo imaginário 127 Inteligência e cultura 133 O caos 135 Tentativa de sair do caos 139 A faculdade 143 Perdida na personalidade e presa na literalidade 147 Um novo segundo lugar 151 Será que todas as pessoas são más? 153 Sim, todas as pessoas têm um pedacinho mau 155 Mundo perfeito 157 Do recomeço 163 Algumas pessoas são especiais 165 A hora 173 Camuflagem 175 A camuflagem seria dupla personalidade? 179 A suposta liberdade 183 Talvez Maja estivesse certa 189 Emy entendeu por que teve de sair de casa para se libertar 191 A liberdade 197 10
O INÍCIO Ainda que Emy tenha uma enorme habilidade com a escrita, ela não se sente à vontade para escrever a respeito de si mesma. Por essa razão, delegou a mim essa tarefa. Devo esclarecer que esta é a história de como ela enxerga a vida e isso é o máximo do que ela pôde se lembrar... Conheço Emy desde que nasceu e ela sempre esteve presente nos meus pensamentos. Eu, também, sempre estive presente nos acontecimentos da vida dela. Convém contar como tudo começou... Tudo começou em uma pacata cidade do interior, quando uma jovem sonhadora abandonou a vida confortável da família para viver ao lado de seu grande amor. Enganada pelas ilusões da vida real, ela acreditava que tinha encontrado um príncipe encantado. O que de fato não era verdade. Mas ele era alguém muito dedicado ao trabalho, disso eu não posso discordar. 11
O MUNDO DE EMY E O MUNDO DOS OUTROS É importante mencionar que naquele tempo as meninas acreditavam que era muito fácil encontrar um príncipe encantado... Isso acontecia porque o conceito de príncipe encantado já estava estereotipado nas histórias infantis. Então, as meninas já cresciam ouvindo aquela ideia formada e era só encontrar o que já estava definido. Mas eu não estou dizendo que eles não existem. Não me interprete mal, eu não quero lograr os sonhos das meninas em encontrar o homem ideal. Estou dizendo que é preciso procurar bastante para encontrá-lo e não acreditar que ele seja o primeiro que aparece e por quem você se apaixona. Além disso, como você saberá se ele é mesmo encantado se você não conhecer os que não são encantados? Eu acredito que o erro inicial ocorreu quando estereotiparam a ideia de homem perfeito. Porque aquele ideal talvez não seja o que todas consideram encantado. Ou talvez aquele ideal não seja mais encantado depois de um determinado tempo. Talvez as princesas dos contos de fadas não soubessem disso, e se casavam com o primeiro príncipe com que se deparavam. E quando se davam conta de que ele não era encantado para elas, a famosa frase Felizes para sempre já tinha sido escrita, então era tarde demais para reescrever outro fim. 12
Além disso, nós nunca soubemos o que realmente acontecia depois disso. A futura mãe de Emy, a quem chamarei de Pauline (devendo mencionar que todos os nomes dados aos personagens são apenas pseudônimos usados para melhor narração e compreensão dos fatos), casou-se com Hermann e tiveram a primeira filha do casal, a quem nomearei de Maja. Devo destacar também que qualquer mera semelhança pode ser apenas coincidência. Ou não. O senhor Hermann sempre foi muito preocupado com o status do seu momento presente e nunca pensou no futuro, vivia sempre alimentando aparências que não condiziam com a sua realidade. Ele insistia em ser ou parecer o que não era... Hermann era uma pessoa inteligente, mas era ao mesmo tempo eloquente. Dizia que não tivera oportunidades, mas talvez não tenha se interessado ou se esforçado o suficiente para chegar aonde queria. O que importava, no momento, era o presente sem grandes oportunidades de um futuro delineado. Tinha constituído outra família e estava meio perdido na situação, completamente sem direção. Acredito que ele pensou até em fugir e fingir que nada tinha acontecido. A senhora Pauline também estava meio confusa nessa situação, de modo que tinha se acostumado a ser conduzida pelo fluxo da vida 13
O MUNDO DE EMY E O MUNDO DOS OUTROS para alguma direção, acomodando-se naquela ocasião. Emy acreditava que era exatamente isso que acontecia com as princesas nos contos de fadas depois dos felizes para sempre. Ou seja, elas estavam presas em um fim e, como eram programadas apenas para serem personagens, não podiam reescrever outro final. Ainda bem que não vivemos em contos de fadas, pois quem tem oportunidades de escolha quer estudar, ser doutor, e só depois pensa em casar e ter filhos. Mas Emy não acreditava que estudar e ser doutor era o objetivo ideal para todos os jovens. Emy dizia que o que era importante era saber dizer ao escritor qual é a real felicidade no final da história. Assim, nossas ações seriam repensadas, planejadas para um futuro melhor. Se bem que o futuro para cada geração sempre vai ser avaliado como melhor do que o futuro da geração anterior... Então... Futuro por futuro... Nunca se sabe qual foi ou qual será o melhor. 14
A CHEGADA DE EMY D epois de três anos do nascimento de Maja e conformada com a situação, a senhora Pauline descobriu que teria novamente uma criança. O que ela não sabia e nem podia imaginar era que estava esperando uma pessoa tão difícil de se compreender e se conviver. Talvez, se ela soubesse, teria tentado encontrar algum manual de instrução para tentar um meio de atuação. Se bem que não acredito na existência de manuais de instrução que ensinem a manusear uma Emy. Eu não sei se Emy era especial ou se ela se julgava especial, talvez fosse somente mais uma pessoa no mundo, uma pessoa comum. A senhora Pauline não sabia mais se era bom ter outro filho, mas existia a esperança de nascer o desejado filho homem que seu marido tanto almejava e que a família dele tanto cobrava. As famílias de antes acreditavam que ter um filho homem era sorte, porque teriam alguém que ajudaria na subsistência deles quando crescesse. Isso me causa risos, porque elas não podem imaginar a força que tem uma menina quando 15