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Transcrição:

Prazer em servir melhor!

Caracterização hidrogeológica: Estudo ambiental em área de futuro aterro sanitário Este trabalho teve como objetivo realizar a caracterização geológica e hidrogeológica, assim como a caracterizar as propriedades e feições do solo da área destinada para a implantação do aterro sanitário da cidade de Jitaúna. A área de estudo está situada no município de Jitaúna, estando a aproximadamente 29 km de Jequié, no Estado da Bahia. Destinada para a implantação do aterro sanitário, possui cerca de 2.320m², Figura 1: Mapa de localização da área de estudo. Foram avaliados os aspectos climático, hidrológicos, geomorfológico, fitofisionomia, pedológico, geológico e hidrogeológico.

Hidrogeologia A área do estudo esta localizada no Domínio Hidrogeológico Cristalino (Figura 4), caracterizado por apresentar baixa/muito baixa favorabilidade hidrogeológica, constitui o denominado aqüífero fissural, apresentando permeabilidade muito baixa, produtividade muito baixa (Q no geral entre 1 e 5 m3/h). Este Domínio por ser composto por rochas em que quase não existe uma porosidade primária, a ocorrência de água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas, e a água em função da falta de circulação e do tipo de rocha (entre outras razões), é na maior parte das vezes salinizada. Existe uma tendência de que este domínio seja o que apresente menor possibilidade ao acumulo de água subterrânea, já que a maioria dos litótipos presentes ocorre geralmente sob a forma de grandes e extensos corpos maciços (CPRM, 2007). A partir analise dos poços localizados no raio de 40 km da área de estudo, foi possível obter os resultados presentes na Tabela 1. Foram analisados 48 poços que apresentaram uma média de 46,5 m de profundidade, enquanto que a profundidade máxima foi de 82m. Quadro 1: Análise dos 48 poços mais próximos da área de estudo. VALORES MÁXIMO MÍNIMO MÉDIO Profundidade (m) 82 0 46,55 Vazão Q (m³/h) 21,99 0 6,67 Nível Estático NE (m) 10,43 0 2,88 Nível Dinâmico ND (m) 55,63 0 22,36

As figuras a seguir representam a espacialização desta análise. Figura 2: Mapa com os intervalos de Profundidade, em relação a media dos poços da região da área de estudo. Figura 3: Mapa com os intervalos de Vazão (Q), em relação a media dos poços da região da área de estudo.

Figura 4: Mapa com os intervalos do Nível Estático (NE), em relação a media dos poços da região da área de estudo. Figura 5: Mapa com os intervalos do Nível Dinâmico (ND), em relação a media dos poços da região da área de estudo.

Estudo do Perfil do Solo Para a descrição do perfil do solo (Figura 6) é composto pelos horizontes A e B, que apresentam um contato gradual entre si. O horizonte A pode ser dividido em: Sub-horizonte A (porção superior), composto por solo amarelo (5y 7/2 úmido) silto-argiloso, com 32 cm de espessura, apresentando porções manchadas de coloração marrom (7,5yr 5/4), e Subhorizonte A (porção inferior), com 20 cm de espessura, que se distingue do A pelo aumento significativo dos teores da fração argila, além da presença de fragmentos de quartzito branco com até 2 cm. Figura 6: Perfil do solo. O horizonte B possui 48 cm de espessura, sendo caracterizado por solo amarelo (5y 8/1 úmido) mosqueado argiloso. As manchas apresentam uma variação de cor entre o amarelo avermelhado (7,5yr 7/8 úmido) ao marrom escuro (7,5yr 4/3 úmido). Apresenta no topo, níveis de quartzito branco angulosos com até 7 cm, que se encontram dispersos também ao longo do horizonte. O nível do lençol freático não foi observado. Ensaio de Permeabilidade do Solo Para a realização do ensaio de permeabilidade (teste de absorção) do solo, foram abertas três cavas de acordo com a metodologia sugerida pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA (BRASIL, 2006). Este teste tem como finalidade, fornecer o coeficiente de percolação do solo, o qual é indispensável para o dimensionamento de fossas absorventes e campos de absorção (BRASIL, 2006).

O coeficiente de infiltração, por definição, representa o número de litros que 1m² de área de infiltração do solo é capaz de absorver em um dia. Este coeficiente varia de acordo com os tipos de solo e pode ser obtido pelo gráfico da Figura 7 ou pela fórmula: Figura 7: Gráfico para determinar coeficiente de percolação. Fonte: BRASIL, 2006. Os resultados do coeficiente de infiltração (Ci) do terreno do empreendimento é 31,2 litros/m²/dia, estando inserido na categoria Semi-impermeável.