15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA EM DETALHAMENTO PROGRESSIVO EM SÃO GONÇALO - RJ

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Transcrição:

15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA EM DETALHAMENTO PROGRESSIVO EM SÃO GONÇALO - RJ Thais Santos 1 Resumo São Gonçalo é o segundo município mais populoso do Estado do Rio de Janeiro, tendo 99,93% de sua população concentrada em área urbana. O crescimento urbano de São Gonçalo foi originado sem qualquer planejamento urbano, sendo caracterizado nos dias atuais por uma ocupação densa e desordenada, o que acarretou em profundas modificações na paisagem, principalmente nas encostas descaracterizadas do município. Desastres naturais vêm causando cada vez mais danos à população e por este motivo têm-se desenvolvidos diversos trabalhos a fim de auxiliar as administrações públicas quanto a ações de minimizações destes desastres, além destes servirem como subsidio aos municípios para o reassentamento de famílias atingidas por estes. Neste trabalho o objetivo é identificar, caracterizar e classificar, e analisar o risco a escorregamento no município de São Gonçalo a partir do método de detalhamento progressivo, com a preparação ou avaliação de cartas em diversas escalas e formatos, a saber: na escala 1:50.000, uma Carta Cadastral para indicação dos seis setores com maior concentração de escorregamentos no município; na escala 1:10000, uma Carta Geotécnica Específica, preparada dentro do contrato Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro e a empresa PANGEA; na escala 1:5.000, uma Carta Geotécnica também específica, mas restrita ao maior bairro de maior frequência de escorregamentos - o Engenho Pequeno; e na escala 1:2.000, uma Carta de Risco a Escorregamentos num determinado setor do bairro Engenho Pequeno - a encosta a montante da Rua Luís Couto -, onde se mapeou e analisou escorregamentos em taludes de corte aos fundos das residências mapeáveis somente nesta escala; e, finalmente, na escala 1:200, uma planta geotécnica, e o respectivo perfil geológico, no setor mais expressivo da Rua Luís Couto. Abstract São Gonçalo is the second most populous county in the state of Rio de Janeiro, with 99.93% of its population concentrated in urban areas. The urban growth of São Gonçalo originated without any urban planning, being featured in the current by a dense and disorderly occupation days, which resulted in profound changes in the landscape, especially on the disfigured slopes of the municipality. Natural disasters have been causing more and more damage to the population and for this reason have been developed several jobs in order to assist the government in efforts to minimization of these disasters, additionally serve as a subsidy to municipalities for the resettlement of affected families. In this work the objective is to identify, characterize and classify, and analyze the risk to slip in São Gonçalo from the method of progressive detailing, with the preparation or review of letters at various scales and formats, as follows: In scale 1:50,000 a Cadastral Map to indicate the six sectors with the highest concentration of landslides in the municipality; in scale 1:10000 a Specific Geotechnical Map, prepared within the contract between the Department of Minerals Resources of the state of Rio de Janeiro and the company PANGEA; in scale 1:5,000 a Geotechnical Map also specific, but restricted to the largest neighborhood increased frequency of landslides Engenho Pequeno; and scale 1:2,000, a Map of Landslide Risk in a particular sector of the Engenho Pequeno - the slope upstream of Rua Luís Couto - where it was mapped and analyzed landslides on slopes cutting funds from households only mappable at this scale; and finally, in scale 1:200, a geotechnical plant, and its geological profile, the most significant sector of Rua Luís Couto. Palavras-Chave Carta Geotécnica; Escorregamento; Risco geológico. 1 Geól., Diretoria de Geologia, Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ): Niterói -RJ, (21) 2717-3468, thais.silva@drm.rj.gov.br 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 1

1. INTRODUÇÃO A publicação da Politica Nacional de Proteção e Defesa Civil (BRASIL, 2012), impõe as administrações publicas ações preventivas para minimizações de desastres, estas incluem o mapeamento de áreas suscetíveis a movimento de massa, e é neste contexto que está inserido o presente trabalho. O objetivo do trabalho é a produção de cartas e/ou mapas geotécnicos em diversas escalas para o município de São Gonçalo, região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, baseado no método de detalhamento progressivo proposto por CERRI et al. (1996). Este trabalho baseou-se na avaliação do meio físico e foi desenvolvido segundo os princípios da cartografia geotécnica. 2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA ESTUDADA São Gonçalo localiza-se na região sudeste do Brasil, na região metropolitana do Estado do Rio de Janeiro, com uma área total de aproximadamente 247,7 km 2, tendo como limite, a Norte e a Leste, o município de Itaboraí, a Sudeste, o município de Maricá, a Sul o município de Niterói e a Oeste a Baía de Guanabara. Tendo uma população de 999.728 habitantes, sendo 99,93% desta urbana (Censo, 2010). 2.1. Caracterização geológica Baseado no mapeamento 1:50000 realizado pelo DRM-RJ (GEOSOL/DRM-RJ, 1980), o município de São Gonçalo está inserido na Folha Baia de Guanabara, e é constituído pelas Unidades Précambrianas, Gnaisse Facoidal, Cassorotiba, Santo Eduardo e São Fidelis, pela Unidade Terciária, Formação Barreiras, e pelas Unidades Sedimentares Quaternárias. 2.2. Clima Segundo BERTOLINO et al. (2007) o clima da região é do tipo Aw na classificação de Köppen, tendo como os meses de maio e outubro como período mais seco, com índices pluviométricos mensais inferiores a 100 mm, já no período mais úmido estes índices podem ser superiores a 200 mm. As temperaturas mais baixas são registradas em julho (22,3 C) e as mais altas em dezembro (29,1 C). 3. CONHECENDO O PROBLEMA 3.1. Risco geológico Risco geológico é definido como uma situação de perigo, perda ou dano, ao homem e a suas propriedades, em razão da possibilidade de ocorrência de processo geológico, induzido ou não (AMARAL e CERRI, 1998). De acordo com os mesmos autores, o risco geológico pode ser classificado em risco atual e risco potencial, as áreas de risco atual correspondem a locais já ocupados e as áreas de risco potencial são aquelas que ainda não foram ocupadas ou intensamente ocupadas. O DRM-RJ, baseado nas análises presentes em DRM-RJ (2011), classifica risco geológico em: Risco Iminente, quando os condicionantes geológicos predisponentes e as intervenções no ponto ou área indicam uma probabilidade alta de ocorrência de escorregamentos, com possibilidade de destruição imediata de 01 ou mais moradias ou morte, num prazo de 01 ano; Risco Remanescente, quando as feições geológicas cicatrizes e outros presentes num setor de encosta afetado por escorregamentos recentes e a elevada chance de continuidade das chuvas que deflagraram, indicam uma alta recorrência dos escorregamentos e de destruição de 01 ou mais moradias, com mortes, no prazo de 01 dia. Esta situação recomenda a evacuação imediata dos moradores pelo Sistema de Defesa Civil. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 2

3.2. Cartografia geotécnica na gestão de risco a escorregamentos De uma maneira geral, apesar das muitas diferenças de denominação proposta por diversos autores, há um consenso de que um produto para ser considerada carta geotécnica necessariamente o trabalho técnico que o preparou deve apresentar uma interpretação das características ou atributos do meio físico geológico, independente da escala escolhida. Sendo assim, a confecção da carta geotécnica possui características pessoais e subjetivas de quem a prepara. As metodologias para elaboração das cartas e dos mapas geotécnicos utilizadas no Brasil são baseadas em metodologias clássicas internacionais, e foram comparadas na Tabela 01 (Aguiar, 1994 apud CERRI et al., 1996). CERRI et al. (1996), propõe o emprego do método do detalhamento progressivo para a elaboração de cartas e/ou mapas geotécnicos de áreas urbanas em três etapas sucessivas de trabalho, com níveis de detalhe crescente, do geral ao particular, no qual se fixa uma escala de trabalho e de representação cartográfica dos resultados e se define a dimensão da área a ser investigada. A primeira etapa, Etapa Geral, sugere-se a elaboração de cartas e/ou mapas geotécnicos, na escala 1:50000 ou 1:25000. Na segunda etapa, Etapa Intermediária, detalham-se a caracterização do meio físico das áreas contempladas na etapa anterior, na escala 1:25000 ou 1:10000, com a elaboração de mapas e/ou cartas geotécnicos. Já Na terceira etapa, Etapa de Detalhe, recomenda-se a execução de estudos geológicosgeotécnicos temáticos específicos e locais em escala 1:5000 ou maior. Tabela 01 - Análise Comparativa entre metodologia de elaboração de mapas técnicos (Aguiar, 1994 apud CERRI et al., 1996). Metodologia Área (km²) Atributo Classe do Terreno Escala (10^-3) Cartas Finalidades MATEWSON & FONT Variada Não define: - escolha - obtenção --- --- 1 ordem 2 ordem 3 ordem 4 ordem Observação Engenharia Interpretação Planejamento IAEG Variada Não define: - limites - obtenção Suíte, complexo e tipo litológico e tipo geotécnico. <200 10-200 5-10 >5 Geral Específica Especial Multifinalidade FRANCESA PUCE <1500 Variada Não condiciona: -princípios -limites Define: - escolha - limites Regional/ Metropolitano/ Urbano/ Específico/ Detalhamento Província/ Padrão/ Unidade/ Componente <100 100-50 25-10 >5 5-1 >1 >250 >250 >25 >2,5 Dados Fatores Sintéticos Geral Específica Aptidão Desenvolvimento Regional; Planejamento rural e urbano ZUQUETTE Variada Define: tipos escolha obtenção avaliação Geral/ Básico Regional Semi-detalhada Detalhada <100 100-25 25-10 >10 Básica: - opcional - fundamental Auxiliar Derivada Condição Geotécnica Zoneamento Geotécnico Zoneamento Geotécnico Específico 4. METODOLOGIA DO TRABALHO A metodologia de cartografia geotécnica utilizada combina aspectos conceituais e técnicos de IAEG (1976 apud CERRI et al., 1996) e DRM-RJ (2011), e aplica a sistemática de detalhamento (ou regionalização) progressivo (CERRI et al., 1996), basicamente em quatro etapas de análise: a etapa mais geral, na escala 1:50000, de síntese; a de detalhe, na escala 1:10000, acompanhando 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 3

os trabalhos desenvolvidos pelo DRM-RJ; a de grande detalhe, na escala 1:5000, no bairro Engenho Pequeno, a de muito grande detalhe, na escala 1:2000, na Rua Luís Couto; e, por fim, a de ultra detalhe, na escala 1:200, num trecho da Rua Luís Couto. Ressalta-se a dificultada enfrentada para a produção da Carta Geotécnica do Engenho Pequeno, devido a não existência de base topográfica em escalas de detalhe, a maior escala existente para o município de São Gonçalo foi obtida com a base topográfica da concessionária AMPLA em escala 1:10.000, foi necessário então a criação de uma base mais adequada para ser utilizada em escala maior. Para isto foi feita a interpolação das curvas de níveis no Software ArcGis, o processo foi organizado no Fluxograma 01: Base vetorial 1:10000 Curvas de nível 5-5m Converter Base raster 1:10000 Curvas de nível 5-5m Reduzir o pixel do raster para 0,5 metros Base vetorial 1:10000 Curvas de nível 1-1m Converter Base raster 1:10000 Curvas de nível 1-1m Interpolar Fluxograma 01: Método utilizado para a interpolação das curvas de níveis. 4.1. Material utilizado Material utilizado Produtos Imagem de satélite DRM-RJ Dados escorregamentos COMDEC e DRM-RJ Dados escorregamentos ROSA (2013) Sirenes do Sistema de Alerta e Alarme Carta Cadastral 1:50000 Carta Geotécnica 1:5000 Base Topográfica modificada AMPLA Fotografia de sobrevôo DRM-RJ Dados de Campo do autor Carta de Risco 1:2000 Planta Geotécnica 1:200 Fluxograma 02: Materiais utilizados para a confecção dos produtos deste trabalho. 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1. Inventário de escorregamentos de São Gonçalo O último grande desastre ocorreu em Abril de 2010 quando a capital do estado e sua região metropolitana foram assoladas por fortes chuvas que deixaram 2881 famílias desalojadas e 16 vítimas fatais no município de São Gonçalo. CARTA CADASTRAL DE ESCORREGAMENTOS DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO Os pontos de escorregamentos cadastrados neste documento foram extraídos dos seguintes trabalhos: Cartas de risco iminente produzidas pelo DRM-RJ (REGEA/DRM-RJ, 2011), que atendeu os pontos dos escorregamentos ocorridos em abril de 2010; Laudos de vistorias realizadas pelo DRM-RJ, durante o período de 2010 e 2013; Relatórios de vistorias da Defesa Civil de São Gonçalo, produzidas durante o período de 2011 a 2013. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 4

O mapa (Figura 01) apresenta a maioria dos escorregamentos nos distritos de São Gonçalo (Sede), Neves, Sete Pontes. Os distritos de Neves e Sede estão entre os distritos mais populosos do município, a ocupação desordenada associada ao relevo de morros isolados da região, é o motivo da maioria dos escorregamentos. O distrito de Sete Pontes é em sua maior parte composto por um relevo acidentado com morros e colinas, nesta área ocorreu uma urbanização foi totalmente desordenada por localiza-se próximo à cidade de Niterói e ao centro de São Gonçalo, e esta ocupação é a causa da maior incidência de pontos de escorregamentos. Três dos bairros mais afetados por estes desastres naturais deste distrito localizam-se neste distrito, são eles Engenho Pequeno, Tribobó e Novo México. Figura 01: Carta cadastral dos escorregamentos no município de São Gonçalo. Nos polígonos pretos foram indicados os seis setores de maior concentração de escorregamentos no município. CARTA GEOTÉCNICA DE SÃO GONÇALO NA ESCALA 1:10000 Cartas Geotécnicas na escala 1:10000 são ideais para subsidiar as administrações públicas com informações geológico-geotécnicas para os planos diretores. A Carta Geotécnica Especifica foi produzida dentro do contrato DRM-RJ/PANGEA (Figura 02), em que a autora atuou como estagiária durante a etapa preliminar. Foram desenvolvidos produtos em três etapas: Etapa preliminar Carta Genérica Cadastral na escala 1:25000, corresponde a uma base de dados gerais, com informações relacionados aos escorregamentos. Etapa intermediária Carta Geotécnica Especifica e Sintética na escala 1:10000, corresponde a um mapa sintético de unidades geotécnicas e atributos especificamente ligados aos escorregamentos, sendo produzida para 07 setores que atende em área mais de 90% do município. Etapa final Carta Geotécnica Específica e Analítica de Aptidão Urbana produzida para os mesmos setores e na mesma escala da etapa intermediária, correspondendo a um mapa de orientação do uso adequado dos terrenos. A Carta Geotécnica Especifica 1:10000 entregue pela empresa PANGEA ao DRM-RJ, apresenta 09 unidades geotécnicas, sendo que na área do Bairro Engenho Pequeno que é atendido pela a carta de número 05 foram mapeadas 07 unidades, são estas: (A) Topo composto por solo residual delgado (menor que 10 m) e com afloramentos rochosos esparsos; (B) Encosta retilínea composta por solo residual delgado (menor que 05 metros) com afloramentos rochosos esparsos; 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 5

(C) Depósito de tálus ou depósito de blocos e matacões; (D) Canal de drenagem em encosta côncava, com solo residual menor que 05 metros; (E) Encosta retilínea composta por solo residual espesso (10-20 m), com eventuais blocos in situ; (H) Vale em bases de encostas naturais; (I) Planície aluvionar fluvial de inundação. Neste bairro a distribuição dos pontos de risco nas unidades geotécnicas aponta a Unidade B como a unidade mais preocupante, a descrição desta possui características que levam a entender que em alguns pontos uma fina camada de solo recobre diretamente a rocha sã, e essa, portanto poderia ser a causa da concentração dos pontos de risco, visto que durante chuvas constantes, a água pluvial preencheria todos os poros do solo e não tendo como infiltrar na rocha, formando poro-pressão positiva que acarretaria nos deslizamentos. A carta apresentada aqui não se trata do produto final, o DRM-RJ ainda irá entregar sua versão da Cartografia Geotécnica, com novos dados e nova legenda, a atender melhor as necessidades do município. Figura 02: Área do Bairro Engenho Pequeno na Carta Geotécnica Específica 05 do município de São Gonçalo, na escala 1:10000 e seus domínios geotectônicos. O polígono em vermelho identifica a área do mapeamento 1:5000. CARTOGRAFIA GEOTÉCNICA DO BAIRRO ENGENHO PEQUENO NA ESCALA 1:5000 A Carta Geotécnica (Figura 04) foi desenvolvida na área central do bairro Engenho Pequeno, que é o segundo que mais apresentam solicitações na Defesa Civil do município, tendo sido muito afetado durante o evento de abril de 2010, além de ser o bairro de maior disponibilidade de dados de escorregamentos históricos, presentes em ROSA (2013), datados do ano 2004 ao ano 2011. Nesta escala de trabalho foi possível definir a importância de unidades geotécnicas para a ocorrência de escorregamentos, o que na escala trabalhada anteriormente não era possível visto à impossibilidade de representação cartográfica das cicatrizes de escorregamentos em pequena escala. Foram mapeadas cinco unidades geotécnicas definidas como: Unidade Afloramento Rochoso (Figura 03-A); Unidade Solo Residual sobre Rocha (Figura 03-B); Unidade Solo Residual em Encosta Retilínea/Convexa (Figura 03-C-I); Unidade Solo Delgado em Encosta Côncava (Figura 03-C-II); Unidade Tálus (Figura 03-D). A B 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 6

I II C D Figura 03: A Unidade Afloramento Rochoso, com dois sets de fraturas e depósito de tálus/rejeito na base da antiga pedreira formado pelo descarte e pela queda de blocos; B Unidade Solo Residual sobre Rocha na Estrada da Carioca; C Contato entre a Unidade Solo Residual em Encosta Retilínea (I) e a Unidade Solo Delgado em Encosta Côncava (II); D Unidade Tálus na Rua Álvaro Soares. Figura 04: Carta Geotécnica do Bairro Engenho Pequeno. CARTOGRAFIA DE RISCO A ESCORREGAMENTO NA ESCALA 1:2000 A Carta de Risco a escorregamento (Figura 05) foi desenvolvida no setor que compreende a Rua Luís Couto e parte da Rua Mantiqueira, localizadas a sudoeste da área trabalhada anteriormente. Nesta escala de trabalho observa-se com clareza que o principal complicador para o aumento de risco a escorregamento é a ocupação desordenada das encostas, que conceitualmente já se tornam perigosa quando seu grau de inclinação ultrapassam os 45º, seria, portanto necessária uma ocupação bastante racional, mas isto não é visto na região, em que a instabilidade é agravada pelos cortes na base da encosta sem o acompanhamento técnico necessário. Na área 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 7

cartografada pode-se notar que estes cortes foram realizando tanto para abertura do logradouro público como para ampliar o espaço para a construção de moradias. Foram identificadas neste setor 17 cicatrizes de escorregamentos, sendo 04 em encosta natural e 13 em taludes de corte, todos os imóveis da Rua Luís Couto apesar de interditados continuam habitados pela população, sendo delimitados nesta carta de risco três setores de risco muito alto e oito setores de risco alto. Na imagem observa-se ainda a pedreira desativada Dona Diva, sob o sopé da antiga frente de lavra foram construídas diversas moradias de baixo padrão construtivo que estão em risco devido ao processo de queda de bloco, ocasionados pela interseção dos dois sets de fraturas presentes na região. O perfil mais complexo da imagem trabalhada localiza-se em encosta côncava onde foram construídos diversos imóveis em sua base, na imagem foram identificadas três cicatrizes de escorregamentos, sendo duas localizadas na quebra do relevo, da forma suave do topo para a íngreme da encosta. Figura 05: Carta de Risco a escorregamento da Rua Luís Couto. PLANTA GEOTÉCNICA NA ESCALA 1:200 O perfil selecionado para a elaboração da planta geotécnica encontra-se em uma encosta de forma côncava no início da Rua Luís Couto, nesta rua ocorreram três escorregamentos pretéritos em abril de 2010, sendo que apenas um atingiu os imóveis localizados na base desta encosta. Segundo o morador de um destas casas, existia uma mina d água que foi extinta devido à intensa ocupação urbana da área, porém em chuvas mais intensas tornou-se o caminho preferencial para escoamento. Para tentar minimizar o problema, e direcionar este caminho, o morador construiu uma canaleta que corta o talude na sua porção média até a base. O setor mapeado apesar de estar localizado em uma encosta côncava apresenta camada de solo bastante delgada, variando de 01 a 02 metros de espessura (Figura 06). Somente nesta escala de trabalho foi possível identificar diversos blocos rochosos in situ e deslocados, além de vários afloramentos rochosos. Os blocos deslocados foram observados próximos às residências, sendo um deste incorporado a construção do muro limítrofe das residências. O escorregamento teve início na interface topo/encosta côncava e atingiu a profundidade do solo residual jovem. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 8

Figura 06: Planta Geotécnica da Rua Luís Couto e seu perfil esquemático A -A. 6. CONCLUSÕES Neste trabalho ficou comprovado que a sistemática de detalhamento progressivo trata-se de um importante para o entendimento dinâmico do meio físico, uma campanha de estudos geológicogeotécnicos partindo da escala regional e progressivamente chegar a uma escala de maior detalhe. Na escala 1:50000, em que foi produzida a Carta Cadastral do município confirma a carência de bancos de dados com grande volume, visto que só há disponibilidade de dados a partir do ano de 2010, não há em arquivo na COMDEC-SG dados de anos anterior, dificultando assim entender o histórico de escorregamentos no município. Como esse banco de dados foram produzidos, em grande parte, pelos dados da Defesa Civil os pontos inventariados concentram-se nas áreas urbanas mais afetadas. Recomenda-se que os dados dos escorregamentos existentes na prefeitura sejam arquivados adequadamente, para que no futuro estes possam ser utilizados a fim de indicar historicamente os pontos de maior ocorrência de escorregamentos. Os resultados nesta etapa garantem menor confiabilidade dos dados sobre o risco geológico urbano para programa do uso do solo sendo necessária uma análise mais detalhada. Na escala 1:10000, foi analisado o mapeamento geotécnico expedito produzido pelo DRM-RJ na área do bairro Engenho Pequeno, que identificou as unidades geotécnicas relacionando-as com a distribuição dos pontos de risco. Nesta escala não foram identificadas cicatrizes de escorregamentos, por este motivo podemos concluir que os escorregamentos que ocorrem no bairro são escorregamentos restritos, normalmente associados a cortes de taludes em solo residual aos fundos das residências. Os resultados desta escala são ideais para subsidiar as administrações públicas com informações geológico-geotécnicas para os planos diretores. Na escala 1:5000 em que foi produzida a Carta Geotécnica do Bairro Engenho Pequeno, foram delimitados as unidades geotécnicas relacionando também com a distribuição dos pontos de risco a escorregamentos. Os escorregamentos mapeados no Engenho Pequeno obedecem às condicionantes que retratam o meio físico, como a forma da encosta e a influência das águas provenientes das chuvas. Os escorregamentos são rasos atingindo, o solo residual jovem ou a rocha alterada no caso dos escorregamentos nas unidades Solo Espesso em Encosta Côncava e Solo Delgado em Encosta Convexa, e a rocha sã, quando o escorregamento ocorre na Unidade Solo sobre Rocha. As ocupações das encostas estão situadas sobre solo residual que geralmente 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 9

recobrem afloramentos de rocha alterada ou rocha sã. Apesar da boa qualidade do solo, a sua localização em encostas com alta declividade (igual ou superior a 45º) e a infiltração d água, torna-se extremamente perigoso do ponto de vista geotécnico. Quanto a escorregamentos em encostas naturais, a maioria ocorre na interface topo/encosta côncava, reforçando a ideia de que a geometria dos morros influenciaria para o início do escorregamento. A forma suave, geralmente convexa, no topo do morro mudando para íngreme nas encostas côncavas, proporciona a infiltração ou o escoamento lento das águas pluviais no topo, sucedido pela erosão das encostas quando passa a escoar por superfícies mais inclinadas. Os resultados desta escala são ideais para subsidiar as administrações públicas em relação ao uso urbano do solo, para implantação de loteamentos e de novos empreendimentos. Na escala 1:2000, a Carta de Risco da Rua Luís Couto permitiu o registro de fatores que influenciam os escorregamentos, tipo do movimento e sua área de influência. A principal questão relacionada às áreas de risco são os indevidos cortes dos taludes ainda nestes solos residuais, com distância das residências, na maioria das vezes, inferior a 02 metros. Dessa forma, mesmo que o escorregamento tenha dimensão pouco expressiva, apresenta capacidade de atingir as residências adjacentes. Os resultados obtidos nesta etapa têm por finalidade subsidiar projetos e construções de engenharia civil. A ideia principal desta etapa é a implantação de ações emergenciais no intuito de suprir as necessidades advindas no momento do acidente. Na escala 1:200, a Planta Geotécnica permite agir no risco pontual com o registro dos fatores que influenciam os escorregamentos, tipo do movimento e sua área de contribuição. Nesta escala a ideia é o auxilio as implantações de ações emergenciais no intuito de atender as necessidades provenientes do momento do acidente. AGRADECIMENTOS A autora agradece a UERJ e ao Profº. Drº. Claudio Amaral, por este trabalho fazer parte da sua monografia de graduação, ao DRM-RJ e a COMDEC-SG por todo suporte oferecido. REFERÊNCIAS AMARAL, C.P., CERRI, L.E.S. 1998. Riscos Geológicos. Geologia de Engenharia. Associação Brasileira de Geologia de Engenharia, São Paulo, SP. 301-310. BERTOLINO, A. V. F. A., et.al., 2007. Analise da Dinâmica Climatológica no Município de São Gonçalo/RJ: Triênio 2004-2007. Ano IV, nº. 2. BRASIL. Lei n. 12.608, de 10 de abril de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil - PNPDEC. Site: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12608.htm.> CERRI, L.E.S., et al. 1996. Cartas e Mapas Geotécnicos de Áreas Urbanas: Reflexões Sobre as Escalas de Trabalho e Proposta de Elaboração com o Emprego do Método do Detalhamento Progressivo. 8 Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia; Rio de Janeiro, RJ, 537-547. DRM-RJ. 2011. Megadesastre da Serra Janeiro de 2011. Apresentação institucional. Niterói, RJ. Disponível em: www.drm.rj.gov.br. GEOSOL/ DRM-RJ. 1980. Relatório Final da Folha Baía de Guanabara 1:50.000. Projeto Carta Geológica do Estado do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, RJ. ROSA, F.B. 2013. Análise Pluviométrica e sua Correlação com as Ocorrências de Movimentos de Massa no Bairro Engenho Pequeno São Gonçalo/RJ: período de 2005 a 2011. Monografia de Graduação Universidade do Estado do Rio de Janeiro FFP, Rio de Janeiro. 81p. REGEA/ DRM-RJ. Núcleo de Análise e Diagnóstico de Escorregamentos. 2011. Relatório Técnico 1560-R-10: Cartografia de risco a Escorregamentos em Encostas no Município de São Gonçalo, RJ - Setor 04. São Paulo, SP. 9p. ZUQUETTE, L.V. & GANDOLFI, N. 2004. Cartografia Geotécnica. Oficina de Textos. São Paulo. 190p. BELL, F.G. Engineering Geology, Elsevier, Oxford, 2007. 593p. 15º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental 1 0