MERCOSUL/CMC/DEC. Nº 13/00 COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO GERAL DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO RECÍPROCA PARA A SEGURANÇA REGIONAL EM MATÉRIA DE TRÁFICO ILÍCITO DE MATERIAL NUCLEAR E/O RADIOATIVO ENTRE O MERCOSUL, A REPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO CHILE TENDO EM VISTA: o Tratado de Assunção, o Protocolo de Ouro Preto, a Decisão Nº 23/99 do Conselho do Mercado Comum e o Acordo Nº 8/00 da Reunião de Ministros do Interior do MERCOSUL, a República da Bolívia e a República do Chile. CONSIDERANDO: Que foi assinado o Plano Geral de Cooperação e Coordenação Recíproca para a Segurança Regional, aprovado pela Decisão CMC Nº 23/99. Conscientes da constante luta contra todas as formas da ação criminal, que tem gerado e adquirido uma crescente dimensão transnacional a partir do fenômeno da globalização e do processo de integração regional. Que é necessário continuar com o desenho, incorporação e implementação de novas ações operacionais, como as relacionadas com o tráfico ilícito de materiais nucleares e/ou radioativos, com a finalidade de contribuir ao desenvolvimento sustentado da região e à determinação de sistemas de monitoreamento e de respostas diante de situações de risco radiológico, particularmente em áreas de fronteira. O CONSELHO DO MERCADO COMUM DECIDE: Art. 1 - Aprovar a assinatura da Complementação do Plano Geral de Cooperação e Coordenação Recíproca para a Segurança Regional em matéria de Tráfico Ilícito de Material Nuclear e/ou Radioativo, entre o MERCOSUL, a República da Bolívia e a República do Chile, elevada pela Reunião de Ministros de Interior do MERCOSUL, Bolívia e Chile, pelo Acordo Nº 8/00 que consta como Anexo e faz parte da presente Decisão.
XVIII CMC Buenos Aires, 29/VI/00
COMPLEMENTAÇÃO DO PLANO GERAL DE COOPERAÇÃO E COORDENAÇÃO RECÍPROCA PARA A SEGURANÇA REGIONAL EM MATÉRIA DE TRÁFICO ILÍCITO DE MATERIAL NUCLEAR E/OU RADIOATIVO ENTRE O MERCOSUL, A REPÚBLICA DA BOLÍVIA E A REPÚBLICA DO CHILE CAPÍTULO VI Âmbito Tráfico Ilícito de Material Nuclear e/o Radioativo Seção 1ª Intercâmbio de Informação 1. Criar um mecanismo que garanta uma notificação imediata entre os Estados Partes e Associados, sobre fatos ocorridos tanto com as chamadas fontes órfãs ¹ ou material nuclear, especialmente os resultantes de atos de tráfico ilícito. O citado mecanismo deve necessariamente incluir o intercâmbio de informação entre as respectivas autoridades competentes em matéria nuclear, aduaneira, de segurança e de inteligência de cada Estado Parte ou Associado. 2. Avaliar a possibilidade de estabelecer um mecanismo de notificação aos outros Estados Partes ou Associados da exportação de substâncias radioativas e de fontes seladas e não seladas, assim como material para atividades nucleares de uso dual e tecnologias associadas. 3. Criar uma Base de Dados dos eventos citados no item 1 definindo a metodologia de centralização dos referidos dados e, quando corresponder, análises de inteligência dos mesmos. 4. Estabelecer canais fluidos de intercâmbio de dados, através de um Ponto de Contato no âmbito das respectivas Autoridades Competentes de cada Estado Parte ou Associados entende-se conveniente que seja o mesmo que fora designado para receber informação ou reportar incidentes ante a Ilicit Trafficking Database da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA)-. 5. Os dados intercambiados serão para uso exclusivo dos destinatários, sendo necessário, em caso de que o fato e/ou processo denunciado envolva outros Estados Partes ou Associados, solicitar previamente autorização ao país que proporcionou a informação para sua divulgação ao Estado afetado. 6. Avaliação pelos Estados Partes e Associados da incorporação em seus mecanismos de controle de exportação da lista de material sensível de uso dual do Nuclear Supplier Group NSG. ¹ Fontes de radiação que nunca estiveram sujeitas ao controle regulador ou que, apesar de estarem sujeitas a respectivo controle foram logo abandonadas, se
perderam, foram subtraídas, ou removidas sem autorização. Seção 2ª Elaboração de Procedimentos 1. Elaborar procedimentos comuns que garantam uma adequada coordenação entre as autoridades competentes de cada Estado Parte ou Associado (Aduanas, Forças de Segurança, autoridade competente em matéria nuclear, etc.), assim como uma eficiente inter-relação entre os Estados, para o intercâmbio de informação,a detecção e resposta, a presença de fontes órfãs e/ou material nuclear, assim como para a formação de recursos humanos no tema. 2. Em particular, adotar recomendações internacionais relacionadas com a coordenação de atividades e cooperação das partes na detecção de tráfico ilícito de materiais nucleares e/ou radioativos nas fronteiras e conseguinte resposta ante os mesmos. 3. Preparar uma guia modelo sobre táticas regionais e programas para a detecção e localização de fontes órfãs e/ou material nuclear (prévio desenvolvimento de categorização de materiais nucleares e fontes radioativas). Seção 3ª Detecção e Resposta 1. Formular critérios para o desenvolvimento, seleção e uso de equipamento de detecção e monitorização em passagens fronteiriças, portos de entrada/saída, instalações metalúrgicas, movimento de ferro velho, entre outros. 2. Determinar um sistema de monitorização de radiação, o qual deverá compreender a rede veicular, assim como a ferroviária, aérea e marítima de enlace entre os Estados Partes e Associados, e a localização explícita de(os) laboratórios regional(is) a ser(em) utilizado(s) para a identificação e quantificação do material detectado. 3. Determinar um sistema de resposta coordenado entre os Estados Partes e Associados, para controlar o material nuclear e/ou radioativo ou as mercadorias contaminadas que se detectem nas áreas de fronteira; e para adotar as ações necessárias.
4. Planejar a resposta dos funcionários, em tempo e forma, do citado sistema de monitorização de radiação, com o propósito de evitar qualquer risco radiológico associado a um manejo ou operação indevida. Seção 4ª Capacitação e Treinamento 1. Formular planos de capacitação específica em Tráfico Ilícito de Material Nuclear e/ou Radioativo, baseados nos dos órgãos competentes em matéria nuclear de cada Estado Parte ou Associado e seguindo as recomendações e orientações de segurança da AIEA e da Organização Mundial de Aduanas (OMA). 2. Integrar no âmbito regional os cursos de capacitação que se realizarem nos Estados Partes ou Associados, tanto locais (Aduanas, Forças de Segurança, Pessoal de Aeroportos, Serviços de Inteligência, etc),como de caráter internacional desenvolvidos no país em conjunto com a AIEA, OMA, a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), o Acordo Regional para a Cooperação em América Latina (ARCAL), etc.