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Transcrição:

[15] Diagrama de equilíbrio transformações muito lentas divergências devido ao processamento industrial Reações / transformações em condições realísticas: resfriamento isotérmico (T-T-T) diagramas resfriamento contínuo 1>

Diagrama temperatura-tempo-transformação (TTT): coleta de dados é feita em uma série de tratamentos isotérmicos, visando identificar os tempos necessários para o início e o final de transformação por análise microestrutural. 620 C aço A ponto A ponto B 1080 B C D 1m 1h 1D ponto C ponto D 2>

Um outro microconstituinte dos aços: a BAINITA Aspecto morfológico da bainita formada em temperatu- ras inferiores à perlita, constitui-se de finos agregados de placas ou agulhas de ferrita com partículas de Fe 3C. ferrita supersaturada de carbono difusão de carbono para a austenita adjacente difusão de carbono p/ γ e precipitação de cementita em α precipitação da cementita bainita superior bainita inferior (550-400 C) (400-250 C) 3>

E outro importante microconstituinte: a MARTENSITA Aspecto morfológico da martensita reação promovida pelo cisalhamento de planos atômicos em temperaturas onde a difusão é menor, constitui-se de finos placas de ferrita supersaturada de carbono (tetragonal). [001]γ [001]α distorção da rede CFC TCC c a = 1 + 0,045 (%pc) [010]α [100]γ [100]α a γ = 3,64 Å a α = 2,86 Å [010]γ resistência e fragilidade elevadas 4>

Microestruturas típicas: Bainita inferior vista no microscópio ótico, após transformação parcial da amostra. 20 μm Martensita vista no microscópio ótico, após aquecimento a 1200 C e resfriamento da amostra em água. 5>

Diagrama de resfriamento contínuo (CCT) coleta de dados é feita em uma série de amostras submetidas a diferentes taxas de resfriamento, nas quais são identificados o início e o final de transformação de fase. Fatores que afetam as curvas de resfriamento: Composição química Tamanho de grão austenítico Homogeneidade da austenita aço 4340 (Ni, Cr, Mo) TEMPERABILIDADE 6>

Efeito da composição química: exceto o cobalto, todos os elementos atrasam o início de transformação. A transformação eutetóide também é influenciada. O carbono abaixa M s. 7>

Efeito do tamanho de grão austenítico: a utilização de altas temperaturas de austenitização promove o crescimento do tamanho de grão, cuja tendência é retardar a transformação. Grãos grosseiros possuem menor superfície de interface, o que compromete a nucleação das fases a serem formadas. 8>

Efeito da homogeneidade da austenita: verifica-se que quanto maior for a homogeneidade da austenita maiores serão os tempos necessários para que se iniciem as transformações de fase. A presença de inclusões pode contribuir para a nucleação da ferrita, assim como a segregação g de elementos de liga estabilizadores da ferrita (Ti, Sn, P, V, Nb...) podem induzir a uma aceleração da transformação de fase. A homogeneização da austenita é muito importante para o sucesso de tratamentos térmicos como a têmpera dos aços. 9>

Efeito do tamanho (espessura) da peça: peças com grande diâmetro possuem maiores gradientes de temperatura, que podem promover a formação de diferentes microestruturas. Temperabilidade: propriedade do aço relacionada à formação de martensita, responsável pelo endurecimento após a têmpera dos aços. 10>

Ensaio de temperabilidade (Grossmann): cilindros com diferentes diâmetros são temperados e medidas das de dureza na direção radial são realizadas aço 1090 11>

Ensaio de temperabilidade (Jominy): cilindros padronizados (φ 1 x 4 ) são resfriados por uma das extremidades e medidas de dureza na direção axial são realizadas 12>

Bibliografia: Chiaverini, V. Aços e Ferros Fundidos. ABM, 5a. ed., São Paulo, 1987, pp. 41-74. Colpaert, H. Metalografia dos Produtos Siderúrgicos Comuns. Ed. Edgard Blücher, São Paulo, 1974, pp. 229-237. Van Vlack, L. H. Princípios de Ciência dos Materiais. Ed. Edgard Blucher, São Paulo, 1970, pp. 272-287 287. Reed-Hill, R. E. Princípios de Metalurgia Física. Ed. Guanabara Dois, Rio de Janeiro, 1982, pp. 574-591. Notas de aula preparadas pelo Prof. Juno Gallego para a disciplina Materiais de Construção Mecânica I. 2009. Permitida a impressão e divulgação. http://www.dem.feis.unesp.br/maprotec/educacional.shtml/ 13