4 Apresentação e discussão dos resultados

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "4 Apresentação e discussão dos resultados"

Transcrição

1 57 4 Apresentação e discussão dos resultados 4.1 Resultados da primeira etapa São apresentados a seguir os resultados obtidos na primeira fase do trabalho, onde foram variadas as temperaturas de austenitização e a de revenido foi fixada em 680 C Propriedades mecânicas As propriedades mecânicas apresentadas na tabela 4.1 representam o resultado obtido nos ensaios de tração do aço estrutural grau R4. Os valores apresentados correspondem a corpos de prova temperados à partir da condição 01 (temperatura de austenitização 860 ºC) até a condição 05 (temperatura de austenitização 940 ºC) sendo todos revenidos à 680 ºC. A tabela apresenta os valores do limite de escoamento (LE), limite de resistência (LR), deformação na fratura (ε) e redução de área (RA). A deformação na fratura foi calculada tendo como referência de medida um comprimento de cinco vezes o diâmetro do corpo de prova (50,0 mm) conforme a norma ASTM E 8M 04 [22]. A tabela 4.1 apresenta os valores obtidos nos ensaios, para cada condição, com suas respectivas médias e desvios padrões.

2 58 Condição CP LE (MPa) LR (MPa) ε (%) RA (%) 1 765,0 882,0 18,90 72, ,0 901,0 18,70 72, ,0 891,0 18,80 72,26 média 775,7±11,0 891,3±9,5 18,80±0,10 72,25±0, ,0 914,0 19,40 72, ,0 918,0 19,10 72, ,0 884,0 19,60 71,91 média 779,0±23,1 905,3±18,6 19,37±0,25 72,60±0, ,0 984,0 19,56 72, ,0 982,0 19,35 72, ,0 979,0 19,23 73,86 média 868,7±8,5 981,7±2,5 19,38±0,17 73,01±0, ,0 1012,0 20,20 73, ,0 1016,0 20,20 73, ,0 1020,0 20,20 73,46 média 880,7±10,1 1016,0±4,0 20,20±0,00 73,45±0, ,0 1034,0 20,70 73, ,0 1025,0 20,60 73, ,0 1030,0 20,64 73,80 média 887,3±8,1 1029,7±8,5 20,65±0,05 73,79±0,11 Tabela 4.1 Propriedades mecânicas obtidas no ensaio de tração, primeira etapa. Segundo as recomendações de fabricação dos elos para ancoragem de sistemas offshore [21,25], as propriedades mecânicas dos aços Grau R4, devem apresentar valores mínimos para o limite de escoamento (580 MPa), limite de resistência (860 MPa), deformação na fratura (12%) e redução de área (50%). Os valores apresentados na tabela 4.1 atendem plenamente as exigências para todas as condições de tratamentos térmicos. Ainda segundo as especificações para fabricação de elos para amarras de sistemas offshore [21,25] a razão (R) entre o limite de escoamento e o limite de resistência deve ter um valor máximo de 0,92. A tabela 4.2 apresenta os valores para as cinco condições de tratamentos térmicos realizadas. Analisando os valores apresentados na tabela verifica-se que em todos os casos o valor máximo da razão R foi atendido.

3 59 Condição (LE/LR) R 01 0, , , , ,86 Tabela 4.2 Valores de R de acordo com o tratamento térmico, primeira etapa. Ao analisar a tabela 4.1, verifica-se um aumento progressivo, a partir da condição 01 até a condição 05, nos valores médios dos limites de escoamento (10%) e de resistência (15%). Tais propriedades aumentaram com o aumento da temperatura de austenitização. Uma possível causa é o aumento da temperabilidade do aço, que aumenta com o tamanho do grão da austenita, que será tanto maior quanto for a temperatura de austenitização. Durante o resfriamento, o tamanho dos grãos da austenita influencia diretamente na formação da ferrita e da bainita [19]. Estes componentes microestruturais nucleiam nos contornos dos grãos da austenita, portanto, o aumento do grão da austenita diminui o número de sítios de nucleação, favorecendo a formação de martensita, resultando em um aumento das propriedades mecânicas.

4 Ensaio CTOD A seguir são apresentados os gráficos que representam o comportamento da força P versus deslocamento do extensômetro Vg obtidos nos ensaios de CTOD realizados segundo as normas ASTM [08]. Os gráficos abaixo correspondem as amostras das condições 01 a 05. As figuras 4.1, 4.2, 4.3, 4.4 e 4.5 representam os corpos de prova para cada condição. Figura 4.1-Gráfico PxVg condição 01 CP1 Figura 4.2-Gráfico PxVg condição 02 CP1 Figura 4.3-Gráfico PxVg condição 03 CP1 Figura 4.4-Gráfico PxVg condição 04 CP1

5 Figura 4.5-Gráfico PxVg condição 05 CP1 61

6 62 Para determinação dos valores do CTOD, adotou-se a equação (2.16) constante na norma ASTM [08], enquanto que o fator de intensidade de tensão (K) foi calculado de acordo com a equação 4.1 [08 ]. A função intensidade de tensão (Y) foi fornecida pela norma ASTM [08]. Para os valores do coeficiente de Poisson e módulo de elasticidade foi utilizado 0,29 e 210 GPa, respectivamente. O valor do limite de escoamento adotado no cálculo do CTOD foi aquele relativo ao valor médio de cada condição microestrutural. O parâmetro z foi admitido como sendo zero uma vez que o extensômetro de fratura foi localizado no final do entalhe mecânico.. (2.16) K = B PY W (4.1) onde: K = fator de intensidade de tensões; P = força máxima em cada ensaio; B = espessura do corpo de prova; (8 mm) W = largura do corpo de prova; (32 mm) a = comprimento real da pré-trinca de fadiga; Y [f (a/w)] = função da intensidade de tensão, retirado da norma;[08] ν = coeficiente de Poisson; ( 0,29 ) [01] E = módulo de elasticidade; (210 GPa) [01]

7 63 LE = limite de escoamento (média dos valores para cada condição de tratamento térmico); V P = componente plástico do deslocamento V g ; z = Distância da face do corpo de prova ao apoio do extensômetro de fratura; (0,00 mm) A primeira parcela apresentada da equação 2.16 representa a parte elástica do CTOD (δ e ). Esta parcela é função da carga máxima obtida no ensaio (P), da geometria do corpo de prova (B e W), das dimensões do defeito (a) e das propriedades mecânicas do material (E, LE e ν). As Tabelas 4.3, 4.4, 4.5, 4.6 e 4.7, apresentam os valores de δ e, obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos. CP a (mm) a/w Y=f (a/w) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 1 15,8 0,494 9,483 22, ,887 0, ,6 0,456 8,482 20, ,648 0, ,5 0,484 9,202 19, ,004 0,043 Tabela 4.3 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 01 CP a (mm) a/w Y=f (a/w) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 1 15,0 0,469 8,805 23, ,350 0, ,3 0,478 9,040 23, ,174 0, ,6 0,488 9,313 19, ,690 0,045 Tabela 4.4 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 02

8 64 CP a (mm) a/w Y=f (a/w) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 1 15,3 0,478 9,040 19, ,261 0, ,7 0,459 8,555 18, ,492 0, ,0 0,500 9,659 23, ,909 0,063 Tabela 4.5 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 03 CP a (mm) a/w Y=f (a/w) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 1 15,5 0,484 9,202 17, ,543 0, ,9 0,466 8,729 18, ,194 0, ,0 0,496 8,805 17, ,626 0,028 Tabela 4.6 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 04 CP a (mm) a/w Y=f (a/w) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 1 15,9 0,497 9,571 15, ,614 0, ,5 0,453 8,410 17, ,491 0, ,5 0,484 9,202 14,715 94,619 0,022 Tabela 4.7 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 05 A segunda parcela apresentada da equação 2.16 representa a parte plástica do CTOD (δ p ). Esta parcela é função do ligamento do corpo de prova (W- a), e do deslocamento do extensômetro Vg. As Tabelas 4.8, 4.9, 4.10, 4.11 e 4.12, apresentam os valores de δ p, obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos.

9 65 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 1 15,8 16,2 1,27 0, ,6 17,4 1,35 0, ,5 16,5 1,36 0,433 Tabela 4.8 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 01 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 1 15,0 17,0 1,34 0, ,3 16,7 1,35 0, ,6 16,4 1,52 0,481 Tabela 4.9 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 02 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 1 15,3 16,7 1,50 0, ,7 17,3 1,53 0, , ,47 0,449 Tabela 4.10 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 03 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 1 15,5 16,5 1,68 0, ,9 17,1 1,44 0, ,0 17,0 1,52 0,506 Tabela 4.11 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 04

10 66 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 1 15,9 16,1 1,66 0, ,5 17,5 1,44 0, ,5 16,5 1,58 0,504 Tabela 4.12 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 05 As Tabelas 4.13, 4.14, 4.15, 4.16 e 4.17, apresentam os valores de CTOD de carga máxima e da propagação estável da trinca (Δa), obtidos nos ensaios, para as várias condições de tratamentos térmicos da primeira etapa. São apresentados também os valores médios seguidos dos seus respectivos desvios padrões. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 1 0,063 0,395 0,458 0,7 2 0,041 0,464 0,505 1,1 3 0,043 0,433 0,476 1,0 média 0,049±0,012 0,431±0,035 0,480±0,024 0,9±0,2 Tabela 4.13 Valores de CTOD e Δa para a condição 01. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 1 0,058 0,445 0,503 1,7 2 0,059 0,437 0,496 2,3 3 0,045 0,481 0,526 1,6 média 0,054±0,008 0,454±0,023 0,508±0,016 1,9±0,4 Tabela 4.14 Valores de CTOD e Δa para a condição 02.

11 67 CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 1 0,041 0,487 0,528 2,0 2 0,030 0,522 0,552 1,7 3 0,063 0,449 0,512 1,8 média 0,045±0,017 0,486±0,037 0,531±0,020 1,8±0,2 Tabela 4.15 Valores de CTOD e Δa para a condição 03. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 1 0,032 0,523 0,555 1,8 2 0,031 0,483 0,514 1,4 3 0,028 0,506 0,534 1,9 média 0,030±0,002 0,504±0,020 0,534±0,021 1,7±0,3 Tabela 4.16 Valores de CTOD e Δa para a condição 04. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 1 0,028 0,511 0,539 1,1 2 0,027 0,500 0,527 1,3 3 0,022 0,504 0,526 1,2 média 0,026±0,003 0,505±0,006 0,531±0,007 1,2±0,1 Tabela 4.17 Valores de CTOD e Δa para a condição 05.

12 68 A Tabela, 4.18,apresenta um resumo dos valores de CTOD e da propagação estável da trinca (Δa), obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usados nesta etapa. São apresentados os valores médios seguidos dos respectivos desvios padrões. Condição δ (mm) Δa (mm) 01 0,480±0,024 0,9±0,2 02 0,508±0,016 1,9±0,4 03 0,531±0,020 1,8±0,2 04 0,534±0,021 1,7±0,3 05 0,531±0,007 1,2±0,1 Tabela 4.18 Resumo dos valores médios de CTOD e Δa para as condições 01 à 05.

13 Caracterização microestrutural A presença dos elementos de liga retardam a formação da ferrita e perlita, deslocando a formação da bainita para temperaturas menores, o molibdênio separa a formação da bainita com a martensita, possibilitando a obtenção de bainita no resfriamento contínuo. A presença de bainita promove nestes aços uma melhor combinação de resistência mecânica e ductilidade[01]. Pode-se observar, com o aumento da temperatura de austenitização, que a estrutura apresenta um aumento dos grãos da austenita prévia, bem como um aumento da heterogeneidade da distribuição dos tamanhos dos grãos. Nota-se a formação de uma estrutura de ripas que vão aumentando a sua espessura com o aumento da temperatura de austenitização. As figuras apresentadas a seguir são similares às figuras 2.14 e 2.15 que apresenta aços contendo bainita.[20] A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 01 (temperatura de austenitização 860ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 01 Microscopia Ótica aumento 100x

14 70 Figura Amostra condição 01 Microscopia Ótica aumento 200x Figura Amostra condição 01 Microscopia Ótica aumento 500x

15 71 A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 02 (temperatura de austenitização 880ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 02 Microscopia Ótica aumento 100x

16 72 Figura Amostra condição 02 Microscopia Ótica aumento 200x Figura Amostra condição 02 Microscopia Ótica aumento 500x

17 73 A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 03 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 03 Microscopia Ótica aumento 100x

18 74 Figura Amostra condição 03 Microscopia Ótica aumento 200x Figura Amostra condição 03 Microscopia Ótica aumento 500x

19 75 A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 04 (temperatura de austenitização 920ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 04 Microscopia Ótica aumento 100x

20 76 Figura Amostra condição 04 Microscopia Ótica aumento 200x Figura Amostra condição 04 Microscopia Ótica aumento 500x

21 77 A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 05 (temperatura de austenitização 940ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 05 Microscopia Ótica aumento 100x

22 78 Figura Amostra condição 05 Microscopia Ótica aumento 200x Figura Amostra condição 05 Microscopia Ótica aumento 500x

23 Microdureza As tabelas 4.19, 4.20, 4.21, 4.22 e 4.23 correspondem a valores de microdureza Vickers obtidos nos corpos de prova temperados a partir da condição 01 até a condição 05. As tabelas apresentam os valores obtidos nos ensaios, com suas respectivas médias e desvios padrões. Os valores foram aumentando com o aumento da temperatura de austenitização. Medidas Microdureza HV Valor Médio 224± 12 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 860ºC e revenido 680ºC. Medidas Microdureza HV Valor Médio 239 ± 17 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 880ºC e revenido 680ºC.

24 80 Medidas Microdureza HV Valor Mèdio 242 ± 4 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 680ºC Medidas Microdureza HV Valor Médio 249 ± 8 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 920ºC e revenido 680ºC.

25 81. Medidas Microdureza HV Valor Médio 258 ± 9 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 940ºC e revenido 680ºC. A Tabela, 4.24,apresenta um resumo dos valores de microdureza Vickers, obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usados nesta etapa. São apresentados os valores médios seguidos dos respectivos desvios padrões. Condição Microdureza HV ± ± ± ± ± 9 Tabela 4.24 Resumo dos valores de Microdureza nas condições 01 à 05

26 Dependência da Microdureza com o Limite de Resistência. Os resultados da microdureza obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação da microdureza em função do Limite de Resistência, para as diferentes temperaturas de austenitização com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva de Microdureza versus Limite de Resistência.

27 Dependência da Microdureza com a Temperatura de Austenitização. O gráfico abaixo apresenta a variação da microdureza em função da Temperatura de Austenitização, com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva de Microdureza versus Temperatura de Austenitização.

28 Dependência do Limite de Escoamento com a Temperatura de Austenitização. O gráfico abaixo apresenta a variação do Limite de Escoamento em função da Temperatura de Austenitização, com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva do Limite de Escoamento versus Temperatura de Austenitização.

29 Dependência do Limite de Resistência com a Temperatura de Austenitização. O gráfico abaixo apresenta a variação do Limite de Resistência em função da Temperatura de Austenitização, com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva do Limite de Resistência versus Temperatura de Austenitização.

30 Dependência do CTOD com o Limite de Escoamento. Os resultados do CTOD obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação do CTOD em função do Limite de Escoamento, para as diferentes temperaturas de austenitização com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus Limite de Escoamento. As curvas apresentadas representam os valores médios (azul), máximos (amarela) e mínimos (magenta) do CTOD correspondente aos limites de escoamento para cada uma das temperaturas em questão.

31 Dependência do CTOD com o Limite de Resistência. Os resultados do CTOD obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação do CTOD em função do Limite de Resistência, para as diferentes temperaturas de austenitização com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus Limite de Resistência. As curvas apresentadas representam os valores médios (azul), máximos (amarela) e mínimos (magenta) do CTOD correspondente aos limites de resistência para cada uma das temperaturas em questão.

32 Dependência do CTOD de carga máxima com as temperaturas de austenitização Os resultados do CTOD de carga máxima são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta as curvas do CTOD para as diferentes temperaturas de austenitização com temperatura de revenido de 680 ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus temperatura de austenitização. As curvas apresentadas representam os valores médios (azul), máximos (amarela) e mínimos (magenta) do CTOD correspondente a cada uma das temperaturas em questão.

33 89 A resistência à fratura do material aumentou com o aumento da temperatura de austenitização. No entanto, se manteve praticamente constante, a partir de 900 C. Tal efeito provavelmente está associado à presença de elementos formadores de carbonetos, como o cromo e o molibdênio, que pode ter sido acentuado com o aumento da temperatura de austenitização. O aumento da presença de carbonetos dispersos no material aumenta a resistência, sem muita perda de ductilidade. Os carbonetos apresentam tantos obstáculos, que obrigam as trincas de clivagem a se desviarem de um ponto para outro, resultando numa diminuição da energia de propagação da trinca. Conforme citado anteriormente, a presença dos elementos de liga retardam a formação da ferrita e perlita, possibilitando a obtenção de bainita e martensita no resfriamento contínuo, o que promove nestes aços uma melhor combinação de resistência mecânica e ductilidade. O gráfico da figura 4.27 apresenta a temperatura de austenitização de 900 C como aquela que conferiu ao material a maior resistência à fratura. O efeito de aumento da resistência tornou-se desprezível para temperaturas maiores.

34 Resultados da segunda etapa São apresentados a seguir os resultados obtidos na segunda fase do trabalho, onde foram variadas as temperaturas de revenido e a de austenitização foi fixada em 900 C Propriedades mecânicas Os valores apresentados, na tabela 4.25, correspondem a corpos de prova revenidos à partir da condição 06 (temperatura de revenido 650 ºC) até a condição 11 (temperatura de revenido 700 ºC) sendo todos temperados com temperaturas de austenitização de 900 ºC. A tabela apresenta os valores do limite de escoamento (LE), limite de resistência (LR), deformação na fratura (ε = L/Lo) e redução de área (RA). A tabela apresenta os valores obtidos nos ensaios, para cada condição, com suas respectivas médias e desvios padrões.

35 91 Condição CP LE (MPa) LR (MPa) ε (%) RA (%) 1 940,0 1068,0 18,90 71, ,0 1050,0 18,70 72, ,0 1058,0 18,80 71,95 média 934,0±6,0 1058,7±9,0 18,80±0,10 71,93±0, ,0 1032,0 19,00 72, ,0 1037,0 18,90 72, ,0 1030,0 19,20 71,86 média 900,7±25,0 1033,0±3,6 19,03±0,15 72,23±0, ,0 1024,0 18,80 72, ,0 1030,0 19,20 72, ,0 1037,0 19,40 72,50 média 893,3±23,2 1030,6±6,5 19,13±0,31 72,30±0, ,0 984,0 19,56 72, ,0 982,0 19,35 72, ,0 979,0 19,23 73,86 média 868,7±8,5 981,0±2,5 19,38±0,17 73,01±0, ,0 929,0 19,90 72, ,0 913,0 19,70 73, ,0 920,0 19,80 73,10 média 837,0±3,0 920,7±8,0 19,80±0,10 73,12±0, ,0 896,0 20,20 72, ,0 900,0 20,50 73, ,0 902,0 20,90 73,64 média 780,7±22,0 899,3±3,1 20,53±0,35 73,23±0,39 Tabela 4.25 Propriedades mecânicas obtidas no ensaio de tração, segunda etapa. Conforme citado anteriormente, são recomendações de fabricação dos elos para ancoragem de sistemas offshore [21,25] que as propriedades mecânicas dos aços Grau R4, devem apresentar valores mínimos para o limite de escoamento (580 MPa), limite de resistência (860 MPa), deformação na fatura (12%)e redução de área (50%). Os valores apresentados na tabela 4.25 atendem plenamente as exigências para todas as condições de tratamentos térmicos.

36 92 Ainda segundo as especificações para fabricação de elos para amarra de sistemas offshore [21,25] a razão (R) entre o limite de escoamento e o limite de resistência deve ter um valor máximo de 0,92. A tabela 4.26 apresenta os valores para as seis condições de tratamentos térmicos realizadas, analisando os valores apresentados na tabela verifica-se em todos os casos o valor máximo da razão R foi atendido. Condição (LE/LR) R 06 0, , , , , ,87 Tabela 4.26 Valores de R de acordo com o tratamento térmico, segunda etapa. Ao analisar a tabela 4.25, verifica-se uma redução progressiva a partir da condição 06 até a condição 11, nos valores médios dos limites de escoamento (20%) e de resistência (19%). Apresentando assim um comportamento clássico em função do revenido[01], indicando claramente a atuação de um mecanismo de recuperação. Um aumento progressivo, embora em percentuais menores, foi verificado na deformação na fratura (9%) e na redução de área (2%). Os resultados demonstram que, para uma variação da temperatura de revenido de 650 C a 700 C, o material teve uma redução máxima de 20% nos limites de escoamento e de resistência, sem perda apreciável da ductilidade, o que garante as excelentes propriedades deste aço.

37 Ensaio CTOD A seguir são apresentados os gráficos que representam o comportamento da força P versus deslocamento do extensômetro Vg obtidos nos ensaios de CTOD realizados segundo as normas ASTM [08]. Os gráficos abaixo correspondem as amostras das condições 06 a 11. As figuras 424, 4.25, 4.26, 4.27, 4.28 e 4.29 representam os corpos de prova para cada condição. Figura 4.28-Gráfico PxVg condição 06 CP1 Figura 4.29-Gráfico PxVg condição 07 CP1 Figura 4.30-Gráfico PxVg condição 08 CP1 Figura 4.31-Gráfico PxVg condição 09 CP1

38 94 Figura 4.32-Gráfico PxVg condição 10 CP1 Figura 4.33-Gráfico PxVg condição 11 CP1

39 95 As Tabelas 4.27, 4.28, 4.29, 4.30, 4.31 e 4.32 apresentam os valores de δ e parte elástica do CTOD obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usadas nesta etapa. CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 16,4 0,513 10,060 20, ,404 0, ,8 0,463 8,654 24, ,109 0, ,0 0,469 8,805 25, ,504 0,059 Tabela 4.27 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 06. CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 14,7 0,459 8,555 25, ,941 0, ,0 0,469 8,805 24, ,403 0, ,9 0,466 8,729 24, ,836 0,058 Tabela 4.28 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 07. CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 15,2 0,475 8,960 24, ,248 0, ,6 0,488 9,313 23, ,014 0, ,9 0,497 9,571 22, ,620 0,052 Tabela 4.29 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 08. CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 15,3 0,478 9,040 19, ,261 0, ,7 0,459 8,555 18, ,492 0, ,0 0,500 9,659 23, ,909 0,063 Tabela 4.30 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 09.

40 96 CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 15,4 0,481 9,120 22, ,226 0, ,7 0,491 9,398 21, ,146 0, ,7 0,491 9,398 21, ,146 0,055 Tabela 4.31 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 10. CP a (mm) a/w Y=f(a/W) P (kn) K (MPa (m) 1/2 ) δ e (mm) 01 15,5 0,484 9,202 20, ,101 0, ,2 0,475 8,960 20, ,215 0, ,2 0,475 8,960 20, ,679 0,044 Tabela 4.32 Valores da parte elástica do CTOD para a condição 11. As Tabelas 4.33, 4.34, 4.35, 4.36, 4.37 e 4.38, apresentam os valores de δ p, parte plástica do CTOD obtidos para as várias condições de tratamentos térmicos usadas nesta etapa. CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 16,4 15,6 0,96 0, ,8 17,2 0,78 0, ,0 17,0 0,66 0,219 Tabela 4.33 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 06.

41 97 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 14,7 17,3 0,80 0, ,0 17,0 0,93 0, ,9 17,1 0,96 0,322 Tabela 4.34 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 07. CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 15,2 16,8 1,09 0, ,6 16,4 1,11 0, , ,23 0,379 Tabela 4.35 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 08. CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 15,3 16,7 1,50 0, ,7 17,3 1,53 0, , ,47 0,449 Tabela 4.36 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 09. CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 15,4 16,6 1,47 0, ,7 16,3 1,44 0, ,7 16,3 1,44 0,452 Tabela 4.37 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 10.

42 98 CP a (mm) (W a) (mm) Vp (mm) δ p (mm) 01 15,5 16,5 1,44 0, ,2 16,8 1,39 0, ,2 16,8 1,43 0,467 Tabela 4.38 Valores da parte plástica do CTOD para a condição 11. As Tabelas, 4.39, 4.40, 4.41, 4.42, 4.43 e 4.44, apresentam os valores de CTOD e da propagação estável da trinca (Δa), obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usados nesta etapa. São apresentados também os valores médios seguidos dos respectivos desvios padrões. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 01 0,051 0,283 0,334 1,5 02 0,053 0,264 0,317 2,2 03 0,059 0,219 0,278 2,2 média 0,054±0,004 0,255±0,033 0,310±0,029 2,0±0,4 Tabela 4.39 Valores de CTOD e Δa para a condição 06.

43 99 CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 01 0,058 0,273 0,331 2,1 02 0,055 0,309 0,365 2,2 03 0,058 0,322 0,380 2,4 média 0,057±0,002 0,301±0,025 0,359±0,025 2,2±0,2 Tabela 4.40 Valores de CTOD e Δa para a condição 07. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 01 0,058 0,357 0,415 2,0 02 0,059 0,351 0,410 1,7 03 0,052 0,379 0,432 1,9 média 0,056±0,004 0,362±0,015 0,419±0,012 1,9±0,2 Tabela 4.41 Valores de CTOD e Δa para a condição 08. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 01 0,041 0,487 0,528 2,0 02 0,030 0,522 0,552 1,7 03 0,063 0,449 0,512 1,8 média 0,045±0,017 0,486±0,037 0,531±0,020 1,8±0,2 Tabela 4.42 Valores de CTOD e Δa para a condição 09.

44 100 CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 16 0,053 0,472 0,525 1,9 17 0,055 0,452 0,507 2,2 18 0,055 0,452 0,507 2,0 média 0,054±0,001 0,459±0,012 0,513±0,010 2,0±0,2 Tabela 4.43 Valores de CTOD e Δa para a condição 10. CP δ e (mm) δ p (mm) δ (mm) Δa (mm) 19 0,049 0,459 0,508 1,7 20 0,047 0,455 0,502 1,6 21 0,044 0,467 0,511 1,6 média 0,047±0,003 0,460±0,006 0,507±0,005 1,6±0,1 Tabela 4.44 Valores de CTOD e Δa para a condição 11. A Tabela, 4.45, apresenta um resumo dos valores de CTOD e da propagação estável da trinca (Δa), obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usados nesta etapa. São apresentados os valores médios seguidos dos respectivos desvios padrões. Condição δ (mm) Δa (mm) 06 0,310±0,029 2,0±0,4 07 0,359±0,025 2,2±0,2 08 0,419±0,012 1,9±0,2 09 0,531±0,020 1,8±0,2 10 0,513±0,010 2,0±0,2 11 0,507±0,005 1,6±0,1 Tabela 4.45 Resumo dos valores médios de CTOD e Δa para as condições 06 à 11.

45 Caracterização microestrutural A seguir apresentamos o aspecto micrografico do aço estrutural R4 na condição 06 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 650ºC). Figura Amostra condição 06 Microscopia Ótica aumento 600x

46 102 Figura Amostra condição 06 Microscopia Ótica aumento 1000x A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 07 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 660ºC). Figura Amostra condição 07 Microscopia Ótica aumento 600x

47 103 Figura Amostra condição 07 Microscopia Ótica aumento 1000x A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 08 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 670ºC). Figura Amostra condição 08 Microscopia Ótica aumento 600x

48 104 Figura Amostra condição 08 Microscopia Ótica aumento 1000x A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 09 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 680ºC). Figura Amostra condição 09 Microscopia Ótica aumento 600x

49 105 Figura Amostra condição 09 Microscopia Ótica aumento 1000x A seguir apresentamos o aspecto micrografico do aço estrutural R4 na condição 10 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 690ºC). Figura Amostra condição 10 Microscopia Ótica aumento 600x

50 106 Figura Amostra condição 10 Microscopia Ótica aumento 1000x A seguir apresentamos o aspecto micrográfico do aço estrutural R4 na condição 11 (temperatura de austenitização 900ºC e revenido 700ºC). Figura Amostra condição 11 Microscopia Ótica aumento 600x

51 107 Figura Amostra condição 11 Microscopia Ótica aumento 1000 [[

52 Microdureza As tabelas 4.46, 4.47, 4.48, 4.49, 4.50 e 4.51 correspondem a valores de microdureza Vickers obtidos nos corpos de prova temperados a partir da condição 06 até a condição 11. As tabelas apresentam os valores obtidos nos ensaios, com suas respectivas médias e desvios padrões. Os valores foram diminuindo com o aumento da temperatura de revenido. Medidas Microdureza HV Valor Médio 290± 11 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 650ºC. Medidas Microdureza HV Valor Médio 272± 8 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 660ºC.

53 109 Medidas Microdureza HV Valor Médio 263± 8 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 670ºC. Medidas Microdureza HV Valor Médio 242 ± 4 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 680ºC.

54 110 Medidas Microdureza HV Valor Médio 233± 21 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 690ºC. Medidas Microdureza HV Valor Médio 189 ± 27 Tabela Microdureza, temperatura de austenitização 900ºC e revenido 700ºC. A Tabela, 4.52,apresenta um resumo dos valores de microdureza Vickers, obtidos para as varias condições de tratamentos térmicos usados nesta etapa. São apresentados os valores médios seguidos dos respectivos desvios padrões.

55 111 Condição Microdureza HV ± ± ± ± ± ± 27 Tabela 4.52 Resumo dos valores de Microdureza nas condições 06 à Dependência da Microdureza com o Limite de Resistência. Os resultados da microdureza obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação da microdureza em função do Limite de Resistência, para as diferentes temperaturas de revenido com temperatura de austenitização fixada em 900ºC. Figura Curva de Microdureza versus Limite de Resistência.

56 Dependência da Microdureza com a Temperatura de Revenido. O gráfico abaixo apresenta a variação da microdureza em função da Temperatura de Revenido, com temperatura de austenitização fixada em 900 ºC. Figura Curva de Microdureza versus Temperatura de Revenido.

57 Dependência do Limite de Escoamento com a Temperatura de Revenido. O gráfico abaixo apresenta a variação do Limite de Escoamento em função da Temperatura de Revenido, com temperatura de austenitização fixada em 900 ºC. Figura Curva do Limite de Escoamento versus Temperatura de Revenido.

58 Dependência do Limite de Resistência com a Temperatura de Revenido. O gráfico abaixo apresenta a variação do Limite de Resistência em função da Temperatura de Revenido, com temperatura de austenitização fixada em 900 ºC. Figura Curva do Limite de Resistência versus Temperatura de Revenido.

59 Dependência do CTOD com o Limite de Escoamento. Os resultados do CTOD obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação do CTOD em função do Limite de Escoamento, para as diferentes temperaturas de revenido com temperatura de austenitização fixada em 900ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus Limite de Escoamento. O gráfico acima apresenta as relações entre o CTOD de carga máxima e os limites de escoamento para cada temperatura de revenido correspondentes, apresentamos as curvas de valores médios (azul), máximos (amarelo) e mínimos (magenta).

60 Dependência do CTOD com o Limite de Resistência. Os resultados do CTOD obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta a variação do CTOD em função do Limite de Resistência, para as diferentes temperaturas de revenido com temperatura de austenitização fixada em 900ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus Limite de Resistência. O gráfico acima apresenta as relações entre o CTOD de carga máxima e os limites de resistência para cada temperatura de revenido correspondentes, apresentamos as curvas de valores médios (azul), máximos (amarelo) e mínimos (magenta).

61 Dependência do CTOD de carga máxima com as Temperaturas de Revenido. Os resultados do CTOD de carga máxima, obtidos nesta etapa, são apresentados no gráfico abaixo. O gráfico apresenta as curvas do CTOD para as diferentes temperaturas de revenido com temperatura de austenitização fixada em 900ºC. Figura Curva de CTOD de carga máxima versus temperatura de revenido. O gráfico acima apresenta as relações entre o CTOD de carga máxima e as temperaturas de revenido correspondentes, apresentamos as curvas de valores médios (azul), máximos (amarelo) e mínimos (magenta) de CTOD correspondente a cada uma das temperaturas em questão.

62 118 A temperatura de revenido é responsável, principalmente, pela modificação da martensita, que, por ser muito dura, carece de tenacidade. A martensita pode adquirir uma boa tenacidade associada a uma resistência relativamente alta, se receber um tratamento térmico apropriado. No revenido, a martensita frágil é substituída por uma fina dispersão de partículas rígidas de cementita na tenaz matriz ferrítica, estas partículas de cementita atuam bloqueando o movimento de discordâncias, que impedem escorregamento, aumentando a resistência. [14] A resistência à fratura do material aumentou com o aumento da temperatura de revenido. No entanto, teve uma pequena redução para temperaturas acima de 680 C. Estudos realizados com aços demonstraram casos em que a tenacidade diminuiu com o aumento da temperatura de revenido. Esta mudança da tenacidade não é aparente, quando examinamos dados de dureza e limite de resistência que, geralmente, diminuem com o aumento da temperatura de revenido.[26] Provavelmente, uma das razões do efeito de redução da tenacidade no revenido, para temperaturas superiores a 680 C, está relacionado às alterações causadas por endurecimento secundário. Os aços, contendo cromo e molibdênio, estão sujeito a endurecimento secundário, causados pela precipitação de carbonetos de liga e, eventualmente, transformação em martensita da austenita retida.[27] Ligas contendo cromo e níquel são sujeitas à fragilidade em maior escala que ligas contendo só cromo ou só níquel. Estes elementos formam carbonetos, que substituem os átomos de ferro da cementita. O revenido, a altas temperaturas, não somente provoca a separação da cementita, mas também afeta a participação dos elementos de liga entre ferrita e cementita. [20] Outra possível razão da redução da tenacidade pode estar associada a um outro fenômeno conhecido como fragilidade da martensita revenida. Este fenômeno pode estar associado à segregação dos átomos impuros nos contornos de grãos da austenita antes da têmpera. [28] A fragilização da martensita pode também estar associada à precipitação de filmes de cementita ao longo das placas de martensita, que se situam ao longo dos grãos originais da austenita. Estas placas, nos contornos dos grãos, agem facilmente com caminho das trincas.[26]

63 119 O gráfico da figura 4.52, apresenta a temperatura de revenido de 680 C, como aquela que conferiu ao material a maior resistência à fratura Fractografia As figuras 4.53, 4.54, 4.55, 4.56, 4.57, 4.58 e 4.59 apresentam as característica das superfícies de fratura dos corpos de prova de CTOD para as várias condições de tratamentos térmicos adotadas neste trabalho. Figura 4.53 Vista geral da superfície de fratura condição 02 aumento 35x

64 120 Figura 4.54 Vista geral da superfície de fratura condição 07 aumento 35x Figura 4.55 Vista geral da superfície de fratura condição 11 aumento 70x

65 121 Figura 4.56 Superfície de propagação estável da trinca condição 2 aumento 2700x Figura 4.57 Superfície de propagação estável da trinca condição 3 aumento 1000x

66 122 Figura 4.58 Superfície de propagação estável da trinca condição 7 aumento 1000x Figura 4.59 Superfície de propagação estável da trinca condição 11 aumento 1000x

67 123 Observando as superfícies de propagação estável da trinca nas figuras 4.53, 4.54, 4.55, 4.56, 4.57, 4.58 e 4.59, verificou-se um micromecanismo de fratura alveolar com grande quantidade de partículas com diâmetro médio de 4 μm, esse mecanismo se refere ao processo de nucleação, crescimento e coalescimento de microcavidades que se iniciaram ao redor de inclusões ou partículas de segunda fase. No processo de deformação plástica a tensões originadas na extremidade da trinca fazem crescer as microcavidades causando o rompimentos das paredes e ligamentos que as separam, resultando uma superfície de fratura com depressões semi-esféricas ou semi- elípticas. A grande quantidade de cavidades que apresenta as superfícies fraturadas caracterizam uma fratura dúctil.[01] As variações microestruturais decorrentes das várias condições de tratamentos térmicos, modificaram os valores de resistência á fratura do material, no entanto não foram suficientes marcantes para modificar a ductilidade. Todos os corpos de provas apresentaram superfícies de fraturas similares, com a formação de microcavidades profundas envolvendo grandes deformações, fato que é comum de ser observado em aços estruturais, que normalmente apresentam uma cavidade grande, originada por uma inclusão, rodeada de várias cavidades menores.

3 Material e Procedimento Experimental

3 Material e Procedimento Experimental 44 3 Material e Procedimento Experimental 3.1 Material O material adotado neste trabalho foi um aço estrutural de alta resistência mecânica e baixa liga, classificado pela IACS (International Association

Leia mais

Modificações nas Propriedades Mecânicas e na Resistência à Fratura do Aço Estrutural R4

Modificações nas Propriedades Mecânicas e na Resistência à Fratura do Aço Estrutural R4 José Maria Paolucci Pimenta Modificações nas Propriedades Mecânicas e na Resistência à Fratura do Aço Estrutural R4 DISSERTAÇÃO DE MESTRADO Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia

Leia mais

5.1.Caracterização microestrutural e de microdureza dos aços estudados

5.1.Caracterização microestrutural e de microdureza dos aços estudados 5- Discussão 5.1.Caracterização microestrutural e de microdureza dos aços estudados Os aços estudados pertencem a dois sistemas onde a principal diferença esta no conteúdo de carbono e de molibdênio, no

Leia mais

4 Resultados (Parte 01)

4 Resultados (Parte 01) 4 Resultados (Parte 01) Os resultados foram divididos em oito partes que se correlacionam direta ou indiretamente entre si. A parte 01 mostra a caracterização do trecho reto (tubo na condição de como recebido,

Leia mais

2 Revisão Bibliográfica

2 Revisão Bibliográfica 23 2 Revisão Bibliográfica 2.1 Aços ARBL Os aços ARBL são aços de alta resistência e baixa liga, possuem baixo teor carbono, e neles são adicionados outros elementos de liga tais como o níquel, molibdênio,

Leia mais

Têmpera. Lauralice Canale

Têmpera. Lauralice Canale Têmpera Lauralice Canale Transformação de fase em metais Fases metaestáveis podem ser formadas como um resultado de mudanças muitos rápidas de temperatura. A microestrutura é fortemente afetada pela taxa

Leia mais

Aula 20: Transformações Martensíticas. - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria.

Aula 20: Transformações Martensíticas. - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria. - Transformação Martensítica é uma reação de deslizamento que ocorre sem difusão de matéria. - Pode ocorrer em sistemas nos quais existe uma transformação invariante, controlada por difusão, a qual pode

Leia mais

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale 1º.

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale 1º. TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale 1º. Semestre 2017 TRANSFORMAÇÕES MULTIFÁSICAS As condições de equilíbrio caracterizadas

Leia mais

Capítulo Tabela 4.1 Características mecânicas do ferro fundido nodular ferrítico.

Capítulo Tabela 4.1 Características mecânicas do ferro fundido nodular ferrítico. Capítulo 4 52 4 RESULTADOS 4.1 Propriedades mecânicas As propriedades mecânicas básicas do ferro fundido nodular ferrítico, nas seis diferentes condições microestruturais estudas neste trabalho, acham-se

Leia mais

Deformação e Mecanismos de Endurecimento Metais DEMEC TM242-B Prof Adriano Scheid

Deformação e Mecanismos de Endurecimento Metais DEMEC TM242-B Prof Adriano Scheid Deformação e Mecanismos de Endurecimento Metais DEMEC TM242-B Prof Adriano Scheid Tensão Propriedades Mecânicas: Tensão e Deformação Deformação Elástica Comportamento tensão-deformação O grau com o qual

Leia mais

7 Resultados (Parte 04)

7 Resultados (Parte 04) 7 Resultados (Parte 04) A parte 04 se refere aos tratamentos térmicos com transformações de resfriamento contínuo sem a aplicação de patamar isotérmico. 7.1. Tratamentos térmicos I Com o objetivo de simular

Leia mais

INFLUÊNCIA DE ASPECTOS MICROESTRUTURAIS NA RESISTÊNCIA À FRATURA DE AÇO ESTRUTURAL COM APLICAÇÕES OFFSHORE

INFLUÊNCIA DE ASPECTOS MICROESTRUTURAIS NA RESISTÊNCIA À FRATURA DE AÇO ESTRUTURAL COM APLICAÇÕES OFFSHORE INFLUÊNCIA DE ASPECTOS MICROESTRUTURAIS NA RESISTÊNCIA À FRATURA DE AÇO ESTRUTURAL COM APLICAÇÕES OFFSHORE Bernardo Soares Engelke 1 Marcos Venicius Soares Pereira 2 1 Aluno de Graduação do curso de Engenharia

Leia mais

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale TEMPERABILIDADE Profa.Dra. Lauralice Canale Para velocidades maiores do que a crítica, a dureza da têmpera depende principalmente do teor de C dissolvido na austenita. Para velocidades menores do a crítica,

Leia mais

5 Resultados (Parte 02)

5 Resultados (Parte 02) 5 Resultados (Parte 02) A parte 02 enfatiza os aspectos referentes à temperabilidade dos aços observados no API X80 deste estudo, pois a temperabilidade é uma característica importante para os aços destinados

Leia mais

3 Material e Procedimento Experimental

3 Material e Procedimento Experimental 3 Material e Procedimento Experimental 3.1. Material Para este estudo foi utilizado um tubo API 5L X80 fabricado pelo processo UOE. A chapa para a confecção do tubo foi fabricada através do processo de

Leia mais

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Materiais, Aeronáutica e Automobilística TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Engenharia e Ciência

Leia mais

Transformações de fase em aços [15]

Transformações de fase em aços [15] [15] Diagrama de equilíbrio transformações muito lentas divergências devido ao processamento industrial Reações / transformações em condições realísticas: resfriamento isotérmico (T-T-T) diagramas resfriamento

Leia mais

CAP 11 - MICROESTRUTURAS

CAP 11 - MICROESTRUTURAS CAP 11 - MICROESTRUTURAS Smith cap 9 Microestrutura: arranjo geométrico dos grãos e fases num material Parâmetros: quantidade, tamanho, forma e distribuição Observação: microscópio óptico (até 2000x) ou

Leia mais

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10.

longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10. 13 longitudinal para refrigeração, limpeza e remoção de fragmentos de solos provenientes da perfuração, Figura 10. FIGURA 10 Amostras a serem analisadas. Fonte: Autor. 5.2. PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

Leia mais

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO REVENIDO E DA TENACIDADE DO AÇO FERRAMENTA H13

AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO REVENIDO E DA TENACIDADE DO AÇO FERRAMENTA H13 AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA AO REVENIDO E DA TENACIDADE DO AÇO FERRAMENTA H13 Laura Rodrigues de Novaes 1 ; Susana M. Giampietri Lebrão 2 1 Aluna de Iniciação Científica da Escola de Engenharia Mauá (EEM/CEUN-IMT);

Leia mais

Dependendo da habilidade do material em deformar plasticamente antes da fratura, dois tipos de fratura pode ocorrer: Dúctil Frágil.

Dependendo da habilidade do material em deformar plasticamente antes da fratura, dois tipos de fratura pode ocorrer: Dúctil Frágil. Fratura Separação do material devido a tensão aplicada, numa temperatura abaixo do ponto de fusão. Passos da fratura: Formação da trinca Propagação da trinca Dependendo da habilidade do material em deformar

Leia mais

TRATAMENTOS TÉRMICOS

TRATAMENTOS TÉRMICOS TRATAMENTOS TÉRMICOS Definição Submeter um material a um ciclo de variações de temperatura conhecido (idealmente seria controlado), com o objetivo de se obter no material uma determinada microestrutura,

Leia mais

DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT

DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT Prof. M.Sc.: Anael Krelling 1 DIAGRAMAS DE TRANSFORMAÇÕES ISOTÉRMICAS (CURVAS TTT) Servem para indicar quanto tempo se deve ficar a determinada temperatura para atingir o grau de transformação

Leia mais

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale

TEMPERABILIDADE. Profa.Dra. Lauralice Canale TEMPERABILIDADE Profa.Dra. Lauralice Canale Para velocidades maiores do que a crítica, a dureza da têmpera depende principalmente do teor de C dissolvido na austenita. Para velocidades menores do a crítica,

Leia mais

DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT

DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT DIAGRAMAS TTT Prof. Dr. Anael Krelling 1 MATERIAIS METÁLICOS Ampla gama de propriedades mecânicas Mecanismos de aumento de resistência Refino do tamanho de grão Formação de solução sólida Encruamento Outras

Leia mais

AÇO-CARBONO AÇO-LIGA ALOTROPIA DO FERRO

AÇO-CARBONO AÇO-LIGA ALOTROPIA DO FERRO AÇO-CARBONO Aço é a liga ferro-carbono contendo geralmente 0,008% ate aproximadamente 2,11% de carbono. AÇO-LIGA Aço que contem outros elementos de liga ou apresenta os teores residuais acima dos que são

Leia mais

12, foram calculados a partir das equações mostradas seguir, com base nas análises químicas apresentadas na Tabela 8.

12, foram calculados a partir das equações mostradas seguir, com base nas análises químicas apresentadas na Tabela 8. 5 Discussão O estudo da fragilização ao revenido com base nos fenômenos de segregação tem como ponto de partida os resultados obtidos de experiências com pares de elementos liga e/ou impurezas, correspondendo

Leia mais

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos

GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução. Módulo II Ensaios Mecânicos GMEC7301-Materiais de Construção Mecânica Introdução Módulo II Ensaios Mecânicos OBJETIVOS DOS ENSAIOS MECÂNICOS Os ensaios são realizados com o objetivo de se obter informações específicas em relação

Leia mais

MATERIAIS PARA ENGENHARIA DE PETRÓLEO - EPET069 - Propriedades Mecânicas dos Materiais

MATERIAIS PARA ENGENHARIA DE PETRÓLEO - EPET069 - Propriedades Mecânicas dos Materiais MATERIAIS PARA ENGENHARIA DE PETRÓLEO - EPET069 - Propriedades Mecânicas dos Materiais Materiais Metálicos Um material cristalino pode deformar-se plasticamente por quatro mecanismos: deslizamento de planos

Leia mais

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3 MATERIAIS E MÉTODOS 40 3 MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAL O material utilizado para realização dos ensaios necessários para suportar este trabalho foi o aço baixa liga 2.1/4Cr 1Mo temperado e revenido, conforme especificação

Leia mais

Ferro Fundido. A.S.D Oliveira

Ferro Fundido. A.S.D Oliveira Ferro Fundido Ferros fundidos Ligas ferrosas contendo 2.1%-4% C e 1%-3% Si - composição torna-os excelentes para fundição - a fabricação de ferros fundidos é várias vezes superior a de qualquer outro metal

Leia mais

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS. Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Engenharia e Ciência dos Materiais I Profa.Dra. Lauralice Canale Transformação de fase em metais Tratamento térmico (tempo/temperatura) Microestrutura

Leia mais

5 INFLUÊNCIA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS

5 INFLUÊNCIA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS 59 5 INFLUÊNCIA DOS TRATAMENTOS TÉRMICOS NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS O processo de austenitização dentro da zona crítica produz microestruturas com ilhas de ferrita proeutetóide e uma matriz de austenita,

Leia mais

Efeito dos elementos de liga nos aços

Efeito dos elementos de liga nos aços Efeito dos elementos de liga nos aços PMT-2402 Metalografia de Tratamentos Térmicos André Paulo Tschiptschin Amilton Sinatora Hélio Goldenstein Efeito dos elementos de liga nas transformações de fase no

Leia mais

Sistema Ferro - Carbono

Sistema Ferro - Carbono Sistema Fe-C Sistema Ferro - Carbono Diagrama de equilíbrio Fe-C Ferro comercialmente puro - < 0,008% Ligas de aços 0 a 2,11 % de C Ligas de Ferros Fundidos acima de 2,11% a 6,7% de C Ferro alfa dissolve

Leia mais

Aços de alta liga resistentes a corrosão II

Aços de alta liga resistentes a corrosão II Aços de alta liga resistentes a corrosão II Aços de alta liga ao cromo ferríticos normalmente contêm 13% ou 17% de cromo e nenhum ou somente baixo teor de níquel. A figura da esquerda apresenta uma parte

Leia mais

Introdução ao estudo das Estruturas Metálicas

Introdução ao estudo das Estruturas Metálicas Introdução ao estudo das Estruturas Metálicas Processos de produção Propriedades físicas e mecânicas do aço estrutural FTC-116 Estruturas Metálicas Eng. Wagner Queiroz Silva UFAM Composição do aço O elemento

Leia mais

Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Engenharia de Materiais/Ponta Grossa, PR. Engenharias, Engenharia de Materiais e Metalúrgica

Universidade Estadual de Ponta Grossa/Departamento de Engenharia de Materiais/Ponta Grossa, PR. Engenharias, Engenharia de Materiais e Metalúrgica ESTUDO DA CARACTERÍSTICA MORFOLÓGICA DO AÇO API 5L X-70 PROCESSADO POR LAMINAÇÃO CONTROLADA Igor Fabian de Goes Lopes (outros/uepg), André Luís Moreira de Carvalho (Orientador), e-mail: andrelmc@uepg.br.

Leia mais

3- Materiais e Métodos

3- Materiais e Métodos 3- Materiais e Métodos 3.1. Caracterização do Material 3.1.1. Material Os materiais utilizados neste trabalho foram retirados de dois tubos de aço produzido pela Confab que atende a especificação API 5L

Leia mais

Beneficiamento de Aços [21]

Beneficiamento de Aços [21] [21] Tratamentos para beneficiamento de aços: Têmpera: aumento de resistência i mecânica e dureza dos aços causado pela formação da martensita, um microconstituinte que usualmente apresenta um comportamento

Leia mais

TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS. Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como:

TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS. Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como: TRATAMENTOS TÉRMICOS: AÇOS E SUAS LIGAS Os tratamentos térmicos em metais ou ligas metálicas, são definidos como: - Conjunto de operações de aquecimento e resfriamento; - Condições controladas de temperatura,

Leia mais

28/09/2017. Ewaldo Luiz de Mattos Mehl. Departamento de Engenharia Elétrica

28/09/2017. Ewaldo Luiz de Mattos Mehl. Departamento de Engenharia Elétrica Ewaldo Luiz de Mattos Mehl Departamento de Engenharia Elétrica mehl@ufpr.br 1 Agenda: Arranjos atômicos Estrutura cristalina Tipos de estruturas Influência nas propriedades Defeitos na estrutura cristalina

Leia mais

4 Apresentação e Discussão dos Resultados Experimentais 4.1 Composição Química

4 Apresentação e Discussão dos Resultados Experimentais 4.1 Composição Química 4 Apresentação e Discussão dos Resultados Experimentais 4.1 Composição Química Como pode ser observado na Tabela 3.1, as composições químicas dos elos com e sem corrosão diferem na quantidade de alguns

Leia mais

FERROS FUNDIDOS. Peças de geometria complexa. Peças onde a deformação plástica é inadmissível.

FERROS FUNDIDOS. Peças de geometria complexa. Peças onde a deformação plástica é inadmissível. FERROS FUNDIDOS FERROS FUNDIDOS Peças de geometria complexa. Peças onde a deformação plástica é inadmissível. FERROS FUNDIDOS FF CINZENTO (Gray iron) FF DÚCTIL ou Nodular (Spheroidal iron) FF BRANCO

Leia mais

4 Resultados e Discussão

4 Resultados e Discussão 4 Resultados e Discussão Neste capítulo são apresentados e analisados os resultados obtidos do processo de curvamento e dos ensaios mecânicos e metalográficos realizados. 4.1. Análise Dimensional Como

Leia mais

Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS

Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS Estruturas Metálicas PROPRIEDADES DOS AÇOS 1. Diagrama Tensão- Deformação Uma propriedade mecânica importante para os materiais em geral é a chamada tensão ( ), definida por: F A o Onde F é a carga aplicada

Leia mais

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Departamento de Engenharia Metalúrgica e de Materiais COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS PARTE I PMT 2100 - Introdução à Ciência dos Materiais para Engenharia

Leia mais

Aula 6 Propriedades dos materiais

Aula 6 Propriedades dos materiais Aula 6 Propriedades Mecânicas dos Materiais E-mail: daniel.boari@ufabc.edu.br Universidade Federal do ABC Princípios de Reabilitação e Tecnologias Assistivas 3º Quadrimestre de 2018 Conceitos fundamentais

Leia mais

Figura 49 Dispositivo utilizado no ensaio Jominy e detalhe do corpo-de-prova (adaptado de Reed-Hill, 1991).

Figura 49 Dispositivo utilizado no ensaio Jominy e detalhe do corpo-de-prova (adaptado de Reed-Hill, 1991). INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS AÇOS SILVIO FRANCISCO BRUNATTO 81 2.3.3 TEMPERABILIDADE A temperabilidade de um aço pode ser entendida como a capacidade de endurecimento ou a capacidade que o aço possui de obter

Leia mais

Principais propriedades mecânicas

Principais propriedades mecânicas Principais propriedades mecânicas Resistência à tração Elasticidade Ductilidade Fluência Fadiga Dureza Tenacidade,... Cada uma dessas propriedades está associada à habilidade do material de resistir às

Leia mais

Ensaios Mecânicos dos Materiais

Ensaios Mecânicos dos Materiais Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de São Carlos Departamento de Engenharia de Materiais Ensaios Mecânicos dos Materiais Engenharia e Ciência dos Materiais I Prof. Dr. Cassius O. F. T. Ruckert

Leia mais

A composição química das amostras de metal solda, soldadas a 10 m de profundidade, está listada na Tabela 2.

A composição química das amostras de metal solda, soldadas a 10 m de profundidade, está listada na Tabela 2. 52 4 Resultados 4.1. Análise Química A composição química das amostras de metal solda, soldadas a 10 m de profundidade, está listada na Tabela 2. Tabela 2: Composição química do metal de solda (porcentagem

Leia mais

5.1.1.Região de grãos grosseiros inalterados (RGGI ZTA) 1200 C

5.1.1.Região de grãos grosseiros inalterados (RGGI ZTA) 1200 C 5. Discussão Neste capitulo serão avaliadas as diferenças entre as propriedades mecânicas e microestruturais existentes nas diferentes regiões da ZTA, correspondente a uma solda multipasse. Uma primeira

Leia mais

Ciências dos materiais- 232

Ciências dos materiais- 232 1 Ciências dos materiais- 232 Transformações de Fase em Metais e Microestruturas Quinta Quinzenal Semana par 05/05/2015 1 Professor: Luis Gustavo Sigward Ericsson Curso: Engenharia Mecânica Série: 5º/

Leia mais

TM229 - Introdução aos Materiais

TM229 - Introdução aos Materiais TM229 - Introdução aos Materiais Propriedades mecânicas 2009.1 Ana Sofia C. M. D Oliveira Propriedades mecânicas Resistência - Tração - Escoamento - Compressão - Flexão - Cisalhamento - Fluência - Tensão

Leia mais

8 Resultados (Parte 05)

8 Resultados (Parte 05) 8 Resultados (Parte 05) A parte 05 compara as curvas obtidas nos dois curvamentos a quente realizados a 2500 e 500 Hz, enfatizando as mudanças dimensionais, microestruturais e as correlações entre propriedades

Leia mais

ANÁLISE EM AMOSTRA DE CESTO DE CENTRÍFUGA DE AÇÚCAR FRATURADO EM SERVIÇO

ANÁLISE EM AMOSTRA DE CESTO DE CENTRÍFUGA DE AÇÚCAR FRATURADO EM SERVIÇO ANÁLISE EM AMOSTRA DE CESTO DE CENTRÍFUGA DE AÇÚCAR FRATURADO EM SERVIÇO Quando um equipamento é fabricado conforme um projeto, tem-se por objetivo garantir suas propriedades mecânicas e trabalho dentro

Leia mais

PMR-3101 INTRODUÇÃO A MANUFATURA MECÂNICA Aula 5: Propriedades mecânicas: FRATURA E FADIGA

PMR-3101 INTRODUÇÃO A MANUFATURA MECÂNICA Aula 5: Propriedades mecânicas: FRATURA E FADIGA PMR-3101 INTRODUÇÃO A MANUFATURA MECÂNICA Aula 5: Propriedades mecânicas: FRATURA E FADIGA Prof. Delson Torikai Sala: MS-12 E. mail: delsontorikai@usp.br PROJETO DE UM PRODUTO ETAPAS DE UM PROJETO: O desenvolvimento

Leia mais

11 Resultados (Parte 08)

11 Resultados (Parte 08) Resultados (Parte 8) Os efeitos do revenimento sobre as propriedades mecânicas do tubo curvado e correlações microestruturais serão considerados nesta seção... Efeito sobre a tenacidade Os valores de energia

Leia mais

Ensaios e propriedades Mecânicas em Materiais

Ensaios e propriedades Mecânicas em Materiais FACULDADE SUDOESTE PAULISTA Ciência e Tecnologia de Materiais Prof. Ms. Patrícia Corrêa Ensaios e propriedades Mecânicas em Materiais Ensaios Mecânicos Os ensaios mecânicos consistem num conjunto de procedimentos

Leia mais

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS CMA CIÊNCIA DOS MATERIAIS 2º Semestre de 2014 Prof. Júlio

Leia mais

Ciências dos materiais- 232

Ciências dos materiais- 232 1 Ciências dos materiais- 232 Aula 6 - Tratamentos Térmicos Quinta Quinzenal Semana par 26/05/2015 1 Professor: Luis Gustavo Sigward Ericsson Curso: Engenharia Mecânica Série: 5º/ 6º Semestre 2015-1_CM_Aula06_TratTermico.pdf

Leia mais

Introdução Conteúdo que vai ser abordado:

Introdução Conteúdo que vai ser abordado: Introdução Conteúdo que vai ser abordado: Considerações sobre seleção de materiais; Propriedades dos materiais (metais, polímeros e cerâmicas); Seleção de materiais segundo: Resistência mecânica Resistência

Leia mais

PGMEC EME774 Tratamentos Térmicos dos Aços. Prof. Scheid

PGMEC EME774 Tratamentos Térmicos dos Aços. Prof. Scheid PGMEC EME774 Tratamentos Térmicos dos Aços Prof. Scheid 1- Revisão Aços: Ligas contendo ferro e carbono entre 0 e 2.11% em peso, podendo conter elementos de ligas adicionados intencionalmente e ainda impurezas.

Leia mais

Tratamentos térmicos de Recozimento e Normalização para os aços

Tratamentos térmicos de Recozimento e Normalização para os aços Tratamentos térmicos de Recozimento e Normalização para os aços Figura 10.1. Indicação das temperaturas recomendadas em aços carbonos, para austenitização e efetivação dos tratamentos térmicos de Normalização

Leia mais

Materiais de Construção Aços

Materiais de Construção Aços Materiais de Construção José Carlos G. Mocito email:jmocito@ipcb.pt O que é o aço? O aço é uma liga Ferro Carbono (liga FE C), cujo teor em carbono varia entre 0.03 e 2,06%. Uma propriedade característica

Leia mais

Propriedades dos Aços e sua Classificação

Propriedades dos Aços e sua Classificação O uso do Aço na Arquitetura 1 Aluízio Fontana Margarido Propriedades dos Aços e sua Classificação Objetivo Conhecer as características mecânicas, principalmente em termos de tensões e deformações Propriedades

Leia mais

NOÇÕES DE SOLDAGEM. aula 2 soldabilidade. Curso Debret / 2007 Annelise Zeemann. procedimento de soldagem LIGAS NÃO FERROSAS AÇOS.

NOÇÕES DE SOLDAGEM. aula 2 soldabilidade. Curso Debret / 2007 Annelise Zeemann. procedimento de soldagem LIGAS NÃO FERROSAS AÇOS. NOÇÕES DE SOLDAGEM aula 2 soldabilidade Curso Debret / 2007 Annelise Zeemann LIGAS NÃO FERROSAS Niquel Aluminio Titânio Cobre aço ao carbono aço C-Mn aço Cr-Mo aço inox AÇOS composição química processamento

Leia mais

2 Fundamentos para a avaliação de integridade de dutos com perdas de espessura e reparados com materiais compósitos

2 Fundamentos para a avaliação de integridade de dutos com perdas de espessura e reparados com materiais compósitos 2 Fundamentos para a avaliação de integridade de dutos com perdas de espessura e reparados com materiais compósitos Este capítulo apresenta um resumo dos fundamentos básicos de avaliação de dutos com e

Leia mais

ENSAIO DE TRAÇÃO EM-641

ENSAIO DE TRAÇÃO EM-641 ENSAIO DE TRAÇÃO DEFINIÇÃO: Aplicação de uma carga uniaxial de tração em um CP geralmente cilíndrico e maciço; Mede-se a variação comprimento como função da aplicação da carga ; Fornece dados quantitativos

Leia mais

Aços Ferramenta. A.S.D Oliveira

Aços Ferramenta. A.S.D Oliveira Aços Ferramenta Classificação das ligas ferrosas Aços Ferros Fundidos Inoxidáveis Aços Ferramenta Aços ao C Aços Ferramenta Classe de aços de alta liga projetado para serem utilizados em ferramentas de

Leia mais

MECANISMOS DE ENDURECIMENTO DE METAIS

MECANISMOS DE ENDURECIMENTO DE METAIS 1 MECANISMOS DE ENDURECIMENTO DE METAIS Eng. os metalurgistas e Eng. os de materiais visam o "projeto" de ligas com elevadas resistência mecânica (S E 0,2% ), ductilidade (A% e RA%) e tenacidade (resistência

Leia mais

Prof. Willyan Machado Giufrida Curso de Engenharia Química. Ciências dos Materiais. Propriedades Mecânicas dos Materiais

Prof. Willyan Machado Giufrida Curso de Engenharia Química. Ciências dos Materiais. Propriedades Mecânicas dos Materiais Ciências dos Materiais Propriedades Mecânicas dos Materiais IMPORTÂNCIA Aplicações onde são necessárias solicitações mecânicas. Atender as exigências de serviço previstas. POR QUÊ ESTUDAR? A determinação

Leia mais

Análise de Falhas DEMEC TM049 Prof Adriano Scheid. Colapso do Wright Flyer, 1908.

Análise de Falhas DEMEC TM049 Prof Adriano Scheid. Colapso do Wright Flyer, 1908. Análise de Falhas DEMEC TM049 Prof Adriano Scheid Colapso do Wright Flyer, 1908. Histórico Os conceitos da Mecânica da Fratura foram introduzidos em 1920 por A. A. Griffith, quando desenvolveu uma relação

Leia mais

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E PARÂMETROS DE TRATAMENTO TÉRMICO NA TENACIDADE E NA RESISTÊNCIA DE AÇOS APLICADOS EM BAIXAS TEMPERATURAS*

ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E PARÂMETROS DE TRATAMENTO TÉRMICO NA TENACIDADE E NA RESISTÊNCIA DE AÇOS APLICADOS EM BAIXAS TEMPERATURAS* ESTUDO DA INFLUÊNCIA DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA E PARÂMETROS DE TRATAMENTO TÉRMICO NA TENACIDADE E NA RESISTÊNCIA DE AÇOS APLICADOS EM BAIXAS TEMPERATURAS* Carolina Conter Elgert 1 Jader Daniel de Brito 2 Afonso

Leia mais

ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM

ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM ESTAMPAGEM Prof. M.Sc.: Anael Krelling 1 INTRODUÇÃO Estampagem consiste em todas as operações de corte e conformação de materiais metálicos planos, a fim de lhe conferir a forma e a precisão desejada,

Leia mais

Curvas de resfriamento contínuo com diferentes taxas de resfriamento: Ensaio Jominy. Resultados: - Microestruturas diferentes; - Durezas diferentes.

Curvas de resfriamento contínuo com diferentes taxas de resfriamento: Ensaio Jominy. Resultados: - Microestruturas diferentes; - Durezas diferentes. Curvas de resfriamento contínuo com diferentes taxas de resfriamento: Ensaio Jominy Resultados: - Microestruturas diferentes; - Durezas diferentes. Efeito da seção da peça sobre a velocidade de resfriamento

Leia mais

01/31/2012 MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA DETERMINAÇÃO DA TENACIDADE À FRATURA. Fator de concentração de tensões INTRODUÇÃO. Tenacidade à fratura

01/31/2012 MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA DETERMINAÇÃO DA TENACIDADE À FRATURA. Fator de concentração de tensões INTRODUÇÃO. Tenacidade à fratura MÉTODOS ALTERNATIVOS PARA DETERMINAÇÃO DA TENACIDADE À FRATURA Tenacidade à fratura Capacidade de um material resistir à propagação de uma trinca Claudio Antonio Guzansky Rocha Danilo Almirón Pereira Fernando

Leia mais

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS

TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Universidade de São Paulo Escola de Engenharia de Lorena Departamento de Engenharia de Materiais TRANSFORMAÇÕES DE FASES EM METAIS E MICROESTRUTURAS Introdução à Ciência dos Materiais Prof. Dr. Cassius

Leia mais

Ciência dos Materiais II. Materiais Cerâmicos. Prof. Vera Lúcia Arantes

Ciência dos Materiais II. Materiais Cerâmicos. Prof. Vera Lúcia Arantes Ciência dos Materiais II Materiais Cerâmicos Prof. Vera Lúcia Arantes Propriedades de produtos cerâmicos Propriedades mecânicas Propriedades térmicas Propriedades termo-mecânicas 2 Materiais Cerâmicos

Leia mais

III metal-base, onde o metal não é afetado pelo processo de soldagem e permanece na mesma condição anterior ao processo.

III metal-base, onde o metal não é afetado pelo processo de soldagem e permanece na mesma condição anterior ao processo. 51 4 Resultados 4.1 Caracterização Microestrutural 4.1.1 Macrografias As macrografias das seis condições de soldagem são mostradas da Figura 21 à Figura 26. O tamanho do ponto de solda pode ser visualmente

Leia mais

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais

Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais Capítulo 3 Propriedades Mecânicas dos Materiais 3.1 O ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa

Leia mais

DEFORMAÇÃO DE MONOCRISTAIS 1. ESCORREGAMENTO

DEFORMAÇÃO DE MONOCRISTAIS 1. ESCORREGAMENTO DEFORMAÇÃO DE MONOCRISTAIS 1. ESCORREGAMENTO Monocristal Zn Degraus na superfície Bandas de escorregamento Planos de escorregamento PM2.1 1. ESCORREGAMENTO Linhas de escorregamento: 50-500 átomos de intervalo

Leia mais

Cotações. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. Ciência de Materiais 2º Teste (09.Janeiro.2012)

Cotações. Universidade Técnica de Lisboa. Instituto Superior Técnico. Ciência de Materiais 2º Teste (09.Janeiro.2012) Universidade Técnica de Lisboa Instituto Superior Técnico Ciência de Materiais 2º Teste (09.Janeiro.2012) Cotações Pergunta Cotação 1. (a) 0,50 1. (b) 0,50 1. (c) 0,50 1. (d) 1,00 1. (e) 1,50 2. (a) 0,50

Leia mais

Propriedades mecânicas dos materiais

Propriedades mecânicas dos materiais Propriedades mecânicas dos materiais Ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade é inerente

Leia mais

Processo Seletivo 2018

Processo Seletivo 2018 Processo Seletivo 2018 Candidato Nº OBS: O candidato deve preencher apenas o número que está na lista de presença do processo seletivo. Se ocorrer algum outro tipo de marcação na prova que identifique

Leia mais

Prof. Dr. André Paulo Tschiptschin ANÁLISE DE FALHA EM CORRENTE DE TRANSMISSÃO DUPLA INTERESSADO:

Prof. Dr. André Paulo Tschiptschin ANÁLISE DE FALHA EM CORRENTE DE TRANSMISSÃO DUPLA INTERESSADO: ANÁLISE DE FALHA EM CORRENTE DE TRANSMISSÃO DUPLA INTERESSADO: JUNHO DE 2012 Introdução Prof. Dr. André Paulo Tschiptschin Uma corrente de transmissão dupla rompida em serviço foi enviada para análise

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX UNS S32101: INVESTIGAÇÃO DE REAGENTES 1

CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX UNS S32101: INVESTIGAÇÃO DE REAGENTES 1 CARACTERIZAÇÃO MICROESTRUTURAL DO AÇO INOXIDÁVEL DUPLEX UNS S32101: INVESTIGAÇÃO DE REAGENTES 1 Jéssica Camila Kruger 2, Patricia Carolina Pedrali 3. 1 TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE GRADUAÇÃO DE ENGENHARIA

Leia mais

INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS

INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS INFLUÊNCIA DO CAMINHO DE AQUECIMENTO NAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE UM AÇO 1020 TEMPERADO A PARTIR DE TEMPERATURAS INTERCRÍTICAS C.G. Guimarães, C.A.Siqueira, A. L. M. Costa* Faculdade de Engenharia de

Leia mais

EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS

EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS EXERCÍCIOS SOBRE TRATAMENTOS TÉRMICOS DAS LIGAS FERROSAS 1. Em que consiste, de uma maneira geral, o tratamento térmico? R: Alterar as microestruturas das ligas metálicas e como conseqüência as propriedades

Leia mais

Ensaio de Fluência. aplicação de uma carga/tensão constante em função do tempo e à temperaturas elevadas (para metais T > 0,4 T fusão)

Ensaio de Fluência. aplicação de uma carga/tensão constante em função do tempo e à temperaturas elevadas (para metais T > 0,4 T fusão) Ensaio de Fluência DEFINIÇÃO: Fluência é a deformação plástica que ocorre em qualquer tipo de material e é decorrente da aplicação de uma carga/tensão constante em função do tempo e à temperaturas elevadas

Leia mais

Defeitos de Fundição Trincas

Defeitos de Fundição Trincas Defeitos de Fundição Trincas Ricardo Fuoco Gerente Geral de Tecnologia de Fundição Metso Brasil Indústria e Comércio Ltda Fone: (015) 2102-1212 Email: ricardo.fuoco@metso.com 1 Índice 4.3 - Trincas Trincas

Leia mais

Resistência dos Materiais

Resistência dos Materiais Resistência dos Materiais Eng. Mecânica, Produção UNIME 2016.1 Lauro de Freitas, Março, 2016. 2 Tensão e deformação: Carregamento axial Conteúdo Tensão e Deformação: Carregamento Axial Deformação Normal

Leia mais

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS

COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS) BC-1105: MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS Propriedades Mecânicas dos Materiais

Leia mais

PRODUÇÃO DE FERRO E AÇO FERROS FUNDIDOS. Ciência e Engenharia dos Materiais I Profa. Dra. Lauralice Canale

PRODUÇÃO DE FERRO E AÇO FERROS FUNDIDOS. Ciência e Engenharia dos Materiais I Profa. Dra. Lauralice Canale PRODUÇÃO DE FERRO E AÇO FERROS FUNDIDOS Ciência e Engenharia dos Materiais I Profa. Dra. Lauralice Canale Recursos - Minerais Recursos - Minerais Recursos - Minerais Recursos - Minerais Recursos - Minerais

Leia mais

PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS

PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS CURSO TÉCNICO EM MECÂNICA MATERIAIS PARA CONSTRUÇÃO MECÂNICA PROPRIEDADES FÍSICAS, QUÍMICAS E MECÂNICAS DOS MATERIAIS PROF. M. SC. MARCONI FURTADO 2013 Importância. Propriedades físicas dos materiais Comportamento

Leia mais

FERROS FUNDIDOS. Materiais Metálicos Profa.Dr. Lauralice Canale

FERROS FUNDIDOS. Materiais Metálicos Profa.Dr. Lauralice Canale FERROS FUNDIDOS Materiais Metálicos Profa.Dr. Lauralice Canale Ferros Fundidos - Introdução - Ligas ferrosas contendo 1,7 a 4,0% C e 0,5 a 3,5% Si - Composição torna excelente para fundição (fluidez) Utilizados

Leia mais

PMR 3101 INTRODUÇÃO À MANUFATURA MECÂNICA

PMR 3101 INTRODUÇÃO À MANUFATURA MECÂNICA PMR 3101 INTRODUÇÃO À MANUFATURA MECÂNICA Aula-6 P1- dia 16/10 15:40-17:40 Tratamento Térmico e Superficial Processamento Relação Propriedades Slides retirados do texto complementar de autoria do Prof.

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO ABC CENTRO DE ENGENHARIA, MODELAGEM E CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS MATERIAIS E SUAS PROPRIEDADES (BC 1105) ENSAIOS MECÂNICOS ENSAIOS DE TRAÇÃO E FLEXÃO 2 1. INTRODUÇÃO Algumas das

Leia mais

Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais

Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais Capítulo 3: Propriedades mecânicas dos materiais O ensaio de tração e compressão A resistência de um material depende de sua capacidade de suportar uma carga sem deformação excessiva ou ruptura. Essa propriedade

Leia mais