DIFERIMENTO DO ICMS - Recolhimento do Imposto pelo Contribuinte Substituto



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Transcrição:

DIFERIMENTO DO ICMS - Recolhimento do Imposto pelo Contribuinte Substituto Matéria elaborada com base na legislação vigente em 14.05.2012. Sumário: 1 - INTRODUÇÃO 2 - DIFERIMENTO - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NAS OPERAÇÕES ANTECEDENTES 2.1 - Contribuinte Substituto e Contribuinte Substituído 3 - OPERAÇÃO SUBSEQUENTE TRIBUTADA 3.1 - Exemplo de Operação Normal 3.2 - Exemplo de Operação com Diferimento 3.3 - Aplicabilidade do Diferimento 4 - BASE DE CÁLCULO DO ICMS DIFERIDO 5 - MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS DAS ENTRADAS 6 - RECOLHIMENTO DO ICMS ANTERIORMENTE DIFERIDO 6.1 - Saída Não Tributada 6.2 - Saída com Isenção 6.3 - Saída com Redução na Base de Cálculo 6.4 - Eventos Fortuitos 6.4.1 - Extravio de Mercadorias 6.4.1.1 - Dispensa do Recolhimento do ICMS Anteriormente Diferido 6.4.1.1.1 - Condições para Dispensa de Recolhimento do ICMS Anteriormente Diferido 6.5 - Previsões no Regulamento 6.6 - Adquirente Optante pelo Simples Nacional 7 - FORMA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO 7.1 - Prazo do Recolhimento 7.2 - Preenchimento da DIME 8 - TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL 1 - INTRODUÇÃO O diferimento do ICMS é a postergação do ICMS para a etapa seguinte de circulação da mercadoria, portanto é uma modalidade de substituição tributária chamada de substituição tributária para fatos geradores antecedentes. Este trabalho tem como objetivo demonstrar os casos em que o adquirente da mercadoria (contribuinte substituto) é obrigado a recolher o ICMS referente à etapa anterior, pois não promoveu uma saída tributada pelo ICMS. 2 - DIFERIMENTO - SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA NAS OPERAÇÕES ANTECEDENTES Na substituição tributária por fatos geradores antecedentes, também conhecida como diferimento, o ICMS é postergado, pelo contribuinte substituído (o remetente), para

uma etapa seguinte, ficando o destinatário da mercadoria, como contribuinte substituto, obrigado, se for o caso, a recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 1º). 2.1 - Contribuinte Substituto e Contribuinte Substituído Na operação de diferimento o contribuinte substituído é o remetente da mercadoria, que diferiu (postergou) o pagamento do ICMS para a etapa seguinte de circulação, a ser realizada pelo destinatário, e o contribuinte substituto é o destinatário da mercadoria, responsável pelo pagamento do ICMS. 3 - OPERAÇÃO SUBSEQUENTE TRIBUTADA De acordo com o 1º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, o imposto devido por substituição tributária nas operações antecedentes subsumir-se-á na operação tributada subsequente promovida pelo contribuinte substituto que é o destinatário das mercadorias, ou seja, sendo a operação subsequente tributada, este imposto estará absorvido por esta operação. O objetivo do diferimento é a simplificação fiscal de determinadas operações, mas ficando garantida a arrecadação do Fisco. Cabe ressaltar que podem ocorrer várias etapas de circulação da mercadoria com diferimento do ICMS. 3.1 - Exemplo de Operação Normal Em uma operação normal, ou seja, sem ICMS diferido, a apuração do imposto seria da seguinte forma: Empresa A realiza uma venda para a empresa B, no valor de R$ 1.000,00, com ICMS de 17%, resultando num valor de R$ 170,00 de ICMS. A empresa B, por sua vez, revende o produto para a empresa C, no valor de R$ 1.500,00, com ICMS de 17%, no valor de R$ 255,00. Ocorre que a empresa A teria um débito de ICMS de R$ 170,00. A empresa B teria um crédito de ICMS de R$ 170,00, e um débito de R$ 255,00, e, portanto, teria R$ 85,00 de ICMS a recolher (R$ 255,00 - R$ 170,00). Logo, R$ 170,00 (ICMS a ser recolhido pela empresa A ) + R$ 85,00 (ICMS a ser recolhido pela empresa B ), resultaria num valor total a ser arrecadado pelo Fisco de Santa Catarina de R$ 255,00.

3.2 - Exemplo de Operação com Diferimento Utilizando-se o diferimento do ICMS, teríamos: Empresa A realiza uma venda para a empresa B, no valor de R$ 1.000,00, porém com o ICMS diferido (portanto, sem destaque do ICMS). A Empresa B revende o produto para a empresa C, no valor do R$ 1.500,00, ICMS de 17%, resultando no valor de R$ 255,00. Ocorre que a empresa A não terá ICMS a recolher. A empresa B não terá crédito de ICMS, já que não houve destaque de ICMS na nota fiscal de compra, mas possui um débito de ICMS no valor de R$ 255,00, e, portanto, possui um valor a recolher de ICMS de R$ 255,00. Logo, R$ 255,00 é o valor total arrecadado pelo Fisco Estadual. Note-se que o Fisco Estadual em nenhum momento deixou de arrecadar o imposto, apenas postergou o seu recebimento. 3.3 - Aplicabilidade do Diferimento O diferimento, salvo disposição em contrário, somente se aplica às operações internas em Santa Catarina, e desde que o remetente e o destinatário sejam inscritos no CCICMS ou no RSP, conforme o caso (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 2º). 4 - BASE DE CÁLCULO DO ICMS DIFERIDO A base de cálculo do ICMS diferido é o valor da operação praticada pelo substituído (valor de saída do remetente) ou de que decorrer a entrada da mercadoria no estabelecimento destinatário, conforme 3º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01. 5 - MANUTENÇÃO DOS CRÉDITOS DAS ENTRADAS As operações sujeitas ao diferimento do ICMS não são operações isentas, como nas hipóteses de isenção do ICMS previstas no Anexo 2 do RICMS-SC/01 e nem são operações não-tributadas, como nas hipóteses de não-incidência do ICMS previstas no artigo 6º do RICMS-SC/01, ou beneficiadas com redução na base de cálculo, como nas hipóteses previstas no Anexo 2 do RICMS-SC/01. O diferimento é uma operação tributada pelo ICMS, porém, com a exigência do ICMS sendo diferida (postergada) para uma fase posterior de circulação da mercadoria. Portanto, caso a empresa que efetue a saída com diferimento do ICMS não seja optante pelo Simples Nacional, é garantida a manutenção dos créditos das entradas, não sendo estornado o crédito, e isso inclusive em relação ao crédito dos 1/48 avos referente à aquisição de imobilizado (RICMS-SC/01, arts. 34 ao 39, e Anexo 3, art. 1º ao 10-D).

6 - RECOLHIMENTO DO ICMS ANTERIORMENTE DIFERIDO O contribuinte substituto, ou seja o destinatário das mercadorias, deverá recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor nas hipóteses citadas nos subitens seguintes. 6.1 - Saída Não Tributada O inciso I, do 2º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, determina que o contribuinte substituto, deverá recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor quando não promover nova operação tributada, exceto no caso de exportação direta para o exterior. Então, se a saída posterior não for tributada pelo ICMS, o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor da mercadoria deverá ser recolhido pela empresa que promover a nova saída sem tributação do imposto. 6.2 - Saída com Isenção De acordo com o inciso I, do 2º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, o contribuinte substituto, deverá recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor quando a saída posterior for isenta de ICMS. Já nas operações praticadas pelo contribuinte substituto, beneficiadas por isenção do ICMS, mas com expressa manutenção dos créditos, fica dispensado o recolhimento do ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 1º, 5º). 6.3 - Saída com Redução na Base de Cálculo O inciso II, do 2º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, dispõe que o contribuinte substituto, deverá recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor quando a saída posterior for com redução na base de cálculo do ICMS, sendo o recolhimento proporcional à saída subsequente não tributada. Exemplo: Compra de peixe no valor de R$ 120,00 com diferimento do ICMS. Venda do peixe no valor de R$ 200,00 com redução de 41,667%, podendo tributar diretamente 7%. Valor do ICMS na venda: R$14,00 (R$ 200,00 x 7%) Valor do ICMS a ser recolhido pela entrada pelo motivo do diferimento: R$ 6,00 12% alíquota do peixe - 7% alíquota tributada = 5% R$ 120,00 x 5% = R$ 6,00

Cabe ressaltar que nas operações praticadas pelo contribuinte substituto, beneficiadas com redução de base de cálculo do ICMS, mas com expressa manutenção dos créditos, fica dispensado o recolhimento do ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 1º, 5º). 6.4 - Eventos Fortuitos Segundo o inciso IV, do 2º, do art. 1º, do Anexo 3, do RICMS/01, o contribuinte substituto recolherá o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor se ocorrer qualquer evento que impossibilite a ocorrência do fato gerador do ICMS, ou seja, que impeça a ocorrência de uma posterior saída com o produto anteriormente adquirido (como, por exemplo, perda, furto, roubo, extravio ou deterioração da mercadoria). 6.4.1 - Extravio de Mercadorias Segundo o art. 180, do Anexo 5, do RICMS-SC/01, em caso de extravio, perda, furto, roubo, deterioração ou destruição de mercadorias, deverá o estabelecimento, dentro de 48 (quarenta e oito) horas da ocorrência: a) emitir Nota Fiscal, modelo 1, 1-A, NF-e, ou, na falta desta, Nota Fiscal de Venda a Consumidor, modelo 2 (CFOP 5.927), relacionando as mercadorias atingidas pela ocorrência, avaliadas a preço de custo, para fins de estorno do crédito fiscal registrado nas respectivas entradas ou pagamento do imposto diferido ou pelo qual for responsável; b) sempre que o valor total das mercadorias atingidas pela ocorrência, a preço de custo, for superior a R$ 110,00 (cento e dez reais), comunicar o fato, por escrito, à Gerência Regional da Fazenda Estadual, a que jurisdicionado, juntando Laudo Pericial fornecido pela Polícia Civil, Corpo de Bombeiros ou órgão da Defesa Civil, em que sejam mencionados, no mínimo, a natureza do evento, data e hora da ocorrência, extensão dos danos materiais e o valor total das mercadorias atingidas. A emissão da nota fiscal deverá ser feita também no caso de mercadorias isentas, imunes ou não tributadas, para regularização do estoque. 6.4.1.1 - Dispensa do Recolhimento do ICMS Anteriormente Diferido O art. 1º, do Anexo 3, do RICMS-SC/01, dispõe que no caso de extravio, perda, furto, roubo, deterioração ou destruição de mercadorias, deverá ser feito o recolhimento do ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor da mercadoria, pois não haverá nova etapa de saída tributada pelo ICMS. Porém, de acordo com o art. 96, do RICMS-SC/01, o estabelecimento que comprovadamente tenha sido atingido por enchente, enxurrada ou catástrofe climática, fica dispensado do pagamento do imposto anteriormente diferido, relativamente às entradas das mercadorias existentes em estoque que tenham sido extraviadas, perdidas, furtadas, roubadas, deterioradas ou destruídas em decorrência do evento.

6.4.1.1.1 - Condições para Dispensa de Recolhimento do ICMS Anteriormente Diferido A dispensa do recolhimento do ICMS anteriormente diferido dependerá de (RICMS-SC/01, art. 96): a) edição de decreto declarando estado de calamidade pública ou de emergência; b) comprovação da ocorrência do evento, que será feita mediante laudo pericial fornecido pela Polícia Civil, Corpo de Bombeiros ou órgão da Defesa Civil. 6.5 - Previsões no Regulamento O inciso III, do 2º, do art. 1º, do Anexo 2, do RICMS-SC/01, dispõe que o contribuinte substituto recolherá o ICMS anteriormente diferido, por ocasião da entrada ou recebimento da mercadoria, nas hipóteses expressamente previstas no próprio Regulamento do ICMS. 6.6 - Adquirente Optante pelo Simples Nacional Quando o destinatário das mercadorias recebidas com diferimento do ICMS for empresa optante pelo Simples Nacional, caberá ao destinatário sempre efetuar o recolhimento do ICMS diferido na etapa anterior, mesmo que a saída subsequente integre a receita tributável do Simples Nacional (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 1º). Este era o entendimento da Fazenda. Porém, segundo a Resposta de Consulta COPAT nº 07/10, as empresas optantes pelo Simples Nacional, estão dispensadas do recolhimento do ICMS anteriormente diferido por ocasião da compra da mercadoria, desde que a sua receita proveniente do produto adquirido seja normalmente tributada pelo Simples Nacional. 7 - FORMA DE RECOLHIMENTO DO IMPOSTO Nas hipóteses em que o contribuinte substituto tenha a obrigação de recolher o ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor, o recolhimento dar-se-á mediante a aplicação da alíquota interna vigente para o produto em SC, prevista no artigo 26 do RICMS-SC/01, sobre o valor da aquisição, sendo que o resultado corresponderá ao valor do ICMS a ser recolhido. 7.1 - Prazo do Recolhimento O recolhimento do ICMS anteriormente diferido pelo fornecedor, será realizado até o 10º dia do mês seguinte, através da guia DARE-SC, utilizando o código de receita 1473 - ICMS Substituição Tributária - por Apuração, e a classe de vencimento 10049 (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 17; Portarias SEF nºs 164/04 e 257/04).

7.2 - Preenchimento da DIME Segundo a Portaria SEF nº 256/04, caso o estabelecimento não seja optante pelo Simples Nacional, deverá entregar a DIME, sendo que, na DIME, o recolhimento do ICMS anteriormente diferido é informado no Quadro 11 - Informações Sobre Substituição Tributária, bem como no Quadro 12 - Discriminação dos Pagamentos do Imposto e dos Débitos Específicos. Por outro lado, caso o estabelecimento que irá recolher o ICMS seja optante pelo Simples Nacional, o mesmo está completamente dispensado da entrega da DIME, conforme art. 4º, do Anexo 4, do RICMS-SC/01. 8 - TRIBUTAÇÃO PELO SIMPLES NACIONAL Caso o estabelecimento remetente das mercadorias, sujeitas ao diferimento do ICMS, seja optante pelo Simples Nacional, o mesmo poderá utilizar o diferimento do ICMS na saída por ele efetuada, visto que diferimento não se trata de benefício fiscal, mas se trata de um tipo de substituição tributária, sendo que a receita relativa à venda de mercadorias, efetuada com diferimento do ICMS, será tributada pela tabela do Anexo I (comércio) ou II (indústria) do Simples Nacional, conforme o caso, desconsiderando-se o percentual do ICMS, já que o ICMS será diferido, ou seja, postergado, para a etapa seguinte (RICMS-SC/01, Anexo 3, art. 1º; Respostas de Consulta COPAT nºs 77/09 e 07/10). Cabe ressaltar que o diferimento não poderá ser aplicado, caso no ato que concede a postergação, houver vedação à aplicação efetuada por empresas optantes pelo Simples Nacional. Fonte: Editorial ITC Atenção! De acordo com o disposto no caput e inciso XIII do art. 7º, e nos arts. 24, 29 e 101 a 184, da Lei nº 9610/1998 (Direitos Autorais) e no artigo 184 do Decreto-Lei nº 2848/1940 (Código Penal), na redação dada pela Lei nº 10.695/2003, é expressamente proibida, por qualquer meio, a reprodução parcial e/ou total de matérias exclusivas do site: www.itcnet.com.br, exceto a impressão e a citação ou referência bibliográfica de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.