CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO: DIREITO. ANÁLISE DOS ARTIGOS 302,303, e 304 DO CP

Documentos relacionados
Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Fé Pública

PODER JUDICIáRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 5ª REGIÃO GABINETE DO JUIZ FRANCISCO CAVALCANTI

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Inclui questões gabaritadas! TJ/SP. Tribunal de Justiça de São Paulo ESCREVENTE TÉCNICO JUDICIÁRIO. Correções que ocorreram nas páginas citadas.

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA. (continuação)

Superior Tribunal de Justiça

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

O crime de violação de direito autoral e o procedimento penal: equívocos e incertezas da nova Súmula 574 do STJ

DA FALSIFICAÇÃO DE TÍTULOS E OUTROS PAPÉIS PÚBLICOS

Superior Tribunal de Justiça

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

DA FALSIDADE DE TÍTULOS E OUTROS PAPEIS PÚBLICOS. SUJEITO ATIVO: trata-se de CRIME COMUM, podendo ser praticado por qualquer pessoa.

DIREITO ELEITORAL. Crimes Eleitorais Parte VII. Prof. Rodrigo Cavalheiro Rodrigues

sumário 1 PRINCÍPIOS E CARACTERÍSTICAS DO DIREITO PENAL APLICAÇÃO DA LEI PENAL NO TEMPO E NO ESPAÇO TEORIA GERAL DO CRIME...

: : BIANCA PINTO FERREIRA

Direito Processual Penal

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Aula 10 ART. 341: AUTO-ACUSAÇÃO FALSA

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores PEDRO MENIN (Presidente) e ALBERTO MARIZ DE OLIVEIRA.

Superior Tribunal de Justiça

Professor Sandro Caldeira Dos Crimes contra a Fé Pública

Direito Penal. Roubo e Extorsão

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Art. 272 FALSIFICAÇÃO, CORRUPÇÃO, ADULTERAÇÃO OU ALTERAÇÃO DE SUBSTÂNCIA OU PRODUTOS ALIMENTÍCIOS

CRIMES CONTRA A PAZ PÚBLICA

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

TJ - SP Direito Penal Dos Crimes Praticados Por Funcionários Públicos Emerson Castelo Branco

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Superior Tribunal de Justiça

XINGAMENTOS EM RAZÃO DA COR À UMA PESSOA. CARACTERIZAÇÃO DE INJÚRIA RACIAL DO ART º DO CP. NÃO INCIDÊNCIA DA LEI 7716/89

30/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Superior Tribunal de Justiça

Subfaturamento é uma infração administrativa, pela qual o importador declara um valor abaixo do que realmente pagou pela importação.

DOS CRIMES CONTRA A FÉ PÚBLICA

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Professor Wisley Aula 05

JURISPRUDÊNCIA DO STJ

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos do Recurso Em. Sentido Estrito nº , da Comarca de São Paulo, em

A segurança pública e a incolumidade pública.

Superior Tribunal de Justiça

Direito Processual Penal

26/08/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Em primeiro lugar, deverá o examinando requerer, em preliminar, o desentranhamento das provas ilícitas.

Superior Tribunal de Justiça

23/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL

ACÓRDÃO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

TJ - SP Processo Penal NILMAR DE AQUINO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA PRIMEIRA REGIÃO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO Nº /MG

05/05/2017 PAULO IGOR DIREITO PENAL

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

PREPARATÓRIO PARA OAB DISCIPLINA: DIREITO PENAL

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

provimento ao apelo defensivo, para absolver o réu, com fundamento no artigo 386, inciso III, do Código de Processo Penal.

QUARTA CÂMARA CRIMINAL

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

/001 <CABBCBBCCACADBADAACBACABDDDAAACDAABAADDADAAAD>

Superior Tribunal de Justiça

Supremo Tribunal Federal

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO. Registro: ACÓRDÃO

Cabe comentar que no tipo em apreço o significado de água potável está em sentido amplo, ou seja, não precisa ser quimicamente pura.

Superior Tribunal de Justiça

JF CONVOCADO ANTONIO HENRIQUE CORREA DA SILVA em substituição ao Desembargador Federal PAULO ESPIRITO SANTO

23/09/2012 DIREITO PENAL IV. Direito penal IV

Direito Penal. Crimes Contra a Fé Pública

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça

MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA

Superior Tribunal de Justiça

Transcrição:

CENTRO UNIVERSITÁRIO DINÂMICA DAS CATARATAS CURSO: DIREITO ANÁLISE DOS ARTIGOS 302,303, e 304 DO CP Trabalho parcial avaliativo da disciplina de DIREITO PENAL IV, como requisito parcial para obtenção de nota e aprendizado, sob a orientação da Prof. Thiago. KETLIN FERNANDA DA SILVA BRUNA DE OLIVEIRA EVALDT SABRINA GECYCA CECHINEL ALINE TAM FOZ DO IGUAÇU PR 2017

1 Falsidade de atestado médico Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso: Pena - detenção, de um mês a um ano. Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa. Bem jurídico: o que se protege é a Fé publica dos atestados médicos Sujeito ativo: quem pode praticar este crime é exclusivamente o médico por se tratar de um crime próprio. Não tipifica dentista, psicólogo entre outros (o fornecimento destas pessoas caracteriza delito do artigo 299 do CP) Sujeito passivo: estado e secundariamente o terceiro prejudicado Tipo objetivo: dar/ fornecer: A conduta consiste em dar, fornecer em exercício da profissão, atestado falso, este deve relacionar-se com atividades médicas. Maioria das vezes o fornecimento de atestado médico é atestado para fornecer benefícios para terceiros, como por exemplo: aposentadoria antecipada por invalidez. Elemento subjetivo: será o Dolo, pela vontade livre e consciente de fornecer o atestado falso. Necessita que o médico tenha o conhecimento da falsidade daquilo que atesta. Não há modalidade culposa. Consumação/tentativa: a consumação ocorre com a efetiva entrega do atestado, e a tentativa é possível por Ex: o atestado falso não chega ao interessado por circunstâncias alheia. Ação penal: publica incondicionada Pena: detenção um mês a um ano Natureza falsidade ideológica: crime próprio, formal, livre, comissivo, comissivo por omissão, instantâneo e uni subjetivo. Forma qualificada: se da quando o agente comete crime com o intuito de obter vantagem econômica.

2 PENAL-ART. 302 CP - ATESTADO MÉDICO FALSO - ABSOLVIÇÃO I - O dolo do tipo do art. 302 é a vontade do médico em fornecer atestado ideologicamente falso, com a consciência dessa falsidade. O erro, porém, exclui o dolo. Como não se pune a conduta culposa, há que se absolver o apelante. II - Recurso provido (TRF-2 - ACR: 1847 98.02.34953-4, Relator: Desembargadora Federal TANIA HEINE, Data de Julgamento: 14/09/1999, TERCEIRA TURMA, Data de Publicação: DJU - Data::23/11/1999)

3 Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anota da na face ou no verso do selo ou peça: Pena - detenção, d e 1 (um) a 3 (três ) anos, e multa. Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, par a fins de comércio, faz uso d o selo ou peça filatélica. Bem jurídico: fé publica Sujeito ativo: qualquer pessoa Sujeito passivo: estado e a pessoa que sofre o prejuízo com o fato Tipo objetivo: são duas modalidades: a primeira é a de reproduzir o selo ou a peça filatélica (reproduzir é igual a contrafazer, copiar) e alterar (é modificar), os objetos materiais do crime são o selo e a peça filatélica. Elemento normativo: o selo ou qualquer outra peça filatélica. O selo é o elemento normativo desse crime, é a estampilha postal, adesiva ou fixa, que não se confundo com a estampilha fiscal que é destinada a recolhimento de tributos. Elemento subjetivo: dolo (vontade livre e consciente dirigida a reprodução ou alteração, abrangendo o conhecimento de seu valor filatélico). Consumação/tentativa: ocorre com a reprodução ou alteração do objeto material. Tentativa é possível Ação penal: publica incondicionada Pena: detenção de um a três anos e multa Peça filatélica: Documento de interesse para a coleção de selos. Compreende a estampilha postal, como também carimbos e envelopes. Exemplos do crime: quando a peça filatélica ou selo é original, mas por motivo qualquer precisou ser modificada é preciso que no verso ou na frente da peça esteja explicito que o mesmo foi modificado neste caso não configura crime. Mas se a pessoa reproduziu ou modificou, sem estar explicito o mesmo, visando que foi feito de má-fé configura o crime do 303, e se a pessoa estiver para fins de comercio usando a peça filatélica ou selo modificado também configura o crime.

4 Uso de documento falso Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a cominada à falsificação ou à alteração. Bem jurídico: fé publica lesada com o uso do documento falso Sujeito ativo: qualquer pessoa (sem ser a pessoa que falsificou) Sujeito passivo: estado e segundamente pessoa prejudicada pela falsificação Tipo objetivo: fazer uso, empregar, utilizar, aplicar, usar documento material fraudado como se fosse autentico, não basta que saia da esfera individual do agente, deve ter uma destinação especifica e probatória, o uso pode ser judicial ou extra judicial, porem é indispensável para caracterizar o delito o seu uso efetivo, os papeis falsificados ou alterados constantes nos arts. 297 a 302 sendo documentos públicos, particular, papel onde constar firma ou letra falsamente reconhecida, atestado, certidão publica ou atestado medico. Elemento subjetivo: dolo ( vontade de usar documento falso com consciência) Elemento normativo: o documento falso ( objeto material) é irrelevante que seja publico ou privado, ou mesmo que a falsidade seja material ou ideal Consumação/ tentativa: consuma-se com a utilização do documento, é um crime instantâneo porem com efeitos permanentes e não é admissível tentativa Ação penal: publica incondicionada Pena: é a mesma cominada ao crime de alteração ou falsificação dos art. 297 a 302, CP, de acordo com a natureza do documento publico ou privado. Crime de uso de documento falso: crime comum, formal, de forma livre, instantâneo, comissivo e por omissão, uni subjetivo, uni subsistente ou pluri subsistente.

5 JURISPRUDENCIA DO ARTIGO 304, CP Ementa RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. USO DE DOCUMENTO FALSO. AJUIZAMENTO DE AÇÕES CÍVEIS COM A UTILIZAÇÃO DE COMPROVANTES DE RESIDÊNCIA FALSIFICADOS. TRANCAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL. CONDUTA DE QUE SUBSUME AO TIPO PREVISTO NO ARTIGO 304 DO CÓDIGO PENAL. FALTA DE JUSTA CAUSA. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE NO ÂMBITO DO HABEAS CORPUS. ILEGALIDADE NÃO CARACTERIZADA. 1. O trancamento de inquérito policial ou de ação penal em sede de habeas corpus é medida excepcional, só admitida quando restar provada, inequivocamente, sem a necessidade de exame valorativo do conjunto fático-probatório, a atipicidade da conduta, a ocorrência de causa extintiva da punibilidade, ou, ainda, a ausência de indícios de autoria ou de prova da materialidade do delito. 2. No caso dos autos, o recorrente está sendo investigado pelo crime de uso de documento falso porque teria ingressado com ações no Juizado Especial fazendo uso de comprovantes de documento falsificados, conduta que, a princípio, se amolda ao tipo previsto no artigo 304 do Código Penal. Precedentes. 3. Para se aferir se os comprovantes de residência supostamente falsificados seriam inócuos para lesar o bem jurídico tutelado seria necessário o revolvimento de matéria fático-probatória, providência própria da análise meritória da acusação, vedada na via eleita. 4. Recurso improvido. Acordão A Quinta Turma, por unanimidade, negou provimento ao recurso. Os Srs. Ministros Felix Fischer, Gurgel de Faria, Reynaldo Soares da Fonseca e Newton Trisotto (Desembargador Convocado do TJ/SC) votaram com o Sr. Ministro Relator.