Abstract. Resumo. Rodrigo Scarton Bergamin * Cláudio Augusto Mondin **

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Transcrição:

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO DE UM FRAGMENTO FLORESTAL NO MUNICÍPIO DE BARRA DO RIBEIRO, RIO GRANDE DO SUL, BRASIL Abstract Rodrigo Scarton Bergamin * Cláudio Augusto Mondin ** The survey of the arboreal component and the phytogeographic relationships in a forest fragment in Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul State, Brazil has been carried out. All trees with DHB? 5cm were recorded through the method of caminhamento. Sixty species were surveyed, distributed into 50 genera and 31 families. The families with highest species richness were Myrtaceae (10 spp.) and Euphorbiaceae (5 spp.). The Atlantic species form the most diversified contingent. The high richness of Myrtaceae is similar to other floristic studies realized in the South of Brazil, showing the importance of this family in different forests. The absence of physical barriers can explain the expressive participation of the Atlantic contingent in the study area. Key words: floristic, phytogeography, fragment forest, Southern Brazil. Resumo Foi realizado o levantamento florístico e as prováveis relações fitogeográficas do componente arbóreo num fragmento florestal no município de Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil. Para o levantamento das espécies foi utilizado o método do caminhamento, anotando-se todas as árvores com DAP? 5cm. Foram observadas 60 espécies, distribuídas em 50 gêneros e 31 famílias. Myrtaceae apresentou a maior riqueza específica, com dez espécies, seguida de Euphorbiaceae com cinco. O contingente da Floresta Atlântica foi o que apresentou a maior contribuição, com 19 espécies, seguido da Floresta com Araucária, com oito, e a Floresta Estacional, com quatro. A expressiva participação de Myrtaceae na composição florística do fragmento estudado coincide com diversos estudos florísticos realizados no Sul do Brasil, destacando a importância da família em diferentes formações florestais. A ausência de barreiras físicas naturais pode explicar a acentuada presença de espécies da Floresta Atlântica. * Graduando em Ciências Biológicas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Av. Ipiranga, 6681, Prédio 12, CEP 90619-900, Porto Alegre, RS. E-mail: bergalogia@yahoo.com.br ** Professor da Faculdade de Biociências. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Av. Ipiranga, 6681, Prédio 12, CEP 90619-900, Porto Alegre, RS. PESQUISAS, BOTÂNICA N 57: 217-230. São Leopoldo, Instituto Anchietano de Pesquisas, 2006.

218 Brasil. Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin Palavras-chave: florística, fitogeografia, fragmento florestal, Sul do Introdução As florestas detêm mais de 60% da biodiversidade do planeta e, além do seu valor intrínseco, possuem múltiplos valores sociais e econômicos, levando a um alto grau de degradação através da ação antrópica (World Rainforest Movement, 2003). A perda dos hábitats florestais é a maior ameaça à diversidade biológica, levando espécies e mesmo comunidades inteiras a ponto de extinção (Primack & Rodrigues, 2001). Além de estarem sendo destruídos rapidamente, estes hábitats, que antes ocupavam grandes áreas contínuas, encontram-se hoje freqüentemente reduzidos a fragmentos isolados, cercados por uma paisagem altamente modificada e degradada. A fragmentação das florestas causa um aumento na área de borda, alterando o microambiente através da alteração dos níveis de luz, umidade, temperatura e vento. Outras conseqüências da fragmentação são o decréscimo do potencial de dispersão de espécies, o que pode diminuir a colonização de outras áreas, a redução do número de espécies e a redução no tamanho de populações, diminuindo a variabilidade genética devido ao endocruzamento (Primack & Rodrigues, 2001; Tonhasca-Júnior, 2005). O Estado do Rio Grande do Sul, nas últimas cinco décadas, superexplorou suas reservas naturais de florestas, restando atualmente pequenas áreas de mata geralmente localizadas em locais de difícil acesso (Spathelf et al., 2001). A forte intervenção humana verificada com a colonização européia a partir do século I alterou drasticamente a área florestada, trazendo como conseqüência: a redução das áreas silváticas para utilização, sobretudo, da agropecuária, expansão das cidades e construção de estradas; a alteração da composição florística, em função, principalmente, dos cortes seletivos de espécies para exploração madeireira e introdução de espécies exóticas; a redução de áreas florestais, antes contínuas, em fragmentos muitas vezes isolados, tendendo ao empobrecimento genético. Devido à alteração drástica da área florestada sofrida no estado do Rio Grande do Sul, tornam-se necessários estudos sobre a composição, estrutura e dinâmica das florestas do estado, e a ecologia e distribuição das espécies para que possam ser criados programas de uso sustentável dos recursos naturais. A fitogeografia busca o conhecimento dos padrões de distribuições de espécies e os fatores que determinam estes padrões (Waechter & Jarenkow, 2003). Rambo (1951) apontou duas principais rotas de migração de espécies tropicais para o estado: a Porta de Torres, pelo lado Leste, servindo de corredor para espécies tropicais atlânticas e o Alto Uruguai, pelo Noroeste, constituído de espécies tipicamente estacionais. As temperaturas médias PESQUISAS, BOTÂNICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO... inferiores, em função de altitudes mais elevadas existentes no Nordeste do estado, representam uma barreira que impede a transposição de espécies entre os dois contingentes, sendo a região de ocorrência natural da Araucária (Jarenkow & Waechter, 2001). A Floresta com Araucária é constituída por espécies com origem nas montanhas do Brasil central, nos Andes e na flora austral-antártica, tendo estes elementos antecedido aqueles que migraram pela Porta de Torres e pelo Alto Uruguai (Rambo, 1953; Brack, 2002). A área em estudo no município de Barra do Ribeiro constitui-se no hábitat natural do bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), espécie ameaçada de extinção, que possui um papel importante na dispersão de sementes. Esta e outras espécies da fauna dependem das florestas para a sua conservação, sobretudo como hábitat e fonte de alimento, bem como de corredores ecológicos que possibilitem a interligação dos fragmentos. O presente trabalho tem por objetivo investigar a composição florística do componente arbóreo e suas prováveis relações fitogeográficas num fragmento florestal no Sul do Brasil. Material e Métodos Localização e caracterização da área de estudo A área em estudo está localizada no município de Barra de Ribeiro, Rio Grande do Sul (30 o 20 41.4 S e 51 o 27 05.0 W) (figura 1). O fragmento é um remanescente da floresta que ocorria de forma mais ou menos contínua na região, estando inserida no limite entre as Áreas de Formações Pioneiras de influência fluvial e a região da Floresta Estacional Semidecidual (Teixeira et al., 1986). O fragmento florestal possui cerca de 4 hectares, apresentando um dossel de aproximadamente 14 metros de altura, e árvores atingindo um máximo de 20 metros, como Luehea divaricata Mart., Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D. Legrand e Nectandra oppositifolia Nees & Mart. A intervenção humana na área de estudo pode ser verificada pela presença de gado no fragmento e, no entorno, através de reflorestamentos com eucalipto e cultivo de lavouras cíclicas (arroz, batata-doce, fumo, etc.). A presença de considerável número de árvores com muitos fustes desde a base sugere a ocorrência de cortes seletivos realizados no passado. A área está localizada nos limites entre as regiões geomorfológicas Planície Costeira Interna e Planalto Sul-Riograndense (Justus et al.,1986), com relevo suavemente ondulado. Segundo a classificação de Koeppen, o tipo climático da região onde se localiza o fragmento é temperado úmido, com chuvas distribuídas por todo o ano, estando inserida na área climática Cfa 1 (Moreno, 1961), cuja temperatura média do mês mais quente é superior a 22 o C e a temperatura média anual inferior a 18?C. A precipitação anual está na faixa compreendida entre 1250 e 1500mm (Nimer, 1990). 219 NÚMERO 57, ANO 2006

220 Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin O tipo de solo da área em estudo é classificado como Argissolo Vermelho-Amarelo Distrófico. É um solo profundo, bem drenado, com horizonte B textural, contendo argila com baixa CTC (capacidade de troca catiônica) e saturação por bases inferior a 50% (Streck et al., 2002). Procedimento amostral Para o levantamento das espécies foi utilizado o método do caminhamento (Filgueras et al., 1994). Foram anotadas todas as espécies observadas, pertencentes a indivíduos arbóreos com DAP (diâmetro à altura do peito = 1,30 m)? 5 cm. O material coletado está depositado no herbário do Laboratório de Botânica do Museu de Ciências e Tecnologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (MPUC). A delimitação das famílias seguiu a classificação proposta por APG II (2003). As rotas silváticas migratórias foram baseadas em Rambo (1951), o qual considera, em separado, o contingente higrófilo (atlântico e estacional), da formação da floresta com araucária. O enquadramento das espécies segundo o contingente migratório baseou-se na bibliografia disponível. Resultados e Discussão Foram levantadas 60 espécies, distribuídas em 50 gêneros e 31 famílias (tabela 1). Myrtaceae apresentou a maior riqueza específica, com dez espécies, seguida de Euphorbiaceae, com cinco (figura 2). Tabela 1: Relação das espécies constatadas no levantamento do componente arbóreo de um fragmento florestal no município de Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil, com suas respectivas famílias e nomes populares. Famílias Espécies Nome Popular ARECACEAE Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman Jerivá ASTERACEAE Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera Cambará CANNABACEAE Celtis spinosa Spreng. Esporão-de-galo Trema micrantha (L.) Blume Grandiúva CARDIOPTERIDACEAE Citronella paniculata (Mart.) R.A. Howard. Congonhaverdadeira CELASTRACEAE Maytenus cassineformis Reissek Coração-de-bugre CLUSIACEAE Garcinia gardneriana ( Planch. & Triana) Zappi Bacopari EBENACEAE Diospyros inconstans Jacq. Maria-preta ELAEOCARPACEAE Sloanea monosperma Vell. Sapopema ERICACEAE Agarista eucalyptoides (Cham. & Schltdl.) G. Don Criúva PESQUISAS, BOTÂNICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO... 221 Famílias Espécies Nome Popular ERYTHROYLACEAE Erythroxylum argentinum O.E. Schulz Cocão EUPHORBIACEAE Alchornea triplinervia (Spreng.) Müll. Arg. Tanheiro Gymnanthes concolor (Spreng.) Müll. Arg. Sapium glandulatum (Vell.) Pax Sebastiania brasiliensis Spreng. Laranjeira-do-mato Leiteiro Branquilho Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B. Sm. & Branquilho Downs FABACEAE Inga uruguensis Hook. & Arn. Ingá-banana LAMIACEAE Aegiphila sellowiana Cham. Gaioleira LAURACEAE Nectandra megapotamica (Spreng.) Mez Canela-imbuia Nectandra oppositifolia Nees & Mart. Canela-ferrugem MALVACEAE Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo MELASTOMATACEAE Miconia rigidiuscula Cogn. Pixirica MELIACEAE Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjerana Cedrela fissilis Vell. Guarea macrophylla Vahl Trichilia claussenii C. DC. Cedro Pau-d'arco Catiguá MORACEAE Ficus adhatodifolia Schott ex Spreng. Figueira-branca Ficus enormis (Mart. ex Miq.) Mart. Figueira-mata-pau Ficus organensis Miq. Figueira-de-folhamiúda Sorocea bonplandii (Baill.) W.C. Burger, Lanj. & Cincho Wess. Boer MYRSINACEAE Myrsine guianensis (Aubl.) Kuntze Capororocão MYRTACEAE Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O. Berg Murta Campomanesia rhombea O. Berg Eugenia hiemalis Cambess. Eugenia schuechiana O. Berg Myrcia glabra (O. Berg) D. Legrand Myrcia multiflora (Lam.) DC. Myrcia palustris DC. Myrcianthes gigantea (D. Legrand) D. Legrand Myrcianthes pungens (O. Berg) D. Legrand Myrciaria cuspidata O. Berg Guabiroba Guamirim-burro Guamirim Guamirim Camboim Guamirim Araçá Guabiju Camboim NYCTAGINACEAE Guapira opposita (Vell.) Reitz Maria-mole PROTEACEAE Roupala brasiliensis Klotzsch Carvalho-brasileiro QUILLAJACEAE Quillaja brasiliensis (A. St.-Hil. & Tul.) Mart. Sabão-de-soldado RUBIACEAE Faramea marginata Cham. Pau-cutia Guettarda uruguensis Cham. & Schltdl. Coentrilho RUTACEAE Esenbeckia grandiflora Mart. Mamica-de-cadela NÚMERO 57, ANO 2006

222 Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin SALICACEAE Casearia decandra Jacq. Guaçatunga SAPINDACEAE Casearia sylvestris Sw. ylosma pseudosalzmanii Sleumer Allophylus edulis (A. St.-Hil., Cambess. & A. Juss.) Radlk. Cupania vernalis Cambess. Matayba elaeagnoides Radlk. Chá-de-bugre Sucará Chal-chal Famílias Espécies Nome Popular Zanthoxylum fagara (L.) Sarg. Pimenteiraselvagem Zanthoxylum rhoifolium Lam. Veludinho Camboatávermelho Camboatá-branco SAPOTACEAE Chrysophyllum marginatum (Hook. & Arn.) Radlk. Aguaí-vermelho SYMPLOCACEAE Symplocos celastrinea Mart. ex Miq. Orelha-de-onça URTICACEAE Cecropia pachystachya Trécul Embaúba Coussapoa microcarpa (Schott) Rizzini Figueira-mata-pau VERBENACEAE Citharexylum montevidense (Spreng.) Moldenke Tarumã-deespinho A expressiva participação de Myrtaceae na composição florística da área estudada coincide com diversos estudos florísticos realizados em diferentes formações florestais no Sul do Brasil (Jarenkow & Baptista, 1987; Sevegnani & Baptista, 1996; Nascimento et al., 2001; Neto et al., 2002; Brack, 2002; Jurinitz & Jarenkow, 2003; Budke et al., 2004), destacando a importância da família nestas comunidades. O contingente de migração Atlântico (C1) foi o que apresentou a maior contribuição, com 19 espécies (31,7%), seguido da Floresta com Araucária (C2), com oito (13,3%), e a Floresta Estacional (C3), com quatro (6,7%). Doze espécies (20%) apresentam ampla distribuição geográfica, fazendo parte dos três contingentes. Oito são comuns a C1 e C3, quatro fazem parte da C2 e C3 e duas (3,3%) são comuns aos contingentes C1 e C2. Três espécies não estão vinculadas aos três principais contingentes migratórios florestais, sendo elas Maytenus cassineformis Reiss., espécie provavelmente originada no extremosul do Brasil, Celtis spinosa Spreng. e Citharexylum montevidense (Spreng.) Moldenke, espécies relacionadas aos elementos chaquenhos de formações abertas que penetram pelo oeste do estado (tabela 2 e figura 3). PESQUISAS, BOTÂNICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO... Tabela 2: Relação das espécies do componente arbóreo de um fragmento florestal no município de Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil, e seus respectivos contingentes de migração: C1= Floresta Atlântica; C2= Floresta com Araucária; C3= Floresta Estacional. 223 Espécies C1 C2 C3 Outros Aegiphila sellowiana Cecropia pachystachya Coussapoa microcarpa Erythroxylum argentinum Esenbeckia grandiflora Eugenia hiemalis Eugenia schuechiana Faramea marginata Ficus adhatodifolia Ficus enormis Ficus organensis Garcinia gardneriana Guapira opposita Miconia rigidiuscula Myrcia glabra Myrcia multiflora Myrciaria cuspidata Nectandra oppositifolia Roupala brasiliensis Citronella paniculata Myrcia palustris Alchornea triplinervia Cabralea canjerana Guarea macrophylla Gymnanthes concolor Myrsine guianensis Sorocea bonplandii Symplocos celastrinea Trema micrantha Agarista eucalyptoides Blepharocalyx salicifolius Campomanesia rhombea Gochnatia polymorpha Myrcianthes gigantea NÚMERO 57, ANO 2006

224 Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin Espécies C1 C2 C3 Outros Quillaja brasiliensis Sloanea monosperma ylosma pseudosalzmanii Guettarda uruguensis Myrcianthes pungens Matayba elaeagnoides Zanthoxylum fagara Chrysophyllum marginatum Diospyros inconstans Inga uruguensis Trichilia claussenii Allophylus edulis Casearia decandra Casearia sylvestris Cedrela fissilis Cupania vernalis Luehea divaricata Nectandra megapotamica Sapium glandulatum Sebastiania brasiliensis Sebastiania commersoniana Syagrus romanzoffiana Zanthoxylum rhoifolium Celtis spinosa Citharexylum montevidense Maytenus cassineformis A acentuada influência atlântica no componente arbóreo da área estudada (31,7% das espécies) possivelmente está relacionada à localização do fragmento, a qual não apresenta barreiras físicas acentuadas para algumas espécies tropicais que penetram no estado pela Porta de Torres (Rambo, 1950). A diluição na riqueza de espécies atlânticas em direção ao Sul do Brasil (Smith, 1962) torna-se evidente se compararmos os resultados do presente trabalho aos de outros estudos realizados mais ao Norte e ao Sul no corredor Atlântico do estado. Brack (2002), em estudo realizado na Floresta Ombrófila Densa no município de Maquiné, localizada mais ao Norte, obteve quase a metade das espécies pertencentes ao contingente atlântico e cerca de um terço vinculado ao contingente de ampla distribuição. Jurinitz & Jarenkow PESQUISAS, BOTÂNICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO... (2003), estudando um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual no município de Camaquã, localizada mais ao Sul da área estudada, obteve a maioria das espécies com ampla distribuição geográfica, porém, com uma presença significativa de espécies do contingente atlântico. A expressiva contribuição do elemento do pinhal na área estudada deve-se, provavelmente, à proximidade desta com o Planalto Sul-Riograndense (Serra do Sudeste), região que apresenta importante contribuição desse contingente em sua composição florística (Reitz et al., 1983), constituindo-se num possível relicto decorrente da dinâmica vegetacional intensa, regulada por flutuações climáticas ocorridas no Quaternário (Ab Saber, 1977). A baixa participação do contingente da Floresta Estacional na área estudada pode ser explicada pelo fato desta floresta se caracterizar muito mais por sua fisionomia e estrutura do que por sua constituição florística, apresentando percentuais menos expressivos de espécies que lhe são exclusivas ou preferenciais, em relação às demais formações em foco (Leite & Klein, 1990). A contribuição do contingente de ampla distribuição geográfica no componente arbóreo (20% das espécies) demonstra a importância destas espécies de grande amplitude ecológica na formação de florestas do Sul do Brasil (Jarenkow & Waechter, 2001). Referências Bibliográficas AB SÁBER, A.N. 1977. Espaços ocupados pela expansão dos climas secos na América do Sul, por ocasião dos períodos glaciais quaternários. Paleoclimas 3: 1-19. APG II (Angiosperm Phylogeny Group). 2003. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II. Botanical Journal of the Linnean Society 141: 399-436. BRACK, P. 2002. Estudo fitossociológico e aspectos fitogeográficos em duas áreas de Floresta Atlântica de Encosta no RS. Tese (Doutorado em Ecologia). Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. BUDKE, J.C.; GIEHL, E.L.H.; ATHAYDE, E.A.; EISINGER, S.M. & ZÁCHIA, R.A. 2004. Florística e fitossociologia do componente arbóreo de uma floresta ribeirinha Passo das Tropas, Santa Maria, RS, Brasil. Acta Botanica Brasilica 18(3): 581-589. FILGUEIRAS, T.S.; BROCHADO, A.L.; NOGUEIRA, P.E. & GUALA, G.F. 1994. Caminhamento: Um método expedito para levantamentos florísticos e qualitativos. Caderno de Geociências 12:39-43. JARENKOW, J.A. & BAPTISTA, L.R.M. 1987. Composição florística e estrutura da mata com araucária na Estação Ecológica de Aracuri, Esmeralda, Rio Grande do Sul. Napaea 3: 9-18. 225 NÚMERO 57, ANO 2006

226 Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin JARENKOW, J.A. & WAECHTER, J.L. 2001. Composição, estrutura e relações florísticas do componente arbóreo de uma floresta estacional no Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 24(3): 263-272. JURINITZ, C.F. & JARENKOW, J.A. 2003. Estrutura do componente arbóreo de uma floresta estacional na Serra do Sudeste, Rio Grande do Sul, Brasil. Revista Brasileira de Botânica 26: 475-487. JUSTUS, O.; MACHADO, M.L.A. & FRANCO, M.S.M. 1986. Geomorfologia. In: Levantamento de recursos naturais. Vol. 33. Rio de Janeiro, IBGE, p. 313-404. LEITE, P.F. & KLEIN, R.M. 1990. Vegetação. In: Geografia do Brasil; Região Sul. V.2. Rio de Janeiro, IBGE, p.113-150. MORENO, J.A. 1961. Clima do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Secretaria da Agricultura. NASCIMENTO, A.R.T.; LONGHI, S.J. & BRENA, D.A. 2001. Estrutura e padrões de distribuição espacial de espécies arbóreas em uma amostra de Floresta Ombrófila Mista em Nova Prata, RS. Ciência Florestal 11: 105-119. NETO, R.M.R.; WALTZAWICK, L.M.; CAUDEIRA, M.V.W. & SCHOENINGER, E.R. 2002. Análise florística e estrutural de um fragmento de Floresta Ombrófila Mista Montana, situado em Criúva, RS-Brasil. Ciência Florestal 12: 29-37. NIMER, E. 1990. Clima. In: Geografia do Brasil; Região Sul. V.2. Rio de Janeiro, IBGE, p.151-187. PRIMACK, R.B. & RODRIGUES, E. 2001. Biologia da Conservação. Londrina, Ed. Vida. RAMBO, B. 1950. A porta de Torres. Anais Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues 2: 9-20. RAMBO, B. 1951. A imigração da selva higrófila no Rio Grande do Sul. Anais Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues 3(3): 55-91. RAMBO, B. 1953. História da flora do planalto riograndense. Anais Botânicos do Herbário Barbosa Rodrigues 5: 185-232. REITZ, R.; KLEIN, R.M. & REIS, A. 1983. Projeto madeira do Rio Grande do Sul. Sellowia 34-35: 1-525. SEVEGNANI, L. & BAPTISTA, L.R.M. 1996. Composição florística de uma floresta secundária, no âmbito da Floresta Atlântica, Maquiné, RS. Sellowia 45-48: 47-71. SMITH, L.B. 1962. Origins of the flora of Southern Brazil. Contributions from the United States National Herbarium 35(3): 215-249. SPATHELF, P.; BERGER, R.; VACCARO, S.; TONINI, H., & BORSOI, G.A. 2001. Crescimento de espécies nativas de uma Floresta Estacional Decidual/Ombrófila Mista do Rio Grande do Sul. Ciência Florestal 11(2): 103-119. STRECK, E.V.; KAMPF, N.; DALMOLIN, R.S.D; KLAMT, E.; NASCIMENTO, P.C. & SCHNEIDER, P. 2002. Solos do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Ed. da UFRGS. PESQUISAS, BOTÂNICA

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228 Rodrigo Bergamin & Cláudio Mondin Figura 1: Mapa de localização da área estudada no estado do Rio Grande do Sul. PESQUISAS, BOTÂNICA

COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E RELAÇÕES FITOGEOGRÁFICAS DO COMPONENTE ARBÓREO... 229 Número de Espécies 12 10 8 6 4 2 0 Myrt Euph Mora Meli Sapi Sali Ruta Famílias Rubi Cann Laur Urti Outras (20) Figura 2: Relação das famílias com maior riqueza em espécies no levantamento do componente arbóreo de um fragmento florestal em Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil. Myrt= Myrtaceae; Euph= Euphorbiaceae; Mora= Moraceae; Meli= Meliaceae; Sapi= Sapindaceae; Sali= Salicaceae; Ruta= Rutaceae; Rubi= Rubiaceae; Cann= Cannabaceae; Laur= Lauraceae; Urti= Urticaceae. Número de Espécies 20 15 10 5 0 C1 C1/C2/C3 C2 C1/C3 C3 C2/C3 Outros C1/C2 Rotas Migratórias Figura 3: Número de espécies do componente arbóreo de um fragmento florestal no município de Barra do Ribeiro, Rio Grande do Sul, Brasil, pertencentes aos respectivos contingentes de migração. C1= Floresta Atlântica; C2= Floresta com Araucária; C3= Floresta Estacional. NÚMERO 57, ANO 2006