CURSO PRF 2017 LEGISLAÇAO PENAL EXTRAVAGANTE AULAS 002 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE. diferencialensino.com.br

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AULAS 002 LEGISLAÇÃO PENAL EXTRAVAGANTE 1

PROFESSOR CURSO PRF 2017 LEGISLAÇAO PENAL EXTRAVAGANTE MÁRCIO TADEU 2

AULA 02 Crimes de Tortura (Lei nº 9.455/97) Logo após a Segunda Guerra Mundial, surge um movimento global de repúdio à tortura, com a aprovação de vários tratados e convenções internacionais. No Brasil, após a Constituição Federal de 1988, foi consagrado como direito fundamental do cidadão: ninguém será submetido à tortura nem a tratamento desumano e degradante. (Art. 5º, III da CF/88). A tortura era punida como crime comum, isto é, art. 121 do CP, art. 129 do CP, art. 136 do CP, art. 146 do CP, etc. Somente o ECA no art. 233 punia à tortura contra criança e adolescente. Foi criada lei própria para tipificar e punir o crime de tortura, sendo essa a lei nº. 9.455/97. Obs.: A lei nº. 9.455/97 revogou art. 233 do ECA. No Brasil a lei nº. 9.455/97, em regra, não exige qualidade ou condição especial do agente, no Brasil o crime é comum. O STJ, o STF e a própria lei, entendem o crime de tortura não exige do réu condição de agente público, o que o torna de caráter BIFRONTE (o sujeito ativo pode ser funcionário público ou não). O delito de tortura prescreve? Por mais grave que seja o delito, no Brasil a prescrição é regra, havendo na Constituição Federal de 1988 duas hipóteses de imprescritibilidade: 1. Racismo. (Art. 5º, XLII da CF/88). XLII. a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; 2. Ação de Grupos Armados contra a Ordem Constitucional e o Estado Democrático. (Art. 5º, XLIV da CF/88) XLIV: Constitui crime inafiançável e imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático; Em alguns tratados internacionais, ratificados pelo Brasil, a tortura é imprescritível. Sendo assim deve prevalecer a Constituição Federal de 1988 sendo aplicável a norma mais favorável à dignidade da pessoa humana (Princípio pro homine ). Para muitos esse princípio está positivado no art. 4º, II da CF/88. Art. 4º. A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:....ii. prevalência dos direitos humanos; A lei nº. 9.455/97 que define os crimes de tortura e dá outras providências, na verdade diz o que constitui crime de tortura e não define esses crimes. 01 TORTURA FÍSICA E TORTURA PSICOLÓGICA Art. 1º. Constitui crime de tortura: I. constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; 3

TORTURA FÍSICA mediante violência (real). TORTURA PSICOLÓGICA mediante grave ameaça. ESSENCIA DO CRIME DE TORTURA - causar sofrimento intenso à vítima. Sujeito Ativo: Crime Comum O tipo não exige qualidade ou condição especial do agente (CARÁTER BIFRONTE agente público ou particular). Sujeito Passivo: Crime Comum. O tipo não exige qualidade ou condição especial da vítima. Conduta: O tipo pune constranger alguém com o emprego de violência ou grave ameaça, com o fim de: 02) TORTURA PROVA, TORTURA CONFISSÃO, OU TORTURA PERSECUTÓRIA. Art. 1º, I, a da lei nº. 9.455/97. Com o fim de obter declaração, informação ou confissão da vítima. Exemplos: Policial Militar que tortura suspeito para configurar o crime. Credor que tortura devedor para confessar o crime. IMPORTANTE: O crime consuma-se, não com a obtenção da declaração, informação ou confissão da vítima, mas sim com o constrangimento causador do sofrimento, físico ou mental, à vítima. É perfeitamente possível à tentativa. 03) TORTURA PARA A PRÁTICA DE CRIME OU SIMPLESMENTE TORTURA CRIME: Art. 1º, I, b da lei nº. 9.455/97. Para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. Exemplo: Agente mediante choque elétrico, tortura a vítima a denunciar (Notícia criminis ) caluniosamente terceiro inocente. Tortura para a prática de contravenção penal configura qual crime? A expressão natureza criminosa não abrange a Contravenção Penal, sendo vedada à analogia, no caso, maléfica (in malan partem) para o réu. Essa é a corrente que prevalece. O crime consuma-se, com o constrangimento que gera sofrimento na vítima, dispensando que o torturado pratique a conduta criminosa exigida pelo agente. Nesse caso (art. 1º, I, b da lei nº. 9.455/97) é plenamente possível à tentativa. No caso do art. 1º, I, b da lei nº. 9.455/97, qual a consequência para o torturado e torturados? Não responde pelo crime eventualmente praticado, sendo que a coação moral irresistível exclui a culpabilidade. Responde pela tortura em concurso com o crime eventualmente (se ocorrer o crime) praticado pelo torturado. Obs.: O concurso será material, na condição de autor mediato. 04) TORTURA DISCRIMINAÇÃO OU PRECONCEITO Art. 1º, I, c da lei nº. 9.455/97. Em razão de discriminação racial ou religiosa. Exemplo : Torturar alguém em razão da sua religião ou de sua raça. Ao contrário do que ocorre com os dispositivos anteriores no Art. 1º, I, c da lei nº. 9.455/97, o agente não tortura a vítima esperando dela uma conduta. Tortura apenas por preconceito a sua raça ou religião, não englobando a discriminação por homossexualismo, xenofobia, etária, vingança ou de gênero. Incluir outras espécies de preconceito é analogia In malam Partem que fere o princípio da legalidade. O crime se consuma com o constrangimento causador de sofrimento à vítima. Nesse caso é plenamente possível à tentativa. 05) TORTURA CASTIGO Art. 1º. II da Lei nº. 9.455/97 (Lei de Tortura): Art. 1º. Constitui crime de tortura: II. submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. Nesse caso temos a chamada Tortura Castigo que é torturar alguém sobre sua guarda, poder ou autoridade. 4

Sujeito Ativo: Crime Próprio: O tipo exige qualidade ou condição especial do agente, qual seja, ter a guarda, poder ou autoridade sobre a vítima. Sujeito Passivo: Crime Próprio: O tipo exige qualidade ou condição especial da vítima, qual seja, pessoa submetida à guarda, poder ou autoridade do agente ativo. De acordo com o STJ (HC nº. 50.095/MG) o policial militar que auxilia polícia civil na contenção de rebelião em estabelecimento prisional, durante a operação, detém, legitimamente, guarda, poder e autoridade sobre os detentos, respondendo pelo art. 1º, II da lei nº. 9.455/97. Conduta: Submeter a vítima, mediante violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter punitivo. Ex.: Babá que tortura a criança, enfermeira que tortura idoso, etc. Qual a diferença de tortura castigo e o delito de maus tratos (art. 136 do CP)? Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitandoa a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina: Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa. 1º - Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a quatro anos. 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 3º - Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (catorze) anos. (Incluído pela Lei nº 8.069, de 1990) Tortura Castigo: INTENSO Sofrimento físico ou mental. Castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Maus Tratos Sofrimento físico ou mental. Finalidade especial para fim de educação, ensino, tratamento, ou custódia. Consumação: O crime de tortura castigo se consuma no momento em que o constrangimento gera na vítima intenso sofrimento físico ou mental. 06) TORTURA PRÓPRIA (POR AÇÃO) ou TÍPICA Art. 1º. Constitui crime de tortura: 1º. Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Atenção: Nesse caso temos a tortura sem finalidade especial, sendo a tortura pela simples intenção de torturar. Nesse caso o agente tortura pessoa presa ou sujeita a medida de segurança. Sujeito Ativo: Crime comum. Não exige qualidade ou condição especial do agente. Sujeito Passivo: Crime próprio. Exige qualidade ou condição especial do agente, qual seja, pessoa presa ou sujeita a medida de segurança. Pessoa presa abrange preso provisório ou definitivo, bem como jovens infratores apreendidos, internados ou em estado de semiliberdade. Abrange também o preso civil (devedor de alimentos), pois o tipo penal não diferencia espécie de prisão. Conduta: 5

Submeter pessoa presa ou sujeita à medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. Essa é uma clara violação ao art. 5º, XLIX da CF/88. XLIX. é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral; Ex.: Submeter adolescente em conflito com a lei (menor infrator) para cumprir medida de internação em estabelecimento prisional, junto com os presos. Temos ainda com exemplo os linchamentos populares, onde qualquer um do povo pratica essa tortura. Consumação: Esse crime consuma-se com a submissão da vítima a sofrimento físico ou mental mediante a prática de ato ilegal. Tentativa: Para a doutrina é plenamente possível à tentativa. 07) TORTURA POR OMISSÃO, IMPRÓRIIA, ANÔMALA ou ATÍPICA Art. 1º. Constitui crime de tortura: 2º. Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. Nesse caso temos a tortura por omissão O art. 1º, 2º da lei nº. 9.455/97 pune a tortura omissão de duas formas: a) Omitir o dever de evitar: Nesse caso temos a omissão imprópria, com a figura do garante ou garantidor. Ex.: Comandante de uma operação policial que percebe os agentes policiais estão levando o preso como instrumento de tortura e não evita o ato. De acordo com a Constituição Federal e Código Penal o garante deveria ter a mesma pena do garantidos, mas a lei nº. 9.455/97 traz uma pena de 1 a 4 anos. b) Omitir o dever de apurar: Já aqui temos a omissão própria. Nesse caso a tortura já ocorreu, não tendo que ser evitado, mas sim apurado. As duas hipóteses tem pena de 1 a 4 anos. A Constituição Federal de 1988 (art. 5º. XLIII da CF/88) e o Código Penal (art. 13, 2º, do CP) determinam a mesma consequência para o torturador para o garantido. (Pena de 2 a 8 anos).a lei nº. 9.455/97 tratou a consequência para os dois personagens (torturador e garante) de formas diferentes, com pena para o torturador de 2 a 8 anos e para o garante uma pena de 1 a 4 anos, ou seja, metade. Mesmo assim a lei nº. 9.455/97 não está ferindo o Código Penal e a Constituição Federal, pois a pena deve ser de 1 a 4 anos já que nesse caso o delito não é equiparado a crimes hediondos. A tortura por omissão é a única modalidade do crime de tortura que não se equipara a crime hediondo. 09 TORTURA QUALIFICADA Art. 1º. Constitui crime de tortura: 3º. Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. No art. 1º, 3º da lei nº. 9.455/97 temos uma tortura qualificada pela lesão grave ou morte, sendo que os resultados qualificadores devem ser culposos. OBS : Existem aqui 03 (três) situações: 1 TORTURA QUALIFICADA PELA MORTE que é um crime preterdoloso (resultado mais gravoso), onde a dolo na tortura e culpa na morte. 6

2 HOMICÍCIO QUALIFICADO PELA TORTURA é quando o agressor usa da tortura como meio para matar a vítima, previsto no Art. 121 do CP 3 CONCURSO MATERIAL ENTRE OS CRIMES DE TORTURA E HOMICÍDIO é quando ocorre o fenômeno da progressão criminosa. A princípio o agressor só quer torturar a vítima. Uma vez que esta não resultou no esperado (uma confissão, por exemplo), o mesmo mata a vítima como, por exemplo, como queima de arquivo. A tortura omissão não pode ser qualificada nos termos do art. 1º, 3º da lei nº. 9.455/97. 10) TORTURA MAJORADA Art. 1º. Constitui crime de tortura: 4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I. se o crime é cometido por agente público; II. se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) III. se o crime é cometido mediante sequestro. No art. 1º, 4º da lei nº. 9.455/97 temos uma tortura majorada (causas de aumento de pena). a) Se o crime é cometido por agente público. De acordo com a maioria, agente público, coincide com a definição do art. 327 do CP. dela. Cuidado: Para incidir o aumento é imprescindível que o agente público atue nessa qualidade ou em razão O agente público que omite o dever de evitar a tortura incide o aumento do art. 1º, 4º, I da lei nº. 9.455/97. b) Se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (anos). Em todos esses casos a condições da vítima devem ingressar no dolo do agente, para se evitar a responsabilidade penal objetiva. c) Se o crime é cometido mediante sequestro. Sequestro. Cárcere privado Privação da liberdade sem o confinamento. Privação da liberdade com o confinamento. A doutrina entende que o sequestro previsto no art. 1º, 4º, III da lei nº. 9.455/97 é o sequestro em sentindo amplo abrangendo o cárcere privado. Art. 1º. 5º da Lei nº. 9.455/97 (Lei de Tortura): Art. 1º. Constitui crime de tortura: 11) EFEITOS DA CONDENAÇÃO 5º. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. O art. 1º, 5º da lei nº. 9.455/97 traz os efeitos da condenação sendo esses extrapenais ou administrativos da condenação pelo crime de tortura. Este efeito é um efeito automático da condenação ou deve ser motivado na sentença condenatória? - Perda do cargo emprego ou função: Regra Geral: Previsto no art. 92 do CP: Art. 92. São também efeitos da condenação: I. a perda de cargo, função pública ou mandato eletivo: a) quando aplicada pena privativa de liberdade por tempo igual ou superior a um ano, nos crimes praticados com abuso de poder ou violação de dever para com a Administração Pública; b) quando for aplicada pena privativa de liberdade por tempo superior a 4 (quatro) anos nos demais casos. 7

II. a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; III. a inabilitação para dirigir veículo, quando utilizado como meio para a prática de crime doloso. Parágrafo único. Os efeitos de que trata este artigo não são automáticos, devendo ser motivadamente declarados na sentença. Como regra geral o efeito não é automático segundo o Código Penal. Trata-se de lei especial, prevalecendo sobre a lei geral. Cuida-se de efeito automático da condenação. Temos assim a aplicação do princípio da especialidade da lei penal. (STJ - Resp. nº. 1.028.936/PR) JURISPRUDÊNCIA CRIME. TORTURA. PERDA. CARGO. O paciente, na condição de policial militar, teria sido omisso ao não impedir que os outros milicianos praticassem, nas dependências do batalhão policial, tortura contra duas pessoas, sendo que uma delas veio a falecer em razões das agressões sofridas. Foi condenado como incurso nas penas do art. 1º, 2º, da Lei n. 9.455/1997. Sustenta a defesa que o paciente não teve conhecimento do fato delituoso, não estando sequer presente quando das agressões, ficando clara a equivalência ou paridade entre a situação dos acusados absolvidos e a dele. Mas o Min. Og Fernandes, Relator, entende que a pretensão não merece guarida uma vez que a imputação recaída sobre o paciente de ter-se omitido em face do cometimento de prática de tortura encontra amparo no decidido pelas instâncias ordinárias, que se lastreiam no conjunto probatório. Também porque, na condição de policial militar, o paciente tinha o dever legal de evitar a prática de crime ocorrido nas dependências do estabelecimento em que trabalhava. Há de se acrescer ainda o relato das testemunhas, segundo as quais os pedidos de socorro eram ouvidos de suas casas. Assim, fica afastada a alegação de que, por estar junto ao portão de entrada do prédio, não haveria meios de ter ciência das violências perpetradas. Finalmente, o pedido demanda revolvimento do conjunto fático probatório, providência incompatível com a via eleita. Quanto à pretensão de afastar as penas acessórias da perda do cargo e impedimento de exercer outra função pública pelo período de dois anos, destacou o Min. Relator que a jurisprudência consolidada neste Superior Tribunal é que, nos crimes de tortura, a perda do cargo é efeito automático e obrigatório da condenação. Assim, não haveria sequer a necessidade de fundamentar a medida. Dessa forma, a Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, denegou a ordem, vencidos os Ministros Celso Limongi e Nilson Naves, que a concediam. Precedentes citados do STF: HC 92.181-MG, DJe 1º/8/2008; do STJ: HC 40.861-MG, DJ 2/5/2005; HC 97.195-SP, DJe 19/10/2009; HC 95.335-DF, DJe 4/8/2008; HC 106.995-MS, DJe 23/3/2009; REsp 799.468-AP, DJ 9/4/2007, e HC 92.247-DF, DJ 7/2/2008. HC 47.846-MG, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 11/12/2009. Art. 1º. 6º da Lei nº. 9.455/97 (Lei de Tortura): Art. 1º. Constitui crime de tortura: 6º. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. Art. 1º. 7º da Lei nº. 9.455/97 (Lei de Tortura): Art. 1º. Constitui crime de tortura: 7º. O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Dizer que esse crime é equiparado a hediondo teremos a progressão do regime da pena com o cumprimento de 2/5 se primário e 3/5 se reincidente. Dizer que esse crime não é equiparado a hediondo teremos a progressão do regime da pena com o cumprimento de 1/6 da pena. Art. 2º. da Lei nº. 9.455/97 (Lei de Tortura): Art. 2º. O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira." Crime contra vítima brasileira ou agente em local sobre jurisdição brasileira. De acordo com o art. 7º do CP a extraterritorialidade nesse caso é condiciona, sendo que a nossa lei só alcançará o crime praticado no estrangeiro se presentes determinadas condições. Extraterritorialidade Art. 7º. Ficam sujeitos à lei brasileira, embora cometidos no estrangeiro: I. os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do Presidente da República; b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; 8

c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil; II. os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam julgados. 1º. Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no estrangeiro. 2º. Nos casos do inciso II, a aplicação da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: a) entrar o agente no território nacional; b) ser o fato punível também no país em que foi praticado; c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável. 3º. A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: a) não foi pedida ou foi negada a extradição; b) houve requisição do Ministro da Justiça. Cuidado: Crime de tortura contra vítima brasileira ou torturador em local sob jurisdição brasileira teremos a aplicação do art. 2º da lei nº. 9.455/97, sendo a extraterritorialidade incondicionada, não dependendo de qualquer condição. LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997 Define os crimes de tortura e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º. Constitui crime de tortura: I. constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa; II. submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Pena - reclusão, de dois a oito anos. 1º. Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. 2º. Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos. 3º. Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. 4º. Aumenta-se a pena de um sexto até um terço: I. se o crime é cometido por agente público; II. se o crime é cometido contra criança, gestante, deficiente e adolescente; II. se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) III. se o crime é cometido mediante sequestro. 5º. A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. 6º. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 7º. O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do 2º, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. Art. 2º. O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira. Art. 3º. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. Art. 4º. Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 7 de abril de 1997; 176º da Independência e 109º da República. FERNANDO HENRIQUE CARDOSO Nelson A. Jobim 9

01-(CESPE/PMGO/DELEGADO/2017/ADAPTADA) -Embora tortura não seja crime hediondo, também é insuscetível de fiança, anistia, graça e indulto. 02-(CESPE/PMGO/AGENTE/2016)À luz das disposições da Lei n.º 9.455/1997, que trata dos crimes de tortura, assinale a opção correta. A) O fato de o agente constranger um indivíduo mediante violência ou grave ameaça, em razão da orientação sexual desse indivíduo, causando-lhe sofrimento físico ou mental, caracteriza o crime de tortura na modalidade discriminação. B) O delegado que se omite em relação à conduta de agente que lhe é subordinado, não impedindo que este torture preso que esteja sob a sua guarda, incorre em pena mais branda do que a aplicável ao torturador. C) A babá que, mediante grave ameaça e como forma de punição por mau comportamento durante uma refeição, submeter menor que esteja sob sua responsabilidade a intenso sofrimento mental não praticará crime de tortura por falta de tipicidade, podendo ser acusada apenas de maus tratos. D) O crime de tortura admite qualquer pessoa como sujeitos ativo ou passivo; assim, pelo fato de não exigirem qualidade especial do agente, os crimes de tortura são classificados como crimes comuns. E Crimes de tortura são classificados como crimes próprios porque exigem, para a sua prática, a qualidade especial de os agentes serem agentes públicos. 03 (CESPE/PF/2009) - A prática do crime de tortura torna-se atípica se ocorrer em razão de discriminação religiosa, pois, sendo laico o Estado, este não pode se imiscuir em assuntos religiosos dos cidadãos. 04 - NÃO é responsável pela prática do crime de tortura, previsto na lei 9.455/97: A) quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental. B) aquele que se omite em face de prática do crime de tortura, quando não tinha o dever de evitá-lo ou apurá-la. C) quem submete pessoa presa a sofrimento físico ou mental. D) aquele que se omite em face da prática do crime de tortura, quando tinha o dever de evitá-la ou apurá-la. 05 - Marque a alternativa CORRETA de acordo com o que prescreve a Constituição da República Federativa do Brasil, trata-se de crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei, a prática de: A) racismo. B) tortura. C) tráfico ilícito de drogas D) sequestro. 06 - Analise as afirmativas abaixo e a assinale a opção que corresponde à resposta CORRETA, de acordo com a lei 9.455 de 07 de abril de 1997 (Lei de Tortura ): I- constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando lhe sofrimento físico ou mental, com o fim de obter declaração de terceira pessoa. II- obter por meio violento informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa. III- submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. IV- provocar ação ou omissão de natureza criminosa através de constrangimento ou grave ameaça. A) Todas as afirmativas estão corretas. B) Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas. C) Apenas as afirmativas II,III e IV estão corretas. D) Apenas as afirmativas I e III estão corretas. 07 - Nos crimes elencados na Lei 9.455/97 - Crimes de Tortura, é correto dizer que: a) o início de cumprimento da pena de tortura poderá se dar somente em regime semiaberto. 10

b) a condenação acarretará a perda da função, cargo ou emprego público. c) Todos os crimes de tortura somente podem ser aplicados quando ocorridos em território nacional, devido ao princípio da soberania das nações. d) O crime de tortura é afiançável. 08 - Com relação ao crime de tortura é correto dizer que: a) Somente se aplica o disposto na Lei 9455/97 quando ocorrer o crime de sequestro. b) Nos crimes abarcados pela Lei de Tortura somente existem penas de reclusão. c) O referido crime somente pode ser cometido por agente público. d) A pessoa que se omite quando tinha o dever de evitar a conduta criminosa é apenada com detenção. 09 - Trata-se de delito inafiançável e insuscetível de graça ou anistia: a) crime de tortura. b) abuso de autoridade. c) homicídio simples. d) porte ilegal de arma de uso privativo das forças armadas. 10 - A aplicação de dispositivo pertinente à extraterritorialidade da denominada Lei de Tortura, sob o nº 9.455/97, se dá nas seguintes hipóteses: a) vítima estrangeira e autor brasileiro. b) vítima brasileira e autor da tortura encontrado em local em que a legislação pátria seja aplicável. c) vítima brasileira e autor estrangeiro. d) vítima e autor brasileiros. 11 - A definição dos Crimes de Tortura está inserta na Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, e sobre o seu conteúdo é CORRETO afirmar: A. constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. B. a condenação por crime de tortura acarretará a perda de cargo, função ou emprego público e a suspensão para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada. C. o crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anistia. D. o disposto na Lei nº 9.455/97 aplica-se apenas para crimes cometidos em território nacional. 12 - Sobre o crime de tortura e suas formas de garantia da não impunidade é possível afirmar que: A) é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia e prescritível. B) é afiançável e insuscetível de graça ou anistia e prescritível. C) é inafiançável e suscetível de graça ou anistia e imprescritível D) é afiançável e suscetível de graça ou anistia e prescritível. 13 - De acordo com a Lei Federal n.º 9.455 Crimes de Tortura a pena é aumentada quando o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos na seguinte proporção: A) de um terço até um sexto. B) apenas a metade. C)o dobro. D)de um sexto até um terço. 14 - Comete o crime de tortura previsto na Lei Federal Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997: A) Aquele que comete violência desnecessária durante uma busca pessoal. B) Somente o servidor público ou militar no exercício de sua função. C) Aquele que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. D) Aquele que constrange alguém com o emprego de violência ou grave ameaça com o fim de obter vantagem pecuniária. 15 - Sobre a Lei Federal Lei nº 9455, de 07 de abril de 1997, é CORRETO afirmar: A) O cumprimento da pena será integralmente no regime fechado. B) A condenação no crime de tortura acarretará somente a perda do emprego público. C) Haverá aumento de pena de 1/6 até 1/3 se o crime for cometido mediante cárcere privado. D) O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 16 - Assinale a alternativa CORRETA. São causas de aumento de pena nos crimes de tortura, previstos na Lei 9.455, de 07/04/1997: A) Crime cometido contra portador de deficiência, adolescente; e maior de 50 anos. 11

B) Crime cometido mediante sequestro; contra portador de deficiência e por agente público. C) Crime cometido contra a gestante; por agente do povo e contra adolescente. D) Crime cometido contra maior de 70 anos; contra criança; e contra agente público. 17 - Nos termos da Lei nº 9.455/97, a prática do crime de tortura, por ação ou omissão, acarreta as seguintes medidas, EXCETO: A) pena de detenção, para aquele que se omitiu, quando tinha o dever de evitá-lo ou apurá-lo; B) pena aumentada de um sexto até um terço se o autor for agente público; C) início do cumprimento de pena em regime fechado, qualquer que tenha sido o autor da ação ou omissão; D) o crime é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. 18 - Julgue os itens a seguir e marque a opção CORRETA: A) A prática de crime de tortura contra maiores de 50 anos tem previsão de aumento de pena. B)A aplicação de dispositivo pertinente à extraterritorialidade da Lei 9.455/97 se dá nas hipóteses de ser a vítima brasileira e autor da tortura encontrado em local em que a legislação pátria seja aplicável. C)A prática do crime de tortura, por ação ou omissão, implica no início do cumprimento de pena em regime fechado, qualquer que tenha sido o autor da ação ou omissão. D)A prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos podem ser imputados, com base na legislação específica aos mandantes, executores apenas. 19 - Ao se debater sobre os crimes de tortura, conforme o previsto na Lei nº 9.455, de 07/04/97, é CORRETO afirmar que: A) o condenado por omissão em relação a uma das condutas previstas nessa Lei, quando tinha o dever de evitá-las, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. B) somente nos casos em que o crime for cometido contra criança ou maior de 60 anos é que o condenado iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. C) é caso de aumento de pena cometer o crime mediante sequestro. D) não há previsão na Lei de outro tipo de pena diferente da reclusão. 20 - A definição dos Crimes de Tortura está inserta na Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, e sobre o seu conteúdo é CORRETO afirmar: A) constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa. B) a condenação por crime de tortura acarretará a perda de cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada além de penalidade administrativa prevista na respectiva legislação. C) o crime de tortura é afiançável e suscetível de graça ou anistia. D) o disposto na Lei nº 9.455/97 aplica-se apenas para crimes cometidos em território nacional. 21 - Sobre o crime de tortura e suas formas de garantia da não impunidade é possível afirmar que: A) é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia e o seu autor sempre será condenado a cumprir a pena no regime inicialmente fechado. B) é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia e o seu autor poderá cumprir a pena no regime fechado. C) é inafiançável e suscetível de graça ou anistia a depender da modalidade de tortura. D) é afiançável e insuscetível de graça ou anistia, mas a prescrição dessa conduta será igual a do crime de racismo. 22 - De acordo com a Lei Federal n.º 9.455 Crimes de Tortura é correto afirmar que: a) se cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente ou maior de 60 (sessenta) anos na seguinte proporção de um sexto até um terço. B) Se resulta a morte da vítima a pena será de dois a oito anos de pena de reclusão. C) Se o crime é cometido no território nacional a pena sempre será aumentada. D) a pena acessória na tortura constitui no pagamento de serviços alternativos conforme previsto no código penal brasileiro. 23 De acordo com o previsto na Lei Federal Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997: A) Por tratar-se de crime próprio será julgado sempre pela justiça comum. B) Toda vez que praticado por servidor público acarretará o aumento de pena. C) Aquele que constrange alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental, para provocar ação ou omissão de natureza criminosa, será apenado com pena de detenção de 1 a 4 anos por cometer a chamada tortura imprópria. D) Aquele que constrange alguém com o emprego de violência ou grave ameaça com o fim de obter vantagem pecuniária. 24 - De acordo com a Lei nº 9.455, de 07 de abril de 1997, e o princípio da extraterritorialidade é CORRETO afirmar: 12

A) Toda vez que o crime for cometido fora do território nacional por brasileiro é do Brasil a competência para processar e julgar o crime B) Se o crime é cometido fora do território nacional a competência para processo e julgamento do crime é do país onde ocorreu o delito, por respeito ao princípio da Soberania das Nações. C) Se o crime é cometido por brasileiro em território nacional sendo a vítima estrangeira será a competente para o julgamento do crime o país desta. D) Sendo a vítima e autor brasileiros e o crime cometido em território estrangeiro o Brasil não poderá julgar esse caso por expressa vedação legal. 25 Assinale a alternativa CORRETA. Em relação ao crime de tortura, previstos na Lei 9455, de 07/04/1997: A) Crime cometido contra portador de deficiência, adolescente; e maior de 50 anos é causa de aumento de pena. B) Crime cometido mediante cárcere privado; contra portador de deficiência e por agente público é circunstância especial de aumento de pena. C) Se o crime de tortura é cometido contra criança e adolescente será regulada pela legislação especial destes porque nesse caso tal legislação é mais benéfica para eles. D) Crime cometido contra maior de 60 anos; contra criança; e por agente público tem previsão de aumento de pena. 26 A aplicação de dispositivo pertinente à extraterritorialidade da denominada Lei de Tortura, sob o nº 9.455/97, se dá nas seguintes hipóteses: A) Vítima brasileira e autor brasileiro em qualquer lugar que esteja. B) Vítima brasileira e autor também brasileiro encontrado em local em que seja aplicável a legislação brasileira. C) Vítima estrangeira e autor da tortura encontrado em local em que a legislação pátria seja aplicável. D) Vítima brasileira e autor estrangeiro desde que ambos encontrados em solo brasileiro. 27 Nos termos da Lei nº 9.455/97, a prática do crime de tortura, por ação ou omissão, acarreta as seguintes medidas. A) pena de reclusão, para aquele que se omitiu, quando tinha o dever de evitá-lo ou apurá-lo; B) pena aumentada de um terço até um sexto se o autor for agente público; C) início do cumprimento de pena em regime fechado, qualquer que tenha sido o autor da ação ou omissão; D) o crime é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia e será sempre julgado pela justiça comum independente do autor. 28 Julgue os itens a seguir e marque a opção INCORRETA: A) A prática de crime de tortura contra maiores de 60 anos tem previsão de aumento de pena. B) A aplicação de dispositivo pertinente à extraterritorialidade da Lei 9.455/97 se dá nas hipóteses de ser a vítima brasileira e autor da tortura encontrado em local em que a legislação pátria seja aplicável. C) A prática do crime de tortura, por ação ou omissão, implica no início do cumprimento de pena em regime fechado, qualquer que tenha sido o autor da ação ou omissão. D) A prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes, o terrorismo e os crimes definidos como hediondos podem ser imputados, com base na legislação específica aos mandantes, executores e aos que injustificadamente tenham se omitido de evitá-los. 29 Analisando a lei 9.455/97 que trata dos crimes de tortura, é INCORRETO afirmar que: A) o condenado por omissão em relação a uma das condutas previstas nessa Lei, quando tinha o dever de evitá-las, não iniciará o cumprimento da pena em regime fechado. B) somente nos casos em que o crime for cometido contra criança ou adolescente, gestante, portador de deficiência, maior de 60 anos, mediante sequestro ou por agente público é que ocorre o aumento de pena. C) é caso de aumento de pena cometer o crime mediante cárcere privado. D)há previsão na Lei de outro tipo de pena diferente da reclusão. 30 - Com relação ás assertivas abaixo, que se referem à lei 9.455/97 lei de tortura e a lei 4.898/65 lei do abuso de autoridade, assinale a resposta correta: a)o disposto na lei de crimes de tortura aplica-se ao crime cometido fora do território nacional, encontrando-se o agente em local sob jurisdição brasileira; na lei de abuso de autoridade as sanções penais podem ser aplicadas autônoma ou cumulativamente. b) Na lei de crimes de tortura, admite-se a progressão de regime de cumprimento da pena; na lei do abuso de autoridade poderá ocorrer sanção de natureza administrativa como a de pagamento do valor do dano, se possível calcular. c) Admite-se fiança nos crimes de tortura; admite-se multa nos crimes de abuso de autoridade. d) Não é previsto pena acessória na aludida legislação brasileira de tortura e tampouco na lei de abuso de autoridade. 31- A respeito da lei 9.455/97, que define os crimes de tortura, marque a alternativa CORRETA. A)A Omissão daquele que tinha o dever de evitar ou apurar as condutas tipificadas como tortura não acarretará em pena prevista nesta lei, estando sujeito apenas ás cominações do Código Penal. B) Todo ato de violência arbitrária ou desnecessária praticados por agentes da lei será caracterizado como crime de tortura. 13

C) A condenação por crime tipificado nesta lei acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição do seu exercício pelo dobro da pena aplicada. D) A lei de tortura atinge apenas os agentes públicos das forças de segurança, não estando o cidadão comum sujeito ás suas cominações. 32 - Com base nos enunciados previstos na lei que define crimes de tortura, é CORRETO afirmar que: A) somente o policial militar poderá cometer crime de tortura. B) qualquer cidadão que submete alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo, estará cometendo o crime de tortura. C) somente o funcionário público poderá cometer o crime de tortura. D) Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las ou apurá-las não comete o crime de tortura. 33 - Nos termos da lei 9.455/97 a prática do crime de tortura, por ação omissão, acarreta as seguintes medidas. A) Pena de detenção ou de reclusão para aquele que se omitiu, quando tinha o dever de apurá-las dependendo da modalidade de tortura. B) Pena aumentada de um terço até um sexto se o autor for agente público. C) Cumprimento de pena em regime inicialmente fechado, qualquer que tenha sido o autor da ação. D) Afastamento do município da culpa pelo prazo de 1 a 5 anos e a interdição para o exercício de qualquer função pública pelo prazo de até 3 anos. 34 - A Lei nº 9.455/97 define os crimes de tortura, pelo que é CORRETO a firmar que: A) O crime de tortura pode ser cometido por qualquer pessoa do povo, pois trata-se de crime "comum". B) O crime de tortura só pode ser cometido por funcionário público, pois trata-se de crime "próprio". C) O crime de tortura só pode ser cometido por funcionários da área de segurança pública, pois trata-se de crime "próprio". D) O crime de tortura só pode ser cometido por policiais, pois trata-se de crime "próprio". 35) Segundo dispõe a legislação Brasileira acerca do crime de Tortura tipificado na lei 9.455/97 podemos afirmar que: a) O crime de tortura é imprescritível, inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. b) Uma das penas possíveis no crime de tortura é a demissão. c) O autor do crime de tortura será condenado a cumprir a pena no regime inicialmente fechado. d) O condenado por crime de tortura não poderá apelar em liberdade visto ser o crime equiparado aos crimes hediondos. 36) Segundo o disposto nas leis 9.455/97 ( lei de tortura) e lei 4.898/65( abuso de autoridade) podemos afirmar como INCORRETA: a) Tanto na lei de tortura como na lei de abuso de autoridade os autores estarão sujeitos a penas acessórias. b) O crime de tortura e o crime de abuso de autoridades são considerados crimes próprios. c) O cometimento do crime de abuso de autoridade sujeita o autor a pena de demissão aplicada pela autoridade administrativa competente. d) A lei de tortura tem previsão de aumento de pena para o cometimento de crime contra criança e adolescente, não se aplicando nesse caso o estatuto da criança e do adolescente. 37) De acordo com o previsto na lei 9455/97 ( tortura ) podemos afirmar como correto o seguinte: a) Aplica-se o princípio da Extraterritorialidade quando o crime é cometido por estrangeiro em território nacional. b) Sendo o crime cometido por agente público poderá ocorrer perdão judicial com consequente extinção da punibilidade se a tortura for praticada por motivo justo. c) No caso de tortura agravada pela morte a pena será cumprida em regime integralmente fechado. d) O crime de tortura é prescritível embora seja também inafiançável e se aplique a progressão de regime. 38) Pelo entendimento da lei 9.455/97 conhecida como lei de tortura podemos afirmar como correto: a) De acordo com previsão legal é considerado tortura qualquer ação ou omissão que cause sofrimento físico ou mental a vítima. b) A pena acessória na tortura consiste em retirar do município da culpa a autoridade culpada por prazo do dobro da pena. c) Se o crime de tortura é praticado por brasileiro fora do país, aplica-se também o princípio da extraterritorialidade. d) na condenação por crime de tortura qualquer omissão de quem tem o dever legal também é tipificada como crime. 39) Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; para provocar ação ou omissão de natureza criminosa; em razão de discriminação racial ou religiosa; submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo. Crime punido com pena de reclusão, de dois a oito anos. Com relação ao crime de tortura é correto afirmar que: 14

A) incorre na pena de detenção de um a quatro anos aquele que se omite em face dessas condutas, quando não tinha o dever de evitá-las ou apurá-las. B) se resulta lesão corporal de natureza leve ou grave, a pena é de reclusão de quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos. C) na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não previsto em lei ou não resultante de medida legal. D) a condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício pelo mesmo do prazo da pena aplicada. E) o crime de tortura é inafiançável, mas suscetível de graça ou anistia. 40) Sobre as disposições legais referentes ao crime de tortura, é CORRETO afirmar: a) é possível a concessão de anistia aos condenados pela prática de tortura; entretanto, é vedada a concessão da graça. b) as disposições da Lei de Tortura não se aplicam ao agente, quando o crime tenha sido praticado fora do território nacional contra vítima brasileira. c) o condenado por crime previsto na Lei n. 9455/97 (Lei de Tortura), salvo na hipótese da figura omissiva, iniciará o cumprimento de pena em regime fechado. d) as disposições relativas ao prazo diferenciado para obtenção do livramento condicional, introduzidas no Código Penal pela Lei de Crimes Hediondos (Lei n. 8072/90), não se aplicam aos condenados pela prática de tortura. 41) Em relação ao crime de tortura é possível afirmar: (A) Passou a ser previsto como crime autônomo a partir da entrada em vigor da Constituição Federal de 1988 que, no art. 5o, inciso III afirma que ninguém será submetido a tortura, nem a tratamento desumano e degradante e que a prática de tortura será considerada crime inafiançável e insuscetível de graça ou anistia. (B) É praticado por qualquer pessoa que causa constrangimento físico ou mental à pessoa presa ou em medida de segurança, pelo uso de instrumentos cortantes, perfurantes, queimantes ou que produzam stress, angústia, como prisão em cela escura, solitária, submissão a regime de fome etc. (C) É cometido por quem constrange outrem, por meio de violência física, com o fim de obter informação ou confissão da vítima ou de terceira pessoa, desde que do emprego da violência resulte lesão corporal. (D) Os bens jurídicos protegidos pela tortura discriminatória são a dignidade da pessoa humana, a igualdade, a liberdade política e de crença apenas. (E) É praticado por quem se omite diante do dever de evitar a ocorrência ou continuidade da ação ou de apurar a responsabilidade do torturador pelas condutas de constrangimento ou submissão levadas a efeito mediante violência ou grave ameaça. Marque V para as verdadeiras e F para as Falsas. 42 ( ) - O crime de tortura tipificado na lei 9.455/97 e segundo a legislação vigente é considerado crime hediondo. 43 ( ) - No que tange aos crimes de tortura, julgue os itens subsequentes. Considerando que X, imputável, motivado por discriminação quanto à orientação sexual de Y, homossexual, imponha a este intenso sofrimento físico e moral, mediante a prática de graves ameaças e danos à sua integridade física resultantes de choques elétricos, queimaduras de cigarros, execução simulada e outros constrangimentos, essa conduta de X enquadrar-se-á na figura típica do crime de tortura discriminatória. 44 ( ) - Se um policial, para obter a confissão de suposto autor de crime de roubo, impuser a este intenso sofrimento, mediante a promessa de mal injusto e grave dirigido à sua esposa e filhos e, mesmo diante das graves ameaças, a vítima do constrangimento não confessar a prática do delito, negando a sua autoria, não se consumará o delito de tortura, mas crime comum do Código Penal, pois a confissão do fato delituoso não foi obtida. 45 ( )- O crime de tortura é crime comum, podendo ser praticado por qualquer pessoa, não sendo próprio de agente público, circunstância esta que, acaso demonstrada, determinará a incidência de aumento da pena. 46 ( ) - O artigo que tipifica o crime de maus-tratos previsto no Código Penal foi tacitamente revogado pela Lei da Tortura, visto que o excesso nos meios de correção ou disciplina passou a caracterizar a prática de tortura, porquanto também é causa de intenso sofrimento físico ou mental. 47 ( ) - É vedada a progressão de regime do réu condenado por tortura, devendo aquele cumprir a totalidade da pena em regime fechado. 48. [CESPE DELEGADO DE POLICIA SUBST. POLICIA CIVIL/ES 2006] Considere a seguinte situação hipotética. Uma equipe de policiais civis de determinada delegacia, após a prisão de umindivíduo, submeteu-o a intenso sofrimento físico e mental para que eleconfessasse a prática de um crime. O delegado de polícia, chefe da equipepolicial, ciente do que acontecia, permaneceu em sua sala sem que tivesseadotado qualquer providência para fazer cessar as 15

agressões. Nessa situação,os policiais praticaram a figura típica da tortura, ao passo que, em relação aodelegado de polícia, a conduta, por não configurar o mesmo crime, tem outroenquadramento penal. 49. [CESPE DELEGADO DE POLICIA POLICIA CIVIL/PB 2008]Aquele que se omite em face de conduta tipificada como crime de tortura,tendo o dever de evitá-la ou apurá-la, é punido com as mesmas penas doautor do crime de tortura. 50. [CESPE AGENTE DE POLICIA POLICIA CIVIL/TO 2008]Considere a seguinte situação hipotética. No momento de seu interrogatório policial, João, acusado por tráfico de entorpecentes, foi submetido pelos policiais responsáveis pelo procedimento achoques elétricos e asfixia parcial, visando à obtenção de informações sobre oendereço utilizado pelo suposto traficante como depósito da droga. João, apósas agressões, comunicou o fato à autoridade policial de plantão, a qual, apesarde não ter participado da prática delituosa, não adotou nenhuma providênciano sentido de apurar a notícia de tortura. Nessa situação, a autoridade policialresponderá por sua omissão, conforme previsão expressa na Lei de Tortura. 01- V 09- A 17-C 25- D 33-C 41-E 49-F 02- C 10- B 18-B 26- B 34-A 42-F 50 V 03- F 11- A 19- C 27-D 35-C 43-F 04- D 12- A 20- D 28-D 36-C 44-F 05- A 13- D 21- A 29-C 37-D 45-V 06- A 14- C 22- A 30-A 38-D 46-F 07- B 15- D 23- B 31-C 39-C 47-F 08- D 16- B 24- B 32-B 40-C 48-F 16