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Transcrição:

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL COORDENAÇÃO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA GERÊNCIA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ZOONOSES - GDTVZ BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 007/2015 Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses DENGUE: CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO E PERSPECTIVA PARA O ANO DE 2016 JUNHO/2015 Rio de Janeiro, 19 de JUNHO de 2015.

DENGUE Neste Boletim, elaborado próximo ao final do 1º semestre do presente ano, a GDTVZ observa o perfil epidemiológico da dengue, em uma série histórica de mais de 10 anos e, avalia a perspectiva do comportamento da doença para o ano de 2016, no estado e regiões. Gráfico 1 Casos notificados por dengue e sorotipo predominante, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, no Estado do Rio de Janeiro. O gráfico acima ilustra os anos endêmicos e epidêmicos no estado e o comportamento do sorotipo predominante, onde obervamos a ocorrência de sucessivas epidemias, com circulação dos quatro sorotipos da dengue. Nos anos de 2001 e 2002, passamos por epidemias consecutivas, porém com maior circulação de sorotipos distintos, em 2001 destacou-se a reintrodução do sorotipo Denv-1, este o primeiro sorotipo a ser detectado no estado desde as primeiras epidemias registradas nos ano de 1986 e 1987; já em 2002 o sorotipo predominante foi o Denv-3, evidenciando sua introdução em nosso estado, uma vez que a década de 90 foi marcada pela introdução e ampla circulação do sorotipo Denv-2, que causou epidemias nos anos 90. Em 2007 e 2008, mais uma vez ocorreram epidemias consecutivas e também com sorotipos predominantes diferentes, no ano de 2007 o sorotipo Denv-3 predomina, registrando seu último ano de circulação intensa no estado. Já em 2008 a epidemia é marcada pela reintrodução do sorotipo Denv-2, que havia circulado em maior quantidade nos anos 90. Passados 10 anos, o sorotipo Denv1 apresenta nova elevação na circulação durante a epidemia do ano de 2011. Este ano é seguido por mais dois anos consecutivos de epidemias e tanto em 2012 quanto em 2013, o estado é marcado pela forte introdução e circulação do sorotipo Denv-4. Neste ano de 2015, o aumento dos casos no estado apresentou, até o presente, o predomínio na circulação do sorotipo Denv-1, em especial na Região do Médio Paraíba, que iniciou epidemia no final de ano de 2014. 2 P á g i n a

É do conhecimento geral que uma série de fatores pode interferir na ocorrência ou não das zoonoses e doenças de transmissão vetorial, que englobam desde questões ligadas aos vetores (exemplo: densidade e dispersão), bem como questões ligadas aos hospedeiros (exemplo: densidade populacional, imunidade) e ao agente etiológico (exemplo: mudanças genéticas, sorotipo). Acima avaliamos o comportamento da dengue considerando, especialmente, o sorotipo circulante e o intervalo entre as infecções na população, portanto, podemos considerar que para o ano de 2016, a detecção do sorotipo Denv-3 representa o maior risco de epidemia no estado e suas regiões. Também com risco para 2016 destacamos a presença do sorotipo Denv-2, já com uma detecção registrada neste ano de 2015. No período de 2000 a 2015 a região ou município do estado que destacamos por apresentar comportamento peculiar foi o Médio Paraíba, que neste ano de 2015 passou por uma epidemia (predomínio Denv-1) e a Capital que em 2012, concentrou aproximadamente 75% dos casos do estado (predomínio Denv-4). Cabe ressaltar que usamos aqui como fonte de informação o SINAN e que, infelizmente, os dados quanto ao sorotipo circulante são escassos, chamando atenção para necessidade de melhorias tanto na inserção no SINAN quanto ao monitoramento e vigilância desta informação pelas vigilâncias epidemiológicas. A seguir analisamos o comportamento da dengue de acordo com as regiões do estado, considerando a mesma série histórica de 2000 a 2015 e o perfil da doença nestas regiões. Capital e Regiões Metropolitanas I e II Gráfico 2 Taxas de Incidência de casos notificados por dengue, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, Capital, Regiões Metropolitanas I e II e, Estado do Rio de Janeiro. No Gráfico 2 avaliamos o perfil da dengue nas Regiões Metropolitanas I e II e na Capital, relacionando com o comportamento da curva no estado como um todo. É possível observar que tanto a Capital quanto as Regiões Metropolitanas I e II acompanham, no geral, as linhas do estado. A Região Metropolitana II apresenta maiores taxas de incidência na maioria dos anos epidêmicos, exceto nas epidemias de 2008, 2011 e 2012. No ano de 2012, a Capital, claramente apresenta um perfil distinto, com taxa de incidência bem acima dos demais, ano em que a Capital concentrou aproximadamente 75% dos casos notificados no estado. 3 P á g i n a

No ano de 2015, diferentemente dos anos anteriores, observamos que a curva de casos do estado se encontra acima dos demais, o que pode ser justificado pela concentração dos casos na Região do Médio Paraíba (55% dos casos notificados no estado). A manutenção dos sorotipos Denv-4 e Denv-1 reduz a probabilidade de epidemias nas metropolitanas I e II e no município do Rio de Janeiro. Ao contrário à presença dos sorotipos Denv-3 e Denv-2, que aumentam o risco de surtos ou epidemias nos municípios destas regiões e na Capital do estado para o ano de 2016. Regiões Noroeste e Norte Fluminense Gráfico 3 Taxas de Incidência de casos notificados por dengue, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, Regiões Noroeste e Norte e, Estado do Rio de Janeiro. No Gráfico 3 avaliamos o perfil da dengue nas Regiões Noroeste e Norte, relacionando com o comportamento da curva no estado como um todo. Neste, destacamos o Noroeste do estado, que alcança maiores taxas de incidência um ano antes da Região Norte e do estado. Neste ano de 2015 a Noroeste apresenta a maior taxa de incidência, conforme anos anteriores, tal fato nos alerta para a probabilidade de vivermos epidemia no estado como um todo no ano de 2016. Maior destaque ao ano de 2010, onde registramos epidemias nestas duas regiões, diferentemente das demais regiões do estado, inclusive quanto ao sorotipo predominante, que foi o Denv-2, enquanto no estado foi o Denv-1. Também chama atenção o comportamento da Noroeste e Norte nos anos de 2012 e 2013, pois enquanto que em 2012 o Denv-4 predomina e causa epidemia na Capital, as demais regiões do estado, incluindo a Noroeste e a Norte, são atingidas somente no ano seguinte, em 2013. Desta forma, além da detecção do sorotipo Denv-3, o Denv-2 também representa maior risco de epidemias nestas regiões para o ano de 2016. 4 P á g i n a

Regiões do Médio Paraíba e Centro Sul Fluminense Gráfico 4 Taxas de Incidência de casos notificados por dengue, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, Regiões do Médio Paraíba e Centro-sul e, Estado do Rio de Janeiro. No Gráfico 4 avaliamos o perfil da dengue nas Regiões do Médio Paraíba e Centro Sul, relacionando com o comportamento da curva no estado como um todo. Ressaltamos que nos anos de 2008 e, principalmente, 2012 estas duas regiões não atingem taxas de incidência elevadas conforme demais regiões e o estado. Em 2015, o Médio Paraíba registra uma epidemia (com predomínio Denv-1), diferentemente dos demais. Esta epidemia teve início ao final de 2014, onde o predomínio do Denv-1 no estado como um todo em 2014 se justifica pelas detecções concentradas nesta região. Portanto, além da presença do Denv-3, o sorotipo Denv-2 também representa maior risco para ocorrência de epidemias em 2016 no Médio Paraíba e Centro Sul do estado. Região da Baía de Ilha Grande No Gráfico 5 avaliamos o perfil da dengue na Região da Baía de Ilha Grande, relacionando com o comportamento da curva no estado como um todo. É notório que a Baía de Ilha Grande apresentou epidemia em 2006 e não em 2007, exatamente o inverso do que ocorreu no estado, sendo o sorotipo Denv-3 predominante. De forma semelhante, neste ano de 2015 a Baía de Ilha Grande atinge taxa de incidência epidêmica, diferente do comportamento do estado e, em 2012 é o único ano em análise em que o estado atinge maior incidência que a região, justamente pela concentração de casos na Capital. Nesta região, a detecção e ampla circulação dos sorotipos Denv-2 e Denv-3, representa maior risco de epidemia para o ano de 2016. 5 P á g i n a

Gráfico 5 Taxas de Incidência de casos notificados por dengue, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, Região da Baía de Ilha Grande e, Estado do Rio de Janeiro. Região Serrana Gráfico 6 Taxas de Incidência de casos notificados por dengue, segundo ano de início de sintomas, período de 2000 a 2015, Região Serrana e Estado do Rio de Janeiro. 6 P á g i n a

No Gráfico 6 avaliamos o perfil da dengue na Região Serrana, relacionando com o comportamento da curva no estado como um todo. Destaca-se a baixa ocorrência da dengue nesta região, que passa a atingir incidências elevadas somente a partir de 2008, atingindo maio taxa em 2013. Uma vez que as informações sobre a circulação viral na Serrana é muito escassa, torna-se complicado definir aquele ou aqueles sorotipos que representariam maior risco na região. Cabe salientar que, para todas as regiões analisadas, a despeito de visualizarmos curvas com comportamentos semelhantes, todos apresentam valores de taxas de incidência específicas e distintas para cada região. Diante do perfil da doença na capital, no estado e suas regiões, bem como da informação disponível no SINAN quanto ao sorotipo circulante, torna-se maior a probalidade de epidemia no ano de 2016 se observamos aumento na identificação dos sorotipos Denv-3 e Denv-2. Logo, é fundamental que as vigilâncias municipais mantenham durante todos os meses do ano e intensifiquem no último trimestre do ano o monitoramento viral em suas cidades, com envio de amostras oportunas e devidamente acondicionadas ao Lacen/RJ para realização dos exames específicos. Cristina Giordano / Gerente de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses. Paula Almeida / Médica Veterinária Carlos Henrique Assis / Médico Para mais informações contate a Área Técnica responsável. Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses: Rua México, 128 Sala 414 Castelo Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2333.3878 / 2333.3881 E-mail: adtvz@saude.rj.gov.br Contatos: Ângela Veltri, Carlos Henrique, Jane Maia, Maria Inês, Paula Almeida, Solange Nascimento. Gerente: Dra. Cristina Giordano 7 P á g i n a