A pesquisa foi realizada no Laboratório de Farmacognosia do Curso de Farmácia do Centro de Ciências da Saúde Urcamp, Campus Bagé-RS.

Documentos relacionados
AVALIAÇÃO DO IMPACTO DE DIFERENTES MÉTODOS DE SECAGEM DE ERVAS AROMÁTICAS NO POTENCIAL ANTIOXIDANTE

EXTRAÇÃO DE FENOIS EM ERVA MATE (2011) 1

ANÁLISE FITOQUÍMICA DE DIFERENTES AMOSTRAS DE ESPINHEIRA SANTA (Maytenus ilicifolia Mart.)

AVALIAÇÃO DOS TEORES DE ÓLEOS ESSENCIAIS PRESENTES EM PLANTAS AROMÁTICAS FRESCAS E DESIDRATADAS

ELABORAÇÃO DE LICOR DE FRUTAS NATIVAS E TROPICAIS

Por que razão devemos comer fruta? Determinação da capacidade antioxidante da pêra abacate.

Quinto Simposio Internacional de Innovación y Desarrollo de Alimentos Msc. Ediane Maria Gomes Ribeiro

Introdução. Orientadora do TCC e Professora do Curso de Nutrição FACISA/UNIVIÇOSA. 4

Prática 10 Determinação da constante de equilíbrio entre íons Fe 3+ e SCN -

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DO EXTRATO AQUOSO DO ORÉGANO: Origanum vulgare L.

AVALIAÇÃO DO CHÁ VERDE COMERCIALIZADOS PARA A POPULAÇÃO NAS CIDADES DE GOIÂNIA E APARECIDA DE GOIÂNIA GO.

Uso de plantas medicinais: Crendice ou Ciência?

SUCO VERDE CAS: N/A DCB: N/A DCI: N/A

TÍTULO: FERMENTAÇÃO DE EXTRATO HIDROSSOLÚVEL DE SOJA VERDE POR BACTÉRIAS PROBIÓTICAS

QUANTIFICAÇÃO DE FLAVONÓIDES E FENÓIS DO EXTRATO DO FEIJÃO BRAVO

USO TECNOLÓGICO DE ÓLEOS ESSENCIAIS

ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA DE SUCO DE CAJU. Iwalisson Nicolau de Araújo 1 Graduando em Licenciatura em Química pela Universidade Estadual da Paraíba.

ANÁLISE MICROBIOLÓGICA DE CHÁ VERDE (CAMELLIA SINENSIS) COMERCIALIZADAS NO MUNICÍPIO DE APUCARANA- PR.

ESTUDO DOS POLIFENÓIS TOTAIS E ATIVIDADE ANTIOXIDANTE DA CASCA, FOLHAS E FRUTO DE Hymenaea stigonocarpa (JATOBÁ).

Amora-preta: benefícios à saúde e potencial de cultivo no Estado de São Paulo

ANEXO I. Via de administração. Indicação Terapêutica. Dose Diária. Formas de uso. Nome popular Nome científico Parte usada. - Folhas secas: Infusão

QUANTIFICAÇÃO DO TEOR DE FENÓIS TOTAIS E FLAVONÓIDES NA CULTURA FORRAGEIRA CUNHÃ

Sumário. Introdução. Pesquisa e Ação 1 (1): , junho de 2015

USO DA QUITOSANA PARA COAGOLAÇÃO/ FLOCULAÇÃO DOS SÓLIDOS SOLUVEIS NO CHÁ VERDE

2. COQUETEL DE FRUTAS VERMELHAS

XI Jornada Científica XI Semana de Ciência e Tecnologia IFMG Campus Bambuí

Bolsista, Embrapa Semiárido, Petrolina-PE, 2

TÍTULO: AVALIAÇÃO DO EFEITO DA OLEORRESINA DE COPAÍFERA DUCKEI E DO ÁCIDO POLIÁLTICO SOBRE A INDUÇÃO DE DANOS NO DNA E DE APOPTOSE EM CÉLULAS MCF-7

Titulo do Trabalho APLICAÇÃO DO COAGULANTE TANINO NO TRATAMENTO DA VINHAÇA EM ph NEUTRO

ANÁLISE CROMATOGRÁFICA DO EXTRATO DE GINKGO BILOBA Kelli Tamiris Pimentel 1, Adriana Maria Patarroyo Vargas 2. Introdução

Luan Matheus Cassimiro;Romildo Lima Souza; Raphael de Andrade Braga; José Adeildo de Lima Filho

BEBIDAS AMIGAS. Aqui você encontra algumas opções interessantes!

COMPARAÇÃO ENTRE DOIS MÉTODOS DE OBTENÇÃO DE CÁPSULAS

HIDRÓLISE DA LACTOSE A PARTIR DA ENZIMA - PROZYN LACTASE

Indicação do uso de Fitoterápicos na Atenção Básica. Francilene Amaral da Silva Universidade Federal de Sergipe

Estudo sociológico e bibliográfico de plantas medicinais encontradas no município de Lagarto-SE

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul para contato:

CONCEITOS BÁSICOS EM TOXICOLOGIA

ATIVIDADE FUNGITÓXICA DO ÓLEO ESSENCIAL DO FRUTO DA PTERODON EMARGINATUS VOGEL, FABACEAE SOBRE FUNGOS FITOPATOGÊNICOS DO FEIJOEIRO.

APLICAÇÃO DA EXTRAÇÃO LÍQUIDO-LÍQUIDO NA NEUTRALIZAÇÃO DE ÓLEO BRUTO DE SOJA COM FOCO NA PRODUÇÃO DE BIODIESEL

Antioxidantes são compostos oxi-redox favoráveis (oxi-redox f ) e podem ser

EFICÁCIA ANTIMICROBIANA DA TINTURA DE TANSAGEM CONTRA STAPHYLOCOCCUS AUREUS E STREPTOCOCCUS PYOGENES

VIABASE MATE TORRADO COM LIMÃO

Estimativa da viabilidade polínica de diferentes genótipos de aceroleiras cultivadas no Vale do São Francisco

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE FENÓLICOS TOTAIS (FOLIN-CIOCALTEU) - ESPECTROFOTOMETRIA

ESTUDO QUÍMICO E QUANTIFICAÇÃO DOS FLAVONÓIDES DAS RAÍZES E FOLHAS DE Jatropha gossypifolia.

POTENCIAL OXI-REDOX FAVORÁVEL EM RESÍDUOS SÓLIDOS DE UVAS PROCESSADAS

Qualidade dos alimentos: novas desafios. Braganc;:a, Setembro ISBN

TESTE DE COMPARAÇÃO PAREADA PARA ANÁLISE SENSORIAL DO SUCO DE UVA

CARTA PATENTE Nº PI

Variável (número da variável) Símbolo para variável (-) (+) Emulsão com Triton X-100 Oxigênio (1) a X 1 sem com Quantidade de amostra (2)

Curso Técnico em Zootecnia

Hibiscus sabdariffa L. e seus benefícios funcionais a saúde humana com ênfase no Chá de Hibiscos.

Avaliação dos padrões de qualidade de salsichas de frango e comparação com as informações do rótulo, legislação e literatura

Camila Bonissoni. Profª Drª M. Manuela C. Feltes Profª Drª Giniani C. Dors Me Andréia Dalla Rosa Catia Lohmann Erig Luana Gonçalves Dorli M.

Fitoterapia. Atuação do Nutricionista em

FARMACOTÉCNICA. Glauce Desmarais

AVALIAÇÃO DE PARÂMETROS DE PROCESSO PARA OBTENÇÃO DE MEL CO- CRISTALIZADO COM SACAROSE

Chás: natural é atóxico? Palestrante: Liza Ghassan Riachi CICLO DE PALESTRAS ALIMENTAÇÃO E SAÚDE

PROTOCOLO DE PRODUÇÃO DE MUDAS IN VITRO DE Tabernaemontana catharinensis DC.

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

6 receitas saudáveis com manteiga de amendoim. Enjoy the journey

EDTA: UM DESCONHECIDO NO COTIDIANO: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA ENVOLVENDO PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR

POLÍTICA NACIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS E MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS *PNPMF*

ANÁLISE SENSORIAL DE REFRESCO DE LIMÃO TAITI (Citrus latifolia)

PLANO DE ENSINO I. JUSTIFICATIVA:

CINÉTICA DE DEGRADAÇÃO DOS COMPOSTOS BIOATIVOS DA AMORA-PRETA DURANTE O PROCESSO DE SECAGEM CONVECTIVA

I SEMINÁRIO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA DA EMBRAPA ACRE ACEITAÇÃO SENSORIAL DE BOLO ELABORADO COM FARINHAS DE CASTANHA- DO-BRASIL E BANANA VERDE

PROPOSTA DE PROCEDIMENTO DE SECAGEM DE BAGAÇO DE MAÇÃ PARA A PRODUÇÃO DE FARINHA

EXTRAÇÃO DE ÓLEO DE AMÊNDOAS DE CUMARU POR PRENSAGEM (DIPTERYX ODORATA)

AVALIAÇÃO DO EFEITO ANTIMUTAGÊNICO DE Zingiber officinale EM CÉLULAS MERISTEMÁTICAS DE Allium cepa

Renandro de Carvalho Reis * Maria José Soares Monte Jancineide Oliveira de Carvalho Francílio de Carvalho Oliveira

I. JUSTIFICATIVA: II. EMENTA:

A ciência dos antioxidantes

INOVANDO AS AULAS PRÁTICAS DE ENSINO DE CIÊNCIAS UTILIZANDO DIFERENTES FRUTAS PARA A EXTRAÇÃO DE DNA

Elaboração de produtos a partir do aproveitamento total da batata-doce

TEORES DE GORDURA E PROTEÍNA DO LEITE CRU REFRIGERADO INDIVIDUAL E COMUNITÁRIO DE PROPRIEDADES RURAIS DO VALE DO RIO DOCE (MG) 1

ARMAZENAMENTO DA BEBIDA DE CHÁ VERDE

AÇÃO ANTIOXIDANTE DO ÓLEO DE Persea americana (ABACATE)

CAPACIDADE ANTIOXIDANTE DO SUCO VERDE

Avaliação da casca de banana como potencial biossorvente natural na remoção de cobre da água (1).

Fitoterapia. Curso de Pós-Graduação 2017

RENDIMENTO E COMPOSIÇÃO DO ÓLEO ESSENCIAL DE TOMILHO, Thymus vulgaris L., CULTIVADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA COM DIFERENTES NIVEIS DE FÓSFORO.

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

Cronograma das Atividades Didáticas FCFRP/USP - 1 semestre de 2019 Integral

PRINCÍPIOS ATIVOS DE ERVAS MEDICINAIS USADAS POR CAIÇARAS. Área de conhecimento (Tabela CNPq): Química das Plantas Medicinais

USO DE PLANTAS MEDICINAIS NA PERCEPÇÃO DE ESTUDANTES DO ENSINO MÉDIO NAS ESCOLAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE FLORESTA-PE

não podem ser aplicados em experimentos que envolvem

Avaliação da estabilidade oxidativa do B100 com o uso de aditivos comerciais e extrativos

Vantagens do registro de produtos biológicos de controle de pragas. Exigências legais do MAPA. Jaguariúna SP junho de 2009

ph do Solo: Determinação com Indicadores Ácido-Base no Ensino Médio Bolsista: Maria Da Guia da Silva

ANÁLISE ESTATÍSTICA E CURVA DE SUPERFÍCIE DOS RENDIMENTOS DA EXTRAÇÃO POR SOLVENTE DO ÓLEO DE PINHÃO MANSO

PREPARO DE EXTRATO METANÓLICO DE GINKGO BILOBA PARA VALIDAÇÃO DE MÉTODO DE DOSEAMENTO 1. Introdução

COMPARAÇÃO DAS QUALIDADES FÍSICO-QUIMICAS DA MAÇÃ ARGENTINA RED COM A MAÇÃ NACIONAL FUJI

USO DO MÉTODO ESPECTROFOTOMÉTRICO PARA A DETERMINAÇÃO DE ENXOFRE EM FERTILIZANTES.

TÓPICO 2 - Processos de Extração

ESTUDO DA EXTRAÇÃO DO ÓLEO DE SEMENTE DE UVA DA VARIEDADE BORDÔ POR PRENSAGEM

DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM PROTÓTIPO DE ABANADOR DE CAFÉ

PRODUÇÃO INTEGRADA DE ROSAS NO SUL DE MINAS GERAIS EFEITO DE DIFERENTES MULCHING SOBRE AS CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS DO SOLO - MICRONUTRIENTES.

Transcrição:

AVALIAÇÃO DO POTENCIAL ANTIOXIDANTE DE PREPARAÇÕES COMERCIAIS DE CHÁ VERDE FREITAS, B.P. (1), AMARO, S.L. (2), RODRIGUES, C.J. (3), ROCHA, N.P (4), COLPO, A.C. (5), MARIÑO, P.A. (6), MALDANER, G. (7) (1) Discente do Curso de Farmácia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP - bruna.freitas75@yahoo.com.br (2) Farmacêutica - silvaninha_daluz@hotmail.com (3) Discente do Curso de Farmácia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP c-171@hotmail.com (4) Discente do Curso de Farmácia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP nataliapereiradarocha@gmail.com (5) Doutoranda, docente do Curso de Fisioterapia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP -anaccolpo@hotmail.com (6) Mestre, docente do Curso de Farmácia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP - pitimarino@hotmail.com (7) Doutora, docente do Curso de Farmácia da Universidade da Região da Campanha - URCAMP - gracimal@gmail.com INTRODUÇÃO Alguns fatores como o alto custo dos medicamentos, o difícil acesso à assistência médica e uma tendência mundial ao uso de produtos de origem natural tem contribuído para o aumento do uso de plantas medicinais (JUNIOR, 2008). O chá é cultivado e consumido em todo mundo. Este grande consumo pode ser atribuído, principalmente nos países em desenvolvimento, pela dificuldade financeira na aquisição de medicamentos industrializados e também pelo conhecimento popular passado por gerações (ARGENTA et al, 2011). O chá verde, proveniente da Camellia sinensis é muito utilizado por possuir diversos compostos com atividades funcionais. Redução dos níveis de colesterol, atividades antimicrobiana, antioxidante e imunoestimulatória são alguns dos benefícios mostrados em estudos sobre o chá verde, ressaltando também a importância no auxílio na prevenção de doenças crônico-degenerativas, como o câncer e doenças cardiovasculares (NISHIYAMA et al, 2010). A capacidade antioxidante da Camellia sinensis é a que mais tem atraído à atenção dos consumidores nos últimos anos. Os antioxidantes são capazes de inibir a formação de radicais livres. Os flavonóides que estão presentes nesta planta são os grandes responsáveis pelo efeito antioxidante e tem sido associados a uma menor incidência de doenças relacionadas ao estresse oxidativo (SAIGG e SILVA, 2009). Entretanto, atualmente existem várias associações vendidas comercialmente do chá verde (Camellia sinensis), e, devido a isso, esta pesquisa experimental destinou-se verificar chá verde em associação com diferentes plantas medicinais apresentam o mesmo potencial antioxidante que o chá verde isolado, levando em consideração que a aquisição e consumo do mesmo se destina a esta finalidade. METODOLOGIA A pesquisa foi realizada no Laboratório de Farmacognosia do Curso de Farmácia do Centro de Ciências da Saúde Urcamp, Campus Bagé-RS.

As amostras utilizadas foram da mesma marca para todos os chás testados e foram adquiridas em supermercado. O chá verde (Camellia sinensis) sem associação foi utilizado como padrão para comparação dos resultados. As associações foram compostas por chá verde e ervas aromáticas - camomila, cidreira e hortelã ( A), chá verde com gengibre ( B) e chá verde com hortelã e canela ( C). As amostras dos chás foram preparadas por infusão, utilizando-se 200 ml de água a 80ºC para cada sachê, permanecendo em repouso e abafado por 3-5 minutos, seguido de filtração. A avaliação da capacidade antioxidante ocorreu através do método de quelação de Ferro, com a presença da o-fenantrolina. Uma mistura contendo Fe 2+ (1µM) e 0,03 ml de cada extrato foi preparada. Em seguida, essa solução foi deixada em repouso por 10 minutos e adicionada da solução contendo o reagente o- fenantrolina e deixada em repouso por mais 5 minutos para que houvesse a formação de um complexo de cor entre o-fenantrolina e Fe 2+ livre (BUCBER, TIEN e AUST, 1983; MINOTTI e AUST, 1987; PUNTEL, NOGUEIRA e ROCHA, 2005). A absorbância foi medida em 510 nm, no aparelho espectrofotômetro SP220 (Biospectro ). As análises foram conduzidas em triplicata e os dados expressos como médias ± desvios padrões (DP). Os extratos utilizados diluídos na proporção 1:10 e os valores expressos em percentual do controle determinado na ausência do extrato. Os dados foram submetidos à análise de variância (ANOVA) e diferenças entre os grupos foram consideradas como significantes quando p 0,05. Para comparação das médias foi usado o teste de Bonferroni. RESULTADOS E DISCUSSÃO As quatro amostras comercias, alvo deste estudo, foram submetidas à avaliação do potencial antioxidante pelo método de quelação de ferro através da medida das absorbâncias em espectrofotômetro. Os resultados encontrados para as amostras testadas encontram-se detalhados na Tabela 1. Tabela 1 Resultados obtidos do potencial antioxidante das amostras s Potencial Antioxidante (%) Média (%) Chá Verde (CV) A B C 53,28 55,47 56,20 20,44 18,25 24,82 16,78 18,25 17,52 15,33 16,06 16,78 54,98 18,73 17,51 16,05 Observa-se que os resultados do potencial antioxidante variaram em função do tipo de associação. Dentre as amostras analisadas, as que se mostraram mais

eficientes frente aos radicais livres foi o chá verde (Camelia sinensis) sem associações (54,98%), seguido de chá verde com ervas aromáticas (18,73%). Matsubara e Amaya (2006) indicam as catequinas presentes no chá verde como os principais responsáveis pela ação antioxidante desta planta. A Figura 1 informa a relação da quantidade de matéria prima ligada aos íons ferro, através do método já citado, mostrando nitidamente a atividade antioxidante superior do chá verde sem associações em relação aos demais chás envolvidos nesse estudo. As amostras B e C foram menos significativas, quando comparadas com as outras em questão. A amostra control que aparece na figura abaixo é composta de íons Ferro e o-fenantrolina. O ferro possui um grande potencial redox e devido a isso se tornou o metal mais comumente utilizado na maioria dos sistemas biológicos (SIQUEIRA et al, 2006). O método utilizado demonstra que as substâncias antioxidantes encontradas nos extratos quelam o ferro não deixando-o na forma livre, o qual está relacionado na formação de radicais livres que são extremamente danosos a saúde. Figura 1 - Potencial antixodante das amostras analisadas LEGENDA A Tabela 2 mostra a comparação entre o Chá verde (CV) e as demais amostras. Analisando-se os dados pode-se verificar uma diferença significativa (p 0,05) do chá verde sem associações quando comparado às outras amostras. Tabela 2 - Representação dos resultados quando comparados os extratos entre si. s Significância CV vs. A Sim **** CV vs. B Sim **** CV vs. C Sim **** A vs. B Não significativo A vs. C Sim * B vs. C Não significativo

Morais et al, (2009) realizaram pesquisa em condimentos e relataram a ação antioxidante da canela (Cinnamonum zeylanicum) por possuir o eugenol, composto fenólico com forte ação antioxidante, cuja eficácia já foi comprovada tanto in vitro como in vivo. Entretanto, nesta pesquisa, a amostra C que contém canela e hortelã em associação ao chá verde demonstrou fraca ação antioxidante. Este fato pode ser explicado pelo desconhecimento da quantidade de cada componente no sachê da amostra pesquisada. Outro estudo realizado com extratos de gengibre (BEAL, 2009), mostrou que amostras do gengibre coletadas em diferentes localidades e tempos de colheita, apresentaram diferenças significativas com relação a sua atividade antioxidante. As amostras que foram coletadas próximas ao fim da colheita apresentaram capacidade antioxidante e conteúdo de fenólicos totais mais elevados. Essa constatação poderia esclarecer a ação ineficiente da associação de chá verde com gengibre. Estudos prévios mencionam que situações ambientais como sazonalidade, temperatura, altitude, umidade, radiação, entre outros fatores podem alterar o metabolismo vegetal e indiretamente também a produção de compostos químicos pelas plantas (SIQUEIRA et al, 2006; SANTOS et al, 2009; ABREU, 2013). Desse modo, para realizar comparações fidedignas entre os diferentes tipos de chá, é necessário saber da autenticidade de cada matéria prima (ABREU, 2013). Conforme Nishiyama et al (2010), são necessários estudos prévios para que ocorra um maior aproveitamento da amostra e que os benefícios máximos da bebida consumida sejam alcançados. Variáveis como as que assegurem a qualidade da mesma, tais como forma de preparo, extração e estabilidade de seus compostos bioativos são importantes e podem influenciar no resultado final do estudo. CONCLUSÕES Os resultados apresentados nesta pesquisa confirmam que o chá verde sem associações possui ação antioxidante elevada em relação aos chás com associações aqui testados. No entanto, os dados da pesquisa apresentaram variáveis significativas, porém não há estudos suficientes que comprovem sobre a interação que possa ocorrer entre esses ativos quando associados e adicionados ao chá verde puro. Além disso, os rótulos dos chás não apresentam os valores de cada componente presente em cada sachê, sendo que podemos ter nas amostras aqui testadas em associação uma menor quantidade de chá verde, o que levaria a uma redução da atividade antioxidante. Sendo assim, os resultados aqui obtidos foram relevantes pelo método analisado, já que existem poucos artigos publicados sobre o assunto para comparação utilizando a mesma metodologia. Portanto, pode-se demonstrar que o chá verde sem associações possui um alto poder antioxidante pelo método testado constituindo fonte de benefícios para a saúde, considerando que a utilização do mesmo se aplica a essa finalidade. REFEREÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABREU, L. Estudo do poder antioxidante em infusões de ervas utilizadas como chás. 2013. 70f. Dissertação (Mestrado de Pós Graduação em Ciências e Tecnologia de Alimentos Área de concentração em qualidade de alimentos) Universidade Federal de Santa Maria, santa Maria.

ARGENTA, S.C. et al. Plantas Medicinais: Cultura popular versus ciência.vivências. v.7, n. 12, p.51-60, Mai., 2011. BEAL, H. B. Atividade Antioxidante e Identificação dos Ácidos Fenólicos do Gengibre ( Zingiber Officinale ROSCOE). 2006, 87f. Dissertação ( Programa de Pós- Graduação em Ciência de Alimentos) Universidade Federal de Santa Catarina- Florianópolis BUCBER, J.R.; TIEN, M. AUST, S.P. The requirement for ferric in the initiation of lipid peroxidation. Biochemical and biophysical research communications.v.111, n. 3, p. 777-784, 1983. JUNIOR, V. Estudo do consumo de plantas medicinais na Região Centro-Norte do Estado do Rio de Janeiro: aceitação pelos profissionais de saúde e modo de uso pela população. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.18, n. 2, p. 308-313, abr./jun. 2008. MATSUBARA, S.; RODRIGUEZ-AMAYA, D. B. Teor de catequinas e teaflavinas em chás comercializados no Brasil. Ciência e Tecnologia de Alimentos. v. 26, n. 2, p. 401-407, 2006. MINOTTI, G.; AUST S.D. An investigation in to the mechanism of citrate fe 2+ - Dependent lipid peroxidation. Free Radical Biology& Medicine. v. 3 79-387, 1987. MORAIS, S.L. et al. Ação antioxidante de chás e condimentos de grande consumo no Brasil. Revista Brasileira de Farmacognosia, v.19, n 1B, p. 315-320, Jan./Mar., 2009. NISHIYAMA, M. F. et al. Chá verde brasileiro (Camellia sinensis var assamica): efeitos do tempo de infusão, acondicionamento da erva e forma de preparo sobre a eficiência de extração dos bioativos e sobre a estabilidade da bebida. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, v.30, n. 1, p. 191-196, Mai., 2010. PUNTEL, R. L.; NOGUEIRA, C.W.; ROCHA, J.B.T. Krebs cycle intermediates modulate thiobarbituric acid reactive species (TBARS) production in rat brain in vivo. NeurochemicalResearch. v.30, n.2, p. 225-235, 2005. SAIGG, N. L; SILVA, M.C. Efeitos da utilização do chá verde na saúde humana. Universitas: Ciências da Saúde, Brasília, v. 7, n. 1, p. 69-89, 2009. SANTOS, A.; PADUAN, R.H.; GAZIN, Z.C.; JACOMASSI, E.D.; OLIVEIRA, P.S.; CORTEZ,D. & CORTEZ, L. Determinação do rendimento e atividade antimicrobiana do óleo essencial de Cymbopogoncitratus (DC.) stapf em função da sazonalidade e consorciamento. Rev. Bras. Farmacog.v.19, n. 2, p. 436-441, 2009. SIQUEIRA, E.M.A.; ALMEIDA, S.G.; ARRUDA, S. Papel adverso do ferro no organismo. Comum. Ciênc. Saúde. v. 17, n. 3, p. 229-236, 2006.