A CONSTRUÇÃO DA EXTENSÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PDH/ UFG



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Transcrição:

A CONSTRUÇÃO DA EXTENSÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PDH/ UFG Ricardo Barbosa de LIMA Professor Faculdade de Ciências Sociais UFG Brasil Vilma de Fátima MACHADO Professora Faculdade de Direito UFG Brasil Karemme Ferreira de OLIVEIRA Acadêmica Faculdade de Enfermagem UFG Brasil Rejane Kelly de LACERDA Acadêmica Faculdade de Educação Física UFG Brasil RESUMEN Em 1999, a Universidade Federal de Goiás - Brasil, por meio da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura lançava o Programa de Direitos Humanos (PDH/UFG), que passou a integrar de forma interdisciplinar e interunidade o trabalho de seus técnico-administrativos e docentes. O PDH/UFG ao mesmo tempo que procurava, no âmbito externo, responder às demandas da sociedade com vista ao planejamento e desenvolvimento de ações conjuntas na área de formação e capacitação em Direitos Humanos, no âmbito doméstico, procurava dar sistematicidade às diferentes ações de seu corpo acadêmico (docente, discente e técnico) comprometido com a implementação de uma cultura de defesa dos direitos humanos em suas áreas de atuação. No entanto, o processo de integração das ações de pesquisa, ensino e extensão não se deu linearmente e de forma espontânea, havendo processos de disputas (avanços e retrocessos) no interior da universidade. Este trabalho tem como objetivo descrever e problematizar os desafios enfrentados nessa trajetória de institucionalização. Os principais achados revelam que o processo de articulação e consolidação do PDH/UFG não ocorreu sem custos, tanto institucionais (externalidades positivas e negativas) quanto pessoais. Houve momentos em que o PDH/UFG enfrentou dificuldades de funcionamento, ficando sem projetos cadastrados por mais de dois anos. Isso se deu, segundo os entrevistados, por vários motivos: falta de financiamento; articulações interunidades fragilizadas (falta de regulamentação de programas inter-unidades); aposentadoria e/ou afastamento de pesquisadores para pós-graduação; disputas/falta de um espaço físico de referência no interior da Universidade; ações discriminatórias tais como denúncias homofóbicas e censura política e administrativa frente às ações do PDH; questionamento sobre a elaboração e coordenação de projetos por técnico-administrativos e não por docentes, mesmo diante da qualificação destes para tal, por setores da administração. Agora, reconhecido institucionalmente. A meta do PDH/UFG é desafiar, para transformar esse acúmulo em um programa de pós-graduação interdisciplinar, stricto sensu gestado e fundado pela experiência de luta, pela institucionalização da extensão em Direitos Humanos no interior da universidade brasileira. Palavras Chave: <Extensão em Direitos Humanos>; <Desafios da Institucionalização>, <Preconceitos e Discriminação>.

A CONSTRUÇÃO DA EXTENSÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNIVERSIDADE BRASILEIRA: A INSTITUCIONALIZAÇÃO DO PDH/ UFG Ricardo Barbosa de LIMA Professor Faculdade de Ciências Sociais UFG Brasil Vilma de Fátima MACHADO Professora Faculdade de Direito UFG Brasil Karemme Ferreira de OLIVEIRA Acadêmica Faculdade de Enfermagem UFG Brasil Rejane Kelly de LACERDA Acadêmica Faculdade de Educação Física UFG Brasil Introdução Em 1999, a Universidade Federal de Goiás - Brasil, por meio da Pró- Reitoria de Extensão e Cultura lançava o Programa de Direitos Humanos (PDH/UFG), que passou a integrar de forma interdisciplinar e inter-unidade o trabalho de seus técnico-administrativos e docentes ligados ao Museu Antropológico/MA, à Faculdade de Direito/FD, à Rádio Universitária/RU, à Faculdade de Medicina/FM, ao Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública/IPTSP e ao Núcleo de Estudos da Criança e ao Adolescente/NECASA. No presente, o PDH/UFG também conta com a participação de integrantes da comunidade acadêmica do Instituto de Estudos Socioambientais/UFG, dos Campi Cidade de Goiás e Jataí, do Núcleo de Estudos Africanos e Afro- Descendentes/NEAAD/UFG e do Núcleo de Estudo e Pesquisa de Gênero e Sexualidade/ SER-TÃO/UFG. Este último Grupo de Pesquisa, vale ressaltar, hoje já com autonomia e identidade própria, surgiu de iniciativas de pesquisadores e projetos iniciados e desenvolvidos a partir do PDH/UFG. Internamente a criação do PDH/UFG visou articular as atividades que cada uma dessas unidades/órgãos vinha desenvolvendo na área dos Direitos Humanos (pesquisas, formações, ações de assistência, participações em conselhos, programas radiofônicos, publicações) e externamente, buscou integrar ações dos três grandes atores sociais apontados como vetores fundamentais na implementação de soluções para os problemas relacionados à questão dos direitos humanos, políticas sociais e da segurança pública no Brasil: a comunidade acadêmica, a sociedade civil organizada e os gestores públicos. Hoje somos mais de 30 pesquisadores (docentes, técnicos administrativos e estudantes da UFG, bem como, de outras instituições) envolvidos em projetos de extensão, ensino e pesquisa em atividade cadastrados na UFG. Este trabalho tem como objetivo descrever e problematizar os desafios enfrentados nessa trajetória de institucionalização. Utilizou-se como

metodologia: a pesquisa documental (arquivos, materiais bibliográficos, projetos cadastrados junto à Universidade) e entrevistas com participantes e fundadores do Programa. A Institucionalização do Programa de Direitos Humanos O PDH/UFG ao mesmo tempo em que procurava, no âmbito externo, responder às demandas da sociedade com vista ao planejamento e desenvolvimento de ações conjuntas na área de formação e capacitação em Direitos Humanos, no âmbito doméstico, procurava dar sistematicidade às diferentes ações de seu corpo acadêmico (docente, discente e técnico) comprometido com a implementação de uma cultura de defesa dos direitos humanos em suas áreas de atuação. Hoje a UFG reconhece institucionalmente o PDH/UFG que conta inclusive, desde maio último, com sede própria (132,2m 2 ). No entanto, o processo de integração das ações de pesquisa, ensino e extensão não se deu linearmente e de forma espontânea, havendo processos de disputas (avanços e retrocessos) no interior da universidade. No ato de lançamento do Programa foi firmado um convênio institucional entre a UFG e o Movimento Nacional de Direitos Humanos/MNDH (uma rede de defesa dos direitos humanos que articula mais de 400 entidades em todo Brasil) para o desenvolvimento de cursos, pesquisas na área de segurança pública e direitos humanos que resultou na publicação, por parte da UFG, de três volumes da Série Violência em Manchete (MNDH/Editora da UFG). Núcleos e Redes Associados ao PDH/UFG Ser-Tão Núcleo de Estudos e Pesquisas em Gênero e Sexualidade GED Grupo de Estudos da Democracia Pdh PDH/Pesquisas Núcleo Interdisciplinar de Estudos e Pesquisas em Direitos Humanos Rede Goiana de Pesquisa em Diversidade, Direitos Humanos e Cidadania Rede Goiana de Pesquisa em Violência Urbana Rede Goiana de Pesquisa em Direitos Humanos e Violência Criminalizada Principais Projetos Desenvolvidos Além das ações de ensino, extensão e pesquisa desenvolvidas pelos núcleos/redes/grupos vinculados ao PDH/UFG, destacam-se as seguintes ações que o programa coordenou diretamente:

Projetos Concluídos: i. Especialização em Direitos Humanos. Carga Horária: 496 h. (2001). Resultados: 45 pessoas capacitadas (policiais civis e militares, gestores públicos municipais Prefeitura de Goiânia, operadores e militantes de DH, estudantes universitários, professores da rede pública de ensino). Parceiros externos: Secretaria de Especial dos Direitos Humanos (SEDH/PR); Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (SENASP/MJ), UNESCO; Regional Centro-Oeste do MNDH; SSP-GO; PDH/UFG; Programa de Direitos Humanos da Universidade Católica de Goiás (PDH/UCG); IBRACE; ii. Programa radiofônico O advogado responde (1999), que contou com a participação de professores e estudantes da área do direito, em uma série de programas veiculados por rádios AM e FM do Estado de Goiás no atendimento direto às solicitações de esclarecimentos ou denúncias dos ouvintes. iii. Curso de Extensão: Educação em Direitos Humanos: Cultura da Paz e Cidadania. Carga Horária: 120 h. (2002/2003). Resultados: 400 pessoas capacitadas (profissionais da rede municipal de ensino). Parceiros externos: Secretaria Municipal de Educação; Assessoria Especial de Direitos Humanos da Prefeitura de Goiânia; iv. Curso de Extensão: Direitos Humanos e Cotidiano. Carga Horária: 60 h. (2000/2001). Resultados: 60 pessoas capacitadas (policiais civis e militares, operadores e militantes de DH, estudantes universitários). Produtos: 08 programas em VHS sobre os temas do curso, 01 livro texto com trabalhos dos professores e dos melhores alunos do curso. Parceiros externos: SEDH/PR, UNESCO; Regional Centro-Oeste do MNDH; SSP-GO; Fundação Rádio e Televisão Educativa/UFG (Fundação RTVE/UFG); Televisão Brasil Central (TBC Cultura canal 13); v. Curso de Extensão: Diversidade, Direitos Humanos e Cidadania. Turma 01. Carga Horária: 180h. (2006/2007). Resultados: 54 pessoas capacitadas (profissionais da rede municipal de ensino, estudantes universitários e educadores populares). Parceiros externos: Secretaria Estadual de Educação; IBRACE; UNESCO; SEDH/PR. vi. Curso de Extensão: Diversidade, Direitos Humanos e Cidadania. Turma 02. Carga Horária: 180h. Ano: (2007). Resultados: 60 pessoas capacitadas (profissionais da rede municipal de ensino). Parceiros externos: SESu/MEC (PROEXT 2006), Regional Centro-Oeste do MNDH; IBRACE; Grupo Colcha de Retalhos; NAJUP Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular;

Projetos em Andamento: i. Projeto Estruturação e Fortalecimento do Comitê Estadual em Educação em Direitos Humanos do Estado de Goiás (CEEDH) (2009). A proposta visa principalmente: a) formar profissionais na área de educação em direitos humanos; b) produzir material didático-pedagógico e de divulgação que possibilite a replicação dos conteúdos e a multiplicação de sua ação formadora na área dos Direitos Humanos; c) estruturar e assessorar o CEEDH, com vistas à elaboração do Plano Estadual de Educação em Direitos Humanos. Tem como coordenação a Universidade Federal da Goiás, por meio do seu Programa de Direitos Humanos, em parceria com a Comissão de Direitos Humanos, Cidadania e Legislação Participativa da Assembléia Legislativa de Goiás, tendo sido lançado no dia 31/03/2009. ii. Projeto Capacitação de educadores da rede básica de ensino em Educação em Direitos Humanos (2008/2009). Trata-se de uma ação estratégica do eixo Educação Básica do PNEDH, dentro das diretrizes do Plano Mundial de Educação. Coordenado pela Universidade Federal da Paraíba por meio da Pró- Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários e do Núcleo de Cidadania e Direitos Humanos, com o apoio da SECAD-MEC, o Projeto tem como parceiro no âmbito nacional o Fórum de Pró-Reitores de Extensão das Universidades Públicas Brasileiras - FORPROEX. Participam 15 unidades da Federação: Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas, Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Sergipe. iii. Relatório Periódico de Direitos Humanos Brasil - Projeto de Apoio aos trabalhos em prol dos Direitos Humanos no Brasil (2008-2009). O objetivo do projeto é contribuir no processo de monitoramento dos compromissos com a realização dos DhESC no Brasil. Desde o ano de 2007, o PDH/UFG vem assessorando essa articulação em parceria com o Instituto Brasil Central. iv. Especialização em Educação para Diversidade: Direitos Humanos e Cidadania. Modalidade EAD. (2009-2010). O projeto será executado em 10 pólos (a selecionar) onde a UFG já desenvolve cursos em rede vinculados à Universidade Aberta do Brasil - UAB. Cada pólo oferecerá 30 vagas e a Região Metropolitana também 30 vagas. Desta maneira, o Curso qualificará, ao final, 300 pessoas. v. Pesquisas realizadas pelas seguintes redes: Rede Goiana de Pesquisa em Diversidade, Direitos Humanos e Cidadania; Rede Goiana de Pesquisa em Violência Urbana; Rede Goiana de Pesquisa em Direitos Humanos e Violência Criminalizada.

Conclusões Os principais achados revelam que o processo de articulação e consolidação do PDH/UFG não ocorreu sem custos, tanto institucionais (externalidades positivas e negativas) quanto pessoais. Houve momentos em que o PDH/UFG enfrentou dificuldades de funcionamento, ficando sem projetos cadastrados por mais de dois anos. Isso se deu, segundo os entrevistados, por vários motivos: falta de financiamento; articulações interunidades fragilizadas (falta de regulamentação de programas inter-unidades); aposentadoria e/ou afastamento de pesquisadores para pós-graduação; disputas/falta de um espaço físico de referência no interior da Universidade; ações discriminatórias tais como denúncias homofóbicas e censura política e administrativa frente às ações do PDH; questionamento sobre a elaboração e coordenação de projetos por técnico-administrativos e não por docentes, mesmo diante da qualificação destes para tal, por setores da administração. Perseguindo a meta de integrar ações de ensino-pesquisa-extensão, neste momento o PDH congrega três Núcleos de Pesquisas sendo, laboratório de três Redes de Pesquisas Estaduais. Reunindo assim, de forma interdisciplinar e interdepartamental, mais de 30 pesquisadores e 12 bolsistas. Agora, reconhecido institucionalmente. A meta do PDH/UFG é desafiar, para transformar esse acúmulo em um programa de pós-graduação interdisciplinar, strito sensu gestado e fundado pela experiência de luta, pela institucionalização da extensão em Direitos Humanos no interior da universidade brasileira. Referências Bibliográficas Bittar, Eduardo G; TOSI, Giuseppe. Democracia e Educação em direitos humanos numa época de insegurança. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, 2008. 345p. Carbonari, Paulo César. Direitos Humanos: sugestões pedagógicas. Passo Fundo: Instituto de Filosofia Berthier, 2008. 68p. Lima, Ricardo Barbosa de (Org.) ; Goya, l. (Org.) ; Silva, M. L. M. (Org.); Santos, P. S. (Org.). Direitos Humanos e Cotidiano. 01a ed. Goiânia: Bandeirante, 2001. v. 1000. 328 p. Lima, Ricardo Barbosa de. Mecanismos eficazes de Implementação dos Direitos: o desafio brasileiro. In: Ricardo Barbosa de Lima; Luiz Goya; Magno L. Medeiros da Silva; Pedro Sérgio dos Santos. (Org.). Direitos Humanos e Cotidiano. 01a ed. Goiânia: Bandeirantes, 2001, v., p. 35-42.

Lima, et al. Relações Raciais e Grupos Socialmente Segregados. Brasília: Movimento Nacional de Direitos Humanos, 1999. Siqueira, J. C. A.. Assessoria jurídica popular - constatações e desafios. Desenvolvimento e Cidadania, São Luís/MA, v. 18, p. 55-59, 1996. Siqueira, J. C. A. (Org.). Manual de Direitos Humanos. São Luís/MA: Estação Produções Ltda., 1998. v. 1. 80 p. Silveira,Rosa Maria Godoy et al. Educação em Direitos Humanos: Fundamentos teórico-metodológicos. João Pessoa: Editora Universitária, 2007. 513p. Sousa, José Geral et al. Educando para Direitos Humanos: pautas pedagógicas para a cidadania na universidade. Porto Alegre: Síntese, 2004. 256p. Zenaide, Maria de Nazaré Tavares. Capacitação de Professores da Rede Básica em Educação em Direitos Humanos. Disponível on line http://www.redhbrasil.net/index.php no dia 07 de março de 2009 às 14hs.