EFEITO DE DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO DA PASTAGEM DE INVERNO NA PRODUÇÃO DE NOVILHOS SUPERPRECOCES EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA

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INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA. Alvadi Antonio Balbinot Junior Julio Franchini Henrique Debiasi Engenheiros Agrônomos, pesquisadores da Embrapa Soja

Transcrição:

EFEITO DE DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO DA PASTAGEM DE INVERNO NA PRODUÇÃO DE NOVILHOS SUPERPRECOCES EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA PAULO CÉSAR DE FACCIO CARVALHO 1 ; MARÍLIA LAZZAROTTO TERRA LOPES 2 ; IBANOR ANGHINONI 3 ; HAROLD OSPINA PATIÑO 4 ; ROGERIO JAWORSKI DOS SANTOS 5, FABIANA KELLERMANN DE FREITAS 6 ; ANDRE FINKLER DA SILVEIRA 6 ; CAROLINA BAGGIO 5 ; GUILHERME LEITE VELLEDA 7 1 Professor Adjunto do Departamento de Plantas Forrageiras e Agrometeorologia UFRGS. paulocfc@ufrgs.br. 2 Médica Veterinária da Agropecuária Cerro Coroado. 3 Professor Adjunto do Departamento de Solos UFRGS. 4 Professor Adjunto do Departamento de Zootecnia UFRGS. 5 Estudante de Mestrado do PPG - Zootecnia UFRGS. 6 Estudante de Doutorado do PPG - Zootecnia UFRGS. 7 Estudante de Graduação em Agronomia UFRGS. RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar a produção de novilhos superprecoces em pastagem de aveia preta e azevém manejada sob diferentes alturas, em um sistema de integração com lavoura de soja. O experimento foi conduzido em área pertencente à Fazenda do Espinilho, localizada no município de Tupanciretã - RS. Foram utilizados quatro tratamentos com diferentes alturas de manejo da pastagem: 10, 20, 30 e 40 cm, distribuídos num delineamento experimental de blocos ao acaso, com três repetições. Foram utilizados novilhos com idade média inicial de dez meses e peso inicial de 190 Kg. Os ganhos por hectare foram superiores nos tratamentos com menor oferta, em decorrência da maior carga animal, sendo para 10, 20,30 e 40 cm de altura ganhos por área de 529,7, 489,5, 320,9 e 201,6 kg de PV respectivamente. Cada cm de aumento na altura da pastagem correspondeu a uma redução na carga animal de 45,91 kg de PV/ha. Embora o tratamento 10 cm de altura tenha uma produção em kg de PV/ha superior aos demais tratamentos, foi no tratamento de 30 cm onde os animais atingiram os maiores valores de peso vivo (327,5 kg). Na medida em que foram aumentadas as alturas de pastejo, houve incremento no desempenho individual até a altura de 30 cm, com média de 1,061 kg/animal/dia. A produção de novilhos superprecoces atingiu valores ótimos na altura estimada de 25 cm, com valores de GMD superiores a 1 kg/animal/dia e ganho por área de 370 kg PV/ha. PALAVRAS-CHAVE: carga animal, ganho medio diario, ganho por area, oferta de forragem, seletividade. EFFECT OF DIFFERENTS MANAGEMENT HEIGHTS OF WINTER PASTURE ON BEEF STEERS PRODUCTION IN CROP-LIVESTOCK INTEGRATION SYSTEM ABSTRACT: The objective of this work was to evaluate the young beef steers in Oat and Annual Ryegrass pasture managed under different heights. The experiment was conducted at Fazenda Espinilho, located in Tupaciretã-RS and the treatments were four pasture height for grazing management (10, 20, 30 and 40 cm), obtained with different stocking rates. The design utilized was random block with three replicates. Beef steers weighting 190 Kg were used and they were ten months old. The gain/area observed was highest for the treatments of lowest herbage allowance, due to a higher stocking rate, and they were 529,7, 489,5, 320,9 e 201,6 kg of LW to 10, 20, 30 and 40 cm treatments, respectively. Each cm of increase on pasture height corresponded to decrease of 45,91 kg LW/ha on stocking rate. The treatment 10 cm of height presented greater animal production per area than others treatments, but was with 30 cm of height that was observed the major live weight value (327.5 kg). The average daily gain increased with the pasture height until 30 cm, with mean de 1.061 kg/animal/day. Young beef steers production reached

optimal values on estimated height of 25 cm, with ADG superior to 1.0 kg/animal/day and LW gain per area of 370 kg LW/ha. KEYWORDS: stocking rate, average daily gain, live weight gain per area, herbage allowance, selectivity INTRODUÇÃO A região do planalto do Rio Grande do Sul é uma área que ocupa destaque na agricultura do Estado, por apresentar condições de clima e de solo bastante propícias para o desenvolvimento da atividade agrícola e pecuária. A agricultura nesta região vem sendo trabalhada ao longo dos anos de forma bastante intensiva durante o verão, sendo cultivados aproximadamente 5 milhões de hectares com soja e milho. No entanto, no inverno muitas destas áreas permanecem sem utilização, sendo utilizadas somente 18% da area cultivada no verão com os cultivos de trigo, aveia, cevada e centeio (IBGE, 1996), ficando aproximadamente 4 milhões de hectares sem geração de renda. A atividade pecuária, quando desenvolvida em áreas de lavoura, conduz a melhorias na estrutura e fertilidade de solo aumentando desta forma a produção de grãos, desde que essa seja bem manejada. Também, aumenta a diversidade de atividades que podem gerar uma renda maior por unidade de solo, possibilitando maior giro de capital e rentabilidade às propriedades rurais. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a terminação de bovinos de corte durante a entressafra, buscando determinar níveis ótimos de utilização da pastagem de inverno que possibilitam o melhor desempenho animal. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em área pertencente à Fazenda Espinilho, localizada no município de Tupanciretã - RS, região fisiográfica do Planalto Médio. O solo é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico, com coloração vermelho-escura e textura muito argilosa (mais de 60% de argila). Os tratamentos foram quatro diferentes alturas de manejo da pastagem de aveia + azevém: 10, 20, 30 e 40 cm, obtidas através da aplicação de diferentes cargas animais, e distribuídas num delineamento experimental de blocos ao acaso, com três repetições. Foram utilizados animais de aproximadamente dez meses de idade, machos castrados sem padrão racial definido, que pesaram em média 190 kg após jejum prévio de 12 horas. Foram vermifugados com aplicação de Ivermectina na dosagem de 5 ml/animal e identificados com brinco. As alturas da pastagem foram medidas com um bastão graduado (Sward stick) cujo marcador corre por uma régua até tocar no topo da superfície da pastagem, no toque da primeira folha, procedendo-se então a leitura da altura, em cm (Bircham, 1981). O controle da altura da pastagem foi feito em intervalos de 15 dias aproximadamente, totalizando sete avaliações. A leitura era feita em 100 pontos dentro de cada unidade experimental, em caminhamento aleatório, a fim de se definir a altura média da pastagem. O pastejo foi realizado pelo método contínuo com lotação variável, composto por três animais testers por unidade experimental e por animais reguladores que entravam e saiam da pastagem conforme a altura da mesma, através da técnica putand-take descrita por Mott & Lucas (1952). O experimento teve início em 10 de maio de 2004, com a semeadura das espécies de inverno, aveia preta (100 kg sementes/ha) mais azevém (25 kg sementes/ha), procedendo-se uma adubação com base na análise de solo. A entrada dos animais foi no dia 12 de julho, momento em que o perfil da pastagem atingiu 23,2 cm de média (em torno de 1.500 kg/ha de matéria seca) e se estendeu até 14 de novembro de 2004, quando os animais foram retirados e abatidos. Os

animais foram suplementados com ração comercial energética na proporção de 0,8% de PV na matéria natura, nos últimos 44 dias de avaliação. Para avaliar o desempenho animal foram feitas quatro pesagens com jejuns prévios para que se pudesse acompanhar o ganho de peso médio diário (GMD) durante o período. A carga animal média (CA) do período de pastejo, expressa em kg de PV/ha foi calculada, para cada unidade experimental, pela adição do peso médio dos animais testers, com o peso médio de cada animal regulador, multiplicado pelo número de dias que este permaneceu na pastagem, dividido pelo número total de dias de pastejo. O ganho de peso total por hectare foi obtido pela multiplicação da taxa de lotação média (n de animais/dia) pelo GMD dos testers. Os resultados foram submetidos à análise de variância através do uso do aplicativo computacional SAS for windows e posteriormente analisadas através de análise de regressão ao nível de 5% de significância. No modelo estatístico do GMD foi utilizado com efeito principal a altura (ALT) e peso inical (PI) como covariável. RESULTADOS E DISCUSSÃO Levando em consideração que o potencial genético dos animais utilizados na pastagem foi semelhante, pode-se atribuir o aumento no desempenho animal (GMD) à quantidade e/ou qualidade da forragem disponível, já que as ofertas de forragem para 10, 20, 30 e 40 cm de altura foram de 8,8, 14,7, 29,0 e 48,9 kg MS/100 kg PV, respectivamente (Figura 1 e 2). Na medida em que foram aumentadas as alturas de pastejo, houve incremento no desempenho individual até a altura de 30 cm, com média de 1,061 kg/animal/dia, possibilitando aos animais um melhor desempenho em função de uma adequada disponibilidade de forragem que provavelmente propiciou a seleção de uma dieta de melhor qualidade. O menor GMD na maior altura (40 cm) em relação às alturas intermediárias, ocorreu provavelmente, em razão de alterações na estrutura e/ou qualidade da pastagem que podem ocasionar diminuição no consumo pela redução na profundidade do bocado e aumento no tempo de pastejo (Carvalho et.al., 1999). O ganho de 0,855 kg/animal/dia encontrado no tratamento de menor altura (10 cm) foi maior do que o observado por Aguinaga et. al. (2004) (0,73 kg/dia), provavelmente devido a suplementação. Conforme a Figura 2, a produção de PV/ha apresentou resposta linear negativa, onde na medida em que foi aumentada a altura de manejo da pastagem, a produção de PV/ha sofreu uma redução. Como a variação no GMD foi baixa, a maior produção de PV/ha observado no tratamento 10 cm deveu-se a aplicação de uma maior CA, conforme Figura 1. A produção de PV/ha e a CA apresentaram respostas lineares (Figura 1 e 2) apresentando decréscimo de seus valores quando do aumento da altura da pastagem, e de acordo com a equação de regressão, a cada cm de aumento na altura da pastagem correspondeu a uma redução na carga animal de 45,91 kg de PV ha. Embora, o tratamento 10 cm de altura tenha uma produção em kg de PV/ha superior aos demais tratamentos, foi no tratamento de 30 cm onde os animais atingiram os maiores valores de peso vivo (327,5 kg) (GMD = 1,62495-0,00408*PI + 0,00694*ALT, P = 0,0623), indicando uma maior viabilidade para implantação de sistemas de integração lavoura-pecuária, onde não seja necessário destinar áreas de verão para terminação destes animais, e conseqüentemente reduzir a área destinada à agricultura, já que o acabamento se daria num único ciclo de pastagem de inverno.

Os dados obtidos neste experimento demonstram o elevado potencial de produção de carne bovina em pastagem no sul do Brasil. Porém devemos considerar que elevados níveis de produção de PV/ha no tratamento de 10 cm de altura (Figura 2) podem trazer importantes efeitos do ponto de vista físico do solo, dado que este foi o tratamento que apresentou menor massa de forragem remanescente (1.686 kg/ha de MS) e quando este sistema é utilizado em áreas com agricultura no sistema de semeadura direta, tais níveis de massa podem não ser os mais adequados para fornecer palhada para a semeadura subsequente. CONCLUSÕES O desempenho individual de novilhos de corte em pastagem de aveia e azevém é favorecido com o aumento da altura da pastagem com valores entre 20 e 30 cm. A produção de PV/ha e a CA reduzem linearmente com o aumento da altura de pastejo, indicando valores ótimos de utilização de 25 cm de altura, com valores de GMD superiores a 1 kg/animal/dia e 370 kg PV/ha. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. AGUINAGA, A.A.Q.; CARVALHO, P.C.de F.; AGUINAGA, A.J.Q.; GUMA, J.M.C.R.; SANTOS, D. T., FREITAS, F.K.; MANPESE, F.; ROCHA, L.M. PRODUÇÃO DE NOVILHOS SUPERPRECOCES EM SISTEMA DE INTEGRAÇÃO LAVOURA-PECUÁRIA: EFEITO DE DIFERENTES ALTURAS DE MANEJO DA PASTAGEM DE INVERNO NO RENDIMENTO E CONFORMAÇÃO DAS CARCAÇAS. Trabalho aceito para publicação na 41a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. Campo Grande, MS Brasil. Julho de 2004. 2. BIRCHAM, J.S. Herbage growth and utilization under continuous stocking management. Ph.D thesis.university of Edinburgh. 1981. 3. CARVALHO, P.C.F.; PRACHE, S.; DAMASCENO, J.C. O processo de pastejo: desafios da procura e apreensão da forragem pelo herbívoro. In: REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 36., 1999, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre: SBZ, 1999. v.2, p.253-268.demais Dados Da Publicação. 4. IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Anuário Estatístico do Brasil, Rio de Janeiro, v.56, 1996. 5. MOTT, G. O. ; LUCAS, H. L. The design, conduct and interpretation of grazing trials on cultivated and improved pastures. In: INTERNATIONAL GRASSLAND CONGRESS, 6, 1952, Pensylvania. Proceedings..., Pensylvania, 1952. p. 1380 1385. 6. SAS INSTITUTE. User's guide statistics. 4 ed. Cary, NC: v.2; 943p.1997.

FIGURA 1: Relação entre altura da pastagem (cm) e oferta de forragem (OF, %PV) e carga animal (kg PV/ha). FIGURA 2: Relação entre altura da pastagem (cm) e ganho por hectare (kg PV/ha) e ganho médio diário (kg/animal/dia).