ESCLARECIMENTOS SOBRE OS CURSOS DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA



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Transcrição:

ISSN 2238-300X ESCLARECIMENTOS SOBRE OS CURSOS DE BACHARELADO E LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA Prof. Dr. Francisco Pitanga 1 A Educação Física passa por momento bastante difícil no Estado da Bahia e precisamos do apoio de todos para que possamos resgatar a credibilidade da nossa profissão frente aos Professores, Estudantes e principalmente frente à Opinião Pública. De acordo com o Ministério de Educação e Cultura (MEC) atualmente, a formação do profissional de Educação Física no Brasil se dá por meio de duas possibilidades: Licenciatura (educação básica) e Bacharelado (áreas fora do âmbito escolar). Para que a formação deste profissional possa ser efetivada temos que observar, no caso da Licenciatura, a RESOLUÇÃO do Conselho Nacional de Educação, CNE/CP 1, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002 que institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em Nível Superior, curso de Licenciatura, de Graduação Plena e, no caso do graduado (bacharelado e licenciatura), temos a RESOLUÇÃO N 7, DE 31 DE MARÇO DE 2004 que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de Graduação em Educação Física, em Nível Superior de Graduação Plena. Desta forma, a formação do profissional de Educação Física no Brasil, além de claramente regulamentada, atende a estas resoluções em todas as unidades da Federação, tanto em cursos vinculados a Instituições Particulares quanto em Instituições Públicas (federais e estaduais). Para melhor entendimento destes documentos norteadores da formação profissional em Educação Física no Brasil, é importante destacar os Art. 1º e 3º da RESOLUÇÃO CNE/CP 1, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002 (formação Educação Básica), que determinam claramente qual o perfil do egresso a ser formado como base nesta diretriz. 1 Doutor em Saúde Coletiva UFBA, Coordenador dos Cursos de Bacharelado e Licenciatura em Educação Física da Unijorge, Professor Associado do Departamento de Educação Física da UFBA, Professor Titular do Departamento de Educação Física da UNEB. 85

Art. 1º As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em Nível Superior, em curso de Licenciatura, de Graduação Plena, constituem-se de um conjunto de princípios, fundamentos e procedimentos a serem observados na organização Institucional e Curricular de cada Estabelecimento de Ensino e aplicam-se a todas as etapas e modalidades da Educação Básica. Art. 3º A formação de Professores que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da Educação Básica observará princípios norteadores desse preparo para o exercício profissional específico. Além disto, no que diz respeito aos Estágios Curriculares é importante salientar o Art. 13º, 3º desta mesma Resolução: O Estágio Curricular Supervisionado, definido por lei, a ser realizado em Escola de Educação Básica, e respeitado o regime de colaboração entre os Sistemas de Ensino, deve ser desenvolvido a partir do início da segunda metade do Curso e ser avaliado conjuntamente pela Escola Formadora e a Escola Campo de Estágio. Desta forma, conforme os diferentes parágrafos da Resolução acima citada, os cursos de Licenciatura em Educação Física devem remeter seus respectivos Estágios e Componentes Curriculares para o campo de atuação Educação Básica, fato este que proporcionará para o egresso o desenvolvimento de competências e habilidades para atuação na Área Escolar. Assim, os cursos de Licenciatura em Educação Física que concebem perfis de egressos e/ou direcionam Estágios Curriculares para fora do ambiente escolar estão descumprindo os Art. 1º, Art. 3º e Art. 13º, 3º, entre outros, da resolução CNE/CP 01, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002. Por outro lado, é importante destacar os seguintes artigos e parágrafos da RESOLUÇÃO N 7, DE 31 DE MARÇO DE 2004 (formação Graduação em Educação Física). Art. 4º O curso de Graduação em Educação Física deverá assegurar uma formação generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmico-profissional, fundamentada no rigor Científico, na reflexão Filosófica e na conduta Ética. 1º O graduado em Educação Física deverá estar qualificado para analisar criticamente a realidade social, para nela intervir acadêmica e profissionalmente por meio das diferentes 86

manifestações e expressões do movimento humano, visando à formação, à ampliação e ao enriquecimento Cultural das pessoas, para aumentar as possibilidades de adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável. 2º O Professor da Educação Básica, Licenciatura Plena em Educação Física, deverá estar qualificado para a Docência deste componente Curricular na Educação Básica, tendo como referência a legislação própria do Conselho Nacional de Educação, bem como as orientações específicas para esta formação tratadas nesta Resolução. Art. 7º, 3º A definição das competências e habilidades gerais e específicas que caracterizarão o perfil acadêmico-profissional do Professor da Educação Básica, Licenciatura Plena em Educação Física, deverá pautar-se em legislação própria do Conselho Nacional de Educação. Art. 8º Para o Curso de Formação de Professores da Educação Básica, Licenciatura Plena em Educação Física, as unidades de conhecimento específico que constituem o objeto de ensino do componente Curricular da Educação Física serão aquelas que tratam das dimensões biológicas, sociais, culturais, didáticopedagógicas, técnico-instrumentais do movimento humano. Assim, salientamos que a diretriz em questão trata da formação do graduado Bacharel em Educação Física, já que as questões próprias da formação do licenciado (Educação Básica) são remetidas para a legislação própria do CNE, ou seja, a RESOLUÇÃO CNE/CP 01, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002. Porém, é importante salientar que apesar de todas estas evidências, existem dois Estados no Brasil (Bahia e Goiás), que no âmbito das Instituições Públicas (federais e estaduais) e por motivos políticos e ideológicos, se contrapõem à formação do profissional de Educação Física segundo as resoluções do MEC, causando prejuízos de grande monta para os Estudantes e Professores da Área, e, principalmente para os usuários dos serviços do profissional de Educação Física. Para nós, profissionais que ministramos aulas nos cursos de Educação Física, tanto em Instituições Públicas e Privadas, bem como em cursos de Licenciatura e Bacharelado, é bastante óbvio que a formação dos estudantes nos cursos de Licenciatura não consegue dotar os egressos de competências e habilidades adequadas para o exercício profissional da Educação Física em ambientes que não sejam a Educação Básica (Escola), principalmente quando os seus 87

respectivos Projetos Pedagógicos estão formatados de acordo com a atual legislação vigente no Brasil, ou seja, cumprindo com os dispositivos legais determinados pelo CNE. Além disto, é importante frisar que, desde 1998, a profissão de Educação Física é regulamentada pelo seu respectivo Conselho de Classe, ou seja, o Conselho Federal de Educação Física, criado por meio da Lei Federal nº 9696/98 a quem cabe, de direito, a fiscalização do exercício profissional dos egressos dos cursos de Licenciatura e Bacharelado em Educação Física. Porém, é importante reconhecer que recentemente foi deferida sentença judicial pela Justiça Federal, da seção judiciária da Bahia, que impedem aos Conselhos Profissionais estabelecerem restrições aos licenciados em Educação Física quanto à sua atuação em ambientes extraescolares. Enfatizo que a referida sentença consegue aniquilar com a possibilidade de valorização da Profissão de Educação Física, no que diz respeito à prestação de serviços com qualidade à sociedade, e provoca um caos na Educação Física da Bahia, já que, enquanto a mesma perdurar poderão atuar também em ambientes extraescolares os alunos egressos dos cursos de Licenciatura de Instituições de Ensino Superior (IES) que formataram seus respectivos Projetos Pedagógicos cumprindo as resoluções do CNE, ou seja, tratando a formação profissional do licenciado em Educação Física com foco na Educação Básica.. Deve-se ressaltar ainda, outros importantes prejuízos causados por esta decisão, tais como, retaliação para as Instituições de Ensino Superior que cumprem as resoluções do CNE, comprometimento da qualidade dos serviços prestados a sociedade e impossibilidade de mobilidade, já que a validade da sentença é apenas para o Estado da Bahia. Além disto, ressaltamos que o setor jurídico do CREF já entrou com ação de contestação para a decisão judicial e temos certeza de que a mesma será julgada como improcedente pelas instancias judiciais superiores. Considerando todas essas evidências, é importante que as Instituições de Ensino Superior Públicas se conscientizem de sua responsabilidade quando da formação de profissionais de Educação Física no Estado da Bahia. Afinal, queremos formar um profissional qualificado para analisar criticamente a realidade social, para nela intervir acadêmica e profissionalmente por meio das diferentes manifestações e expressões do movimento humano, ou um profissional qualificado para promover criticamente a desordem social para nela intervir acadêmica e profissionalmente indo de encontro às legislações oriundas tanto do CNE (responsável pela formação profissional), quanto 88

do Conselho Federal de Educação Física (CONFEF) (responsável pela fiscalização da atuação profissional). Finalmente, considerando toda a argumentação apresentada, bem como que já existem diversos cursos de Bacharelado em Educação Física no Estado da Bahia, solicito aos empresários e usuários dos serviços de Educação Física, que ao contratarem estudantes, para estágios, ou profissionais de Educação Física, para atuarem fora do âmbito escolar, observem se os mesmos são alunos ou egressos (profissionais) de cursos de Bacharelado em Educação Física. Assim, espero que a comunidade de modo geral, ao utilizar serviços de Educação Física, serviços esses de suma importância para promoção de saúde da população, seja atendida de forma adequada, fazendo com que a nossa profissão seja cada vez mais reconhecida e valorizada pela sociedade. 89