Proposta Substitutiva para as Diretrizes Curriculares em Educação Física. Por Comissão Especial do Ministério do Esporte 2003
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- Samuel Ivan Palhares de Carvalho
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1 Proposta Substitutiva para as Diretrizes Curriculares em Educação Física Por Comissão Especial do Ministério do Esporte 2003
2 Cenário LDB 9394/96 desencadeia processo de mudanças no ensino superior. Parecer CNE 776/97 Justifica a necessidade de reformulação dos currículos de todas as áreas do ensino superior, estabelece os princípios orientadores e indica a SESu para coordenar os trabalhos de proposição das diretrizes curriculares.
3 Cenário A SESu,, por meio do DOU, convoca a comunidade dos diferentes cursos de graduação a enviarem propostas de reformulação das diretrizes curriculares. A Comissão de Especialistas de Ensino em Educação Física assume, por indicação da SESu,, a responsabilidade de analisar o material recebido de 24 IES para subsidiar os trabalhos de proposição das Diretrizes Curriculares para os Cursos de Graduação em Educação Física.
4 Cenário A proposta de Diretrizes foi apresentada, criticada, reformulada até que deixasse de receber novas propostas que não comprometesse sua coerência interna. Paralelamente, o Prof. Dr. José Maria de Camargo divulga uma proposta de Diretrizes Curriculares, que nos debates desenvolvidos, a exemplo do Encontro de Piracicaba, foi criticada pela maioria dos que tiveram acesso ao documento.
5 Cenário A versão definitiva da COESP-EF EF foi encaminhada ao Conselho Nacional de Educação. Após este procedimento, o CNE aprovou os Pareceres sobre os Institutos Superior de Educação e as Diretrizes para a formação do profissional de educação.
6 Cenário O CONFEF organiza vários Fóruns Regionais de Diretores (MG; RJ; ES; SC; SP; PR; DF; NE; e RS) para viabilizar a rediscussão das Diretrizes Curriculares da EF sob a alegação de que a proposta encaminhada pela SESu estava inviabilizada com aprovação do Parecer e da Resolução sobre as Licenciaturas. O documento apresentado para a referida discussão baseia-se no documento originalmente apresentado pelo Prof. Dr. José Maria de Camargo, com pequenas reformulações;
7 Cenário O Cons. Carlos Alberto Serpa solicita ao Prof. Dr. Helder Resende uma exposição de motivos sobre o cenário e os impasses da área e a revisão do documento original da SESu em face do Parecer e da Resolução sobre as Licenciaturas;
8 Cenário O CBCE incorpora-se efetivamente ao debate promovendo um encontro em Campinas com a participação de dirigentes e especialistas de diferentes IES brasileiras, momento em que foram analisadas as propostas existentes, assim como houve acordo no sentido de encaminhar o documento original da SESu com algumas adequações; O CNE aprova e divulga o Parecer 138;
9 Cenário Diferentes segmentos de especialistas reagem criticamente ao teor do Parecer 138 enviando mensagens de protesto ao MEC e ao CNE; Cerca de 100 Diretores, Representantes e Especialistas reunidos no II Fórum Nacional de IES em Educação Física, promovido pelo CONFEF e CREF-RJ, RJ, encaminham um documento ao MEC e ao CNE pedindo a não publicação da Resolução decorrente do Parecer 138;
10 Cenário O CNE interrompe o trâmite das Diretrizes Curriculares da Educação Física; O Prof. Dr. Lino Castellani faz consulta ao CNE sobre o encaminhamento das Diretrizes da EF, sendo autorizado, oficiosamente, a constituir um grupo de trabalho para compatibilizar as propostas existentes e fazer indicações sobre os pontos polêmicos;
11 Cenário A SESu pede vistas ao Processo referente as Diretrizes Curriculares (em março), com a imediata aquiescência do CNE; O grupo de trabalho do ME conclui a proposta substitutiva, encaminhando-a a à SESu e ao CNE, assumindo a tarefa de divulgar e debater com os Diretores/Coordenadores dos CGEF;
12 Cenário A SESu (por meio do seu Chefe de Gabinete Jorge Augusto Pereira Gregory) convidou o Prof. Dr. Helder Resende a indicar e presidir uma Comissão Oficial para posicionar-se se sobre as Diretrizes Curriculares da Educação Física e apresentar relatórios e propostas conclusivas em 30 dias.
13 Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Educação Física, a serem observadas na organização curricular das Instituições do Sistema de Educação Superior do País.
14 Art. 2º As Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Graduação em Educação Física definem os princípios, fundamentos, condições e procedimentos da formação de profissionais de Educação Física, estabelecidas pela Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, para aplicação em âmbito nacional na organização, desenvolvimento e avaliação dos projetos pedagógicos dos Cursos de Graduação em Educação Física das Instituições do Sistema de Ensino Superior.
15 Art. 3º A Educação Física é um campo acadêmico-profissional que se fundamenta em conhecimentos das ciências da saúde, humanas e sociais, da arte e da filosofia.
16 Art. 4º O Curso de Graduação em Educação Física deverá assegurar uma formação generalista, humanista e crítica, qualificadora da intervenção acadêmico- profissional, fundamentada no rigor científico e filosófico.
17 Parágrafo Único O graduado em Educação Física deverá estar qualificado para conhecer, compreender e analisar criticamente a realidade social para nela intervir por meio das diferentes manifestações e expressões culturais do movimento humano.
18 Art. 5º A estrutura curricular do Curso de Graduação em Educação Física deverá pautar-se pelos seguintes princípios: a) do respeito à autonomia institucional; b) da articulação entre conhecimentos de formação ampliada, formação específica e aprofundamento temático;
19 c) da articulação entre ensino, pesquisa e extensão; d) da indissociabilidade teoria-prática; e) do tratamento interdisciplinar do conhecimento; f) da ação crítica, investigativa e reconstrutiva do conhecimento.
20 Art. 6º As competências de natureza político-social e técnico-profissional deverão constituir a concepção nuclear do currículo de formação do graduado em Educação Física.
21 Parágrafo 1º Caberá às Instituições de Ensino Superior definir e explicitar as competências gerais e específicas que definirão o perfil acadêmico-profissional do seu graduado em Educação Física.
22 Parágrafo 2º O desenvolvimento e a aquisição de competências requeridas na formação do graduado em Educação Física deverão ocorrer a partir da interação teoria e prática.
23 Art. 7º O currículo para o Curso de Graduação em Educação Física será constituído por Conhecimentos de Formação Ampliada, Conhecimentos Identificadores da Educação Física e Conhecimentos do Campo de Intervenção da Educação Física.
24 Parágrafo 1º Os Conhecimentos de Formação Ampliada abrangem as seguintes dimensões: Relação Relação ser humano-sociedade; Biológica do corpo humano; Produção do conhecimento.
25 Parágrafo 2º Os Conhecimentos Identificadores da Educação Física abrangem as seguintes dimensões: Culturais do movimento humano; Técnico-instrumental; instrumental; Pedagógica.
26 Parágrafo 3º Os Conhecimentos do Campo de Intervenção da Educação Física são compreendidos como o conjunto de fundamentos específicos voltados para a elaboração, implantação, implementação e avaliação das ações acadêmico-profissionais em núcleos temáticos de aprofundamento.
27 I Cada Instituição de Ensino Superior deverá propor um ou mais núcleos temáticos de aprofundamento, definindo a articulação de conhecimentos e experiências que os caracterizarão.
28 Parágrafo 4º As peculiaridades regionais, as questões pertinentes às pessoas portadoras de deficiência e de grupos especiais deverão ser abordadas no trato dos conhecimentos da formação do graduado em Educação Física.
29 Art. 8º O tempo de integralização dos Cursos de Graduação em Educação Física será definido pelas Instituições de Ensino Superior, respeitando o mínimo de duração e de carga horária de 4 anos e de horas, respectivamente.
30 Parágrafo Único Da carga horária total, 30% (trinta por cento) será destinada ao Conhecimento de Formação Ampliada, 40% aos Conhecimentos Identificadores da Educação Física, e 30% aos Conhecimentos do Campo de Intervenção da Educação Física, admitindo-se uma variação de até 5% para mais ou para menos.
31 Art. 9º O Estágio Curricular será obrigatório, respeitando o mínimo de 400 horas, e deverá ser, necessariamente, supervisionado pela instituição formadora.
32 Parágrafo 1º Da carga horária total do Estágio Curricular, 60% deverá ser cumprida em diferentes campos de intervenção da Educação Física ao longo do curso, e 40% no campo de intervenção vinculado ao núcleo temático de aprofundamento.
33 Parágrafo 2º A carga horária do Estágio Curricular a ser cumprida ao longo do curso deverá ser computada no conjunto da carga horária destinada aos Conhecimentos Identificadores da Educação Física.
34 Parágrafo 3º A carga horária do Estágio Curricular a ser cumprida no campo de intervenção vinculado ao núcleo temático de aprofundamento deverá ser computada no conjunto da carga horária destinada aos Conhecimentos do Campo de Intervenção da Educação Física.
35 Art. 10 Para os Cursos de Graduação em Educação Física será exigida a elaboração de um trabalho de conclusão, na forma definida pela própria Instituição de Ensino Superior.
36 Art. 11 As atividades complementares deverão perfazer 200 horas e ser incrementadas ao longo do curso, devendo ser entendidas como conhecimentos adquiridos de forma autônoma pelo graduando por meio de estudos e de práticas independentes, presenciais e/ou à distância, sob a forma de estágios extracurriculares, programas de iniciação científica, programas de extensão, congressos, seminários e cursos, atividades estas a serem reconhecidas pela Instituição de Ensino Superior.
37 Art. 12 Na organização do Curso de Graduação em Educação Física deverá ser indicada a modalidade: seriada anual, seriada semestral, sistema de créditos ou modular.
38 Art. 13 A Formação de Professores da Educação Básica, por meio de cursos de licenciatura de graduação plena em Educação Física, deverá obedecer à legislação específica emanada do Conselho Nacional de Educação.
39 Parágrafo Único Os conteúdos que constituem os Conhecimentos Identificadores da Educação Física, expressos no Art. 7º, 2º desta Resolução, deverão ser aqueles tratados na formação de professores de educação básica, licenciados em Educação Física.
40 Art. 14 A implantação e o desenvolvimento do projeto pedagógico do Curso de Graduação em Educação Física deverão ser acompanhados e permanentemente avaliados, a fim de permitir os ajustes que se fizerem necessários a sua contextualização e aperfeiçoamento.
41 Parágrafo 1º A avaliação dos graduandos deverá basear-se no domínio dos conteúdos e experiências, com vistas a garantir a qualidade da formação no sentido das competências político-social e técnico-profissional.
42 Parágrafo 2º As metodologias e critérios empregados para acompanhamento e avaliação do processo ensino-aprendizagem e do próprio projeto pedagógico do curso deverão estar em consonância com o sistema de avaliação e o contexto curricular adotados pela Instituição de Ensino Superior.
43 Art. 15 Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
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