Caracterização visual numa amostra infantil em idade pré-escolar e escolar - o estado da arte num rastreio

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Transcrição:

Caracterização visual numa amostra infantil em idade pré-escolar e escolar - o estado da arte num rastreio Hugo Quental, Ilda Maria Poças, Carina Esteves, Wilson Quintino, Carina Silva Fortes Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa abril de 2013

Introdução Existem cerca de 1 milhão e 500 mil crianças cegas e 19 milhões com algum tipo de deficiência visual, abrangendo a faixa etária dos 0 aos 14 anos (1). Os erros refrativos são a principal causa de deficiência visual nas crianças, sendo a miopia e o astigmatismo os principais responsáveis por essa situação (2). 1. Pascolini, D. e Mariotti, S. Global estimates of visual impairment: 2010. bjo.bmj.com. [Online] 1 de Dezembro de 2011. [Citação: 5 de Dezembro de 2011.] 2. Leone, J., et al., et al. Use of Visual Acuity to Screen for Significant Refractive Errors in Adolescents. Archives of Ophthalmology. 7, 2010, Vol. 128, 894-899.

Introdução Estima-se que a prevalência de ambliopia na população infantil em Portugal é de 1 a 2,5%, onde cerca de 20% das crianças apresentam erros refrativos significativos (4). O diagnóstico, a referenciação e o encaminhamento precoces são fundamentais na prevenção das deficiências visuais de causas evitáveis. 3. Searle, A., et al., et al. Psychosocial and clinical determinants of compliance with occlusion therapy for amblyopic children. Eye. 2002, Vol. 16, 150-155. 4. Marinho, A., Leite, E. e al, et. [Online] 2005. [Citação: 27 de Dezembro de 2011.] http://www.dgsaude.min-saude.pt/visao/pnsv.pdf.

Introdução Finalidade do estudo Caracterização do estado visual numa amostra infantil em idade escolar e pré-escolar Objectivos especificos Descrever as principais alterações visuais encontradas nas variáveis: AV Motilidade ocular Visão Binocular Possiveis erros refractivos Demonstrar a importância do rastreio visual infantil ao nível dos cuidados de saúde primários.

Metodologia Estudo descritivo e transversal com uma amostra constituída por crianças dos 3 aos 15 anos (N=885). Amostra obtida por conveniência a partir de rastreios visuais realizados em instituições escolares de Loures, Mértola, Setúbal, Silves e Sintra entre setembro de 2006 e dezembro 2010. Dados analisados no software IBM Statistics Package for the Social Sciences 20.0 (SPSS).

Metodologia Variáveis analisadas : - Características sócio-demográficas da criança (género, idade e localidade) - Erros refrativos - Acuidade visual - Motilidade ocular - Visão cromática - Visão binocular (estereopsia) - Exame ocular externo

Metodologia Protocolo desenvolvido pela área científica de Ortóptica da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa (ESTeSL). Protocolo: do Rastreio Visual Infantil Acuidade visual para perto (pp) e para longe (pl) Movimentos oculares Hirschberg Cover test pp e pl Cover test prismático pp e pl Ponto próximo de convergência (ppc), Estereopsia pp Vergências Visão cromática Exame ocular externo Auto-refractómetro Tabela I.

Metodologia Os critérios de referenciação para a oftalmologia (Tabela II) estabelecem o resultado do exame visual. De acordo com estes critérios foram consideradas três situações: - Exame normal (H1) - Exame com alterações não significativas (H2), com a recomendação de repetirem o rastreio no ano seguinte - Exame alterado (H3), com a recomendação de consultarem um médico especialista.

Metodologia Avaliação Acuidade Visual Movimentos Oculares Cover Test e CT PPC (5) Estereopsia Visão Cromática Exame Ocular Externo Autorefractómetro (10) Tabela II. Critérios para referenciação AV pl= 6/6 em ambos os olhos H1 AV pl 6/6 em qualquer dos olhos H3 AV pl = a 6/6 e AV pp 6/6 H3 Normais H1 Alterados H3 Ortoforia H1 Exoforia < 8 H1 Esoforia < 4 H1 Exoforia 8 H2 Esoforia 4 H2 Heterotropia H3 Inferior ou igual a 8 cm H1 Superior a 8 e inferior a 15 cm H2 Superior ou igual a 15 cm H3 Inferior ou igual a 100" H1 Superior a 100" H2 Negativa H3 Normal H1 Alterada H3 Normal H1 Alterado H2/H3 Esfera -1,00D e +2,00 H3 Cilindro -1,25 e +1,25 H3

Género (n = 885) 450 400 350 300 250 200 150 100 50 0 Masculino Género Feminino

Idades (por classes) Idade Média 7,59 Mínimo 3 Máximo 15 800 700 600 763 500 400 300 200 100 0 79 38 Idades (por classes) 3-5 6-9 10-12 13-15 5

Localidades 300 273 250 212 200 150 147 170 100 83 50 0 Localidade Mértola Setúbal Silves Loures Sintra

Acuidade Visual Acuidade Visual 6/6 6/9-6/12 6/18-6/24 6/32-6/36 6/48-6/60 AV pl OD 695 (78,5%) 123 (13,9%) 42 (4,8%) 14 (1,6%) 11 (1,2%) AV pl OE 688 (77,7%) 117 (13,2%) 49 (5,5%) 19 (2,2%) 12 (1,4%) AV pp OD 857 (96,8%) 23 (2,6%) 4 (0,5%) 1 (0,1%) 0 AV pp OE 856 (96,7%) 26 (2,9%) 2 (0,2%) 0 1 (0,1%) 242 crianças apresentaram AV inferior a 6/6 em pelo menos um dos olhos

Autorefratómetro 800 700 702 600 500 400 300 200 183 100 0 Erro refrativo Autorefratómetro S/erro refrativo ou não significativo

PPC alterado em 67 dos casos (7,6%) Movimentos oculares alterados em 14 crianças (1,6%) Hirschberg alterado em 9 crianças (1%) Estereopsia para perto: - Alterações em 21 crianças (2,4%) - Valor máximo de estereopsia observado foi de 20 - Valor mínimo de 400 - Resultado negativo em 2 crianças.

Heteroforias Cover Test PL Cover Test PP 900 800 836 Ortoforia 836 casos (94,5%) 610 casos (68,9%) 700 600 610 Exoforia 30 (3,4%) 5 casos 8 229 (25,9%) 38 casos 8 500 400 Esoforia 13 (1,5%) 10 casos 4 33 (3,7%) 23 casos 4 300 200 229 Total (Heterofo rias) 43 casos 262 casos 100 0 30 33 13 Ortoforia Exoforia Esoforia CTPL CTPP

Heterotropias Cover Test PL Cover Test PP 6 5 5 Exotropia 2 4 Esotropia 2 5 4 4 Exotropia Intermitente Esotropia Intermitente Total (Heterotropi as) 0 2 2 2 6 casos 14 casos 3 2 1 0 2 2 Exotropia Esotropia Exotropia Intermitente 0 2 2 2 Esotropia Intermitente CTPL CTPP

Visão cromática alterada em 2 casos (0,2%) Exame ocular externo, Verificaram-se alterações em 65 crianças (7,3%), sendo as mais frequentes: - Conjuntiva, com 41 casos (4,6%) > nº casos de hiperémia conjuntival - Pálpebras onde existiram alterações em 23 crianças (2,6%) > nº casos de blefarite seborreica.

Análise Cover Test vs. Acuidade Visual Acuidade Visual Total Não referenciado Referenciado Não referenciado 571 (74,7%) 193 (25,3%) 764 (100%) Cover Test Referenciado 72 (59,5%) 49 (40,5%) 121 (100%) O coeficiente de associação Phi (φ = 0,117) não sugere associação entre estas variáveis.

Autorefratómetro vs. Acuidade Visual Acuidade Visual Total Não referenciado Referenciado Não referenciado 556 (79,2%) 146 (20,8%) 702 (100%) Autorefrat ómetro Referenciado 87 (47,5%) 96 (52,5%) 183 (100%) Também neste caso, o coeficiente de associação Phi (φ = 0,288) não revela associação entre estas duas variáveis.

Idade vs. Cover Test Cover Test Total Não referenciado Referenciado Idades 3-5 30 (3,4%) 8 (0,9%) 38 (4,3%) 6-9 661 (74,7%) 102 (11,5%) 763 (86,2%) 10-12 68 (7,7%) 11 (1,2%) 79 (8,9%) 13-15 5 (0,6%) 0 5 (0,6%) Total 764 (86,4%) 121 (13,6%) 885 (100%)

Idade vs Acuidade Visual Acuidade Visual Total Não referenciado Referenciado 3-5 35 (4%) 3 (0,3%) 38 (4,3%) Idades 6 9 557 (63%) 206 (23,3%) 763 (86,2%) 10-12 48 (5,4%) 31 (3,5%) 79 (8,9%) 13-15 3 (0,3%) 2 (0,2%) 5 (0,6%) Total 643 (72,7%) 242 (27,3%) 885 (100%)

Referenciação Referenciação Frequência (%) Exame Normal (H1) 497 (56,2%) Alterações não significativas (H2) 117 (13,2%) Exame Alterado (H3) 271 (30,6%) Total 885 (100%)

Discussão e Conclusão Resultados do nosso estudo Vs Resultados de outros estudos Alteração mais observada foi a AV em 242 crianças (27,3%) Alteração mais observada foi a AV em 25,8% (12) AV em 72,7% (13) CT pp > frequência de Ortoforia e Exoforia Tal facto é referido em vários estudos (14,15,16,17) 12. Guerra, I., et al., et al. Rastreio Oftalmológico Infantil nos Cuidados Primários. Acta Pediátrica Portuguesa. 38, 2007, Vol. 3. 13. Lameirinha, J. Importância do rastreio visual precoce nas crianças: impacto nos cuidados de saúde secundários. Lisboa : Faculdade de Ciências Médicas. Universidade Nova de Lisboa, 2007. 14. Aring, E., et al., et al. Strabismus and binocular functions in a sample of Swedish children aged 4-15 years. Strabismus. 2005, Vols. 13(2):55-61. 15. Macfarlane, D., Fitzgerald, W. e Stark, D. The prevalence of ocular disorders in 1000 Queensland primary schoolchildren. Australian and New Zealand Journal of Ophthalmology. 1987, Vol. 15:161e74. 16. Walline, J., et al., et al. Development of phoria in children. Optometry & Vision Science. 1988, Vols. 75(8):605-10. 17. Lam, et al., et al. The range and variability of ophthalmological parameters in normal children aged 4 1/2 to 5 1/2 years. Journal of Pediatric Ophthalmology and Strabismus. 1996, Vol. 33:251e6.

Discussão e Conclusão Em suma Verificou-se que 271 (30,6%) crianças apresentaram alterações significativas da visão, com necessidade de referenciação para a oftalmologia. 242 apresentaram AV pl < a 6/6 em pelo menos um dos olhos. Desses, 39 entre os 6/32 e 6/60. 183 crianças apresentaram um erro refrativo significativo. 14 apresentaram algum tipo de heterotropia ao CT PP ou PL. O que reforça a necessidade de realização sistemática de programas de rastreios visuais nas crianças em idade pré-escolar e escolar.