AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE PÊSSEGO EM FUNÇÃO DO SISTEMA DE CONDUÇÃO E DOSES DE FERTILIZANTES VIA FERTIRRIGAÇÃO NA SERRA GAÚCHA

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE PÊSSEGO EM FUNÇÃO DO SISTEMA DE CONDUÇÃO E DOSES DE FERTILIZANTES VIA FERTIRRIGAÇÃO NA SERRA GAÚCHA M. MARCO 1 ; S. R. SILVA 2 ; J. LERIN 2 ; G. L. PUTTI 3 ; R. O. C. MONTEIRO 3 RESUMO: O experimento objetiva-se validar cultivares de pêssegos que ainda não foram testadas na serra gaúcha, avaliando então, a adaptação de duas cultivares, BRS Kampai e BRS Rubimel, tendo como testemunha a cultivar Chiripá em dois sistemas de condução, taça e Y, sob diferentes doses de adubação via fertirrigação. O trabalho vem sendo realizado em delineamento inteiramente casualizado com 3 tratamentos no arranjo fatorial 3 x 2 x 4: 3 variedades de pessegueiro, 2 sistemas de condução e 4 doses de nutrientes na fertirrigação, com 4 repetições. Até o momento verificou-se a fenologia e desenvolvimento do caule em comparação a cultivar testemunha e realizou-se a avaliação de algumas características físicas e físico-químicas das novas cultivares. As variedades avaliadas mostraram frutificação precoce quando comparadas a cultivar Chiripá, para diâmetro do caule a cultivar Kampai mostrou maior evolução. O peso médio de frutos encontrado para as duas cultivares foi de 105g, a cultivar BRS Rubimel apresentou maior ºBrix. As cultivares avaliadas apresentaram resultados aceitáveis para o mercado consumidor e boa alternativa para aumentar a época de produção. PALAVRAS-CHAVE: aceitação, adaptação, precoce 1 Estudante, Curso Tecnologia em Alimentos, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-000, Bento Gonçalves, RS, morgana.marco@bento.ifrs.edu.br 2 Estudante, Curso Tecnologia em Horticultura, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-000, Bento Gonçalves, RS 3 Eng.º Agrônomo, Prof. Doutor, IFRS Campus Bento Gonçalves, Av. Osvaldo Aranha, 540, CEP 95.700-000, Bento Gonçalves, RS. Fone (54) 3455-3200, gilberto.putti@bento.ifrs.edu.br 1

INTRODUÇÃO O pêssego (Prunus persica) é a oitava fruta mais produzida no mundo e uma das mais consumidas (Mathias et al., 2008), gerando crescente interesse por cultivares de pessegueiro para o consumo in natura, que produzam frutas de baixa acidez (Almeida, 2006). A produção de pêssego na serra gaúcha ocupa uma área de aproximadamente 3.200 hectares, envolvendo cerca de 1.860 famílias que exploram a atividade em pequenas áreas, sendo considerada uma das principais áreas produtoras de pêssego para consumo in natura. Observa-se a concentração da produção em poucas cultivares, destacando-se Chiripá, Marli e Chimarrita, que apresentam pico de safra em meados de dezembro e meados de janeiro, num período de aproximadamente 25 dias. Essa concentração da produção, dada a precária estrutura de logística existente na região, transforma-se, por um lado, em excesso de oferta que avilta os preços em nível do produtor e, por outro lado, provoca a queda da qualidade de grande parte do produto em nível do consumidor, já que as cultivares produzidas também apresentam problemas de perecibilidade (Embrapa, 2003). Uma alternativa de capitalização dos produtores seria implantar outros cultivares que frutificassem em diferentes épocas. Entretanto, a implantação de pomares com novos cultivares esbarra no desconhecimento da adaptação dos mesmos às condições edafoclimáticas da região (Herter et al., 1998) e também na possível não aceitação dos cultivares pelo mercado consumidor. Sendo assim, experimentos que possibilitem a introdução de novas variedades na região, aliados ao conhecimento de sua fenologia, necessidades nutricionais, hídricas e sistemas de condução irão contribuir decisivamente para melhoria do desempenho produtivo e a rentabilidade desta cultura na região da serra gaúcha. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a adaptação das cultivares de pêssego, BRS Kampai e BRS Rubimel, tendo como testemunha a variedade Chiripá em dois sistemas de condução, taça e Y e a verificação de características físicas e físico-químicas dessas novas variedades. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi realizado no delineamento inteiramente casualizado com 3 tratamentos no arranjo fatorial 3 x 2 x 4: 3 variedades de pessegueiro (Chiripá, Rubimel e Kampai), 2 sistemas de condução, em Y, plantadas no espaçamento de 1,5m x 5,0m e em taça, plantadas 2

no espaçamento de 2,5m x 5,0m e 4 doses de nutrientes na fertirrigação, com 3 repetições, totalizando 12 linhas de cultivo, abrangendo 2 plantas para cada cultivar, e mais 2 linhas de bordadura nas extremidades da área. O experimento está sendo realizado no pomar experimental do Instituto Federal do Rio Grande do Sul Câmpus Bento Gonçalves localizado no distrito de Tuiuty. As avaliações fenológicas foram feitas até a maturação dos frutos para cada cultivar definida a partir de um esquema de 8 estádios: 1= dormente; 2= gema floral inchada; 3= ponta verde; 4= rosa; 5= plena floração; 6= queda de pétalas; 7a= queda de frutos; 7b= fim da queda de frutos. Foram marcados um ramo por planta (totalizando 36 ramos). Todas as suas gemas foram enumeradas e avaliadas individualmente. A partir das datas da fenologia, realizou-se a média em cada estádio. Foram realizadas medições do diâmetro do caule no tronco a 20cm do nível do solo desde o plantio, em 2010 até outubro de 2013. Estabeleceu-se a média de crescimento das cultivares pelo tipo de condução (taça ou Y) em cada data medida. Os frutos foram analisados quanto acidez total titulável (ATT, % de ácido málico) e teor de sólidos solúveis totais (SST/ºBrix) segundo metodologia proposta pela AOAC (2000) e quanto a massa (g) utilizando balança semi-analítica e comprimento(mm) e diâmetro (mm) com auxílio de paquímetro manual. Os dados foram submetidos à análise da variância e Teste F e as médias comparadas pelo teste Tukey 1% e 5% através do auxílio do Programa computacional Assitat 7,6 beta. RESULTADOS E DISCUSSÃO Quanto à fenologia, é possível observar na Tabela 1 que a plena floração apresenta diferença de até 21 dias entre a variedade mais precoce Rubimel e a mais tardia Chiripá, podendo ser visto também uma pequena diferença de dias para as cultivares Rubimel e Kampai quando se compara o tipo de condução utilizada. Observou-se a campo que as brotações das cultivares Kampai e Rubimel além de mais precoces que a Chiripá são mais desuniformes, apresentam maior queda de flores e frutos durante o seu desenvolvimento e maior quantidade de gemas vegetativas do que produtivas. Também pode-se observar que o estádio 3 (ponta verde) ocorre antes que o estádio 2 (gema inchada) para as cultivares Rubimel e Kampai. Isso pode acontecer pelo fato das cultivares necessitarem de menor quantidade de horas de frio para estimular a brotação tanto 3

produtiva quanto vegetativa, porém, a quantidade de horas de calor necessária para brotação produtiva é maior que a brotação vegetativa. A antecipação da brotação, em relação ao início da floração, pode causar danos à frutificação, possivelmente por competir por nutrientes com as gemas floríferas (Nienow, 1997). Este fato merece maior estudo, pois a antecipação da brotação e o retardo da floração é uma estratégia para evitar danos por geadas, porém poderá se transformar em problema se afetar a frutificação. Tabela 1. Datas da fenologia para cada cultivar em função do tipo de condução referentes ao ano de 2012. Cultivar Dormente Gema flora inchada Ponta verde Rosa Plena floração Queda de pétalas Queda de frutos Fim da queda de frutos Início da colheita Rubimel em "Y" 12/jul 22/jul 20/jul 30/jul 06/ago 10/ago 18/ago 26/ago 25/Nov Rubimel em "T" 12/jul 26/jul 21/jul 04/ago 09/ago 12/ago 20/ago 29/ago 25/Nov Kampai em "Y" 12/jul 26/jul 23/jul 02/ago 07/ago 11/ago 23/ago 31/ago 25/Nov Kampai em "T" 12/jul 24/jul 20/jul 01/ago 05/ago 10/ago 21/ago 06/set 25/Nov Chiripá em "Y" 12/jul 16/ago 25/ago 22/ago 26/ago 31/ago 10/set 19/set 27/dez Chiripá em "T" 12/jul 15/ago 23/ago 21/ago 26/ago 01/set 14/set 25/set 27/dez Para o diâmetro de crescimento do caule, a cultivar Kampai mostrou maior evolução, enquanto a Chiripá apresentou o menor desenvolvimento. Para as plantas com condução em Y o crescimento das três cultivares se manteve estável com pouca oscilação entre elas, já para a formação em taça pode-se notar grande diferença, destacando a Kampai com maior e a Chiripá com menor diâmetro de crescimento. O teor médio de SST encontrado para cultivar Rubimel foi de 11 ºBrix e 10 ºBrix para cultivar Kampai. O valor médio de ATT para cultivar Rubimel foi de 0.35 e para cultivar Kampai de 0.37 nos dois sistemas de condução de plantas, segundo Embrapa (2007) o interesse por cultivares de pessegueiro para consumo in natura, que produzam frutos de baixa acidez, tem crescido nos últimos anos. Independente do sistema de condução, o peso médio encontrado para as duas cultivares foi de 105g, com comprimentos de 6.1mm e 5.9mm e diâmetro de 6,2mm e 6,1mm por fruto para cultivar Rubimel (Y e Taça, respectivamente). Para cultivar Kampai o comprimento de 4

fruto encontrado foi de 6.0mm e 5.9mm e o diâmetro 5,9mm e 6,3mm para os sistemas Y e Taça respectivamente. CONCLUSÕES O experimento mostrou que as novas variedades, Kampai e Rubimel, podem servir como uma boa alternativa para descentralizar o pico de safra e aumentar a época de produção. Ambas as cultivares apresentaram bons resultados físico-químicos, destacando o desempenho da cultivar Rubimel, que apresentou maior ºBrix e baixos valores de acidez titulável, o que é desejável por se tratar de um fruto para consumo in natura. Além disso, apresentaram bons resultados físicos, mostrando ter peso, comprimento e diâmetro aceitáveis para o mercado consumidor. No entanto ainda são necessários mais estudos para recomendação de plantio dessas cultivares, que por serem muito precoces poderão ter suas florações e frutificações interferidas por fatores climáticos como geadas AGRADECIMENTOS Ao Instituto Federal de Ciência, Educação e Tecnologia do Rio Grande do Sul - Câmpus Bento Gonçalves pelo incentivo e concessão da bolsa de Iniciação Científica/Tecnológica - BICTES / IFRS. À Joviane Lerin pela dedicação. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, G.V.B.; DURIGAN, J.F. Relação entre as características químicas e o valor dos pêssegos comercializados pelo sistema veiling frutas Holambra em Paranapanema - SP. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 28, p. 218-221, 2006. ASSOCIATION OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTRY. Official methods of analysis of the Association of official analytical chemistry. 17 Ed., Arlington AOAC Inc., v1 e v2, 2000. 5

EMBRAPA. Rubimel: Cultivar de pêssego para consumo in natura. 2007. Disponível em: <http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/folder/rubimel02.pdf>. Acesso em 31 out. 2013. EMBRAPA. Sistema de Produção de Pêssego de Mesa na Região da Serra Gaúcha. 2003. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/pessego/pessegodemesaregiaos erragaucha>. Acesso em 21 out. 2013. HERTER, F.G.; SACHS, S.; FLORES, C.A. Condições edafo-climáticas para instalação do pomar. In. MEDEIROS, C.A.B.; RASEIRA, M.C.B. A cultura do Pessegueiro. Embrapa. Brasília, DF, 1998, p.20-27. MATHIAS, C.; MAYER, N. A.; MATTIUZ, B.; PEREIRA, F.M. Efeito de porta-enxerto e espaçamentos entre plantas na qualidade de pêssegos Aurora 1. Revista Brasileira de Fruticultura, v. 30, n 1: p. 165 170, 2008. NIENOW, A.A. Comportamento morfológico, fenológico e produtivo de cultivares de pessegueiro [Prunus pérsica (L.) Batsch], submetidos à poda de renovação após a colheita, na região de Jaboticabal, SP. Jaboticabal, 1997. 171p. Tese (Doutorado em Produção Vegetal) Curso de Pós-graduação em Agronomia, Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias, Universidade Estadual Paulista, 1997. 6