Caracterização eletroquímica do DMcT como inibidor de corrosão do aço API 5L X65 em água do mar sintética

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Transcrição:

Caracterização eletroquímica do DMcT como inibidor de corrosão do aço API 5L X65 em água do mar sintética *CUNHA, G. R. ; Souza, D. H. ; CANOBRE, S. C. ; Franco, S. D. ; Franco, V. D. S.; Moraes, J. O. ; AMARAL, F. A. Av. João Naves de Ávila, 2121Santa MônicaUberlândiaMG CEP 38408-100 *guilhermercunha1993@hotmail.com Universidade Federal de Uberlândia - Campus Santa Mônica Laboratório de Armazenamento de Energia e Tratamento de Efluentes LAETE Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste -- LTAD RESUMO Inibidores de corrosão por adsorção têm sido amplamente estudados devido a versatilidade de suas aplicações. Neste trabalho foi desenvolvida a formulação de um novo inibidor, em que o monômero 2,5-dimercapto-1,3,5-tiadiazol é um dos componentes. As técnicas utilizadas para determinação da eficiência da proteção corrosiva foram espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE), para determinar os valores de resistência à transferência de carga (R ct ) do sistema, e microscopia eletrônica de varredura (MEV). A técnica de polarização potenciodinâmica foi utilizada como método auxiliar para determinação de reações catódicas e anódicas do metal. A eficiência do novo inibidor foi comparada com a do atualmente utilizado pela Petrobras, sendo que o novo teve eficiência de 98,4% e o comercial de 89,3%. Nos experimentos, o aço foi exposto à água do mar sintética, com e sem adição de 100ppm de ambos inibidores de corrosão. Palavras-chave: corrosão, inibidores, PDMcT e aço de baixo carbono. INTRODUÇÃO O processo de corrosão do aço é tido como um grande problema de Engenharia, sendo responsável por perdas materiais significativas, além de gerar insegurança em instalações industriais. O mecanismo e a velocidade na qual ocorre a corrosão estão relacionados ao tipo de aço e o meio no qual ele é exposto. [1] Existem algumas formas de proteger o metal da corrosão, como aplicação de tintas em sua superfície e utilização de anodos de sacrifício. Entretanto, no caso da extração/prospecção de petróleo em meio marinho, a grande extensão das tubulações inviabiliza a proteção de seu interior por meios convencionais. Por isso, 5682

utilizam-se inibidores de corrosão por adsorção, que são espécies químicas adicionadas em pequenas concentrações ao meio agressivo e que aderem na superfície do aço, formando uma película que impede ou diminui o contato do meio corrosivo com o metal, minimizando uma possível corrosão. [2] Hoje, existem vários inibidores de corrosão por adsorção no mercado, que são classificados e indicados conforme a aplicação, o meio agressivo a serem adicionados e ao tipo de corrosão a ser combatida. Para manutenção preventiva, é de fundamental importância que sejam utilizados métodos de proteção corrosiva, e, nesse caso, a mais viável é a fornecida pela aplicação de inibidores de corrosão por adsorção no meio agressivo no qual o metal será exposto. Assim, o trabalho teve como objetivo a formulação e elaboração de um novo inibidor de corrosão, que fosse tão eficiente quanto o comercial e de menor risco, tanto à saúde humana, quanto ao meio ambiente. Além disso, o inibidor comercial atualmente utilizado pela Petrobras é de produção estrangeira e possui elevado custo para a empresa, o que justifica a pesquisa e desenvolvimento de um novo produto de produção nacional. [3] MATERIAIS E MÉTODOS Para realização das metalografias, as amostras passaram por processo de preparação constituído de lixamento com lixas de granulometria de #320, #400, #600 e #1200. Em seguida as amostras foram conduzidas ao polimento com abrasivo de pasta de diamante de granulometria de 3 μm e 1 μm. Com as amostras já polidas iniciou-se o procedimento de banho de ultrassom em acetona para remoção de resíduos do lubrificante. Os ensaios eletroquímicos foram realizados em uma célula eletroquímica convencional, contendo como eletrodo de trabalho o aço de baixo carbono (ABNT 1020), o contra eletrodo de grafite e o eletrodo de referência de Ag/AgCl(sat.), conectados a um Potenciostato/Galvanostato PGSTAT30. O eletrólito utilizado foi água do mar sintética, preparada segundo a norma ASTM D1141, na ausência e presença de inibidor, utilizando-se a concentração de 100ppm para ambos os inibidores investigados. A técnica utilizada para determinação da eficiência da proteção corrosiva foi espectroscopia de impedância eletroquímica (EIE). Para a visualização de possíveis pontos de corrosão e da morfologia do filme polimérico formado foi utilizada microscopia eletrônica de varredura (MEV) da marca Zeiss modelo supra 40, acoplado a um espectrômetro EDS. As medidas de polarização linear foram 5683

realizadas variando-se em 10 mv do potencial de corrosão (Ecorr), ou seja, o potencial de OCP. Para polarizações catódicas varreu-se até o potencial de 1,35 V. Para polarizações anódicas varreu-se o potencial até +0,2 V vs. Ag/AgCl saturado com velocidade de varredura de 2,44 mv.s -1 Sendo as amostras polarizadas em seu potencial inicial por 60 s, antes da realização da medida. As medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica foram realizadas em potencial de circuito aberto aplicando-se uma amplitude de perturbação de ±10 mv com intervalo de frequência de 10-3 a 10 5 Hz. O tempo levado para a analise foi de 45 h em meio de água do mar sintética com e sem adição de inibidores. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para o estudo da morfologia e estrutura metálica das amostras, foi realizada metalografia das mesmas. Este tipo de análise permite visualizar as diferenças cristalinas e mecânicas devido à dissolução e coloração seletiva via ataque químico. O ataque químico permite uma corrosão nos contornos de grãos facilitando a visualização. A Fig. 1 apresenta a imagem da amostra de aço de baixo carbono utilizando a técnica de metalografia. A microestrutura do aço está ligada a composição química e sofre grande influência de tratamentos térmicos ou mecânico, além do processo de fabricação da liga. Figura 1 - Micrografia metalográfica da amostra utilizada para análises eletroquímicas Para entender o mecanismo de corrosão é necessário conhecer o potencial de equilíbrio e a variação desse potencial. A curva de polarização demonstra as reações que ocorrem no material exposto ao eletrólito. 5684

a) b) Figura 2 - Gráfico de polarização catódica e anódica para amostra de aço de baixo carbono em água do mar sintética com e sem adição dos inibidores, a) comercial e b) DMcT. Tabela 1- Dados de potencial de corrosão e densidade de corrente anódica de amostras do aço de baixo carbono em água domar sintética com e sem adição dos inibidores, comercial e DMcT. Concentração / ppm E corr / V J corr / ma Inibidor Comercial 0-0,70 1,62 10-2 50-0,66 1,07 10-2 100-0,61 1,00 10-2 Inibidor DMcT 0-0,70 5,6 10 0 50-0,68 7,5 10 0 100-0,68 8,7 10 0 Associando os resultados obtidos pelas técnicas de OCP (open circuit potential) Potencial de Circuito Aberto - e polarização, é possível perceber que há um melhor desempenho com a concentração de 100 ppm de inibidor comercial por deslocar o potencial de corrosão para valores mais positivos e diminuir a densidade de corrente. Em contra partida para amostra de aço de baixo carbono em água do mar sintética com adição de 100 ppm de DMcT houve o deslocamento menor do potencial de corrosão quando comparado com o comercial. [4] Foram realizadas medidas de espectroscopia de impedância eletroquímica para avaliação dos processos e da eficiência do inibidor na concentração de 100 ppm. As medidas foram realizadas por período de 45 horas de exposição do aço em água do mar sintética na ausência e presença de inibidor. Na Fig. 3 são 5685

apresentados os diagramas de Nyquist para a amostra de aço de baixo carbono exposta por 15 horas em água do mar sintética na presença e ausência dos inibidores: comercial e DMcT. 21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais Figura 3 - Diagramas de Nyquist para o aço de baixo carbono em exposição de 15h em solução de água do mar sintética na presença e ausência de inibidores. Tabela 2 Valores de R ct obtidos experimentalmente e de eficiência dos inibidores. Observa-se na Tab. 2 um aumento significativo dos valores de Resistência à transferência de carga (Rct) com a presença de ambos os inibidores, o que sugere a formação de um filme isolante sobre a superfície do aço. Nota-se também que o aço, na presença do novo inibidor (PDMcT), apresentou maiores valores de Rct e de eficiência à proteção à corrosão quando comparados com os do inibidor comercial na mesma concentração (100 ppm), o que sugere a viabilidade deste material como inibidor à corrosão. [5] Foi utilizada a técnica de microscopia eletrônica de varredura para melhor interpretação da morfologia das películas protetoras e fundamentar as análises feitas até o momento. Na Fig. 4 são apresentadas as micrografias tanto da amostra exposta com inibidor comercial quanto para o DMcT/Etanol. 5686

a) b) c) d) Figura 4 - Micrografias de MEV das amostras expostas por 45h em água do mar sintética. a) aço antes do teste, b) aço exposto à água do mar sem adição de inibidores, c) teste com adição de DMcT, d) teste com adição do inibidor comercial. As micrografias demonstram, primeiramente, b) elevado grau de ataque corrosivo, principalmente por íons Cl -, c) proteção proporcionada pela adsorção de cristais de DMcT e d) proteção proporcionada pelo inibidor comercial. Conclusões O aumento dos valores de R ct com a adição dos inibidores na solução sugere a formação de uma película polimérica isolante sobre a superfície do aço que reduz a velocidade e intensidade de corrosão do metal. O valor de eficiência do inibidor de PDMcT em torno de 98%, o baixo custo de seus componentes e a não toxicidade ao meio ambiente indica que este material é bastante promissor como inibidor à corrosão do aço de baixo carbono. Agradecimentos Os autores agradecem à FAPEMIG APQ 2279, à Rede Mineira de Química e ao Laboratório de Tecnologia em Atrito e Desgaste (LTAD). 5687

Referências bibliográficas 21º CBECIMAT - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais CHEN, W., Luo, H. Q., Li, N. B. Inhibition effects of 2,5-dimercapto-1,3,4- thiadiazole on the corrosion of mild steel in sulphuric acid solution, Key Laboratory of Eco-environments in Three Gorges Reservoir Region (Ministry of Education), School of Chemistry and Chemical Engineering, Southwest University, Chongqing 400715, China, 1-2p., 2011. 1. STROBEL, E. F. Efeito do Tratamento Térmico na Resistência a Corrosão do Aço Inoxidável Martensítico CA6NM em Meio Marinho Sintético, Dissertação de Mestrado, Universidade São Francisco (UFS), Itatiba, SP, 22p., 2005. 2. PIMENTA, G. S. O que é corrosão? Uma abordagem geral, IOPE Instrumentos de Precisão Ltda. http://www.iope.com.br/index_port.htm (consultado em 03/10/2012). 3. MARIANO, C. Obtenção de revestimentos de nióbio depositados por aspersão térmica para proteção à corrosão marinha. 2008.Dissertação de mestrado (Engenharia e Ciência dos Materiais) Universidade Federal do Paraná, UFP-PR, Paraná. 4. YADAV, M., SHARMA, D., Inhibition of Corrosion of Copper by 2,5- dimercapto-1,3,4-thiadiazole in 3,5% NaCl solution., Indian Journal of Chimical Technology, 17, p. 95-101. 2010. 5. CHEN, W., Luo, H. Q., Li, N. B. Inhibition effects of 2,5-dimercapto-1,3,4- thiadiazole on the corrosion of mild steel in sulphuric acid solution, Key Laboratory of Eco-environments in Three Gorges Reservoir Region (Ministry of Education), School of Chemistry and Chemical Engineering, Southwest University, Chongqing 400715, China, 1-2p., 2011. TITLE Characterization and performance evaluation of the PDMcT as inhibitor to the corrosion of the carbon steel structures for oil exploration of Petrobras. ABSTRACT In this work was studied the efficiency of corrosion protection of low carbon steel in synthetic sea water containing inhibitors (commercial and 2,5- dimercapto - 1, 3,4 - thiadiazol - DMcT - ). The performance of the inhibitors was analyzed based on the following techniques: potentiodynamic polarization curves, electrochemical impedance spectroscopy (EIS), chronopotentiometry and Scanning Electron Microscopy (SEM ). The metal samples used were steel API 5L X65, provided by Petrobras. From the results obtained from the Nyquist diagram, it could be concluded that there is a significant increase in the amount of charge transfer resistance ( Rct ) of steel in the presence of inibidore. Higher values were obtained for TCR steel in synthetic sea water containing 100 ppm of both inhibitors when subjected to an exposure time of 44 h, indicating the finish of the steel inhibitor film which was confirmed by SEM. Furthermore, in the polarization curves we observed a shift of the corrosion potential towards more positive values and reducing the current density at the concentration of 100 ppm as compared to the other concentrations. At 5688

this concentration DMcT inhibitor performance was superior to the commercial inhibitor with value close to 99% efficiency. From these results, it is clear that the DMcT with concentration of 100 ppm is quite promising as a corrosion inhibitor of low carbon steel. The study of the proposed inhibitor is justified by the high toxicity of the commercial inhibitor tested and high cost of imports by Petrobras. Keywords: corrosion, inhibitors, PDMcT and low carbon steel 5689