PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO FEDERAL CARTILHA DO ADVOGADO ELABORAÇÃO: COMISSÃO DO CONTENCIOSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO Presidente Antonio Augusto Silva Pereira de Carvalho Coordenador da Área do Contencioso Administrativo Tributário Federal German Alejandro San Martín Fernández Colaboração Renato Marcon 1. LEGISLAÇÃO DE REGÊNCIA Constituição Federal: art. 5º, incisos LV e LXXVIII e art. 37; Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972, que dispõe sobre o processo administrativo fiscal; Decreto nº 7.574, de 29 de setembro de 2011, que Regulamenta o processo de determinação e exigência de créditos tributários da União, o processo de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal e outros processos que especifica, sobre matérias administradas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil; Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, que regula o processo administrativo no âmbito da Administração Pública Federal; Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, que dispõe sobre o processo administrativo de consulta; 1
Portaria MF nº 258, de 24 de agosto de 2001, que disciplina a constituição das Turmas e o funcionamento das Delegacias da Receita Federal de Julgamento; Portaria MF nº 3, de 3 de janeiro de 2008, que estabelece limite para interposição de recurso de ofício pelas Turmas de Julgamento das Delegacias da Receita Federal do Brasil de Julgamento (DRJ); Portaria MF nº 256, de 22 de junho 2009, aprova o Regimento Interno do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (CARF); Portaria MF nº 203, de 14 de maio de 2012, aprova o Regimento Interno da Secretaria da Receita Federal do Brasil RFB. 2. PRINCÍPIOS 1 2.1. Princípios Constitucionais a) devido processo legal; b) contraditório; c) ampla defesa; d) direito de petição; e) isonomia; f) proibição de prova ilicita; g) publicidade; h) motivação das decisões. 2.2. Princípios de Direito Administrativo a) legalidade; b) proporcionalidade; c) razoabilidade; d) moralidade; e) segurança jurídica; f) eficiência; g) finalidade. 1 LÓPEZ, Maria Teresa Martínez. Processo Administrativo Fiscal Federal Comentado, Dialética, São Paulo, 2002. 2
2.3. Princípios específicos h) verdade material; i) informalismo moderado; j) oficialidade; k) preclusão. 3. INÍCIO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO TRIBUTÁRIO (LITÍGIO ADMINISTRATIVO) (ART. 14, DO DECRETO Nº 70.235/72) A apresentação da Impugnação instaura a fase litgiosa da ação fiscal, e não se confunde com o inicio do procedimento de fiscalização (art. 7º, do Decreto nº 70.235/72). 4. IMPUGNAÇÃO (ART. 15, DO DECRETO Nº 70.235/72) Após a intimação do auto de infração e imposição de multa, o autuado poderá apresentar Impugnação no prazo de 30 (trinta) días. 4.1. Requisitos a) a autoridade julgadora a quem é dirigida; b) a qualificação do impugnante; c) os motivos de fato e de direito em que se fundamenta, os pontos de discordância e as razões e provas que possuir; d) as diligências, ou perícias que o impugnante pretenda sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito; e) se a matéria impugnada foi submetida à apreciação judicial, devendo ser juntada cópia da petição. 5. DECISÃO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA ADMINISTRATIVA (ART. 27 E SEGUINTES, DO DECRETO Nº 70.235/72) O julgamento da Impugnação é de competência das Delegacias da Receita Federal de Julgamento - DRJs, em decisão que deverá conter o relatório resumido do processo, fundamentos legais, conclusão e ordem de intimação, devendo referir-se, expressamente, a todos os autos 3
de infração e notificações de lançamento objeto do processo, bem como às razões de defesa suscitadas pelo impugnante contra todas as exigências. Na decisão em que for julgada questão preliminar será também julgado o mérito, salvo se incompatíveis, devendo constar o indeferimento de pedido de diligencia ou de perícia, se for o caso. Da decisão caberá recurso voluntário, total ou parcial, com efeito suspensivo, dentro dos 30 (trinta) dias seguintes à ciência da decisão (art. 33, do Decreto nº 70.235/72). 6. RECURSO DE OFÍCIO (ART. 34, DO DECRETO Nº 70.235/72 E ART. 1º, DA PORTARIA MF Nº 3/2008) A autoridade de Primeira Instância (Presidente de Turma da DRJ) recorrerá de ofício sempre que a decisão: a) exonerar o sujeito passivo do pagamento de tributo e encargos de multa de valor total (lançamento principal e decorrentes) superior a R$ 1.000.000,00 (um milhão de reais); b) deixar de aplicar pena de perda de mercadorias ou outros bens cominada a infração denunciada na formalização da exigência. Será interposto mediante declaração na própria decisão. 7. RECURSO VOLUNTÁRIO (ART. 33, DO DECRETO Nº 70.235/72) O julgamento no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais CARF, far-se-á conforme dispuser o Regimento Interno (art. 37, do Decreto nº 70.235/72). A PFGN, a partir da edição da Portaria MF nº 314/1999, não mais está obrigada ao oferecimento de contrarrazões por ocasião do oferecimento de recurso voluntário pelos contribuintes. Contra as decisões proferidas pelas Turmas Julgadoras do CARF, são cabíveis (i) Embargos de Declaração e; (ii) Recurso Especial (art. 64, do RICARF). 8. DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (ART. 65, DO RICARF) Cabem Embargos de Declaração dirigido ao presidente da Turma, no prazo de 5 (cinco) dias, quando o acórdão contiver obscuridade, omissão ou contradição entre a decisão e os seus fundamentos, ou for omitido ponto sobre o qual devia pronunciar-se a Turma. Poderão 4
ser interpostos por conselheiro do próprio colegiado, pelo contribuinte, responsável ou preposto, pelo Procurador da Fazenda Nacional, pelos Delegados de Julgamento, no caso de nulidade de suas decisões e pelo titular da unidade da administração tributária encarregada da liquidação e execução do acordão. 9. DO RECURSO ESPECIAL (ART. 67 E SEGUINTES, DO RICARF) Compete à Câmara Superior de Recursos Fiscais - CSRF, por suas turmas, julgar Recurso Especial. 9.1. Cabimento a) de decisão que der à lei tributária interpretação divergente da que lhe tenha dado outra Câmara ou a própria Câmara Superior de Recursos Fiscais; b) decisão que der ou negar provimento a Recurso de Ofício. 9.2. Requisitos a) a petição será dirigida ao presidente da Camâra à qual estaja vinculada a turma que houve prolatado a decisão recorrida; b) demonstrar a matéria prequestionada, com precisa indicação, nas peças processuais; c) demonstrar a divergência arguida indicando até duas decisões divergentes por matéria; d) instruir o recurso com a cópia do inteiro teor dos acórdãos indicados como paradigmas ou com cópia da publicação em que tenha sido divulgado ou, ainda, com a apresentação de cópia de publicação de até 2 (duas) ementas; d) realizar o cotejo analítico. O prazo para interposição do Recurso Especial é de 15 (quinze) dias. Admitido o Recurso Especial, será concedido o mesmo prazo para a parte contrária (PGFN ou contribuinte), apresentar suas contrarrazões. O despacho que rejeitar, total ou parcialmente, a admissibilidade do recurso especial será submetido à apreciação do Presidente da CSRF, o qual poderá designar conselheiro da CSRF para se pronunciar sobre a admissibilidade do recurso especial interposto (arts. 68, 69 e 71, do RICARF). Quando a divergência se der entre Turmas da CSRF, a matéria objeto da divergência será decidida pelo Pleno da própria CSRF, por meio de Resolução (art. 10, do RICARF). 5
10. ÓRGÃOS DE JULGAMENTO DELEGACIAS DA RECEITA FEDERAL DE JULGAMENTO DRJ É órgão de deliberação interna e natureza colegiada da Secretaria da Receita Federal. As Portarias RFB nºs 10.238, de 15 de maio de 2007 e 1.006, de 24 de julho de 2013, disciplinam a competência territorial e por matéria das DRJs e relaciona as matérias de julgamento, por Turma. i. Atribuições a) conhecer e julgar em primeira instância, impugnações e manifestações de inconformidade; b) promover a educação fiscal. A Manifestação de Inconformidade é recurso cabível em processos que tenham por objeto a restituição e/ou a compensação de tributos e contra decisões que envolvam, dentre outros, o reconhecimento da imunidade, suspensão, isenção e a redução de tributos e contribuições (art. 174, III, do RISRFB e art. 74, da Lei nº 9.430/96). ii. Sedes a) Belém; b) Belo Horizonte; c) Brasília; d) Campinas, e) Campo Grande; f) Curitiba; g) Fortaleza; h) Florianópolis; i) Juiz de Fora; j) Porto Alegre; k) Recife; 6
l) Ribeirão Preto; m) Rio de Janeiro; n) Salvador; o) São Paulo. iii. Estrutura a) as DRJs são constituidas por Turmas de julgamento, integradas por 5 (cinco) julgadores; b) as Turmas são dirigidas por um Presidente nomeado entre os julgadores, sendo uma delas presidida pelo Delegado da DRJ, que também exerce a função de julgador; c) o julgador deve ser ocupante do cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal. iv. Mandato dos Julgadores O julgador é designado pelo Secretário da Receita Federal para o mandato de até 2 (dois) anos, com término no dia 31 de dezembro do ano subsequente ao da designação, admitida a recondução (art. 4º, da Portaria MF nº 258/2001). CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS i. Atribuições a) julgar o recursos de ofício e voluntários de decisão de primeira instância; b) julgar os recursos de natureza especial. ii. Estrutura Judicante a) 3 (três) Seções especializadas por matérias, compostas por 4 (quatro) Câmaras cada, estas integradas por Turmas Ordinárias e Especiais, integradas por 6 (seis) Conselheiros titulares, sendo 3 (três) representantes da Fazenda e 3 (três) representantes dos contribuintes; a.1) os Presidentes das Seções do CARF serão nomeados dentre os Presidentes das Câmaras a elas vinculadas; 7
a.2) os presidentes de Câmara das Seções serão escolhidos dentre os conselheiros representantes da Fazenda Nacional; a.3) cada Turma Ordinária ou Especial é integrada por 6 (seis) Conselheiros titulares, sendo 3 (três) representantes da Fazenda Nacional e 3 (três) representantes dos contribuintes; b) Câmara Superior de Recursos Fiscais (CSRF), formada por 3 (três) Turmas; b.1) as Turmas da Câmara Superior de Recursos Fiscais serão constituídas pelo Presidente do CARF, pelo Vice-Presidente, pelos Presidentes e pelos Vice-Presidentes das Câmaras da respective Seção, respeitada a paridade; c) Pleno da CSRF; c.1) composto pelo presidente e vice-presidente do CARF e pelos demais membros das turmas da CSRF, reunir-se-á quando convocado pelo Presidente do CARF, para solução de divergência entre as turmas da CSRF. iii. Mandato dos Conselheiros 3 (três) anos, encerrando no último dia do trigésimo sexto mês subseqüente a contar do próprio mês da designação, ou do vencimento do mandato, em caso de recondução (art. 40, I e II, do RICARF). iv. Sessões de Julgamento I - Quórum Regimental Turmas ordinárias e especiais: maioria simples, cabendo ao Presidente, além do voto ordinário, o de qualidade. I Procedimento As turmas ordinárias e especiais realizarão até 12 (doze) reuniões ordinárias por ano. Cada reunião compõe-se de até 10 (dez) sessões. Os recursos serão julgados na ordem da pauta, salvo se deferido pelo Presidente da Turma pedido de preferência apresentado pelo recorrente ou pelo Procurador da Fazenda Nacional. A ementa, relatório e voto deverão ser apresentados, previamente ao início da reunião de julgamento, em meio eletrônico. Na sessão de julgamento, o presidente da turma poderá, de ofício ou por solicitação do Procurador da Fazenda Nacional ou do recorrente, determinar o adiamento do julgamento ou a retirada do recurso de pauta (arts. 52 e 62- A, do RICARF). A sessão de julgamento não presencial, prevista no 2, art. 52, do RICARF, ainda não está implementada. 8
iii. Sustentação Oral Anunciado o julgamento de cada recurso e passada a leitura do relatório, o Presidente dará a palavra ao recorrente ou seu representante legal para, se desejar, fazer sustentação oral por 15 (quinze) minutos, prorrogáveis por igual período (art. 58, II, do RICARF). iv. Súmulas As decisões reiteradas e uniformes do CARF serão consubstanciadas em súmula de observância obrigatória por seus membros. A proposta de súmula será de iniciativa de conselheiro do CARF, do Procurador-Geral da Fazenda Nacional, do Secretário da Receita Federal do Brasil, de Presidente de confederação representativa de categoria econômica de nível nacional habilitada à indicação de conselheiros ou de Presidente de central sindical, neste caso limitado às matérias relativas às contribuições previdenciárias, direcionada ao Presidente do CARF, que indicará o enunciado (arts. 72 a 75, do RICARF). Consulte a relação de súmulas no site do CARF http://carf.fazenda.gov.br. v. Resoluções do Pleno da CSRF Serão editadas Resoluções do Pleno da CSRF com vista à uniformização de decisões divergentes das Turmas da CSRF, que deverão ser aprovadas por maioria absoluta dos Conselheiros. Os processos que tratarem de matéria objeto de proposição de uniformização de decisões divergentes da CSRF, enquanto não decidida pelo Pleno, não serão incluídos em pauta (art. 76, do RICARF). 11. PRAZOS (ART. 5º, DO DECRETO Nº 70.235/72) Serão contínuos, excluindo-se na sua contagem o dia do início e incluindo-se o do vencimento. Os prazos só se iniciam ou vencem no dia de expediente normal no órgão em que corra o processo ou deva ser praticado o ato. Salvo motivo de força maior devidamente comprovado, os prazos processuais não se suspendem (art. 67, da Lei nº 6.734/99). 12. INTIMAÇÕES (ART. 23, DO DECRETO Nº 70.235/72) Poderão ser efetivadas: a) de modo pessoal; 9
b) por via postal 2 ; c) por meio eletrônico; d) quando resultar improfícuo um dos meiso acima, por edital. Os Procuradores da Fazenda Nacional serão intimados pessoalmente das decisões do CARF na sessão das respectivas Câmaras subsequente à formalização do acórdão (art. 23, 7º, do Decreto nº 70.235/72). 13. NULIDADES (ARTS. 59 E 60, DO DECRETO Nº 70.235/72) São nulos os atos e termos lavrados por pessoa incompetente, e; os despachos e decisões proferidos por autoridade incompetente ou com preterição do direito de defesa 3-4. Outras irregularidades, incorreções e omissões, segundo o art. 60, do Decreto nº 70.235/72, não 2 Súmula CARF nº 9: É válida a ciência da notificação por via postal realizada no domicílio fiscal eleito pelo contribuinte, confirmada com a assinatura do recebedor da correspondência, ainda que este não seja o representante legal do destinatário. 3 ASSUNTO: CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2003 a 30/09/2005 FALTA DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL PARA ARBITRAMENTO DE TRIBUTO. DESCRIÇÃO CLARA E SUFICIENTE DOS FATOS. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO À DEFESA. NULIDADE. IMPOSSIBILIDADE.A falta de indicação do dispositivo legal para arbitramento de tributo não resulta, por si só, a nulidade do lançamento quando a descrição dos fatos é detalhadamente suficiente para assegurar o exercício do direito de defesa. Recurso especial provido. (CSRF, 2ª Turma da 2ª Câmara, Processo nº 35368.000865/2006-95, Recurso n 245.059, Acórdão n 9202-00.799, sessão de 10/05/2010) 5 Assunto: Imposto sobre a Renda de Pessoa Física IRPF Exercício: 2002 PROCESSO ADMINISTRATIVO FISCAL INOVAÇÃO DA HIPÓTESE DE IMPOSIÇÃO DE MULTA POR ATRASO NA ENTREGA DA DECLARAÇÃO DE AJUSTE ANUAL EM SEGUNDA INSTÂNCIA DE JULGAMENTO - CERCEAMENTO DE DIREITO DE DEFESA. Quando resta demarcado que o autuado entendeu enquadrar-se a acusação que lhe foi imputada na hipótese que efetivamente rebateu, de forma contundente, mediante impugnação e recurso voluntário, defeso aventar-se, em segunda instância de julgamento, outra hipótese para a imposição da multa, o que seria incorrer em flagrante cerceamento do direito de defesa, em afronta as garantias constitucionais estão insdulpidas no artigo 50, LV, da CF de 1988, onde está demarcado que, no âmbito do processo administrativo ou judicial, são garantidos aos litigantes o contraditório e a ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes. Ademais, frente à estreiteza das vias recursais posteriores, submetidas a requisitos de difícil atendimento pelo recorrente. Recurso especial negado. (CSRF, 2ª Turma da 2ª Câmara, Processo n 13839.000366/2004-18, Recurso n 157.822, sessão de 22/09/2009) 10
importarão em nulidade e serão sanadas quando resultarem em prejuízo para o sujeito passivo, salvo se este lhes houver dado causa, ou quando não influírem na solução do litígio (arts. 59 e 60, do Decreto nº 70.235/72) 5. 14. PROVAS (ART. 16, 4º E 5º, DO DECRETO Nº 70.235/72) O impugnante deverá mencionar na Impugnação as diligências ou perícias que pretenda que sejam efetuadas, expostos os motivos que as justifiquem, com a formulação dos quesitos referentes aos exames desejados, assim como, no caso de perícia, o nome, o endereço e a qualificação profissional do seu perito. A prova documental será apresentada na impugnação, precluindo o direito de o impugnante fazê-lo em outro momento processual 6, a menos que fique demonstrada a impossibilidade de sua apresentação oportuna, por motivo de força maior 7 ; refira-se a fato ou a direito superveniente, ou; destine-se a contrapor fatos ou razões posteriormente trazidas aos autos, hipótese em que a juntada deverá ser requerida à autoridade julgadora, mediante petição fundamentada. 15. PROCESSO DE CONSULTA (IN RFB Nº 1.396/2013 E ARTS. 88 AO 102, DO DECRETO Nº 7.574/2011) O sujeito passivo, os órgãos da administração pública e as entidades representativas de categorias econômicas ou profissionais, poderão formular, por escrito ou por meio eletrônico, no domicílio tributário do consulente, consulta sobre dispositivos da legislação tributária, 5 Súmula CARF nº 21: É nula, por vício formal, a notificação de lançamento que não contenha a identificação da autoridade que a expediu. Súmula CARF nº 29: Todos os co-titulares da conta bancária devem ser intimados para comprovar a origem dos depósitos nela efetuados, na fase que precede à lavratura do auto de infração com base na presunção legal de omissão de receitas ou rendimentos, sob pena de nulidade do lançamento. 6 Matéria: IRPJ E OUTROS. PEDIDO DE JUNTADA DE DOCUMENTOS APÓS A IMPUGNAÇÃO. Não se admite a juntada de documentos peticionada após a impugnação, ainda que em momento anterior à decisão de primeira instância, quando o sujeito passivo não demonstra se enquadrar em quaisquer das hipóteses de que trata o 40 do art. 16 do Decreto n 70.235/72, sobretudo quando não houve qualquer motivação para a juntada intempestiva, quando na impugnação apenas alega ofensa ao principio da verdade material, sem demonstrar como e em que sentido ocorreu tal ofensa, e quando a Fiscalização efetuou reiteradas intimações para que justificasse as diferenças apuradas. (CSRF, 1ª Turma da 1ª Câmara, Processo n 10140.002546/2001-43, Recurso n 101-132.711, Acórdão n 9101-00.279, sessão de 24/08/2009) 7 Assunto: Processo Administrativo Fiscal. PROVA DOCUMENTAL JUNTADA APÓS IMPUGNAÇÃO. ELEVADO VOLUME FORÇA MAIOR. POSSIBILIDADE.. AFERIÇÃO À LUZ DOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DA AMPLA INSTRUÇÃO DA VERDADE REAL E DO FORMALISMO MODERADO. A verificação de ocorrência de força maior, a permitir a juntada de documentos após a impugnação nos termos do art. 16, 4, inc. "a" do Decreto n 70.235/72, deve ser verificada à luz dos princípios da ampla defesa, da ampla instrução, da busca da verdade real, do formalismo moderado, ampliando-se ao máximo a possibilidade de produzir provas pelas partes. Dá-se provimento ao recurso a fim de que a instância a quo conheça da documentação juntada após o protocolo da impugnação. (CARF, 1ª Seção de Julgamento, Processo nº 10845.000927/2005-84, Acordão nº 1201-00.221, Sessão de 28/01/2010) 11
endereçada à autoridade competente da Coordenação-Geral de Tributação - Cosit. A consulta não suspende o prazo para recolhimento de tributo retido na fonte ou autolançado, antes ou depois de sua apresentação, nem para entrega de declaração de rendimentos ou cumprimento de outras obrigações acessórias. As consultas serão solucionados em instância única. Havendo diferença de conclusões entre soluções de consultas relativas a uma mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe Recurso Especial por parte do destinatário da solução divergente, sem efeito suspensivo, no prazo de 30 (trinta) dias, para a COSIT. O sujeito passivo que tiver conhecimento de solução divergente daquela que esteja observando em decorrência de resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idêntica matéria, também poderá interpor Recurso Especial, no prazo de 30 (trinta) dias contados da respectiva publicação (art. 48, da Lei 9.430/96). 15.1. Requisitos (art. 3º da Instrução Normativa RFB nº 1.396/2013, com redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.434/2013; art. 91 do Decreto nº 7.574/2011): a) identificação do consulente: a.1) no caso de pessoa jurídica ou equiparada: nome, endereço, telefone, endereço eletrônico, cópia do ato constitutivo e sua última alteração, autenticada ou acompanhada do original, número de inscrição no CNPJ ou no Cadastro Específico do INSS - CEI e ramo de atividade; a.2) no caso de pessoa física: nome, endereço, telefone, endereço eletrônico, atividade profissional e número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas - CPF; a.3) identificação do representante legal ou procurador, mediante cópia de documento que contenha foto e assinatura, autenticada em cartório ou por servidor da RFB à vista da via original, acompanhada da respectiva procuração; a.4) no caso de órgão da administração pública, além da documentação de identificação do representante legal, cópia do ato de sua nomeação ou de delegação de competência, quando não conste como responsável pelo órgão público perante o CNPJ; b) na consulta apresentada pelo sujeito passivo, declaração de que: b.1) não se encontra sob procedimento fiscal iniciado ou já instaurado para apurar fatos que se relacionem com a matéria objeto da consulta; b.2) não está intimado a cumprir obrigação relativa ao fato objeto da consulta; 12
b.3) o fato nela exposto não foi objeto de decisão anterior, ainda não modificada, proferida em consulta ou litígio em que foi parte o consulente; c) circunscrever-se a fato determinado, conter descrição detalhada de seu objeto e indicação das informações necessárias à elucidação da matéria; d) indicação dos dispositivos da legislação tributária e aduaneira que ensejaram a apresentação da consulta, bem como dos fatos a que será aplicada a interpretação solicitada. 15.2. Efeitos (arts. 10 a 17 e art. 30 da Instrução Normativa RFB nº 1.396/2013 e arts. 95 a 99 do Decreto nº 7.574/2011) a) se formulada antes do prazo legal para recolhimento de tributo, impede a aplicação de multa de mora e de juros de mora, relativamente à matéria consultada, a partir da data de sua protocolização até o 30º (trigésimo) dia seguinte ao da ciência, pelo consulente, da Solução de Consulta; b) quando a solução da consulta implicar pagamento, este deverá ser efetuado até o 30º (trigésimo) dia seguinte ao da ciência, ou no prazo normal de recolhimento do tributo, o que for mais favorável ao consulente; c) os efeitos da consulta que se reportar a situação não ocorrida somente se aperfeiçoarão se o fato concretizado for aquele sobre o qual versara a consulta previamente formulada; d) os efeitos da consulta formulada pela matriz da pessoa jurídica serão estendidos aos demais estabelecimentos; e) ressalvado o caso de não suspensão do prazo para recolhimento de tributo retido na fonte ou autolançado, nenhum procedimento fiscal será instaurado contra o sujeito passivo relativamente à espécie consultada, a partir da apresentação da consulta até o 30º (trigésimo) dia subsequente à data da ciência da solução da consulta. 13