Obs: os espaços deste exercício tem a função de facilitar a visualização do aluno. Não é aconselhável pular linhas na prova. EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA DO TRABALHO DE SÃO PAULO SP KID PAPÃO, estado civil..., sommelier, portador da Cédula de Identidade RG nº..., inscrito no CPF sob nº..., portador da CTPS nº..., inscrito no PIS sob nº..., nome da mãe..., residente e domiciliado na Rua..., nº..., cidade..., Estado..., CEP..., vem com o devido respeito e acatamento perante Vossa Excelência, por seu procurador signatário, procuração em anexo, com escritório profissional estabelecido à Rua..., nº, cidade..., Estado..., CEP:..., onde recebe notificações e intimações, com fulcro no artigo 840 da CLT e 282 do CPC, propor RECLAMATÓRIA TRABALHISTA pelo rito ordinário em face de SUCRE Ltda., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº..., com endereço à Rua..., nº, São Paulo, CEP..., pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. 1
I. PRELIMINAR DE MÉRITO DO TRÂMITE PREFERENCIAL O Reclamante tem mais de 60 anos de idade. Nos termos do art. 1211-A do CPC e do art. 71, Lei 10.741/03, requer, preliminarmente, seja deferida a tramitação preferencial do feito. II. MÉRITO DO CONTRATO DE TRABALHO O Reclamante foi admitido no dia 10 de dezembro de 2008 e dispensado sem justa causa no dia 02 de março de 2012. Sempre exerceu a função de sommelier. Sua remuneração era de R$ R$ 500,00. DA INTEGRAÇÃO DAS GORJETAS Além do salário fixo, o Reclamante recebia mensalmente a importância média de R$ 3.000,00 referentes a gorjetas pagas pelos clientes do restaurante na nota de serviço. Nos termos do art. 457, 3º, CLT, a gorjeta integra a remuneração do empregado, tendo em vista que é uma oportunidade de ganho que lhe foi concedida pelo empregador. Diante do exposto, requer a integração das gorjetas na remuneração bem como os seus devidos reflexos em 13º salário, férias acrescidas do terço constitucional e FGTS com multa de 40%. DO PISO SALARIAL O reclamante recebia o salário mensal de R$ 500,00. No entanto, o piso salarial da categoria era de R$1.200,00, conforme negociação coletiva. Assim, é devido o pagamento das diferenças salariais, pois a gorjeta é paga por terceiro e não complementa, tampouco substitui salário. Inclusive, o pagamento do salário, respeitando o piso da categoria, é uma das principais obrigações do contrato de trabalho, haja vista o requisito da onerosidade previsto no artigo 3º da CLT. 2
Assim, requer o pagamento das diferenças salariais mês a mês em função do piso salarial, bem como os seus devidos reflexos em aviso prévio indenizado, 13º salário, férias acrescidas do terço constitucional, depósitos do FGTS com multa de 40%. DO SALÁRION IN NATURA CESTA BÁSICA Todo mês, o reclamante recebia, gratuitamente, de seu empregador cesta básica, no importe de R$ 250,00. Nos termos do art. 458, CLT, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, a alimentação ou outras prestações in natura que a empresa fornecer habitualmente ao empregado. Desta feita, requer o reconhecimento da natureza salarial da utilidade e a sua integração no salário, inclusive os seus reflexos em aviso prévio indenizado 13º salário, férias acrescidas do terço constitucional, depósitos do FGTS e multa de 40%. DO ADICIONAL DE INSALUBRIDADE O reclamante constantemente ingressava em câmara de resfriamento durante sua jornada de trabalho, para pegar vinhos servidos aos clientes do reclamado, ou seja, ficava exposto ao agente insalutífero frio. Nos termos do art. 7º, XXIII, CF e do art. 192, CLT, as atividades insalubres terão direito ao adicional de insalubridade. Diante do exposto, requer a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de insalubridade, em grau máximo (40%), bem como os seus devidos reflexos em aviso prévio indenizado, 13º salário, férias acrescidas do terço constitucional, depósitos do FGTS e multa de 40%. DA REINTEGRAÇÃO TUTELA ANTECIPADA O reclamante sofreu acidente do trabalho no dia 17.01.2012, ficando afastado recebendo auxílio-doença acidentário até 02.03.2012. Nos termos do art. 118 da Lei 8213/91 e da Súmula 378, II do TST, o empregado que sofrer 3
acidente de trabalho e se ausentar por mais de 15 dias, percebendo o benefício acidentário será detentor de estabilidade. Desta feita, requer a nulidade da dispensa, bem como a reintegração em face de garantia de emprego, inclusive o pagamento dos salários e consectários dos meses havidos entre a dispensa e o efetivo retorno as suas atividades. Sucessivamente, requer o pagamento de indenização no importe dos salários vencidos da data da dispensa até o termino da garantia provisória de emprego. Nos termos do artigo 273, I do CPC estão presentes os requisitos para o deferimento da antecipação dos efeitos da tutela: verossimilhança das alegações e a prova inequívoca, pois o acidente de trabalho ocorreu dentro da empresa e, portanto, o empregador estava ciente da estabilidade do reclamante e mesmo assim o dispensou sem justa causa. Quanto ao fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, mencione-se que o reclamante ficará prejudicado em relação aos seus salários, pois, como dito, não poderia ter sido dispensado sem justa causa. Assim, requer seja deferida, em caráter liminar, a antecipação dos efeitos da tutela, determinando-se a imediata reintegração do reclamante. Posteriormente, requer seja esta confirmada em sentença. DO DANO MATERIAL E DO DANO MORAL O reclamante ainda está com dores nas costas por causa da queda, as quais limitam seus movimentos. Nos moldes do art. 186 e 927 do CC, requer a reparação pelos danos causados, inclusive, a indenização por danos materiais. Ainda, requer pensão mensal vitalícia, no importe de 100% da remuneração do autor, tendo em vista sua redução da capacidade laborativa. Ainda, conforme o art. 5º, X, CF, a violação da intimidade, da honra e da imagem das pessoas dá ensejo ao pedido de indenização por danos morais, o qual será avaliado em função da extensão do dano sofrido, de acordo com o art. 944, CC. Desta forma, requer a condenação ao pagamento de indenização por danos morais, em valor a ser arbitrado por este Juízo. 4
III. DOS PEDIDOS Por todo o exposto, requer: a) seja deferida a tramitação preferencial do feito; b) a integração das gorjetas na remuneração bem como os seus devidos reflexos; c) o pagamento das diferenças salariais em função do piso salarial, bem como os seus devidos reflexos; d) o reconhecimento da natureza salarial da cesta básica e a sua integração no salário, inclusive os seus reflexos; e) a condenação do reclamado ao pagamento do adicional de insalubridade, bem como os seus devidos reflexos; f) a nulidade da dispensa e a reintegração, inclusive o pagamento dos salários e consectários dos meses havidos entre a dispensa e o efetivo retorno as suas atividades. Alternativamente, o pagamento de indenização no importe dos salários vencidos da data da dispensa até o termino da garantia provisória de emprego; g) seja deferida, em caráter liminar, a tutela antecipada e, posteriormente, seja confirmada em sentença; h) a condenação ao pagamento de indenização por danos materiais e danos morais, em valor a ser arbitrado por este Juízo. IV. REQUERIMENTOS FINAIS A Reclamante requer a notificação da Reclamada para apresentar resposta à Reclamatória Trabalhista, sob pena de revelia. A produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em especial a oitiva de testemunhas. Por fim, requer o acolhimento da preliminar de mérito quanto à tramitação preferencial do feito e, no mérito, a integral procedência da presente ação. Atribui-se à causa valor de R$ (valor superior a 40 salários mínimos na data do ajuizamento da ação). Termos em que, 5
Pede deferimento. Local e data. ADVOGADO OAB/número 6