Bom dia a todos! É uma alegria estarmos mais uma vez aqui no Plenário da Câmara dos Deputados para celebrar o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. Dou as boas vindas a todos os nossos convidados, aos parlamentares, às autoridades presentes e uma saudação especial às pessoas com deficiência aqui presentes, para celebrar conosco esta data em que o mundo comemora o Dia Internacional da Pessoa com Deficiência. O ano de 2014 foi muito especial para a Câmara dos Deputados. A reforma deste Plenário Ulysses Guimarães com as obras de acessibilidade foi uma ação emblemática para todos nós. Reconhecemos o esforço do nosso Presidente, que sempre sensível à causa das pessoas com deficiência, determinou que essa legislatura terminasse com o Plenário acessível, em respeito à grande expectativa existente nesse sentido, e que vem coroar o Programa de Acessibilidade da 1
Casa. E é, também, o reconhecimento do Parlamento brasileiro a todas as pessoas com deficiência do nosso País. Em matérias legislativas, o ano de 2014 também foi importante. O Congresso Nacional concluiu a votação do Plano Nacional de Educação, transformado na Lei n 13.005, de junh o deste ano, que insere as pessoas com deficiência em todas as etapas da educação no planejamento para os próximos dez anos. Destaco, aqui, que continuamos mobilizados em torno da defesa da coexistência da escola comum com a escola especial, assegurando o direito de escolha da pessoa com deficiência e sua família. E existe, ainda, a possibilidade de finalizarmos o ano com a aprovação do Estatuto da Pessoa com Deficiência. A votação do Estatuto vai facilitar a vida das pessoas com deficiência quanto ao acesso à lei, e vai desobstruir a pauta da pessoa com deficiência na Câmara dos Deputados; a maioria das proposições sobre deficiência apresentadas pelos Deputados passa a tramitar em conjunto com o Estatuto, que aguarda a votação pelo Plenário desde 2006. 2
Mas os desafios ainda são muito grandes e a responsabilidade dos parlamentares também é enorme. É preciso estar sempre atentos às necessidades legislativas garantidoras dos direitos das pessoas com deficiência, apresentando propostas que tornem as políticas públicas mais eficazes. De acordo com as Nações Unidas, mais de um bilhão de pessoas vivem com algum tipo de deficiência no mundo todo. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam para cerca de 200 milhões com dificuldades funcionais. A preocupação com a deficiência tende a aumentar porque a sua incidência tem aumentado devido ao envelhecimento das populações e o risco maior de deficiência entre as pessoas de mais idade, e ao aumento global de doenças crônicas tais como diabetes, doenças cardiovasculares, câncer e distúrbios mentais. A OMS e o Grupo Banco Mundial produziram em conjunto o Relatório Mundial sobre a Deficiência, lançado em 2011, através do qual foram feitas recomendações em torno de uma visão global sobre a deficiência e também sobre áreas 3
específicas como saúde, trabalho, educação, acessibilidade, etc., para auxiliar os países na implementação da Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência. De acordo com o Relatório, por se tratar de uma questão de direitos humanos, os países devem se esforçar no combate a condições próprias das pessoas em virtude da deficiência, como: a) a desigualdade enfrentada pela pessoa com deficiência ao ter negado o acesso igualitário a serviços de saúde, emprego, educação, ou participação política devido à sua deficiência; b) as pessoas com deficiência estão sujeitas a violações da sua dignidade, por exemplo, quando são sujeitas à violência, abuso, preconceito, ou desrespeito devido à sua deficiência; c) algumas pessoas com deficiência perdem sua autonomia, por exemplo, quando estão sujeitas a esterilização involuntária, ou quando são confinadas em instituições contra sua vontade, ou quando são vistas como legalmente incompetentes devido à sua deficiência. O Relatório aponta que as pessoas com deficiência e suas famílias em geral arcam com custos adicionais para obter um 4
padrão de vida equivalente ao das pessoas sem deficiência. Essas despesas adicionais referem-se a serviços de atendimento médico, tecnologias assistivas, opções mais caras de transportes, dietas especiais, assistência pessoal e outras. Além disto, há que se considerar os custos econômicos resultantes da deficiência. Os econômicos indiretos podem ser aferidos com a perda de produtividade decorrente do abandono do trabalho ou da redução da jornada em decorrência do surgimento de alguma deficiência. Importante levar em conta a perda de produtividade de membros da família que abandonam o emprego ou também reduzem a carga horária para cuidar de pessoa com deficiência, reduzindo de maneira expressiva a renda familiar. Isso nos leva a crer que o Brasil precisa investir na proteção social de provisão de renda. Nesta linha, tramitam proposições de nossa autoria que poderiam contribuir para minimizar esse problema. A PEC 528, de 2010, altera o art. 203 da Constituição Federal, para garantir uma renda mínima para a pessoa com deficiência 5
intelectual, com autismo ou com deficiência múltipla, a qual poderá criar novos critérios para a concessão do Benefício de Prestação Continuada (BPC). Tramita, também, o projeto de lei n 4.840, de 2012, que altera a Lei nº 8.213, de 1991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social, para criar o auxíliodependência a ser concedido ao segurado que necessita de assistência permanente de outra pessoa. Sabemos que os desafios realmente são globais, e o Brasil não fica fora da tarefa de acompanhar a dinâmica das transformações sociais e adaptar as suas leis e as políticas públicas de modo a garantir às pessoas com deficiência a condição de igualdade com as demais pessoas, sem que em determinados momentos da sua vida estejam sujeitas a lapsos de segurança que comprometam a sua autonomia e dignidade. Por fim, é preciso destacar que o dia 3 de dezembro, é um dia de celebrar as conquistas e dar visibilidade às questões das pessoas com deficiência do mundo inteiro. 6
Muito obrigado!! 7