CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL LC Nº 80 DPE/SC. Por Franklyn Roger. pág. 1

Documentos relacionados

LEGISLAÇÃO INSTITUCIONAL 2013

Curso Legislação Institucional DPE-RJ

Funções Essenciais à Justiça Arts. 127 a 135, CF/88

DEFENSORIA PÚBLICA NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA LEI COMPLEMENTAR Nº 80, DE 12 DE JANEIRO DE

1. Questões Prova Técnico Superior DPE/RJ (Tipo1 )... 2

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº, DE 20143

Direito Processual. Ministério Público no Processo Penal. Professor Joerberth Nunes.

Aula Sobre os órgãos que exercem as chamadas funções essenciais da Justiça é INCORRETO afirmar:


Matéria / Aula: Funções Essenciais da Justiça Advocacia e Defensória Pública / Aula 26. Aula 26. Advocacia Pública

Prof. Dr. Vander Ferreira de Andrade

DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Participação Social Gestão Democrática

LEGISLAÇÃO DEFENSORIA PÚBLICA

2012 PL Criação de 400 cargos

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

Direito Constitucional II Profª. Marianne Rios Martins FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA. - Ministério Público - Advocacia Publica. - Defensoria Publica

Curso: LEGISLAÇÃO DO MPU. Profª Lidiane Coutinho MÓDULO I: O MINISTÉRIO PÚBLICO NA COSTITUIÇÃO FEDERAL- ANÁLISE ESTRUTURAL

DPE-RJ 10/02/2019. Dicas. Funções Institucionais Art. 4º da LC 80/94

SUMÁRIO. SOBRE O AUTOR... 5 Frederico Rodrigues Viana de Lima... 5 APRESENTAÇÃO... 17

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 2015

08/04/2017 GILCIMAR RODRIGUES LEGISLAÇÃO APLICADA AO MPU

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 1988

Fazenda Pública em Juízo Guilherme Kronemberg Hartmann

SUMÁRIO SOBRE O AUTOR... 5 APRESENTAÇÃO... 17

QUADRO DE CONSOLIDAÇÃO DE PROPOSTAS DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO E OUTRAS INICIATIVAS. Propostas em Tramitação para Alteração da Constituição da República

Sumário. Apresentação Capítulo I

FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA: DEFENSORIA PÚBLICA E

Excertos do Código de Processo Civil/2015

MEDIDA PROVISÓRIA Nº XXX, de XX de Agosto de 2015

Sumário APRESENTAÇÃO DA COLEÇÃO...17 PREFÁCIO...19

Direito Constitucional

Curso Resultado. Ministério Público Militar. 1

Aula 48. Gratuidade de Justiça

DIREITO CONSTITUCIONAL

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Desembargadores JACOB VALENTE (Presidente), TASSO DUARTE DE MELO E SANDRA GALHARDO ESTEVES.

Prof. Bruno Oliveira. Site:

In:

Legislação Aplicada ao MPU e CNMP

PROVA DE NOÇÕES DE DIREITO CÓD. 02

LEGISLAÇÃO DO MPU. Perfil Constitucional. Procurador-Geral da República. Prof. Karina Jaques

ORLANDO JR. DIREITO CONSTITUCIONAL

Conceito Constitucional

TÍTULO I DAS ELEIÇÕES PARA A DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DO ESTADO

ANDRÉ DOMINGUES FIGARO

DIREITO CONSTITUCIONAL

Funções Essenciais à Justiça Constituição Estadual RS

LEGISLAÇÃO DO MPU. Lei Orgânica do MPU. Conselho Nacional do Ministério Público. Prof. Karina Jaques

Lei Nº DE 22/12/2015

Noções de Direito Constitucional Parte 2 Prof. André Vieira

DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL 2014

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 49

o desequilíbrio inerente ao plano fático do contrato de trabalho, deve ser equilibrado!

Classe 1 até R$ 5.000,00 R$ 292,00

Profa. Adriana Rodrigues

Direito Processual Civil

Curso: LEGISLAÇÃO DO MPU

2º O advogado dativo será nomeado para prestar assistência até o final do processo, salvo nos casos fundamentadamente justificados pelo juiz.

LEI COMPLEMENTAR N 9.230/1991 (Estadual)

LEI COMPLEMENTAR N. 257, DE 29 DE JANEIRO DE 2013 O GOVERNADOR DO ESTADO DO ACRE

O Ministério Público e a Defensoria Pública. Procuradorias. Advocacia

DIREITO DO TRABALHO. Organização da Justiça do Trabalho. MPT. Os órgãos do Poder Judiciário. Prof. Cláudio Freitas

A PERÍCIA JUDICIAL NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL


Lei complementar nº 35,

LEI COMPLEMENTAR Nº. 245 DE 02 DE JULHO DE 2014 PUBLICADA NO DIÁRIO OFICIAL Nº , DE 03/07/2014

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: ÓRGÃOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA E DE CIDADANIA REDAÇÃO FINAL PROJETO DE LEI Nº D DE O CONGRESSO NACIONAL decreta:

DIREITO FINANCEIRO. Fiscalização, Controle Interno e Externo da Execução Orçamentária e Tribunal de Contas

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Seção II Das Atribuições do Presidente da República Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da República:

RIO GRANDE DO NORTE LEI COMPLEMENTAR Nº 518, DE 26 DE JUNHO DE 2014.

O controle externo do Ministério Público *

- REGIMENTO INTERNO -

RIO GRANDE DO NORTE LEI COMPLEMENTAR Nº 510, DE 10 DE ABRIL DE 2014.

Organograma do exercício da Jurisdição no ordenamento pátrio segundo os parâmetros vigentes na Constituição Federal

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N.º, DE (do Sr. Deputado Zé Geraldo e outros)

LEGISLAÇÃO DO MPU. Lei Orgânica do MPU. Demais Procuradores-Gerais. Prof. Karina Jaques

PROVA DE NOÇÕES DE DIREITO

A ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA ELEITORAL

DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO Partes, Procuradores, Representação, Substituição Processual e Litisconsórcio

PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO N o 434, DE (Do Sr. Vieira da Cunha e outros)

elaborar seus regimentos internos

A perícia no projeto do novo CPC. Francisco Maia Neto Advogado/Engenheiro

COMPETÊNCIA: Ao Defensor Público-Chefe, sem prejuízo de suas funções institucionais, compete, especialmente:

A perícia no projeto do novo CPC

Governo do Estado do Rio Grande do Norte

ESTATUTO SOCIAL DA FUNDAÇÃO DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO ESTADO DA BAHIA - PREVBAHIA

Maratona TJ-PR Direito Constitucional. Prof. Ricardo Vale

Direito Constitucional TJ/RJ Prof. Carlos Andrade

A CASA DO SIMULADO DESAFIO QUESTÕES MINISSIMULADO 179/360

Supremo Tribunal Federal STF Artigo 101

Ministério Público. André Marinho

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

Adiantamento dos Honorários do Perito, após o Novo CPC/2015

DIREITO ADMINISTRATIVO

PARECER Nº, DE RELATOR: Senador ANTONIO ANASTASIA

Reforma Trabalhista FENABRAVE - SC. Lei /2017 FLORIANÓPOLIS

Transcrição:

CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL LC Nº 80 DPE/SC Por Franklyn Roger pág. 1

Estude para o concurso da Defensoria Pública DE SANTA CATARINA CEI-DPE/PR RETA FINAL MATERIAL ESPECIAL O Novo Código de Processo Civil e a perspectiva da Defensoria Pública (2017) Autor: Franklyn Roger Alves Silva Páginas: 603 Edição: 3ª Ano: 2017 ISBN: 978-85-442-0919-6 Dimensões: 16x23cm Princípios Institucionais da Defensoria Pública Autor: Franklyn Roger Alves Silva e Diogo Esteves Páginas: 1.024 Edição: 2ª Ano: 2017 ISBN: 9788530958961 Dimensões: 16x23cm Princípios Institucionais da Defensoria Pública: http://www.grupogen.com.br/principios-institucionais-da-defensoria-publica O Novo Código de Processo Civil e a perspectiva da Defensoria Pública (2017): https://www.editorajuspodivm.com.br/o-novo-codigo-de-processo-civil-e-a-perspectiva-da-defensoria-publica-2017 pág. 2

PROFESSOR: FRANKLYN ROGER E-mail: profcei.franklynroger@gmail.com PRINCÍPIOS INSTITUCIONAIS E LEGISLAÇÃO DA DEFENSORIA PÚBLICA Prezados alunos, Este material é um simples auxílio na preparação para a prova objetiva da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina. Sem um estudo responsável da matéria com a leitura atenta da legislação, as chances de êxito na disciplina serão reduzidas. Sobre a bibliografia, recomendo as duas obras cujos links estão abaixo indicados, uma de Princípios Institucionais e outra de Direito Processual Civil com temática institucional: http://www.grupogen.com.br/principios-institucionais-da-defensoria-publica https://www.editorajuspodivm.com.br/o-novo-codigo-de-processo-civil-e-a-perspectiva-da-defensoria-publica-2017 Uma metodologia adequada de estudo deve primeiro prestigiar a leitura da lei nacional e, em seguida, a leitura da lei local. Santa Catarina é um Estado peculiar, pois foi um dos últimos a implementar sua Defensoria Pública. Veremos que a legislação deste Estado possui algumas incongruências que podem ser trabalhadas durante a prova. Trago um contraponto entre a lei nacional e a lei estadual seguido de breve comentário. Em alguns casos, veremos que o debate terá relação com o novo Código de Processo Civil e não propriamente com a LC n. 80/94. Boa sorte no dia da prova! pág. 3

LC N. 80/1994 LCE 575/2012 COMENTÁRIO Sem dispositivo correspondente Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras: Art. 2º Considera-se necessitado, para os fins legais, todo aquele cuja situação econômica não lhe permita pagar as custas do processo e os honorários de advogado, sem prejuízo do sustento próprio ou da família, de acordo com os critérios a serem fixados pelo Conselho Superior da Defensoria Pública. Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, a serem exercidas exclusivamente em benefício de seus assistidos, nos termos do art. 2º desta Lei Complementar, dentre outras: Apesar de a LC n. 80/94 ser omissa a respeito da definição do que é necessitado, a Lei Estadual avançou reproduzindo parte do conteúdo da parcialmente revogada Lei n. 1.060/50. Observem que esta definição de necessitado não encontra eco na doutrina (ampliação do conceito) e no próprio Código de Processo Civil (Art. 98. A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.). Notem que a lei estadual restringe o exercício das funções institucionais exclusivamente aos seus assistidos, uma redação que soa muito limitadora. Existem funções institucionais que não são voltadas diretamente a um assistido específico, razão pela qual a redação da lei nacional é mais acertada. Tenham atenção com essa distinção. pág. 4

Sem dispositivo correspondente Art. 7º A Defensoria Pública elaborará sua proposta orçamentária atendendo aos seus princípios, às diretrizes e aos limites definidos na lei de diretrizes orçamentárias, encaminhando-a ao Chefe do Poder Executivo para consolidação e encaminhamento ao Poder Legislativo. (...) 4º Para a elaboração de sua proposta orçamentária, a Defensoria Pública terá como parâmetro para a fixação de suas despesas, a serem financiadas com recursos ordinários do Tesouro Estadual, cota orçamentária necessária à cobertura das despesas de pessoal e encargos sociais e outras despesas relacionadas às atividades de manutenção e ações finalísticas, ficando vedada a fixação de percentuais de despesas em relação à Receita Orçamentária. 5º O Poder Executivo informará à Defensoria Pública a cota orçamentária para a elaboração de sua proposta orçamentária. Os 4º e 5º não possuem nenhuma reprodução na LC n. 80/94 e na Constituição da República. O 5º possui uma redação limitadora, como se o orçamento da Defensoria Pública estivesse limitado a proposta a ser indicada pelo Executivo. Já vimos em diversas oportunidades o STF afirmar que o Poder Legislativo é quem detém autorização constitucional para aprovar o orçamento. Não pode o Executivo querer ditar a proposta orçamentária da Defensoria Pública. Tenham cuidado sobre o modo como o enunciado trabalhará esse tema. pág. 5

Art. 98. A Defensoria Pública dos Estados compreende: I - órgãos de administração superior: a) a Defensoria Pública-Geral do Estado; b) a Subdefensoria Pública-Geral do Estado; c) o Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado; d) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública do Estado; II - órgãos de atuação: a) as Defensorias Públicas do Estado; b) os Núcleos da Defensoria Pública do Estado; III - órgãos de execução: a) os Defensores Públicos do Estado. IV órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública do Estado. Art. 8º A Defensoria Pública compreende: I - órgãos de administração superior: a) a Defensoria Pública Geral; b) a Subdefensoria Pública Geral; c) a Corregedoria-Geral da Defensoria Pública; e d) o Conselho Superior da Defensoria Pública; II órgãos de atuação: a) os Núcleos Especializados da Defensoria Pública; e b) os Núcleos Regionais da Defensoria Pública; III órgãos de execução: os Defensores Públicos e os Defensores Públicos Substitutos; e (Redação dada pela LC 690, de 2017). IV - órgão auxiliar: Ouvidoria-Geral da Defensoria Pública. Importante conhecer o modelo de divisão de órgãos da DPESC, que adota fórmula semelhante a do art. 98 da LC n. 80/94. É muito comum em provas de múltipla escolha, questões que indaguem a constituição orgânica da Defensoria Pública. Notem para a recente lei desse ano que inseriu os Defensores Públicos Substitutos como órgãos de execução. pág. 6

1º O Defensor Público-Geral será substituído em suas faltas, licenças, férias e impedimentos pelo Subdefensor Público-Geral, por ele nomeado dentre integrantes estáveis da Carreira, na forma da legislação estadual. Art. 101. A composição do Conselho Superior da Defensoria Pública do Estado deve incluir obrigatoriamente o Defensor Público-Geral, o Subdefensor Público-Geral, o Corregedor-Geral e o Ouvidor-Geral, como membros natos, e, em sua maioria, representantes estáveis da Carreira, eleitos pelo voto direto, plurinominal, obrigatório e secreto de seus membros, em número e forma a serem fixados em lei estadual. Art. 11. O Subdefensor Público-Geral será nomeado pelo Defensor Público-Geral dentre integrantes estáveis da carreira e maiores de 35 (trinta e cinco) anos e o substituirá em suas faltas, licenças, férias e impedimentos. Art. 15. O Conselho Superior da Defensoria Pública tem a seguinte composição: I - membros natos: a) Defensor Público Geral; b) Subdefensor Público Geral; c) Corregedor-Geral; e d) Ouvidor-Geral; e II - membros eleitos: 5 (cinco) Defensores Públicos. Dentro do lastro concedido pela LC n. 80/94 a lei catarinense também exige que o subdefensor seja maior de 35 anos. A meu ver, trata-se de previsão coerente com o sistema. Se o subdefensor é o substituto legal do chefe institucional, natural que os seus requisitos de investidura sejam os mesmos. Atencão para a composição classista do Conselho Superior: 5 membros para a formação de maioria no órgão de composição coletiva. Lembrem também que apesar de ser membro nato do Conselho Superior, o Ouvidor-Geral só tem assento e voz, mas não vota nas deliberações do órgão colegiado. pág. 7

Art. 105-B. O Ouvidor-Geral será escolhido pelo Conselho Superior, dentre cidadãos de reputação ilibada, não integrante da Carreira, indicados em lista tríplice formada pela sociedade civil, para mandato de 2 (dois) anos, permitida 1 (uma) recondução. Art. 17. A Ouvidoria-Geral é órgão auxiliar da Defensoria Pública, de acompanhamento da fiscalização da atividade funcional dos seus membros e servidores e de promoção da qualidade dos serviços prestados pela Instituição e será dirigida pelo Ouvidor Geral. (...) 2º É pré-requisito para a nomeação ao cargo de Ouvidor-Geral a conclusão de curso de graduação, preferencialmente nas áreas de Direito, Administração, Ciências Contábeis ou Economia, ou a conclusão de curso de pós- -graduação voltado à administração pública. (NR) (Redação alterada pela LC 630/14). A lei catarinense avançou nos requisitos para o cargo de Ouvidor-Geral, exigindo que o cidadão detenha curso de graduação, preferencialmente nas áreas de Direito, Administração, Ciências Contábeis ou Economia, ou a conclusão de curso de pós-graduação voltado à administração pública. Apesar de ter uma opinião própria a respeito da Ouvidoria, particularmente, entendo que se trata de uma restrição indevida, considerando o papel da Ouvidoria no seio da Defensoria Pública. A Ouvidoria-Geral foi desenhada pela LC n. 80/94 como uma forma de participação popular no seio da Defensoria Pública. Se para o exercício de mandato eletivo (forma de representação popular), não se exige formação em nível superior, me parece que a exigência vai de encontro ao espírito do instituto e ao próprio modelo da LC n. 80/94. No entanto, tenham atenção no enunciado da prova, especialmente sob a perspectiva indagada pela banca. pág. 8

Sem correspondente Sem correspondente Art. 22. Aos membros da Defensoria Pública incumbem, sem prejuízo de outras atribuições estabelecidas pelas Constituições Federal, Estadual e por demais diplomas legais, a orientação jurídica e a defesa dos seus assistidos, no âmbito judicial, extrajudicial e administrativo. (...) 2º O Defensor Público atuará junto a todos os Juízos de 1º grau de jurisdição, núcleos, órgãos judiciários de 2º grau de jurisdição, instâncias administrativas e Tribunais Superiores. Art. 25. A carreira de Defensor Público é composta das seguintes categorias: I Defensor Público Substituto; (Redação dada pela LC 690, de 2017) II Defensor Público da Terceira Categoria; (Redação dada pela LC 690, de 2017) III Defensor Público da Segunda Categoria; e (Redação dada pela LC 690, de 2017) IV Defensor Público da Primeira Categoria. (Incluído pela LC 690, de 2017) O art. 22 da Lei Estadual confere atribuição à DPESC para atuar nos tribunais superiores. Sabemos que o STF e STJ já admitem a atuação das Defensorias Públicas Estaduais nos processos que lá tramitam, contanto que haja previsão específica na lei estadual e órgão devidamente instalado, não se tratando de uma atribuição exclusiva da DPU. Tenham atenção com a divisão da carreira da DPESC em quatro classes, pois ela foi reorganizada por recente lei. pág. 9

Sem correspondente Sem correspondente Art. 30. São requisitos para a posse: (...) IV - inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil. 1º Os candidatos que estiverem proibidos de se inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil durante o concurso comprovarão o registro até a posse no cargo de Defensor Público. Art. 36. Os Defensores Públicos são inamovíveis, salvo se apenados com remoção compulsória, na forma desta Lei Complementar. 1º A inamovibilidade dos Defensores Públicos Substitutos, ainda que estáveis, está circunscrita à região administrativa em que ocorrer a lotação. Trata-se de semelhante problema encontrado para o ingresso na DPU. Apesar de a LC n. 80/94 não exigir inscrição na OAB para a investidura no cargo de Defensor Público Estadual, algumas Leis Estaduais assim o fazem, como é o caso de Santa Catarina. Temos defendido que com o advento da LC n. 132/09 e a introdução do art. 4º, 6º, a exigência de inscrição foi tacitamente revogada. No entanto, considerando o seu regramento na lei estadual catarinense, deve o candidato ter atenção sobre o questionamento da banca. A lei catarinense é uma das poucas a tratar da garantia inamovibilidade, definindo o seu efeito territorial, como verificamos do art. 36. Já expusemos em nossa obra que a inamovibilidade compreende a preservação das atribuições territoriais e funcionais do órgão da Defensoria Pública e sua consequência é o impedimento de o Defensor Público ser deslocado de sua titularidade. Com o advento da EC n. 80/14, a inamovibilidade se tornou uma garantia de natureza relativa, como exposto em estudo que indico ao final. pág. 10

Sem correspondente Art. 65. Compete à Defensoria Pública arcar com o pagamento dos honorários periciais em benefício dos abrangidos pela justiça gratuita, nos termos da Lei federal no 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, enquanto não regulamentada pelo Poder Judiciário de Santa Catarina a aplicação da Resolução no 127, de 15 de março de 2011, do Conselho Nacional de Justiça. O dispositivo do art. 65 não é consentâneo com as regras do novo CPC. A Defensoria Pública não pode ser compelida a arcar com as despesas periciais de seus assistidos, cabendo ao Estado custear a prova. (Art. 95. Cada parte adiantará a remuneração do assistente técnico que houver indicado, sendo a do perito adiantada pela parte que houver requerido a perícia ou rateada quando a perícia for determinada de ofício ou requerida por ambas as partes. 3º Quando o pagamento da perícia for de responsabilidade de beneficiário de gratuidade da justiça, ela poderá ser: I - custeada com recursos alocados no orçamento do ente público e realizada por servidor do Poder Judiciário ou por órgão público conveniado; II - paga com recursos alocados no orçamento da União, do Estado ou do Distrito Federal, no caso de ser realizada por particular, hipótese em que o valor será fixado conforme tabela do tribunal respectivo ou, em caso de sua omissão, do Conselho Nacional de Justiça. 5º Para fins de aplicação do 3º, é vedada a utilização de recursos do fundo de custeio da Defensoria Pública). pág. 11

LCE 575/12 http://www.defensoria.sc.gov.br/index.php/legislacao11/legislacao-especifica/doc_download/368-lei-complementar-estadual-n-575-12-cria-a-defensoria-publica-do-estado-de-santa-catarina LC 80/94 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lcp/lcp80.htm Leitura sobre a Emenda Constitucional n. 80/14 https://www.academia.edu/28642109/a_nova_formatação_constitucional_da_defensoria_pública_à_luz_da_emenda_ CONSTITUCIONAL_N._80_14 pág. 12