XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo

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Transcrição:

XX Congreso Latinoamericano y XVI Congreso Peruano de la Ciencia del Suelo EDUCAR para PRESERVAR el suelo y conservar la vida en La Tierra Cusco Perú, del 9 al 15 de Noviembre del 2014 Centro de Convenciones de la Municipalidad del Cusco PLANTILLA DEL RESUMEN EXTENDIDO IRRIGAÇÃO E ADUBAÇÂO NITROGENADA EM MILHO DOCE CULTIVADO NO CERRADO SUL-MATO-GROSSESE Pascoaloto, I. M. 1* ; Souza, E. J. 1 ; Cunha, F.F. 2 ; Magalhâes, F. F. 3 ; Silva, T.R. 3 ; Videira, L. M. L. 1 1 Universidade Estadual Paulista, campus de Ilha Solteira 2 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri 3 Universidade Federal do Mato Grosso do Sul * Autor de contato: e-mail: isabomelina@gmail.com Rua Canavieiras, 163, apartamento 2. Bairro Zona Norte. Ilha Solteira SP, Brasil. CEP: 15385-000. Telefone: 55-18-981353512. RESUMO O Milho doce (Zea mays var. saccharata Sturt) é uma hortaliça de destaque em países de clima temperado. No Brasil ainda apresenta pouca expressão quando comparada com as demais hortaliças. Um dos motivos que restringe a expansão do seu cultivo é o baixo número de informações relacionadas ao manejo da cultura nas condições tropicais. Este trabalho objetivou-se avaliar as respostas do manejo da irrigação e da adubação nitrogenada sobre o desenvolvimento radicular e produtivo do milho doce. O delineamento experimental foi blocos casualizados com parcelas subdivididas com quatro repetições, cuja as parcelas foram distribuídas as diferentes lâminas de irrigação (50%, 75 %, % e 125 % da lâmina necessária para a para suprir a evapotranspiração de cultura) e, nas subparcelas, as doses de nitrogênio (0,,200,300 kg ha -1 ). As lâminas de irrigação foram aplicadas por meio de sistema de gotejamento e a adubação nitrogenada de cobertura utilizou ureia como fonte de nitrogênio, sendo realizada nos estádio v3 e v8. Foram avaliadas a produtividade e a profundidade do sistema radicular. Foi possível observar o efeito das doses de nitrogênio apenas na variável produtividade. Já as lâminas de irrigação apresentaram uma resposta linear negativa ambas variáveis analisadas. O milho doce irrigado apresentou produção satisfatória na região do cerrado Sul-Mato-Grossense. A lâmina de irrigação e a dose de N que maximiza o rendimento de milho dose é 50 % da ET c e 300 kg ha -1. PALAVRAS CHAVES

gotejamento; sistema radicular; Zea mays var. saccharata Sturt INTRODUÇÃO O Brasil se destaca mundialmente como um dos maiores produtores de milho comum, fato que possibilita o país ter também um grande potencial para a produção de milho doce (Zea mays var. saccharata Sturt). A diferença básica do milho doce para o milho comum está relacionada a uma mutação genética que bloqueia a conversão de açúcares em amido no endosperma, conferindo o caráter doce (ZUCARELI et al., 2012). Além dessa diferença, o milho doce é considerado uma hortaliça pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e apresenta ciclo de produção com duração entre 90 e dias (TEIXEIRA et al., 2009). Segundo Zárate et al. (2009), este pequeno tempo de permanência no campo, permite produzir o milho doce praticamente todos os meses do ano, seja como cultura única ou como rotação de culturas, o que torna uma alternativa para pequenos e médios agricultores. Assim como em qualquer outra cultura, o desenvolvimento tecnológico é de fundamental importância para a elevação dos rendimentos produtivo do milho doce. Dentre alguns pacotes tecnológico, destaca-se o manejo da nutrição mineral e o manejo da irrigação. É fato que a irregularidade do regime pluvial torna-se restritiva ao desenvolvimento agrícola, pois mesmo dentro de estações chuvosas, observam-se períodos de déficit hídrico. Segundo Kwiatkowski e Clemente (2007) a suplementação de água pela irrigação permite ao produtor escalonar sua produção, assim, atendendo a demanda comercial. Os benefícios da irrigação são potencializados quando associados a outros manejos, como a nutrição mineral de plantas. No manejo da adubação, o nitrogênio merece destaque especial, pois conforme verificado por Okumura et al. (2011), o nitrogênio é o nutriente absorvido em maior quantidade pelo milho doce, o que mais afeta no rendimento e o que possui comportamento mais instável no solo. Conhecimento e uso destas ferramentas de manejo, permite o ajuste para o incremento do rendimento e na melhoria da qualidade do produto. O sistema radicular realiza funções específicas e vitais para o desenvolvimento vegetal, tais como a obtenção de água e nutrientes do solo. Portanto o estudo deste sistema e de fundamental importância para o ajuste destes pacotes tecnológicos. Baseado nestas premissas objetivo deste trabalho foi avaliar o comportamento do sistema radicular e o rendimento produtivo milho doce, híbrido Tropical - Plus, sobre diferentes lâminas de irrigação e doses de nitrogênio, no cerrado Sul-Mato-Grossense. MATERIAL E MÉTODOS O trabalho foi conduzido na área experimental da Universidade Federal do Matogrosso do Sul - UFMS, em Chapadão do Sul, MS localizado aproximadamente nas coordenadas (18 46'24.38"S, 52 37'23.75"O, 808 m). O solo da área é classificado como Latossolo Vermelho Amarelo Distrófico, textura argilosa EMBRAPA (2006). O solo apresentava as seguintes características físico-químicas na camada de 0-20 cm: ph CaCl 2 =4,8; Al=0,09 cmol c dm -3 ; H + Al= 4,8 cmol c dm -3, Ca=3,4 cmol c dm -3 ; Mg=1 cmol c dm -3 ; K=0,13 cmol c dm -3 ; P =4,8 mg dm -3 ; MO=35,8 g dm -3 e V= 48,6%, argila=44,02%, silte=6,92%, areia= 49,06%. O delineamento experimental foi composto por quatro lâminas de irrigação (50, 75,, 125 e 150% da evapotranspiração da cultura, ET c) e quatro doses de nitrogênio (N) (0,,200,300 kg de N ha -1 ), com parcelas subdivididas com quatro repetições, arranjadas em blocos casualizados. As unidades experimentais apresentaram área total de 12 m 2 (4,8 x 2,5 m) e a semeadura foi realizada no dia 02/03/2013, utilizado o hibrido Tropical- Plus, com a densidade de semeadura de 6 sementes por metro linear. Nas parcelas foram testadas as lâminas de irrigação e as doses de N foram testadas nas subparcelas. A

adubação de cobertura foi dividida e realizadas nos estádios V3 e V8 utilizando como fonte ureia. O milho doce foi irrigado utilizando sistema de gotejamento, por meio de fita gotejadora com vazão de aproximadamente 1,1 L h -1, apresentando espaçamento entre emissores (gotejadores) 20 cm, as fitas foram espaçadas entre si 80 cm ou seja uma fita para cada fileira de planta. O sistema de irrigação foi constituído de um reservatório de 20 metros de altura, uma adutora de PVC de 50 mm de diâmetro, tubulação principal de PVC de 32 mm de diâmetro, filtro de disco e manômetro de glicerina. A irrigação real necessária foi determinada em função de parâmetros das características do clima, planta e solo (Eq.1), que representa a real necessidade de água do sistema. IRN i LOC = ETC KS KL PE (1) dia1 em que: IRN LOC = irrigação real necessária em sistemas localizados (mm); ET C = evapotranspiração de cultura (mm dia -1 ); K S = coeficiente de umidade do solo (adimensional); K L = coeficiente de localização (adimensional); e P E = precipitação efetiva no período (mm). A evapotranspiração de cultura ET c (mm dia -1 ) foi estimada por ET c=et 0.Kc, sendo a ET 0 a evapotranspiração de referência (mm) estimada pelo método de Penman- Monteith (ALLEN et al., 1998), os dados meteorológicos diários utilizados no cálculo da evapotranspiração de referência (ET 0) foram retirados do INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), da rede de estação de Chapadão do Sul, MS. Os coeficientes de cultivo (K C), adaptado de Doorenbos e Pruitt (1979), foram de 0,7 e 1,1 para os estádios I e III, respectivamente. Para o estádio II utilizou-se ponderação linear entre o final do estádio I e início do estádio IIII. A duração dos estádios I e II foram de 20 e 30 dias, respectivamente, e o estádio III do 50º dia até a colheita. Os coeficientes de umidade do solo (KS) e de localização (KL)foram de acordo com as Equações 2 e 3, respectivamente. Ln( LAA + 1) K S = (2) LnCTA + 1 K L = 0,1 ( ) P (3) em que: K S = coeficiente de umidade do solo (adimensional); LAA = lâmina atual de água no solo (mm); CTA = capacidade total de água no solo (mm); K L = coeficiente de localização (adimensional); e P = maior valor entre porcentagem de área molhada ou sombreada (%). Os dados de precipitação pluvial foram retirados de um pluviômetro SR instalado na área experimental. A precipitação efetiva foi aquela utilizada diretamente pela cultura (BERNARDO et al., 2008), sendo aquela água necessária para elevar o teor de água

atual no momento da precipitação pluvial até o teor de água equivalente à capacidade de campo. O valor de IRN LOC foi corrigido em função da eficiência de aplicação do sistema de irrigação, definindo a irrigação total necessária para sistemas localizados (ITN LOC) (Equação 4). IRNLOC ITNLOC = Ea (4) em que: ITN LOC = irrigação total necessária em sistemas localizados (mm); IRN LOC = irrigação real necessária em sistemas localizados (mm); e Ea = eficiência de aplicação da água (decimal). A uniformidade de distribuição de água foi determinada utilizando-se a metodologia proposta por Keller e Karmeli (1975), modificada por Denículi et al. (1980). A colheita foi realizada 98 dias após a semeadura, entre os estádios reprodutivos R2 e R3, onde as espigas verdes foram pesadas e os dados transformado em Mg.ha -1. Após a colheita foram realizadas pequenas trincheiras longitudinalmente as linhas de plantas da área útil de cada parcela, perfurando até profundidade máxima raízes expostas no perfil do solo, mensurando da superfície do terreno até a última raiz exposta. Os dados coletados foram submetidos à análise de variância e ajustados a modelos de regressão polinomial. Os coeficientes de regressão foram testados até 5% de probabilidade pelo teste t. Para execução das análises estatísticas, foi utilizado o programa estatístico SIGMA PLOT 11.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO A produtividade analisada foi influenciada por ambos os fatores de variação, lâmina irrigação e doses de nitrogênio (Figura 1).

24 20 Produtividade (Mg ha -1 ) 16 12 8 50 75 Lâminas de Irrigação (% ETc) 125 P = 2,36E+1** - 8,25E-2**LI + 9,47E-5*LI DN R 2 = 0,8192 * p<0,05; ** p<0,01 0 300 200 Doses de N (kg ha -1 ) Figura 1. Produtividade do milho doce em função das lâminas de irrigação e doses de nitrogênio. Com as doses de nitrogênio foi possível observar um efeito linear positivo. Este comportamento também foi reportado por Carmo et al., (2012), ao estudar fontes e doses de nitrogênio no milho doce irrigado em Goiás. O acréscimo das lâminas de irrigação apresentou redução no rendimento de milho doce. Este resultado não corrobora com os obtidos por Oktem et al., (2003), que ao analisarem o efeito do turno de rega e lâminas de irrigação em função da ETc, verificou um aumento do rendimento quando este intervalo entre as aplicações foi reduzido e a lâmina de irrigação foi aumentada. Essa resposta verificada não era esperada, entretanto, esse resultado pode ser explicado baseado no comportamento da profundidade de raízes (Figura 2). O aumento da lâmina de irrigação proporcionou redução no volume de solo explorado 180 pelas raízes diminuindo a retirada de macro e 150 micronutrientes pela cultura. Profundidade de Raízes (cm) 120 90 60 300 50 75 Lâminas de Irrigação (% ETc) 125 0 200 Doses de N (kg ha -1 )

PR = 1,31E+2** - 5,65E-1**LI R 2 = 0,8508 * p<0,05; ** p<0,01 Figura 2. Profundidade do sistema radicular do milho doce em função lâminas de irrigação e doses de nitrogênio. A redução das lâminas de irrigação propiciou um aumento da profundidade do sistema radicular, este efeito é uma estratégia encontrada para minimizar o efeito do estresse hídrico. Taiz e Zeiger (2013), também afirmam esta tendência de crescimento do sistema radicular em condições de estresse hídrico. Apesar de apresentarem comportamentos distintos sobre o rendimento produtivo do milho doce, os fatores de variação testados, apresentaram respostas dentro do intervalo observado por Carmo et al. (2012). Esses autores avaliaram o milho doce em Palmeiras do Goiás-GO e encontraram produtividades variando entre 13,7 e 19,5 Mg ha -1. CONCLUSÃO A influência do manejo da irrigação é maior do que o manejo da adubação nitrogenada sobre os parâmetros analisados no milho doce. O milho doce irrigado cultivado no cerrado Sul-Mato-Grossense, apresenta rendimentos satisfatórios. A lâmina de irrigação e a dose de N que maximiza o rendimento de milho dose é 50 % da ET c e 300 kg ha -1, respectivamente. AGRADECIMENTOS Agradecemos à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsa de estudo CAPES/REUNI. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Allen, R. G.; Pereira, L. S.; Raes, D.; Smith, M. Crop evapotranspiration: guidelines for computing crop water requirements. Rome: FAO, 1998. 297 p. (Irrigation and Drainage Paper, 56). Bernardo, S.; Soares, A. A.; Mantovani, E. C. Manual de irrigação. 8.ed. Viçosa: UFV, 2008, 625 p. Carmo, M. S.; Cruz, S. C. S.; Souza, E. J.; Campos, L. F. C.; Machado, C. G. Doses e fontes de nitrogênio no desenvolvimento e produtividade da cultura de milho doce (Zea mays convar. saccharata var. rugosa). Bioscience Journal, Uberlândia, v. 28, sup. 1, p. 223-231, 2012. Denículi, W.; Bernardo, S.; Thiébaut, J. T. L.; Sediyama, G. C. Uniformidade de distribuição de água, em condições de campo num sistema de irrigação por gotejamento. Revista Ceres, Viçosa, v. 27, n. 50, p. 155-162, 1980. Doorenbos, J.; Pruitt, W. O. Guidelines for predicting crop water requirements, irrigation and drainage. Rome: FAO, 1975. 179 p. (Irrigation and Drainage Paper. n. 24). Empresa Brasileira De Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. 3.ed. Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 2006. 353 p. Keller, J.; Karmeli, D. Trickle irrigation design. Glendora: Rain Bird Sprinkler Manufacturing, 1975. 133p. Kwiatkowski, A; Clemente, E. Características do milho doce (Zea mays L.) para industrialização. Revista Brasileira de Tecnologia Agroindustrial, Ponta Grossa, v. 1, n. 2, p. 93-103, 2007.

Okumura, R. S.; Mariano, D. C.; Zaccheo, P. V. C. Uso de fertilizante nitrogenado na cultura do milho: uma revisão. Pesquisa Aplicada & Agrotecnologia, Pombal, v. 4, n. 2, p. 26-244, 2011. Oktem, A; Simsek, M ; Oktem, A. G. Deficit irrigation effects on sweet corn (Zea mays saccharata Sturt) with drip irrigation system in a semi-arid region: I. Water-yield relationship. Agricultural Water Management, Amsterdam, v 61, n.1, p. 63-74, 2003. Taiz, L.; Zeiger, E. Respostas e adaptações ao estresse abiótico. In: Fisiologia Vegetal. 5ª edição; Porto Alegre, p. 754-778. 2013. Teixeira, F. F.; Gama, E. E. G.; Paes, M. C. D.; Costa, F. M. Aspectos agronômicos e de qualidade de espiga em famílias endogâmicas de milho doce. Sete Lagoas, Embrapa Milho e Sorgo, 2009, p. 6. (Circular técnica n. 121). Zárate, N. A. H; Vieira, M. C; Souza, T. M; Ramos, D. D. Produção e renda líquida de milho verde em função da época de amontoa. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 30, n. 1, p. 95-, 2009. Zucareli, C.; Panoff, B.; Portugal, G.; Fonseca, I. C. B. Doses e épocas de aplicação de nitrogênio em cobertura na qualidade fisiológica de sementes de milho doce. Revista Brasileira de Sementes, Brasília, v. 34, n. 3, p. 480-487, 2012.