UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOLOGIA RICARDO DOS SANTOS RIBEIRO ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA PORÇÃO LESTE DA BACIA DO RECÔNCAVO NORTE - BAHIA Salvador - Ba RICARDO DOS Agosto/ SANTOS 2013 RIBEIRO

ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA PORÇÃO LESTE DA BACIA DO RECÔNCAVO NORTE- BAHIA Monografia apresentada ao Curso de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal da Bahia, como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia. Orientador: Prof. Dr. Sérgio Augusto de Morais Nascimento. Salvador - Bahia Agosto/ 2013

TERMO DE APROVAÇÃO RICARDO DOS SANTOS RIBEIRO ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA PORÇÃO LESTE DA BACIA DO RECÔNCAVO NORTE-BAHIA Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Geologia, Universidade Federal da Bahia, pela seguinte banca examinadora: 1 Examinador: Prof. Dr. Sérgio Augusto de Morais Nascimento. Instituto de Geociências, UFBA. 2º Examinador: Prof. MSc. Hailton Mello da Silva. Instituto de Geociências, UFBA. 3º Examinador: Dr. Cristovaldo Bispo dos Santos. CPRM. Salvador, agosto de 2013

Aos Meus pais Dalva Helena e Fermino Ribeiro ( In memorian)

AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela oportunidade que a mim foi concedida, pela oportunidade de estudar na Universidade Federal da Bahia, por ter guardado todos os dias durante esta trajetória e ter me dado conhecimento para este aprendizado. Também agradeço a minha Família e amigos, em especial a minha mãe, amiga e conselheira Dalva Helena que é uma guerreira, onde junto comigo enfrentou tudo e todos para que assim eu podesse hoje escrever essas poucas palavras de agradecimento por essa apresentação de monografia. Ao meu saudoso pai Fermino Ribeiro (in memorian), que mesmo não estando presente fisicamente sei que me acompanhou por todos esses anos me guiando e mostrando o caminho a ser trilhado, a minha irmã pelos conselhos e apoio nas horas difíceis em que eu encontrava, muito obrigada a todos vocês. Aos Inúmeros amigos sendo eles fora e dentro da faculdade, assim como meu amigo Isaac lima, pelos conselhos e incentivos. Aos amigos que conquistei aqui na universidade, sendo eles: Pedro Ramos (Peu), Vanderlúcia, Daniel, Maria Clara, Iasmine, Enaldo e Paulo lopes, Jamile, Giselaine, Eloisa, Gustavo (gordo), Pedro Mendonça, Natalia Fontes, Mariana Fraga, e em especial a minha amigona que encontrei desde o inicio do curso Carolina Almeida, onde ajudou-me nas minhas dificuldades e pelos puxões de orelha nas horas de distração, enfim todos que juntamente comigo passaram por momentos difíceis, mas que soubermos supera-los sempre de cabeça erguida. Peço desculpa desde já se não citei alguns nomes que por ansiedade não coloquei, mas sintam-se inclusos nesse meio de amigos. Agradeço ao meu amigo, Igor Leonardo pelos ensinamentos para preparação para o vestibular, assim como os incentivos durante a graduação, Igor você mais que ninguém sabe que você é peça fundamental e faz parte desse projeto, muito obrigado. A minha prima/irmã Mileide, pelas palavras de incentivo e força nas horas em que eu me encontrava cansado, a minha prima Adriana, aos meus avôs, parentes, muito obrigado por tudo, e a meu Primo Erivelton, que me ajudou nas tabelas desse Trabalho, ao pessoal do meu estágio (CPRM), muito obrigado a todos vocês. Muito obrigado, a todos do MGB (Museu Geológico da Bahia), que durante 1 ano e 4 meses estagiei lá, onde enriqueci o meu conhecimento e consegui adquirir bons amigos, a todos da CPRM (Serviço Geológico do Brasil), que estagiei e adquirir também bons amigos e apoio durante essa monografia, meu muito obrigado a todos vocês.

Em especial a todos os professores que com responsabilidade e dedicação, ensinaram-me o pouco que sei sobre essa ciência, em especial aos professores Ângela Leal que me ensinou brilhantemente a petrologia Metamórfica, Simone Cruz e Carlson Leite com sua estrutural inesquecível, Marcus Mello com seus ensinamentos de Física e Flávio Sampaio que devo todo aprendizado de mapeamento e ao meu orientador Sérgio Nascimento por ter me ensinado a ser uma pessoa mais dedicada e mais organizado, além Banca examinadora.

Resumo Na área da Bacia Sedimentar do Recôncavo Norte está situado o segundo principal aquífero da Bahia, denominado de São Sebastião, detentor de água doce e de boa qualidade. A área de estudo encontra-se localizado na porção centro leste da referida bacia sedimentar Este Trabalho Final de graduação, aborda os fatores hidrogeológicos encontrados nessa região, especificamente um sumário estatístico dos principais parâmetros, tais como, profundidade dos poços, nível estático (NE), nível dinâmico (ND), vazão (Vae) e vazão específica (Vesp.). Foram identificados os locais que apresentam boas vazões e sua relação com os níveis armazenadores de água em subsuperfície. Observou-se a variação do NE, ND e Vazão com a profundidade dos poços e o rebaixamento do nível piezométrico do sistema aquífero São Sebastião nas últimas quatro décadas. Justifica-se o estudo proposto nesse trabalho devido a grande demanda de água na região, em função do crescimento populacional. Com esse crescimento populacional surgiu à necessidade de analisar os dados existentes na literatura e indicar áreas propícias à produção de grandes vazões de água subterrânea. Assim de posse dos dados interpretados, pode-se constatar uma série de informações hidrogeológicas interessantes obtidas através da interpretação de tabela, gráficos e quadros. Palavras chave: aquífero, nível estático, qualidade e rebaixamento.

ABSTRACT In the area of North Reconcavo Sedimentary Basin is located the second largest aquifer in Bahia, named São Sebastião, keeper of fresh water and good quality. The study area is located in the east central portion of the basin sedimentary. This Final Work graduate, discusses the hydrogeological factors found in this region, specifically a statistical summary of the main parameters such as depth of the wells, static level (NE), dynamic level (ND), flow (Vae) and specific flow (Vesp.). We identified the sites that have good flow and its relation to the levels of water in subsurface storages. Observed variation of the NE, ND and flow with the depth of the wells and lowering the water level of the aquifer system in San Sebastian last four decades. Justified the study proposed in this work due to the great demand for water in the region, due to population growth. With this population growth came the need to analyze the data in the literature and indicate areas for the production of large flows of groundwater. Once in possession of the interpreted data, one can observe a number of interesting hydrogeological information obtained through the interpretation table, charts and tables. Keywords: aquifer, static level, quality and relegation.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 12 2. OBJETIVOS... 13 3. JUSTIFICATIVA... 13 4. METODOLOGIA... 14 5. GEOLOGIA REGIONAL... 16 6. GEOLOGIA LOCAL DA ÁREA DE ESTUDO... 22 7. ASPECTOS HIDROGEOLOGICOS REGIONAIS... 29 8. GEOLOGIA DA BACIA SEDIMENTAR DO RECÔNCAVO NORTE NA ÁREA DE ESTUDO... 32 8.1. SITEMA AQUIFERO BARREIRAS... 32 8.2. SITEMA AQUIFERO MARIZAL... 33 8.3. SITEMA AQUIFERO SÃO SEBASTIÃO... 33 9. ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA ÁREA DE ESTUDO... 34 10. REBAIXAMENTO DA SUPERFÍCIE PIEZOMÉTRICA EM RELAÇÃO AO NÍVEL DO MAR... 41 11. CONCLUSÃO... 43 12. REFERÊNCIAS... 44

ÍNDICE DE FIGURAS FIGURA 01: Mapa de localização e situação da área de estudo Fonte: CPRM...12 FIGURA 02: Fluxograma da Metodologia adotada para confecção deste projeto...16 FIGURA 03: Localização Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá. Fonte: Adaptado de BIZZI, 2003...17 FIGURA 04: Coluna estratigráfica demonstrando a fase pré-rifte, sin rifte e pós rifte que formaram a sequência da área de estudo, Silva et al., 2007...21 FIGURA 05:. Seção geológica esquemática, mostrando o semi graben da bacia do Recôncavo, cujo depocentro encontra-se a leste, Milhomen et al, 2003...22 FIGURA 06: Perfil litológico da Formação São Sebastião, Coordenadas UTM 8588938/572364, Fonte: CPRM...26 FIGURA 07: Perfil litológico da Formação São Sebastião, Coordenadas UTM 8588800/572300, Fonte: CPRM...26 FIGURA 08: Mapa geológico da área de estudo, com poços estudados plotados...28 FIGURA 09: Mapa piezométrico regional do sistema aquífero Recôncavo Norte.Fonte: Modificado de Leite (1964)...30 FIGURA10: Mapa de Distribuição Geográfica da Vazão (m3/h)...35 FIGURA 11: Relação entre a mediana da vazão após estabilização (VAE) e a profundidade dos Poços...37 FIGURA 12: Relação entre a mediana do nível estático (NE) com a profundidade dos poços...38

FIGURA 13: Relação entre a mediana dos sólidos totais dissolvido (STD) e a profundidade dos Poços...39 FIGURA 14: Mapa piezométrico local, demonstrando o sentido do fluxo da água subterrânea na área...40 FIGURA 15: Variação da mediana do nível piezométrico ao longo das últimas décadas...42 ÍNDICE DE FOTO FOTO 01: Estratificação Cruzada Tangencial truncadas por estruturas de fluxo turbulento, da Formação Barreiras...23 FOTO 02: Argilito Branco Laminado da Formação Marizal...24 FOTO 03: Estratificação Cruzada angular da Formação São Sebastião...25 FOTO 04: Paleocanal da Formação são Sebastião...25 FOTO.05:Demonstração da matriz argilosa ferruginosa da Formação Barreiras...32 ÍNDICE DE TABELAS TABELA 01: Poços tubulares estudados de acordo com municípios...15

ÍNDICE DE QUADROS QUADRO 01: Descrição do Perfil litológico da Figura 05...27 QUADRO 02: Descrição do Perfil Litológico da Figura 06...27 QUADRO 03: Sumário Estatístico dos Poços Estudados...34 QUADRO 04: Matriz de Correlação linear entre os parâmetros hidrogeológicos...36

1. INTRODUÇÃO Foi abordado nesse trabalho o aquífero constituído pelas formações geológicas Marizal e São Sebastião, onde localizam as cidades de Camaçari, Dias D ávila, Mata de São João e Simões Filho observadas no mapa de localização e situação abaixo (Figura 01). Este estudo foi elaborado para determinarmos o rebaixamento médio da água subterrânea ao longo das últimas quatro décadas. Abordaremos também outros fatores hidrogeológicos existentes na porção leste da bacia do Recôncavo, dentre as quais as vazões médias e específicas, além da profundidade dos níveis estatico e dinâmico e sua relação com a profundidade dos poços tubulares. Figura 01: Mapa de localização e situação da área de estudo, Fonte: CPRM. 12

2. OBJETIVOS - Principal Este trabalho tem como objetivo principal o diagnóstico Hidrogeológico da água subterrânea localizada no sistema aquífero Marizal/São Sebastião, situado na borda leste da bacia do Recôncavo Norte. - Específico - Estabelecer um sumário estatístico dos principais parâmetros hidrogeológicos regional e local - Realizar um estudo comparativo entre o nível estático, o nível dinâmico e a vazão com a profundidade dos poços - indicar áreas que possam fornecer media e alta vazão. - Verificar o rebaixamento do nível piezométrico na região em relação ao nível do mar. 3. JUSTIFICATIVA Observando o crescente percentual populacional na região do litoral norte da Bahia, especificamente ao longo da rodovia estadual Ba-099, conhecida como: Estrada do Coco, foi necessário um estudo elaborado das águas que abastecem essa população. Ao levantar dados na literatura sobre os recursos hídricos dessa Região podem-se constatar a presença de alguns rios que cortam a mesma, como no caso dos rios: Ipitanga/Jones, Jacuípe e Pojuca. Esses rios apresentam índices de qualidade da água (IQA) normalmente ruim à regular, principalmente por já estar próximo a foz. Isto é devido a vários fatores, tais como: presença de coliformes termotolerantes, sulfactantes (detergentes), nitrogênio total, DBO 5, fenóis, fósforo total e os metais ferro total, manganês total, e cobre total. Surge então a 13

necessidade de se buscar fontes alternativas de suprimento de água na região. Os estudos geológicos mostram que na borda leste da bacia do Recôncavo Norte encontra-se a formação São Sebastião, considerado um dos melhores aqüíferos da Bahia. Essa Formação é composta por arenitos multi-confinados, onde existe a possibilidade de grandes reservatórios em subsuperfície. Entretanto, a exploração intensiva de água subterrânea no Recôncavo, principalmente na área do Centro Industrial de Aratú, no Polo Industrial de Camaçari, unidades de operação da Petrobrás e a sua Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (FAFEN), além dos sistemas municipais de abastecimento de Camaçarí, Simões Filho, Dias d Ávila e Mata de São João entre outras, tem levado como consequência a super-exploração do aquífero São Sebastião. Dados existentes na literatura, acusam um rebaixamento médio na superfície do potencial hidráulico do sistema que pode chegar, em alguns locais, a 80-100m. 4. METODOLOGIA Durante a fase de levantamentos de dados, foram utilizados informações de poços tubulares obtidos no banco de dados do Sistema de Águas Subterrâneas (SIAGAS), da Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e da Companhia de Engenharia Ambiental da Bahia (CERB). Para realização deste trabalho final de graduação foram estudados 124 poços tubulares situados nos municípios da borda leste da Bacia Sedimentar do Recôncavo Baiano, a saber: Simões Filho, Camaçarí, Dias d Ávila, e Mata de São João (Tabela 01). Nestes 124 poços tubulares selecionados foram pesquisados o ano de perfuração e do teste de bombeamento, as coordenadas UTM_ X e UTM_Y, a cota do poço (Z), a profundidade, nível estático (NE), nível dinâmico (ND), vazão após estabilização (Vae), vazão específica (Vesp), rebaixamento (ND-NE), e o perfil litológico do poço. 14

Tabela 01: Poços tubulares estudados de acordo com municípios. Municípios Poços tubulares Selecionados SIAGAS Poços tubulares que foram utilizados Simões Filho 72 39 Camaçarí 148 58 Dias d Ávila 27 14 Mata de São João 26 13 Total 273 124 Ao realizar todos esses procedimentos acima, de posse dos dados obtidos pelo site do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e com a ajuda do Programa Excel pode-se confeccionar tabelas e quadros. Além disso, foi possivel fazer calculos do sumário estatisticos dos principais parâmetros hidrogeológicos e estabelecar uma matriz de correlação linear, que será descrita mas adiante, a seguir observa um fluxograma que compõe todas trajetória deste trabalho, desde o levantamento bibliográfico, cadastramento e seleção dos poços, através dos dados dos 124 poços selecionados, foram feitos com esses dados uma estatistica descritiva, uma matriz de correlação linear e um estudo especifico utilizando a cota do terreno para identificar se houve um rebaixamento do nivel piezométrico em relação ao nivel do Mar, através dessas informações foi feita um tratamento e interpretações dos dados até o projeto final que foi a confecção desse relatório (Figura 02). 15

Figura 02: Fluxograma da metodologia adotada para confecção deste projeto. 5. GEOLOGIA REGIONAL A Bacia do Recôncavo (Figura 03) está localiza ao norte de Salvador, ocupando uma área de 10.359 km 2, sendo 9.657 km 2 em terra e 702 km 2 em área que corresponde à Baía de Todos os Santos. Integra o Rifte Recôncavo-Tucano- Jatobá (CARVALHO & RAMOS, 2010). Sua arquitetura básica é a de um meiográben, com falha de borda a leste e orientação geral NE-SW. Seus limites são representados pelo Alto de Aporá, a norte e noroeste; pelo sistema de falhas da Barra, a sul; pela Falha de Maragogipe, a oeste; e pelo sistema de falhas de Salvador, a leste (SILVA et al., 2007). 16

Figura 03: Localização Rifte Recôncavo-Tucano-Jatobá. Fonte: Milhomem et al, 2003. Esta área é composta por rochas cristalinas de idade Arqueana, depósitos sedimentares de idade Permiana, Jurássica, Cretácea e depósitos aluviais Quaternários.. As rochas Cristalinas de Idade arquena são representas predominantemente por gnaisses granuliticos que pertencem ao bloco Serrinha encontrados na parte oeste e norte; na porção Leste-Nordeste encontram-se o bloco Salvador-Esplanada e, na parte Oeste-Sudoeste os cinturões Itabuna- Salvador-Curaçá. Ao Norte, ocorrem rochas metassedimentares de idade Neoproterozóica, relacionadas ao Grupo Estância. Estas rochas associam-se a sequências supracrustais depositadas em bacias rifte e em ambientes plataformais de margem passiva, compreendendo quartzitos, paragnaisses aluminosos, rochas calciossilicáticas, formações ferríferas, gnaisses manganesíferos, grafitosos e gonditos. São ainda descritas rochas máficas (anfibolitos) interpretadas como remanescentes de crosta oceânica. Estes terrenos estiveram submetidos a 17

múltiplos eventos deformacionais e de metamorfismo desde o Arqueano até o Proterozóico, quando ocorreu a estabilização do Cráton do São Francisco (SILVA et al., 2007). Sobreposto ao embasamento houve a deposição da Formação Afligida que é subdividida nos Membros Pedrão e Cazumba. O Membro Pedrão é composto por arenitos finos a muito finos intercalados com lamitos algais de idade Permiana. Depositado acima, encontra-se o Membro Cazumba que é constituído por pelitos avermelhados e evaporitos de ambiente lacustre. O contato inferior da Formação Afligidos com o embasamento e superior com a Formação Aliança são discordantes, ou seja, ambos pertencem a tempos geológicos diferentes. O preenchimento sedimentar, que chega a atingir a espessura de 7.000 m no depocentro da bacia, compreende uma fase de Sinéclise paleozóica (Formação Afligidos; Supersequência Carbonífero-Permiana), seguida por uma fase Pré-rifte (BIZZI, 2003). As rochas dessa fase depositaram-se, anterior ao evento tectônico onde ocorreu a separação entre Brasil e a África, na Depressão Afro-Brasileira, durante o Jurássico. Essas rochas afloraram principalmente nas bordas do rifte, sendo demonimadas como pertencentes ao Grupo Brotas. O Preenchimento desta bacia ocorreu durante a fase pré-rifte, sin-rifte e pós-rifte, onde serão descritas a seguir, tanto as sedimentações dessas bacias, como a que grupo geológico pertence. Na Fase pré-rifte, quando ainda era uma bacia de sinéclise, ocorreram três grandes ciclos flúvio-eólicos, durante esse eveto geologico foram depositados sedimentos continentais do Grupo Brotas que está compartimentado nas Formações Aliança e Sergi. A sedimentação da Formação Aliança é composta por arenitos arcoseanos finos a conglomeráticos. A Formação Sergi é representada de arenitos conglomeráticos vermelhos e marrons com estratificações cruzadas intercaladas por folhelhos vermelhos a cinza-esverdeados. Ainda neste sistema ocorrem a Formação Itaparica composta por folhelhos vermelhos que são caracteristicos de ambiente tectônico de bacia rasa, dando características do ambiente sin rifte folhelhos avermelhados são característicos de ambiente oxidante 18

o que originou a coloração avermelhada destes, onde além dos folhelos vermelhos são encontrados também os marrons e cinza-olivas, além de siltitos com raras intercalações de arenitos finos e a Formação Água Grande composto por arenitos fluviais grossos a finos, cinza-claro a esverdeados, com estratificações cruzadas acanaladas de médio a grande porte, a estratigrafia do da bacia do recôncavo pode ser observada na (Figura 04). Através de eventos tectônicos acabou ocasionando o surgimento da fase rifte, onde a estruturação da bacia em areais plataformais pouco subsidentes, relativamente estáveis, e depocentros com elevadas taxas de subsidência, ocasionou a formação da Bacia do Recôncavo onde a sequencia estratigráfica é caracterizada por um estágio inicial de lago profundo, progressivamente assoreado em estágios mais tardios, pode-se dizer que esses estágios são subdivididos em : o primeiro, flúvio-deltaico passando a lacustre, representado pela Formação Candeias que engloba folhelhos cinza-escuro (Membro Tauá) e arenitos turbidíticos intercalados por folhelhos cinza-esverdeados e calcilutitos (Membro Gomo) característicos de lago profundo, pela Formação Maracangalha que abrange arenitos turbidíticos, finos, maciços, siltíticos a argilosos, ricos em matéria orgânica (Membro Pitanga) e arenitos lenticulares com estratificações plano-paralelas e cruzadas tangenciais (Membro Caruaçu), pelo Grupo Ilhas (Formações Marfim, Pojuca e Taquipe) composto de arenitos cinza-claros, finos a médios, bem selecionados, intercalados com folhelhos cinza esverdeado da Formação Marfim e arenitos calcíferos muito fino a fino e folhelhos cinzas, siltitos e biocalcarenitos ostracoidais da Formação Pojuca e ainda pelo Grupo Massacará (Formação São Sebastião), cuja sedimentação fluvial finaliza a fase rifte. Esta formação é composta de arenitos de cor e granulometria variada, friável, com intercalações de siltitos e folhelhos e ocorre numa área de 7000 km², ocupando 2/3 da Bacia Sedimentar do Recôncavo (MOTA, 2004). O segundo sistema consiste da Formação Salvador que é composto de fan-deltas derivados da borda falhada, com conglomerados proximais e turbiditos mediais a distais, ocasionado um deposito de pacotes sedimentares bastante espessos. 19

A sequência pós-rifte é representada pelos sedimentos de pouca espessura (30 a 50 metros) pertencentes à Formação Marizal, que na área de estudo corresponde a maior parte, como se pode observar na Figura 8. Sua deposição relaciona-se a sistemas aluviais desenvolvidos no contexto de subsidência termal, indicado pela sub-horizontalidade dos estratos, que se sobrepõem discordantemente a seções estruturadas, relacionadas à fase rifte. Engloba um pacote de arenitos argilosos, cauliníticos, com finas camadas de siltitos e de folhelhos com presença de níveis conglomeráticos basais. Os sedimentos inconsolidados que compõem a Bacia do Recôncavo englobam sedimentos que formam os terraços de idade Pleistocênicos a Holocênico. Os aluviões representam areias mal selecionadas, com níveis cascalhosos contendo seixos angulosos segundo (BARBOSA, 1996). Abaixo segue figura ilustrativa do rifteamento da bacia do Recôncavo, mostrando um semi- gabren cujo depocentro encontra-se a leste, além dessa figura de semi-graben (Figura 05). 20

Figura 04: Coluna estratigráfica monstrando a fase pré-rifte, sin rifte e pós rifte da Bacia do Recôncavo, Fonte: Silva et al., 2007. 21

Figura 05: Seção geológica esquemática, mostrando o semi graben da bacia do Recôncavo, cujo depocentro encontra-se a leste, Fonte: Milhomen et al, 2003. 6. GEOLOGIA LOCAL DA ÁREA DE ESTUDO Localmente, as Formações objeto de estudo hidrogeológico pertencem ao sistema aquífero Barreiras, Marizal e São Sebastião, as quais são descritas abaixo. A Formação Barreiras constitui-se de uma cobertura sedimentar terrígena continental, de idade pliocênica, depositada por sistemas fluviais entrelaçados associados a leques aluviais. No estado da Bahia o grupo Barreiras pode ser encontrado ao longo de toda faixa costeira, com ocorrências mais importantes no extremo sul e nordeste. Na área de estudo esta formação tem ocorrência limitada, se concentram mais a leste e oeste da cidade de Dias d Ávila (Figura 08). Nesta Formação a base estratigráfica é composta por conglomerados estratificados onde predominam grãos de quartzo leitoso, fragmentos alterados de rochas metamórficas, arenito e seixos de argila, a matriz é argilosa e por vezes muito ferruginosa, de onde provem a coloração avermelhada desta Formação (foto 1). 22

Foto 1: Estratificação Cruzada Tangencia,l truncada por estruturas de fluxo turbulento, da Formação Barreiras. Fonte: Fonseca, 2004. A Formação Marizal (Cretáceo Inferior) foi formada na fase Pós-rifte da bacia do Recôncavo ocorrendo assim a deposição de sedimentos em ambiente continental (foto 2)., como leques aluviais, sistemas fluviais eólicos que atingem no máximo 50 m de espessura e foram descritos segundo (RIBEIRO e BORGHI, 2003) e lacustres. Durante a fase Pós-rifte, a Bacia do Recôncavo foi preenchida por dois sistemas progradacionais: o primeiro, de norte para sul, fluviodeltaico, passando a folhelhos prodeltaicos e turbiditos; o segundo, de leste para oeste, consiste de fanglomerados derivados do bloco elevado do embasamento a leste do rifte, com conglomerados proximais (REIS, 2008) e turbiditos mediais a distais (MAGNAVITA et al., 1998).O sistema do aquifero Marizal apresenta dois domínios para o modelo deposicional, o primeiro representa rios cascalhosos, proximais de baixa sinuosidade, associados a depósitos de fluxos de sedimentos, já o segundo é o resultado de rios dominados por canais rasos e largos, com carga de leito arenosa e de sinuosidade baixa a intermediária. Na Fase pós-rifte ocorreu o fim do rifteamento da bacia do Recôncavo que ocorreu em meados do Cretáceo. 23

Foto 2: Argilito Branco Laminado da Formação Marizal. Fonte: Fonseca, 2004. A Formação São Sebastião, de idade cretácica (145 Ma.) é integrante do Grupo Massacará do supergrupo Bahia, é constituída dominantemente por arenitos médios a fino com níveis mais grosseiros na base, gradando para arenitos finos a muito finos (bimodais) em direção ao topo. O sistema deposicional desta formação corresponde a ambiente fluvial de alta energia gradando para ambiente eólico com estratificações cruzada acanalada de grande porte, e aflora, em sua maior parte, na Bacia Sedimentar do Recôncavo Norte (Foto 3 e 4). Distribuindo-se, ainda, na Bacia Sedimentar do Tucano, tendo sua área de recarga de 6.783 km 2, podendo ser subdividida nos membros Paciência, Passagem dos Teixeiras e Rio Joanes ( Viana et al, 1971). 24

Foto 3: Estratificação Cruzada angular da Formação São Sebastião. Fonte: Fonseca, 2004. Foto 4: Paleocanal da Formação são Sebastião. Fonte: Fonseca, 2004. 25

Como exemplo da sequencia estratigrafica dessa Formação apresentamos dois perfis abaixo (Figura 06 e 07) com as seguintes descrições: Figura 06: Perfil Litológico da Formação São Sebastião, coordenadas UTM 8588938/572364, Fonte: CPRM. Figura 07: Perfil Litológico da Formação São Sebastião, coordenadas UTM 8588800/572300, Fonte: CPRM. 26

O perfil da Figura 06, de coordenadas UTM 8588938/572364, obtido no site do Siagas/CPRM, apresenta uma profundidade de 155 m e está situado na localidade de Parafuso II, na Região de Camaçari (Quadro 01). Quadro 01: Descrição dos perfis litológicos da Figura 06, Fonte: Siagas/CPRM. De Até Litologia: Descrição Litológica: (m): (m): 0 1 Solo solo argiloso avermelhado argiloso 1 18 Folhelho folhelho cinza esverdeado e marrom 18 28 Arenito arenito fino, amarelo compacto fino 28 45 Folhelho folhelho cinza e marrom 45 78 Arenito fino arenito fino, amarelo avermelhado, siltoso, bem selecionado 78 102 Arenito arenito fino, avermelhado siltoso, bem selecionado fino 102 112 Folhelho folhelho cinza e vermelho 112 125 Arenito fino arenito fino, avermelhado pouco argiloso, bem selecionad 125 136 Folhelho folhelho cinza e vermelho, pouco arenoso 136 155 Arenito fino arenito fino, avermelhado, pouco argiloso, bem selecionado O perfil da Figura 07, de coordenadas UTM 8588800/572300 obtidos no site do Siagas/CPRM, apresenta uma profundidade de 73m, e está situado na localidade de Parafuso I, na Região de Camaçari (Quadro 02). Esses poços tubulares encontram-se no mapa geológico da Figura 08. Quadro 02: Descrição dos perfis litológicos da Figura 06, Fonte: Siagas/CPRM. De (m): Até (m): Litologia: Descrição Litológica: 0 4 Argila argila avermelhada. 4 10 Folhelho folhelho cinza. 10 20 Folhelho folhelho marrom 20 50 Arenito fino arenito avermelhado, fino, friavel, bem selecionado. 50 61 Folhelho folhelho marrom, cinza. 61 71 Arenito fino arenito avermelhado, compacto fino, bem selecionado. 71 73 Folhelho folhelho avermelhado. 27

28 Figura 08: Mapa geológico da área de estudo, com poços estudados plotados Fonte: CPRM.

7. ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS REGIONAL O sistema aquífero São Sebastião, apresenta elevado potencial hidrogeológico, já que têm espessuras que podem atingir até 3.000 m. Descritos por COSTA, 1994, o contato inferior da Formação São Sebastião com os sedimentos do Grupo Ilha é transicional, enquanto que o superior com a Formação Marizal, é do tipo discordante erosivo/angular. Regionalmente à disponibilidade média dos recursos hídricos (reserva explotável) estimados para esse sistema (Marizal/São Sebastião) é de 8,2 m 3 /s (ANA, 2007). O aquífero apresenta elevada produtividade, tanto na porção livre como na confinada. A vazão média nas primeiras é de 23,7 m 3 /h e a capacidade especifica média de 2,881 m 3 /h/m. Onde é explotado em condições confinadas, os valores médios são de 40,4 m 3 /h e 2,367 m 3 /h/m (ANA, 2007). São comuns, nas porções confinadas, as condições de artesianismo jorrante (CUNHA et al., 1986). Os parâmetros hidrodinâmicos médios do sistema aquífero são: 3,5.10-3 m 2 /s de transmissividade, 1,2.10-5 m/s de condutividade hidráulica e 2,0.10-4 de coeficiente de armazenamento (condições de aquífero confinado) (COSTA, 1994). A cidade de Camaçari tem parcela importante de seu abastecimento dependente do aquífero São Sebastião, onde, também, o manancial apresenta uso industrial. A qualidade química das águas do São Sebastião é considerada como sendo boa, com sólidos totais dissolvidos menores que 500 mg/l (COSTA, 1994). A utilização da água para irrigação é restrita a pequenas áreas e com utilização de baixas vazões, devido a pouca fertilidade do solo nesses locais mais litorâneos. Nas áreas industriais onde o aquífero é densamente explorado os níveis piezométricos apresentam cone de rebaixamento. O aquífero apresenta elevada produtividade, tanto nas áreas livres como também nas confinadas. A disponibilidade hídrica estimada para esse sistema é elevada e indica que o São Sebastião pode atender as demandas de água potável dos municípios situados na área deste sistema aquífero COSTA,1994. Do ponto de vista hidráulico, o sistema aquífero São Sebastião constitui-se num meio extremamente 29

heterogêneo. Desta forma, observa-se que o comportamento do fluxo de águas subterrâneas tende a sofrer variações de acordo com a escala em que é observada. Numa visão regional (Figura 09) da área a direção do fluxo subterrâneo é de W-NW para E-SE de acordo com o mergulho regional dos estratos (LEITE, 1964). Localmente, a direção do fluxo converge para alimentar as correntes de água superficial. Há um paralelo muito forte entre as linhas do fluxo subterrâneo e aquelas do fluxo superficial (CAVALCANTI, 2006), como poderá ser visto no mapa piezométrico regional abaixo. Figura 09: Mapa potenciométrico regional do sistema aquífero Recôncavo Norte. Fonte: Modificado de Leite (1964). 30

8. GEOLOGIA DA BACIA SEDIMENTAR DO RECÔNCAVO NORTE NA ÁREA DE ESTUDO. O sistema aquífero encontrado na Bacia Sedimentar do Recôncavo Norte é formado por uma porção livre e outra confinada. A porção livre é representada pelas coberturas das Formações Marizal e Barreiras que tem espessuras reduzidas e estão relacionadas aos altos topográficos da região. A porção confinada situa-se no Membro Passagem dos Teixeiras da Formação São Sebastião que está recoberto por uma espessa camada de argila, da Sequência Argilosa Superior (LIMA, 1991). 8.1 Sistema aquífero Barreiras O Sistema Aquífero Barreiras tem extensão bastante reduzida na área de estudo, sendo representado em estreitas porções como resultado da erosão do relevo regional. Estes sedimentos sobrepõem-se a Formação Marizal e/ou Formação São Sebastião. A espessura média estimada na Bacia do Recôncavo é da ordem de 50 metros, e comporta-se como aquífero local de transferência de recargas para os sistemas Marizal e/ou São Sebastião. Este encontra-se bastante oxidado rico em hematita (SILVEIRA JÚNIOR, 2004), como pode ser visto na (Foto 05). Foto 5: Demonstração da matriz argilosa ferruginosa da Formação Barreiras. Fonte: Fonseca, 2004. 31

8.2 Sistema aquífero Marizal O sistema aquífero Marizal é constituído de arenitos grossos com níveis sílticos, além de conglomerados em sua porção basal e raras lentes de material argiloso descontínuo. A espessura média na Bacia do Recôncavo é de 200 m (COSTA, 1994), ocorrendo em condições livre. Sobre os sedimentos desta formação está implantada a maior parte do Polo Industrial de Camaçari. Nesta área, a formação apresenta condições hidrogeológicas locais de aquífero suspenso e/ou como aquífero de transferência para o sistema sotoposto formado pelos sedimentos da Formação São Sebastião o escoamento subterrâneo deste aquífero é controlado pela topografia do terreno, com as áreas de recarga situadas junto aos altos topográficos e as de descargas junto aos córregos, rios, drenos e áreas alagadas (SILVEIRA JÚNIOR, 2004). Regionalmente o aquífero Marizal possui, de modo geral, águas de boa qualidade e boa produtividade hídrica. Nas porções Livres a vazão média é de 21,3 m3/h e capacidade específica média é 2,13 m3/h/m (ANA, 2007). Nas porções confinadas os valores médios de vazão e capacidade específica são, respectivamente, de 15,1 m3/h e 2,00 m3/h/m. A disponibilidade hídrica estimada para esse aquífero é de 7,2 m3/s (ANA, 2007), modificado (Alves, 2012). 8.3 Sistema aquífero São Sebastião O sistema aquífero São Sebastião é constituído por camadas arenosas com intercalações de argilas. Suas espessuras, que chegam a atingir 3.000 metros (COSTA, 1994), apresentam elevado potencial hidrogeológico e pode apresentar água doce até 1000 m de profundidade (LEITE, 1964). Os afloramentos deste aquífero ocorrem, principalmente, na Bacia Sedimentar do Recôncavo, em subsuperfície estende-se até a Bacia Sedimentar do Tucano. Sua área de recarga é extensa, o que possibilita uma Excelente recarga direta a partir dos 1.735 mm de precipitação média por ano (SANTOS, 2010). A 32

qualidade química das águas do São Sebastião é considerada de excelente qualidade (Alves,2012). 9. ASPECTOS HIDROGEOLÓGICOS DA ÁREA DE ESTUDO. De posse dos dados de 121 poços retirados do site do Siagas/CPRM foi possivel realizar uma estatistica descritiva com ajuda do programa Excel. De acordo com os dados do (Quadro 3), foi possivel notar que os poços apresentam uma média de 150,2 metros de profundidade, podendo apresentar uma variação de 14,4 metros para mais ou para menos. O nivel estático apresenta uma média de 12,4 metros num total de 120 poços podendo variar 2,5 metros para mais ou para menos. Com relação ao nível dinâmico, observase que a média é de 46,9 metros com um nivel de canfiança variando 4,1 metros para mais ou para menos. A Vazão específica apresentou uma média de 1,3 m3/h/m variando entre 0,7 para mais ou para menos e uma contagem de 27 poços. A vazão após estabilização apresentou uma média de 52,5 m3/h, podendo variar 11,1 m3/h para mais ou para menos obtido em 121 poços. Quadro 03: Sumário Estatistico dos Poços Estudados. Prof. (m) NE (m) ND (m) Vesp M 3 /m/h Vae (m 3 /h) Média 150,2 12,4 46,9 1,3 52,5 Mediana 147,5 7,1 43,5 0,7 26,4 Desvio padrão 80,0 14,0 22,6 1,7 61,9 Assimetria 0,8 1,6 0,7 2,9 1,9 Intervalo 361,0 67,4 132,2 8,1 282,5 Mínimo( Valor) 9,0 0,0 2,3 0,0 0,5 Máximo (Valor) 370,0 67,4 134,4 8,1 283,0 Nível de confiança(95%) 14,4 2,5 4,1 0,7 11,1 *Prof. Profunfidade/ NE Nivel estatico/ ND Nivel Dinâmico/ Qesp. Vazão Especifica/ Qae Vazão após estabilização. O mapa de distribuição geográfica da vazão mostra que as melhores vazões encontram-se na parte sul-sudoeste da área de estudo com a possibilidade dos poços produzirem mais de 100 metros cúbicos de água por 33

hora, tornando-se o local mais aconselhavel para a perfuração de poços visando o abastecimento da região centro-leste da bacia do Reconcavo Norte (Figura 10), especialmente as localidades de Abrantes, Jauá, Arembepe e Guarajuba ao longo da estrada BA-099 (estrada do côco). m3/h 8610000 8605000 100 8600000 40 8595000 0 8590000 575000 580000 585000 590000 595000 Figura 10: Mapa de distribuição geográfica da vazão (m3/h). Foi confeccionado uma matriz de correlação linear com os parâmetros hidrogeologicos profundidade, nivel estático (NE), Nivel dinâmico (ND), Vazão específica (Vesp), Vazão após estabilização (Vae). Os resultados mostraram otimas correlações entre a profundidade do poço e a vazão após estabilização, com um coeficiente de correlação r=0,76. 34

Além disto foi verificada uma ótima correlação entre a Vazão específica e a vazão após estabilização com um coeficiente r= 0,72. Foi utilizado como valor limite de correlação r=0,70 (Quadro 04). Quadro 04: Matriz de correlação linear entre os parâmetros hidrogeológicos. Prof. (m) Prof.(m) 1 NE (m) ND (m) Qesp (m3/h/m) Qae (m3/h) NE (m) 0,48 1,00 ND (m) 0,48 0,40 1,00 Vesp (m3/h/m) 0,37 0,15-0,40 1,00 Vae (m3/h) 0,76 0,40 0,34 0,72 1,00 *Prof. Profunfidade/ NE Nivel estatico/ ND Nivel Dinâmico/ Vesp. Vazão Especifica/ Vae Vazão após estabilização. Desta forma verificou-se, através da Figura 11, que existe um aumento substancial da vazão com o aumento da profundidade dos poços, principalmente a partir dos 100 metros. 35

300 250 200 150 VAE 100 50 0-50 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 PROF. Mediana 25%-75% distância entre os quartis Outliers Extremes Figura 11: Relação entre a mediana da vazão após estabilização (VAE) e a profundidade dos Poços. Ao mesmo tempo observa-se um aumento do nível estático (NE), com a profundidade dos poços principalmente a partir de 225 metros, de acordo com a (Figura 12). 36

80 70 60 50 40 NE 30 20 10 0-10 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 PROF. Mediana 25%-75% distancia entre os quartis Outliers Extremes Figura 12: Relação entre a mediana do nível estático (NE) com a profundidade dos poços. A salinidade representada pelos sólido totais dissolvidos (STD), no sistema Marizal/ São Sebastião não aumenta com a profundidade dos poços, oscilando em torno de 100 mg/l (Figura 13). Portanto, até 350 metros de profundidade a água subterrãnea é doce na região, apartir dos 350 metros a água começa ficar salobra. 37

1200 1000 800 600 STD 400 200 0-200 0 50 100 150 200 250 300 350 400 450 PROF. Mediana 25%-75% Amplitude entre os quartis Outliers Valores Extremos Figura 13: Relação entre a mediana dos sólidos totais dissolvido (STD) e a profundidade dos poços. Através dos valores das cotas topográficas e do nível estatico (NE) coletados no banco de dados da CPRM/SIAGAS, pode-se confecionar um mapa piezométrico da área de estudo onde podemos observar através da degradação de cores a direção e o sentido do fluxo da água que ocorre de Noroeste para sudeste, sendo indicado a cor vermelha para cotas topograficas de 60m, e a cor azul claro para cotas de 10m, comprovando assim o sentido do fluxo hidrologico (Figura 14). 38

39 Figura 14: Mapa piezométrico da área de estudo, demonstrando o sentido do fluxo para sudeste, Fonte: CPRM.

10. REBAIXAMENTO DA SUPERFÍCIE PIEZOMÉTRICA EM RELAÇÃO AO NÍVEL DO MAR. O nível piezométrico do aquífero na região está abaixando com o passar dos anos quando comparado à cota do nível do mar. Para comprovar tal assertiva, foi necessário contar com o valor da cota do poço e do nível estático de 82 poços tubulares na região. Para calcular o rebaixamento da Superfície Piezométrica foi utilizada a cota poço menos o nível estático (cota NE). Com a utilização do Software Statística, utilizou-se o método conhecido como Box plot para obter os valores médios (mediana) da superfície piezométrica dos poços no período de 1970 e 2010. Os resultados encontram-se na Figura 15. Nessa figura é possivel observar uma variação da superficie piezométrica na região a partir dos anos de 1970-75, quando apresentava naquela época uma mediana de 48 metros de altitude em relação ao nível do mar. Desde então verifica-se um rebaixamento paulatino até atingir uma altitude média (mediana) aproximada de 18 metros acima do nível do mar em 2010, acusando um rebaixamento aproximado de 30 metros ao longo de 40 anos. Na mesma figura 15 observa-se alguns pontos acima e abaixo da reta, sendo que os que estão abaixo podem representar épocas de superexploração do aquífero ou falta de chuvas que prejudicaram o seu reabastecimento. Este fato pode ter ocorrido entre os anos de 1975 e 1985 e entre 2004 e 2005. Por outro lado pode ser observado dois pontos acima da linha de regressão que ocorreu entre os anos de 1990 e 2000, caracterizando um aumento da superfície piezométrica em razão de bons períodos chuvosos com reabastecimento do aquífero São Sebastião. É possivel também que esse aumento seja devido aos poços tubulares pesquisados terem sido perfurados em regiões que apresentam relevo topografico mais elevado em cotas superiores a 80 metros de altitude. Como é sabido quando eleva-se a 40

topografia, a superfície freática tende também a elevar-se em relação ao nível do mar. 100 90 80 70 60 50 40 30 SUPERFÍCIE PIEZOMÉTRIC 20 10 0-10 1965 1975 1985 1995 2005 2015 1970 1980 1990 2000 2010 ANO Mediana 25%-75% intervalo entre os quartis Outliers Extremes Figura 15: Variação da mediana do nível piezométrico ao longo das últimas décadas 41

11. CONCLUSÃO Na região pode-se observar que o valor do Nível estático (NE), aumenta em função da profundidade dos poços. Esse aumento começa aos 225 metros. O mesmo ocorrendo para a vazão após estabilização (VAE) que apresenta um aumento com a profundidade especialmente apartir dos 150 metros de profundidade. A salinidade da água subterrânea expressa através dos valores de STD não varia com a profundidade dos poços até cerca de 350m. O mapa piezométrico da área de estudo, mostra que o sentido do fluxo da água subterrânea ocorre de noroeste pra sudeste, em conformidade com o fluxo regional da bacia sedimentar do Recôncavo Norte. De acordo com esse fluxo, pode-se sugerir a instalação de poços com boa vazão na parte sul-sudeste da área, tendo em vista que o mapa de distribuição das vazões também mostra essa área como mais apropriada. Ocorreu na área um rebaixamento do nível freático de cerca de 30 metros ao longo das últimas quatro décadas em relação ao nível do mar. Este acentuado rebaixamento do nível estático pode ser devido a super explotação deste aquífero, principalmente pelas indústrias e pelos sistemas de abastecimento dos municípios de Dias D Avila, Mata de São João, Simões Filho e principalmente Camaçari. 42

12. REFERÊNCIAS ANA Agência Nacional das Águas. Disponibilidade e demandas de recursos hídricos nobrasil. Brasília : ANA, 2007. Disponível em: <http://arquivos.ana.gov.br/planejamento/estudos/sprtew/2/2-ana.swf>. Acesso em: 8 de janeiro de 2012. ALVES, Jamille Evangelista, Trabalho final de graduação- Aspecto Hidrogeoquímico do Ferro Total do Sistema Aquífero São Sebastião na Área do Polo Industrial de Camaçari-Ba, Universidade Federal da Bahia. Salvador: 2012. BIZZI, L. A., SCHOBBENHAUS, C., VIDOTTI, R. M., & GONÇALVES, J. H. Geologia, Tectônica e Recursos Minerais do Brasil. Brasília - DF: CPRM 2003. BARBOSA, J. S. F.; DOMINGUEZ, J. M. L. Mapa Geológico do Estado da Bahia, texto explicativo. 1996. CARVALHO, L. M., & RAMOS, M. A. Geodiversidade do Estado da Bahia - Programa Geologia do Brasil. Salvador: CPRM 2010. CAVALCANTI, S. S. Quantificação dos recursos hídricos subterrâneos do aquífero Recôncavo na bacia do rio Capivara. 121 f. Tese (Doutorado) - Pós- Graduação em Geofísica. Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, 2006. COSTA, W.D. Água subterrânea e o desenvolvimento sustentável do semiárido nordestino. In: Projeto ÁRIDAS. Brasília, Secretaria de Planejamento, Orçamento e Coordenação da Presidência da República. 1994. CUNHA, J.E.M.; NEGRÃO, F.I.; SANTOS, P.R.P. Panorama atual das águas subterrâneas no Estado da Bahia. IV Congresso Brasileiro de Águas Subterrâneas, Brasília DF, 1986. p. 80-95. FONSECA, PEDRO PEREIRA, Trabalho Final de Graduação- Mapeamento Geológico e Zoneamento Geoambiental da região do Polo Industrial de Camaçari, Através do Uso de Ortofotos Digitais, Universidade Federal da Bahia, Salvador-BA, 2004. 43

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