FLORESCIMENTO E PRODUÇÃO DE SEMENTES DE CENOURA (Daucus cavota L.) SOB A INFLUÊNCIA DO ÁCIDO GIBERÉLICO* RESUMO

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Transcrição:

FLORESCIMENTO E PRODUÇÃO DE SEMENTES DE CENOURA (Daucus cavota L.) SOB A INFLUÊNCIA DO ÁCIDO GIBERÉLICO* A.A. LUCCHESI** K. MINAMI*** W.M. YANG**** R.A. SUMI**** G.R. MENDES**** RESUMO Foi conduzido um experimento no Campo Experimental da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", em Piracicaba, SP, com a finalidade de se avaliar a influência do ácido gi berélico (GA 3 ) na indução do florescimento e produção de sementes de ce noura (Daucus cavota L.) cultivar Denver, do grupo Nantes. * Entregue para publicação em 16/12/83. ** Professor Adjunto do Departamento de Botânica. *** Professor Adjunto do Departamento de Agricultura e Horticultura. **** Estagiários dos Departamentos de Botânica e Agricul tura e Horticultura.

Utilizou-se dos seguintes tratamentos: 0, 50, 100 e 150 ppm de ácido giberélico, e para cada dosagem, aplicações de 1, 3 e 6 vezes consecu tivas, espaçadas de 7 dias, inician do-se a primeira aplicação quando o sistema radicular principal apresentava aproximadamente 1 centímetro de diâmetro. Os resultados permitiram concluir que, o ácido giberélico mesmo em doses pequenas pode substituir o frio na indução floral e produção de sementes de cenoura; e que a melhor concentração de ácido giberélico para a produção de sementes ue cenoura "Denver" foi a de 100 ppm. Concentrações maiores induziram a formação de plantas com crescimento vegetati vo excessivo, embora houvesse flores cimento. INTRODUÇÃO Algumas culturas olerícolas necessitam, ãs vezes, de certas condições especfficas para o seu florescimento (STREET e OPIK, 197*0. Consequentemente, a produção de sementes também é afetada. Isso torna problemático a pr dução de sementes em determinados locais ou regiões, que nio possuem as condições exigidas. 0 exemplo típico é o caso da cenoura, que necessita que as plantas fiquem expostas a um determinado perm do de frio (vernalizaçio), para que floresçam, e portanto, produzam sementes. Outras plantas de regiões tempe-

radas, como a alface, nabo, rabanete, mostarda e repolho, também requerem a vernalização (METIVIER, 1979). Para certas variedades de cenoura, não se tem no Brasil perfodos tão longos de baixas temperaturas para induzir o seu florescimento. Por outro lado, é possfvel induzf-lo artificialmente pelo tratamento a frio. Porém, a um custo quase sempre muito elevado, encarecendo demais a produção de sementes, não compensando economicamente. Torna-se mais econômico a sua importação. Mas, existem outros métodos que são mais fáceis e menos onerosos. LANG e REINHARD (I960, STREET e OPIK (197 2») e NICKELL (1982), afirmam que certas plantas que necessitam de frio para florescer podem ser induzidas ao florescimento pel a giberelina, aplicada exõgenamente. Para a cenoura tem sido relatado que a giberelina pode induzir o seu florescimento, reduzindo, inclusive, o período, isto é, normalmente a cenoura leva dois anos para produzir sementes e através da aplicação deste regu lador de crescimento, o período pode ser reduzido em ate um ano. Este trabalho teve como finalidade induzir o florescimento das plantas de cenoura, visando a produção de semente, sem exposição ao frio. MATERIAL E MÉTODOS 0 experimento foi realizado na área experimental do Setor de Horticultura da ESALQ., Piracicaba, no período de março à outubro de 1982. A cultura utilizada foi a cenoura de inverno, cultivar Denver, do grupo da Nantes, de difícil florescimeji to nas condições brasileiras.

A instalação da cultura obedeceu aquela proposta por FIGUEIRA (1972), usando-se 0,5 g de sementes por me tro linear e espaçamento de 30 cm entre linhas. Aos 25 dias após a semeadura foi feito o primeiro desbaste deixando-se uma planta a cada 8 cm, na linha. Aos 60 dias foi feito o segundo desbaste, deixando-se uma planta a cada 15~20 cm. Finalmente, aos 90 dias, foi feito o desbaste final deixando-se um lote a cada 50 cm e eliminando-se 2 linhas e deixando uma, ficando o espaçamento final de 90cm x 50 cm. 0 número de plantas por parcela foi de 10. A giberelina (GA 3 ) foi fornecida pela firma Abbott Laboratórios do Brasil Ltda., de marca comercial Pro- Gibb, com 10¾ de ácido giberélico. A pulverização das soluções de ácido giberélico (GA 3 ) foi feita com um pulverizador JACTO de 5 1 0 delineamento utilizado foi o de blocos casualiza dos, com parcelas subdivididas, com os seguintes tratamentos: concentrações de 0, 50, 100 e 150 ppm de ácido giberélico e para cada dosagem, aplicações de 1, 3 e 6 vezes, durante o desenvolvimento da planta, a cada 7 dias; iníciando-se, a primeira ap1icação, quando o siste ma radicular principal apresentava aproximadamente 1 cm de diâmetro. A analise de germinação foi feita após um ano, cujas sementes foram guardadas em sacos plásticos, mantidos em condições ambientais normais. Os dados, para a análise de variância foram transformados em /x + U,5

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados obtidos, com relação ao florescimento e produção de sementes, estão no quadro 1 e a porcentagem de germinação de sementes no quadro 2.

No transcorrer do experimento, observou-se que todos os tratamentos nos quais utilizou-se as diferentes concentrações de GA3, houve um grande vigor vegetativo, elongação das hastes foliares e tendência ao florescimen^ to. ~ De acordo com LANG e REINHARD (1961), STREET e OP IK (197 7 *) e NICKELL (I982), estes resultados eram os esperja dos, pois a giberelina induz a planta rosetadas a elongar o seu caule e em seguida formar flores e a cenoura é uma planta que reage assim.

Por outro lado, enquanto que algumas plantas rosetadas necessitam de pequenas doses de giberelina para florescer, outras necessitam de doses repetidas e substâncias para responder ao estímulo químico. Em alface, por exemplo, uma aplicação de 50 ppm de ácido giberélico já ê o suficiente para indução floral, enquanto que a salsa necessita várias aplicações da mesma substância. No caso da cenoura, parece que uma só aplicação de ácido giberélico, na concentração de 50 ppm já é suficiente para induzir o florescimento, pelo menos para a variedade Denver. Observou-se também, no presente experimento, uma relativa precocidade na emissão do pendão floral, no tra_ tamento 100 ppm, em 6 aplicações consecutivas. A quantidade de semente produzida por planta não diferiu entre os tratamentos com ácido giberélico nas dj_ ferentes dosagens e em diferentes números de aplicações. A porcentagem de germinação (Quadro 2), após um ano, se mostrou maior quando o teor do ácido giberélico aplicado foi maior, seja em número de aplicação ou em concentração; salvo na aplicação de 150 ppm relativo a uma só apl i cação. Por outro lado, com referência ã própria planta as aplicações de altas doses de ácido giberélico induziram a formação de órgãos ligeiramente deformados pelo crescj_ mento excessivo. Porém, isso não influiu na produção de sementes. CONCLUSÃO Para as condições do experimento conclui-se que:

a) A giberelina, mesmo em doses pequenas pode subs tituir o frio na indução floral e produção de sementes de cenoura. b) A melhor concentração de ácido giberélico para a produção de sementes de cenoura Denver e que apresentou boa germinação dessas sementes, foi a de 100 ppm. Concentrações maiores induziram a formação de plantas com crescimento vegetativo excessivo. SUMMARY FLOWERING AND SEED PRODUCTION OF CARROT (Daucus carota L.) UNDER GIBBERELIC ACID INFLUENCE. The experiment was done in order to evaluate the influence of GA3 on carrot flowering and seed production, at ESALQ, Piracicaba, Brazil. The treatments were 0, 50, 100 and 150 ppm of GA 3 and for each dosage, it was applied 1, 3 and 6 times, 7 days intervals, begining when top root reached, 1 cm of diameter. The results showed that GA 3 may substitute flower induction by cold and seed production in all con centration studied. The best concentration of GA3 for seed production of "Denver" carrot was 100 ppm. Higher concentrations have induced plants with excessive vegetative growth.

LITERATURA CITADA FIGUEIRA, F.A.R., 1972. Manual de Olericultura. Editora Agronômica Ceres, São Paulo, 451 p. LANG, A.; REINHARD, E.,1961. Gibberellins and flower formation. Advances in Chemistry series 28:71-79. METIVIER, J.R., 1979. Giberelinas. In: Fisiologia Vege tal vol. 2, Ed. P.V. e Ed. U.S.P., São Paulo, p. 129-161. NICKELL, L.G., 1982. Plant-Growth Substances. Kirk- Othmer: Encyclopedia of Chemical Techonology. vol. 18 3a. ed., 23 p. STREET, H.E.; OPIK, H., 1974. Fisiologia das angiosper mas: Crescimento e desenvolvimento. Polígono, Ed. U.S.P., São Paulo, 315p.