INFORME TÉCNICO 005/2014

Documentos relacionados
BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 011/2014

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO LEPTOSPIROSE Nº 001/2018

Vigilância da Leishmaniose Tegumentar Americana no estado do Rio de Janeiro 01/01/2007 a 07/11/2017

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2017

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 001/2019

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 001/2019

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 001/2015

INFORME TÉCNICO 001/2016

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ESPOROTRICOSE 001/2018 VIGILÂNCIA E CENÁRIO EPIDEMIOLÓGICO:

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 007/2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 009/2015

Vigilância Epidemiológica da Febre do Chikungunya

Cristiane Borba Campos de Carvalho Graduanda. Medicina Veterinária. UFRRJ

PORTARIA No- 204, DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 002/2017

REUNIÃO ESTADUAL PROFILAXIA DA RAIVA HUMANA

Profilaxia da Raiva Humana

ALERTA FEBRE MACULOSA 001/2016

ESPOROTRICOSE EM FELINOS DOMÉSTICOS

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 008/2015

NOTA TÉCNICA FEBRE AMARELA SESA/ES 02/2017. Assunto: Informações e procedimentos para a vigilância de Febre Amarela no Espírito Santo.

NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA - PORTARIA Nº 204 DE 17 DE FEVEREIRO DE 2016 Prof.ª Natale Souza

INFORMATIVO CIEVS 003/2018

INFORMATIVO CIEVS 005/2018

Vigilância Integrada Epidemiológica

INFORMATIVO CIEVS 016/2017

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 002/2018

Nota Técnica nº 13 LEISHIMANIOSE VICERAL

INFORMATIVO CIEVS 015/2017

INFORMATIVO CIEVS 041/2016

ESPOROTRICOSE FELINA - RELATO DE CASO SPOROTRICHOSIS IN CAT - CASE REPORT

INFORMATIVO CIEVS 008/2017

INFORMATIVO CIEVS 046/2016

INFORMATIVO CIEVS 006/2017

INFORMATIVO CIEVS 034/2016

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 010/2014

Vigilância em Saúde e Vigilância Epidemiológica

ESPOROTRICOSE EM GATOS NO RIO GRANDE DO SUL

INFORMATIVO CIEVS 023/2016

INFORMATIVO CIEVS 001/2016

INFORME EPIDEMIOLÓGICO 001/2019

ALERTA EPIDEMIOLÓGICO Nº 01/2018 DIVEP/SUVISA/SESAB

INFORMATIVO CIEVS 025/2016

ENFERMAGEM DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS. TUBERCULOSE Aula 5. Profª. Tatiane da Silva Campos

Construção do Canil Municipal de Cruzeiro-SP

Orientações para Notificação / Investigação de casos suspeitos de Sarampo (CID 10: B05)

INFORMATIVO CIEVS 021/2016

INFORMATIVO CIEVS 002/2016

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 004/2015

INFORMATIVO CIEVS 003/2015

INFORMATIVO CIEVS 014/2016

Investigação de Surtos e Epidemias

INFORMATIVO CIEVS 012/2018

INFORMATIVO CIEVS 011/2018

INFORMATIVO CIEVS 001/2019

INFORMATIVO CIEVS 017/2016

INFORMATIVO CIEVS 015/2016

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 004/2018

INFORMATIVO CIEVS 003/2019

PREFEITURA DE FLORIANÓPOLIS SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE CENTRO DE CONTROLE DE ZOONOSES RAIVA

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 008/2016

Avaliação do conhecimento dos moradores da Zona Norte do Rio de Janeiro em relação à esporotricose

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

PRIORIDADES AÇÕES PRIORITÁRIAS

SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE DIRETORIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE NOTA TÉCNICA CCZ/CIEVS/DVIS/SMS N.º 03/2018 DE 23 DE FEVEREIRO DE 2018

Notificações de Tuberculose no Estado do Rio de Janeiro Dados básicos. Notas Técnicas. Origem dos dados

Informe Epidemiológico 003/2018

ESPOROTRICOSE CUTÂNEA: A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO ARBOVIROSES Nº 002/2019

NOTA TÉCNICA CONJUNTA Nº 01/2015

Vigilância Epidemiológica. Profa. Rachel Sindeaux

Fluxo das Doenças de Notificação Compulsória no HMVSC

Painel de Indicadores Estratégicos de Vigilância em Saúde

CAPACITAÇÃO AGENTE COMUNITÁRIOS

INFORMATIVO CIEVS 006/2016

COES Febre Amarela CENTRO DE OPERAÇÕES DE EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA SOBRE FEBRE AMARELA

Projeto AGHA - Igarapé. Saúde Pública

Perfil Epidemiológico do Suicídio no Paraná

PROTOCOLO ROTINA DE INTERNAÇÃO PARA SUSPEITA DE TUBERCULOSE BACILÍFERA

ENFERMAGEM EPIDEMIOLOGIA E VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA. Aula 2. Profª. Tatiane da Silva Campos

INFORMATIVO CIEVS 005/2016

III contra a criança e o adolescente; IV contra a pessoa com deficiência; VI contra o portador do vírus HIV;

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 006/2015

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 005/2015

Indicadores de Monitoramento: INVIG e PQA-VS

01/11/2018. Vigilância em Saúde do Trabalhador HISTÓRICO HISTÓRICO HISTÓRICO

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA DA LEISHMANIOSE VISCERAL NA PARAÍBA: UMA QUESTÃO DE SAÚDE PÚBLICA

TARGIFOR (aspartato de arginina) Sanofi-Aventis Farmacêutica Ltda. Comprimido efervescente 1500mg

MANUAL DE PREENCHIMENTO DO RELATÓRIO INDIVIDUAL DE NOTIFICAÇÃO DE AGRAVO - RINA

BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO 001/2015

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL

Endereço: Pça Dr. França nº: Telefone: (34) s:

Informe Epidemiológico 008/2017

Elisabete Cristina Viana da Costa

ALERTA LEPTOSPIROSE 001/2019

HEPATITES VIRAIS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS EM IDOSOS: BRASIL, NORDESTE E PARAÍBA

Transcrição:

SECRETARIA DE ESTADO DE SAÚDE DO RIO DE JANEIRO SUBSECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE SUPERINTENDÊNCIA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA E AMBIENTAL GERÊNCIA DE DOENÇAS TRANSMITIDAS POR VETORES E ZOONOSES - GDTVZ INFORME TÉCNICO 005/2014 Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses - GDTVZ VIGILÂNCIA DA ESPOROTRICOSE Orientações sobre Vigilância da Esporotricose no Estado do Rio de Janeiro Rio de Janeiro, 23 de dezembro de 2014.

Diante da Portaria GM/MS nº 1.271 de 6 de junho de 2014, em seu artigo 2º, parágrafo IV, que inclui epizootia na lista de doenças de notificação compulsória nacional, bem como do perfil epidemiológico da doença no estado, a esporotricose passou a ser considerada um agravo de interesse estadual a partir de 2013 sendo, portanto, de notificação compulsória, através da Resolução SES nº 674 de 12 de julho de 2013. ESPOROTRICOSE HUMANA Todos os casos suspeitos de ESPOROTRICOSE HUMANA são de notificação compulsória e deverão ser notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) conforme as seguintes normas e rotinas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ): Caso suspeito todo paciente com quadro clínico sugestivo de esporotricose: DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Paciente com lesão ou múltiplas lesões cutâneas em trajeto de vasos linfáticos que apresente história epidemiológica de contato com gato ou manipulação de matéria orgânica previamente ao aparecimento das lesões. CRITÉRIO DE CONFIRMAÇÃO Clínico-epidemiológico: Paciente com quadro clínico compatível com esporotricose e história epidemiológica sugestiva sem realização e / ou confirmação de isolamento ou visualização do S. schenckii. Clínico: Paciente com quadro clínico compatível com esporotricose e resposta ao tratamento específico sem história epidemiológica sugestiva e sem realização e / ou confirmação de isolamento ou visualização do S. schenckii. Laboratorial: Paciente com amostra clínica com isolamento ou visualização do S. schenckii. Como o número de fungos nas lesões humanas é geralmente escasso, o exame direto é habitualmente negativo, sendo utilizada a cultura para fungos ou exame histopatológico. Em geral, os critérios clínicos e clínico-epidemiológico são os mais utilizados, uma vez que o exame para cultura é demorado, sendo recomendado o tratamento desde a suspeição do caso. Investigação deve ser realizada pelos serviços de saúde por meio da ficha de notificação individual/conclusão do SINAN (CID B42.0) que deve ter todos seus campos preenchidos inclusive quando a informação for negativa. Prazos a investigação deve ser realizada após a suspeição clínica do caso, assim como a notificação deve ser realizada em até uma semana da suspeição clínica, permitindo que as medidas de controle sejam tomadas. O prazo para encerramento oportuno da investigação do caso é de até 180 dias após data de notificação. Notificação - através do preenchimento da ficha de notificação individual/conclusão do SINAN e registro no SINAN, respeitando o fluxo de envio de fichas e transferência de lote do SINAN previamente estabelecidos. Quando da ocorrência de acidentes com animais é importante também comunicar o serviço de Controle de Zoonoses / Vigilância Ambiental o quanto antes para a tomada de medidas preventivas. TRATAMENTO Todo tratamento deve ser sempre realizado com orientação e acompanhamento de um médico (humanos) e um médico veterinário (animais). Itraconazol - é o medicamento de eleição, na dose de 100 a 200 mg/dia por via oral após refeição. Geralmente é muito bem tolerado, sendo necessários cuidados especiais com interações medicamentosas (não utilizar com estatinas ou medicamentos hepatotóxicos), e o paciente deve ser orientado a não ingerir álcool durante o tratamento. Terbinafina - é um agente fungicida eficaz contra esporotricose nas formas fixa e cutâneo-linfática, administrado na dose de 250 a 500 mg/dia, via oral. Apresenta menos interações medicamentosas do que o itraconazol. Tanto o itraconazol como a terbinafina são bem tolerados, mas deve-se atentar para eventual dano hepático de ambas as drogas. 2 P á g i n a

Iodeto de potássio a solução saturada de iodeto de potássio, embora tenha mecanismo de atuação desconhecido, é classicamente utilizada no tratamento da esporotricose linfocutânea ou fixa por sua eficácia e baixo custo. O tempo médio de tratamento é de 90 dias, quando normalmente ocorre a cura clínica. O critério de cura é clínico, correspondendo a epitelização da(s) lesão (ões), desaparecimento do eritema e das crostas, resolução da linfangite e das gomas. GESTANTES não podem ser tratadas com itraconazol, terbinafina ou iodeto de potássio. Em caso de esporotricose em gestantes, orientar para realização de calor local. Sendo necessário o tratamento, encaminhar para um centro de referência para realização de anfotericina B. ESPOROTRICOSE ANIMAL Todos os casos suspeitos de ESPOROTRICOSE ANIMAL deverão ser notificados e registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) conforme as seguintes normas e rotinas estabelecidas pela Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES-RJ): DEFINIÇÃO DE CASO SUSPEITO Caso suspeito todo animal (em especial gatos) com lesão cutânea (localizada e/ou disseminada), sendo muito comum em áreas da face (focinho e orelhas). Inicialmente a lesão é sólida, circunscrita, avermelhada e levemente elevada, aumentando lentamente para se tornar um nódulo que, posteriormente pode ulcerar. CRITÉRIO DE CONFIRMAÇÃO São os mesmos supracitados para esporotricose humana, entretanto, devido à riqueza de fungos nas lesões, o exame direto geralmente é positivo, ao contrário da esporotricose humana. Investigação deve ser realizada pelos serviços de saúde por meio da ficha de investigação de EPIZOOTIA do SINAN (campo 28, opção OUTRO, especificar: ESPOROTRICOSE) que deve ter todos seus campos preenchidos, inclusive quando a informação for negativa. Prazos a investigação deve ser realizada após a suspeição clínica do caso, assim como a notificação deve ser realizada em até uma semana da suspeição clínica, permitindo que as medidas de controle sejam tomadas. O prazo para encerramento oportuno da investigação do caso é de até 180 dias após data de notificação. Notificação - através do preenchimento da ficha de investigação de EPIZOOTIA do SINAN e registro no SINAN, respeitando o fluxo de envio de fichas e transferência de lote do SINAN previamente estabelecidos. Deve-se comunicar o serviço de Controle de Zoonoses / Vigilância Ambiental para tomada de medidas preventivas. MEDIDAS DE PREVENÇÃO E CONTROLE Cuidado com os gatos (sob acompanhamento e orientação do médico veterinário) guarda responsável. Evitar contato físico com gatos infectados (luvas ao manipular os animais). Manter o gato, durante o tratamento, em ambiente restrito, evitando sua saída e contato com outros animais. Castração dos gatos auxilia a manter o gato restrito ao domicílio. Não abandonar os animais também contribui para a disseminação da doença. Tratamento dos animais doentes, conforme recomendações do médico veterinário. Eutanásia, quando indicada, e cremação em centros veterinários apropriados CCZ, Vigilância Ambiental, tudo sempre sob acompanhamento do médico veterinário. Higienização do ambiente. 3 P á g i n a

Abordagem do Paciente com suspeita de Esporotricose: Cristina Giordano / Gerente de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses. Maria Inês / Médica Paula Almeida / Médica Veterinária Para mais informações contate a Área Técnica responsável. Gerência de Doenças Transmitidas por Vetores e Zoonoses: Rua México, 128 Sala 414 Castelo Rio de Janeiro/RJ Tel.: (21) 2333.3878 / 2333.3881 E-mail: adtvz@saude.rj.gov.br Contatos: Ângela Veltri, Carlos Henrique, Jane Maia, Maria Inês, Paula Almeida, Solange Nascimento. Gerente: Cristina Giordano REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria MS Nº 1.271, de 6 de junho de 2014. Define a Lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, nos termos do anexo, e dá outras providências. Estado do Rio de Janeiro. Secretaria Estadual de Saúde, Resolução SES nº 674 de 12 de julho de 2013. Redefine a relação de doenças e agravos de notificação compulsória no âmbito estadual. Publicado no DOE em 16 de julho de 2013. BRASIL. Guia de Vigilância em Saúde. Volume Único. Portal Saúde. Ministério da Saúde. Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br/images/pdf/2014/novembro/27/guia-vigilancia-saude-linkado-27-11-14.pdf> VALLE, Antonio Carlos Francesconi Do, GALHARDO, M. C. G. Esporotricose. In: Rotinas de diagnóstico e tratamento das doenças infecciosas e parasitárias. ed. São Paulo: Atheneu, 2004, v.1, p. 365-370. Barros MBL, Schubach TP, Coll JO, Gremião ID, Wanke B, Schubach A. Esporotricose: a evolução e os desafios de uma epidemia. Rev. Panam. Salud Publica. 2010; 27(6):455 60. 4 P á g i n a

5 P á g i n a