SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA. Eixo temático: Política Social e Trabalho

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Transcrição:

ISSN 2359-1277 SERVIÇO SOCIAL NA POLÍTICA DE SAÚDE: UMA BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA Autora: Karine Beletatti, ka_kuty@hotmail.com Karima Omar Hamdan (orientadora), karimamga@hotmail.com Unespar Campus Paranavaí Eixo temático: Política Social e Trabalho RESUMO: O presente artigo tem como objetivo contextualizar o Serviço Social na política de saúde. Para tanto dissertamos sobre a origem do Serviço Social no Brasil e a seguir contextualizamos sobre o Serviço Social enquanto profissão da área da saúde. Trata-se de um trabalho de natureza qualitativa realizado a partir de um levantamento bibliográfico, cujos resultados apontam que o Serviço Social se insere como um dos agentes que ainda luta pela consolidação do SUS e que os princípios normativos que norteiam o sistema de saúde pública brasileira estão em consonância com os princípios dos documentos que norteiam as ações a serem realizadas pelos profissionais de Serviço Social. Palavras- chave: Saúde; Serviço Social; SUS. INTRODUÇÃO A Saúde tem demonstrado imensos desafios na atualidade, um deles centra-se em procurar alternativas para que a mesma seja realmente compreendida como um processo biopsicossocial, nessa perspectiva o Serviço Social se insere como uma das profissões que pode contribuir quando pensamos nos fatores sociais que causam inúmeras patologias. Assim sendo este resumo tem como objetivo contextualizar o Serviço Social na política de saúde. A justificativa para realização dessa pesquisa centra-se no fato da saúde ser um espaço sócio ocupacional para a profissão de serviço social desde sua gênese no Brasil. Assim em um primeiro momento é realizado um resgate histórico sobre o

surgimento do Serviço Social no Brasil e em seguida sobre a inserção do Serviço Social na política de saúde. MATERIAIS E MÉTODOS O presente artigo é um fragmento do Trabalho de Conclusão de Curso, ora em andamento, trata- se de uma revisão bibliográfica e documental, portanto de natureza qualitativa, vale mencionar que o resgate bibliográfico tem como principais autores Cardoso (2013), Paula (2014), Silva e Ramos (2014) e Martini et al (2013). RESULTADOS E DISCUSSÃO O Serviço Social surge no Brasil na década de 1930, em meio ao contexto de industrialização e urbanização do país. A partir da década de 1930, Cardoso (2013, p.111) afirma que, o Estado se vê pressionado a dar respostas a questão social, ou ao menos amenizar suas expressões, assim a questão social deixa de ser vista como caso de policia e passa a assumir lugar nas discussões político- institucionais como resultado da pressão exercida pela classe trabalhadora. É nesse momento, como aponta Cardoso (2013) que, a igreja católica que vinha perdendo seu poder político, sente a necessidade de se posicionar diante da questão social, entendendo esta como um exagero do capital e propondo sua humanização, então a referida instituição se vincula ao Estado na busca de soluções, apoiando a criação de uma legislação que regule as relações entre capital e trabalho e assim elabore estratégias de intervenção junto com a classe trabalhadora em um processo de recristianização. O governo do período no país está sob responsabilidade de Getúlio Vargas (1930-1945), que segundo Cardoso (2013), passa a intervir na questão social por meio da legislação social e trabalhista sindical, regimentada em um modelo corporativista que aparentemente agrada tanto a classe burguesa quanto à classe trabalhadora. É em meio á esse contexto que para Cardoso (2013), se abre os postos de trabalho para os assistentes sociais. O Serviço Social aparece assim, como uma das estratégias aionadas pela burguesia para auxiliar na manutenção do controle social.

Nesse contexto, são criadas as condições objetivas para a institucionalização do Serviço Social enquanto profissão assalariada e as bases da formação profissional, que se insere portanto, na divisão social e técnica do trabalho. Em resumo, Cardoso (2013) aponta que, o Serviço Social se institucionaliza enquanto profissão contratada pelo Estado, para a introdução de políticas assistencialistas e populistas, e tem sua legitimação como estratégia da burguesia para o apaziguamento dos conflitos oriundos da questão social. Como aponta Cardoso (2013), o Serviço Social surge em meio ao embate capital/ trabalho, como uma profissão que tem por objetivo se reafirmar e se reproduzir nas relações econômicas e sociais, surgindo na e pela sociedade capitalista, estabelecendo sua identidade a partir da sua relação com essa e nessa estrutura social. Após ser discorrido brevemente sobre o início da profissão no país, apresentamos em seguida, o Serviço Social inserido na política de saúde. Para Paula (2014), o assistente social, possui o campo da política de saúde como uma das suas principais áreas sócio ocupacionais. Correia (2005) apud Martini et al (2013), aponta que a saúde foi o campo que mais inseriu o profissional de Serviço Social no Brasil na década de 1940, se transformando como o principal campo de inserção profissional, no período citado. Com a Constituição de 1988 e a implantação do SUS, a saúde passa a ser considerada direito de todos e dever do Estado e os princípios da descentralização, da universalização, da integralidade, da participação da comunidade passam a ser diretrizes do novo sistema como aponta Martini et al (2013). A regulamentação do SUS em 1990, pelas Leis Orgânicas 8.080/90 e 8.142/90 trouxe ainda, mais renovações para a área da saúde, como a ampliação ao conceito de saúde, que passou a considerar fatores como: a alimentação, a moradia, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais (BRASIL,1990) como condicionantes e determinantes da saúde. As inovações influenciaram na construção de um novo modelo de assistência a saúde voltado para sua promoção. Esse novo modelo como aponta Correia (2005) apud Martini et al (2013) faz requisição á um trabalho multiprofissional e com isso, o assistente social passa a ter maior importância na área da saúde, exigindo portanto, um profissional capacitado

para atuar nas múltiplas expressões da questão social oriundas nas relações sociais que afetam a saúde. Sendo assim, o profissional de Serviço Social se insere como um dos agentes na consolidação do SUS e de seus princípios e como mediador na saúde com as demais políticas públicas como aponta Martini et al (2013). Cabe sinalizar uma publicação do CFESS (2010), intitulada Parâmetros para Atuação de Assistentes Sociais na Política de Saúde, que aponta alguns nortes em relação à prática na saúde, ficando claro no referido documento que a saúde é um processo. O referido documento apresenta também, atribuições e competências para a realização do exercício profissional para o assistente social na política de saúde e ainda aponta alguns conceitos fundamentais para o exercício profissional dos assistentes sociais na saúde, como a concepção de saúde, a integralidade, a intersetorialidade, a participação social e a interdisciplinaridade. O parâmetro ainda expressa que, os assistentes sociais na saúde atuam em quatro eixos: atendimento direto aos usuários; mobilização, participação e controle social; investigação, planejamento e gestão; e assessoria, qualificação e formação profissional, eixos estes que, inclui um conjunto de práticas a serem desenvolvidas pelos assistentes sociais, práticas essas, orientadas pelos fundamentos teórico-metodológicos, ético-políticos e procedimentos técnico-operativos, que tem como referência o projeto profissional da categoria. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com o presente artigo, percebe-se que, a profissão de Serviço Social se modifica no decorrer da história, uma vez que evolui de uma prática que antes era vista como ação de caridade para uma prática hoje, que atua na perspectiva da garantia da luta por direitos, ressaltando ainda que o trabalho do assistente social está presente na saúde, desde a gênese da profissão. Percebe-se também, que a Constituição Federal de 1988 amplia o espaço sócio ocupacional do Serviço Social na saúde e possibilita o fortalecimento da profissão na saúde. Vale mencionar ainda que os princípios expressos nos documentos que normatizam o exercício

profissional do Serviço social coadunam com a luta por um SUS que realmente seja universal, como direito de todos e dever do Estado. REFERÊNCIAS CARDOSO, priscila fernanda gonçalves. SÃO PAULO, PAPEL SOCIAL 2013- Ética e projetos profissionais: os diferentes caminhos do Serviço Social; CFESS, BRASÍLIA 2010- Parâmetros para atuação de assistentes sociais na saúde; MARTINI, débora et al. FLORIANÓPOLIS/SC, 2013- A inserção do assistente social na área da saúde; SILVA, letícia batista, RAMOS, adriana. SÃO PAULO, PAPEL SOCIAL 2014- Serviço Social, saúde e questões contemporâneas: reflexões críticas sobre a prática profissional;