ÁCIDO KÓJICO PARA TRATAMENTO DE HIPERPIGMENTAÇÃO PERIORBITÁRIA. Alana Azevedo, Isabela Augusta Andreassa ², Neiva Lubi³

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Transcrição:

1 ÁCIDO KÓJICO PARA TRATAMENTO DE HIPERPIGMENTAÇÃO PERIORBITÁRIA Alana Azevedo, Isabela Augusta Andreassa ², Neiva Lubi³ 1 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 2 Acadêmica do curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná (Curitiba, PR); 3 Prof.ª Adjunta do Curso de Tecnologia em Estética e Cosmética da Universidade Tuiuti do Paraná. Endereço para correspondência: Alana Azevedo, alana.azv@hotmail.com Isabela A. Andreassa, belinha_andreassa@hotmail.com RESUMO: A hiperpigmentação periorbital, mais conhecida como olheira, proporciona à face aspecto de cansaço e envelhecimento, podendo até interferir na qualidade de vida do portador. Pode-se caracterizar por vários motivos, entre eles o escurecimento da área dos olhos onde ocorre por alterações vasculares na região ou aumento localizado de melanina. Atualmente, existem vários recursos estéticos para seu tratamento, entretanto nenhum deles consegue eliminar esse problema de forma definitiva. A maioria dos tratamentos tópicos utilizados consiste basicamente na aplicação de produtos despigmentantes, ativos que atuam na microcirculação e no fortalecimento da derme. Há poucas publicações na literatura sobre hiperpigmentação periorbital e, embora as opções de tratamento sejam muito vastas, a maioria carece de embasamento científico que comprove sua eficácia e duração. O presente estudo verificou-se o ativo cosmético ácido kójico para a reduzir da síntese de melanina, inibir a formação de melanossomas e promover a sua degradação. Palavras-chave: pálpebra; hiperpigmentação; estética, olheiras.

2 INTRODUÇÃO A terminologia ''olheira'' não é um conceito médico, no entanto, é amplamente utilizado por pacientes e dermatologistas para indicar máculas hipercrômicas e manchas ao redor dos olhos. Em contraste com a alta frequência de sua ocorrência, existem poucos estudos publicados sobre a patogênese e tratamento da hipercromia orbital. Tem se relatado que o escurecimento ao redor dos olhos é causado por um processo de melanização cutânea (EBERLIN et al., 2009; OHSHIMA et al., 2009) Fatores ambientais, incluindo a radiação ultravioleta, envelhecimento cronológico, o estresse físico e emocional, além de reações alérgicas e atópicas podem favorecer a liberação de mediadores inflamatórios, que afetam a permeabilidade vascular. Dentre as afecções, a rinite alérgica provoca estase venosa da pálpebra devido ao edema prolongado da mucosa nasal e paranasal, que é agravada pelo espasmo alérgico do músculo de Muller (músculo superior palpebral), afetando a drenagem venosa das pálpebras (EBERLIN et al., 2009; OSHIMA et al., 2009; CYMBALISTA; BECHARA; GACIA, 2012; OHSHIMA; TAKIWAKI, 2008). Há povos mais predispostos, como árabes e indianos, que possuem tendência a concentrar pigmentos em volta dos olhos. Já indivíduos de pele branca enfrentam com mais frequência a dilatação dos vasos na face, o que inclui a região ocular (MARTINEZ; RITTES, 2003). A hipercromia periorbital é uma preocupação da estética facial caracterizada por alterações na coloração da região orbicular do olho. Um problema estético que tem sido atribuído a hiperpigmentação e/ou congestionamento nessa região (EBERLIN et al., 2009; OHSHIMA et al., 2009). Nesta pesquisa, foi realizada uma revisão bibliográfica, para alcançar uma melhor compreensão do tema e verificar o efeito do ácido kojico no tratamento das hipercromias periorbitarias com o objetivo de reduzir a síntese de melanina, inibir a formação de melanossomas e promover a sua degradação (MOREIRA et al., 2010). Hipercromia periorbital A hipercromia periorbital ou olheira é uma queixa muito comum e interfere no bem-estar dos indivíduos que a possuem, pois proporciona um aspecto de cansaço, causando importante impacto na autoestima. Ela é caracterizada

3 principalmente pela alteração na coloração da área dos olhos e ocorre, quase sempre, pelo aumento de melanina localizada e ferro, além de alterações vasculares (SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, 2000.). A olheira apresenta diversas causas, dentre as quais, muito relacionada a genética do indivíduo, alergias respiratórias, rinites e sinusites crônicas e presença de doenças (LÜDTKE, et al, 2014). Hipercromia periorbital genética A hiperpigmentação periocular, é uma alteração mal definida e parece apresentar causa multifatorial, envolvendo fatores intrínsecos, determinados pela genética do indivíduo, e fatores extrínsecos, tais como exposição solar, tabagismo, etilismo, privação do sono. Entretanto destaca-se em sua etiopatogenia a presença de pigmento melânico e pigmento hemossiderótico nos locais acometidos (Souza, DM, Ludtke, RMP, Scandura, KMP, Weber MB. 2011). Ela decorre da deposição de melanina na derme e epiderme de penetração variável. Dificilmente algum tratamento trará bons resultados, pois por ser genética é uma condição que estará sempre presente (CYMROT CYMBALISTA, NATALIA; GARCIA, RENATO; BECHARA, SAMIR JACOB; 2012). Hipercromia periorbital vascular A área dos olhos é uma região ricamente vascularizada. Essa vascularização é proveniente de vários vasos como ramificações da artéria facial e artéria temporal superficial. Neste tipo de hipercromia, o que pode agravar a situação são os casos extrínsecos, como o choro, tabagismo, etilismo, doenças agudas da face, estresse, falta de sono e desidratação (BORGES, 2010). A vascularização intensa ocorre principalmente em pessoas de grupos étnicos que apresentem essa tendência, como os des- cendentes de árabes, turcos, hindus e ibéricos (FREITAG, FM e CESTARI, 2007). Para tratar este tipo de olheira, indica-se drenagem facial, recursos que aumentam a vascularização no local, compressas frias e cuidados com a saúde também contribuirão para a melhora do aspecto escuro (LÜDTKE, CRISTIANE et al. 2013.).

4 Tratamentos O tratamento do melasma é geralmente insatisfatório, pela grande recorrência das lesões e pela ausência de uma alternativa de clareamento definitivo. Estudos clínicos controlados indicam a fotoproteção e uso de clareadores como as medidas de primeira linha no seu tratamento (MIOT et al., 2009). A maioria dos tratamentos tópicos usados consiste basicamente na aplicação de produtos despigmentantes mas existem poucos estudos sobre a eficácia dessas medicações, principalmente, sobre a correlação dos resultados com as características epidemiológicas dos pacientes (FREITAG, FM e CESTARI, 2007). Alguns princípios ativos despigmentantes são destinados à clarear a pele e manchas pigmentadas, a ação desses princípios ocorre de diferentes mecanismos de ação, que estão ligados à interferência na produção de melanina ou transferência da mesma. Podem atuar inibindo a formação da melanina, no transporte de grânulos, alterando quimicamente a melanina, poder atuar inibindo a biossíntese de tirosina e podem destruir alguns melanócittos, além de inibir a formação de melanossomas (SAMPAIO e RIVITTI, 2007). Ácido Kójico O ácido kójico é obtido por fermentação do arroz, é considerado um potente despigmentante, atua inibindo a produção da tirosinase, enzima fundamental para a produção de melanina. Por não apresentar característica irritativa e não ser citotóxico é usado como substituto da hidroquinona em caso de sensibilidade a mesma, seu efeito é potencializado quando associado ao ácido glicólico (BORGES,1010; GONCHOROSK,2005). É considerado um potente despigmentante e tem como vantagens ser solúvel em água, etanol e acetona, não citotóxico, não irritante e não fotossensibilizante, reconhecem-se vários níveis de atuação do ácido kójico no processo de hiperpigmentação, como a conversão de tirosina em dopa, desta em dopaquinona, por inibição parcial da ação enzimática da tirosinase, tal inibição pode ser revertida por acetato de cobre; outro mecanismo de ação se dá pela inibição da enzima tirosinase por meio da quelação de íons de cobre no sítio ativo da enzima suprimindo a tautomerização do dopacromo 5-6- dihidroxiindol-2- ácido carboxílico, inibi ainda a conversão da o-quinonas, norepinefrina e dopamina

5 para a forma correspondente de melanina, promove a diminuição da eumelanina e seu monômero percursor; e por fim como tem sido demostrado atualmente por métodos bioquímicos é capaz de inibir a conversão do 5,6-di-hidroxindol-2- carboxílico em melanina (GARCIA,2004). Os efeitos do ácido kójico são percebidos em cerca de duas semanas de uso diário, por pelo menos seis meses, os resultados dependem do fototipo, do tipo de pele e da intensidade da hipercromia, a concentração usual indicada é de 1 à 3% em veículos como cremes, emulsões fluidas nãoiônicas, géis, géis-cremes e loções aquosas (GONCHOROSK,2005). Devido a suas características anti-irritante e não fotossensível, utiliza-se o ácido kójico como substituto da hidroquinona, este torna-se mais eficiente quando associado a outros ativos como o ácido glicólico (BORGES,2010). Segundo ensaios clínicos realizados com ácido kójico nota-se ausência de efeitos adversos, percebese apenas uma maior sensibilidade em pacientes que fizeram uso diário do despigmentante por mais de um ano (GARCIA,2004). METODOLOGIA Realizou-se um levantamento bibliográfico por meio de livros, revistas e publicações que focalizavam o efeito do ácido kójico no tratamento das hipercromias. Utilizaram-se como palavras chaves dentre outras: hiperpigmentação; estética, olheiras, ácido kójico. Foram selecionados resumos e artigos originais, por meio de publicações de periódicos indexados (SciELO, GOOGLE ACADÊMICO, MEDLINE, LILACS) do período de 2000 a 2013. DISCUSSÃO O ácido kójico é uma substância produzida por um cogumelo japonês chamado Koji, que também é utilizado na fermentação do arroz. A vantagem dele está na suavidade de ação 10 sobre a pele, pois não causa irritação nem fotossensibilização no usuário, o que possibilita seu uso durante o dia. Além disso, o ácido kójico não oxida como muitos clareadores cutâneos e pode ser associado ao acido glicólico. Além de seu efeito despigmentante, o ácido kójico também atua como antisséptico, impedindo a proliferação de fungos e bactérias na pele. Também tem ação antioxidante, prevenindo o envelhecimento cutâneo. O ácido kójico age inibindo a

6 formação da melanina. Ele quela os íons cobre e bloqueia a ação da tirosinase, acabando com as hiperpigmentações. Porém, mesmo sendo facilmente incorporado em formulações devido a sua hidrossolubilidade, o ácido kójico apresenta instabilidade de coloração tornando-se gradativamente amarelo ou marrom pela quelação com íons metálicos ou sua oxidação quando submetido a altas temperaturas na presença de oxigênio (BATISTUZZO, 2002). Este problema é facilmente evitado com a adição de um quelante ou antioxidante à formulação e a sua manutenção em ph entre 3-5. Tem como ação terapêutica ser um despigmentante, de fórmula molecular C6H6O4, e nome químico: 2-hydroxymethyl- 5-hydroxy-g-pyrone. É possível observar o efeito do ácido kójico, após duas a quatro semanas de uso continuo, mas pode demorar mais em indivíduos com pele oleosa ou muito espessa. Os resultados vão melhorando à medida que se continua a aplicação por até 6 meses (SU, EVELYN G, 2012). CONSIDERAÇÕES FINAIS Com base no mecanismo de ação do ácido kójico que inibe a ativação da tirosinase, pode-se verificar a eficaz ação despigmentante. Tendo como benefícios o controle e o clareamento do hiperpigmentação periorbitária. Considerando que os efeitos do ácido kójico começam a ser percebidos em cerca de duas semanas de uso diário, por pelo menos seis meses. Os resultados variam dependendo do fototipo da pessoa, tipo de pele e da intensidade da pigmentação. Pois analisando através das bases pesquisadas verifica-se que a eficácia do ácido kójico no tratamento de hiperpigmentação periorbitária porém mais estudos práticos devem ser realizados para maiores evidências da ação combinada de tais ácidos.

7 REFERÊNCIAS BATISTUZZO, J.A.O.; ITAYA, M.; ETO, YUKIKO. FORMULÁRIO MÉDICO FARMACÊUTICO, 2ª EDIÇÃO, SÃO PAULO, TECNOPRESS, 2002. BORGES, FABIO DOS SANTOS. DERMATO-FUNCIONAL MODALIDADES TERAPÊUTICAS NAS DISFUNÇÕES ESTÉTICAS. 2 EDIÇÃO; EDITORA PHORTE, 327-351; 2010. CYMBALISTA, N. C.; GARCIA, R.; BECHARA, S. J. CLASSIFICAÇÃO ETIOPATOGÊNICA DE OLHEIRAS E PREENCHIMENTO COM ÁCIDO HIALURÔNICO: DESCRIÇÃO DE UMA NOVA TÉCNICA UTILIZANDO CÂNULA. SURGICAL COSMETIC DERMATOLOGY, V.4, N.4, P 315-21, 2012. EBERLIN,S. ET AL. EFFECTS OF A BRAZILIAN HERBAL COMPOUND AS A COSMETIC EYECARE FOR PERIORBITAL HYPERCHROMIA ( DARK CIRCLES ). JOURNAL OF COSMETIC DERMATOLOGY.V. 8, P. 127 35, 2009. FREITAG, FM E CESTARI, TF: WHAT CAUSES DARK CIRCLES UNDER THE EYES? JOURNAL OF COSMETIC DERMATOLOGY 2007; 6(3):211-5. GARCIA, CLAUDIA RIVIERI C.; TRATADO DE MEDICINA ESTÉTICA; 1ª EDIÇÃO. V.1, SÃO PAULO; EDITORA ROCO LTDA; CAP 18; 254-290; 2004. GONCHOROSK, DANIELE D; CORREA, GIANE. TRATAMENTO DE HIPERCROMIAS PÓS-INFLAMATÓRIA COM DIFERENTES FORMULAÇÕES CLAREADORAS;INFORMA; VOL 17; NUM 3/4; 84-88; 2005. LÜDTKE, CRISTIANE ET AL. PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS PACIENTES COM HIPERCROMIA PERIORBITAL EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DE DERMATOLOGIA DO SUL DO BRASIL. UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE, 2013

8 MARTINEZ, M.; RITTES, P.BELEZA SEM CIRURGIA. TUDO QUE VOCÊ PODE FAZER PARA ADIAR A PLÁSTICA. 2 ED. SÃO PAULO: SENAC, 2003 MIOT, L.; SILVA, M.G.; MIOT, H.A.; MARQUES, M.E.A. FISIOPATOLOGIA DO MELASMA. AN BRAS DERMATOL. V 84, 2009. OHSHIMA, H; TAKIWAKI, H. EVALUATION OF DARK CIRCLES OF THE LOWER EYELID: COMPARISON BETWEEN REFLECTANCE METERS AND IMAGE PROCESSING AND INVOLVEMENT OF DERMAL THICKNESS IN APPEARANCE. SKIN RESEARCH AND TECHNOLOGY. V. 14, P135 41, 2008. SAMPAIO, S.A.P.; RIVITTI, E.A. DERMATOLOGIA. 3.ED. SÃO PAULO: ARTES MÉDICAS, 2007. SAMPAIO, S. A. P.; RIVITTI, A. DERMATOLOGIA 2ª EDIÇÃO. P 277. SÃO PAULO: ARTES MÉDICAS 2000. SOUZA, DANIELA MORAES ET AL.. HIPERPIGMENTAÇÃO PERIORBITAL. SURGICAL & COSMETIC DERMATOLOGY, VOL.3, NÚM.3, 2011 SU, EVELYN G. FORMULANDO COM BRANQUEADORES DA PELE. COSMETICS & TOILETRIES (EDIÇÃO EM PORTUGUÊS), SÃO PAULO, V. 11, P. 57-63, MAR.-ABRIL, 2000.