MODELO DE UTILIDADE KIT DE POSICIONADORES DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS



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Transcrição:

0 UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO PROGRAMA DE MESTRADO EM ORTODONTIA LILIANE DE SOUSA HOLANDA MODELO DE UTILIDADE KIT DE POSICIONADORES DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS São Paulo 2014

1 LILIANE DE SOUSA HOLANDA MODELO DE UTILIDADE KIT DE POSICIONADORES DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS Dissertação apresentada em formato alternativo (Projeto de Patente) ao Programa de Pós-Graduação em Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo - UNICID, como requisito parcial para obtenção do título de Mestre em Ortodontia. Orientador: Prof. Dr. Fernando César Torres São Paulo 2014

2 HOLANDA, LS. Modelo de utilidade kit de posicionadores de braquetes ortodônticos. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014. São Paulo, 15/12/2014. Banca Examinadora 1) Prof. Dr. Fernando Cesar Torres (Orientador) Julgamento:... Assinatura:... 2) Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho Julgamento:... Assinatura:... 3) Prof ª. Drª. Marinês Vieira da Silva Sousa Julgamento:... Assinatura:... Resultado:...

3 FICHA CATALOGRÁFICA L628i Holanda, Liliane de Sousa Kit de posicionadores de braquetes ortodônticos / Liliane de Sousa Holanda. 2014. 41 f. Dissertação (mestrado em Ortodontia) -- Faculdade de Odontologia da Universidade Cidade de São Paulo, São Paulo, 2014. Orientação: Fernando César Torres. 1. Patentes 2. Braquetes Ortodônticos 3. Colagem dentária I.Título. D.Black D24

4 Dedico esse trabalho Ao meu pai, João Raimundo de Holanda, pelo qual tenho muito carinho e admiração, por sua sabedoria e dignidade; pelo apoio nas horas difíceis, por nunca ter medido esforços para a realização dos meus sonhos e por ser minha fonte de inspiração. À minha mãe, Francisca Maria de Sousa Holanda, por me ensinar a fazer as melhores escolhas, a lutar por tudo e por me mostrar que honestidade e respeito são essenciais na vida. Ao meu noivo, Adriano Santana, por me apoiar sempre em minhas escolhas, pelo carinho, seu companheirismo em todos os momentos, por me motivar a ser uma pessoa melhor, pelo nosso passado, presente, futuro, por seu amor... Ao meu orientador, Fernando César Torres, por ter acreditado e me guiado nessa busca ao conhecimento, possibilitando essa maravilhosa realização. Minha eterna admiração por ter iluminado meu caminho e conduzido meus passos com tanta sabedoria e amor.

5 AGRADECIMENTOS Aos meus colegas de curso, sem os quais não teria passado momentos tão agradáveis durante o curso, pelas trocas de experiências, pelas ajudas em incontáveis momentos, pelos papos de casamento rsrsrs. Cada um de vocês é muito especial. Levarei vocês para o resto da vida. Obrigada Everton, Fábio, Henrique, Marcos e Paulinha. Foi um prazer conhecê-los e ter vocês como companheiros. Aos professores do curso de Mestrado de Ortodontia da Universidade Cidade de São Paulo, Prof. Dr. Paulo Eduardo Guedes Carvalho, Prof. Dr. Acácio Fuziy, Prof. Dra. Tarcila Triviño, Profa. Dra. Ana Carla Raphaelli Nahás Scocate, Prof. Dr. André Luiz Ferreira Costa, Profa. Dra. Karyna Martins do Valle-Corotti, minha eterna gratidão e respeito por terem se dedicado à transmissão dos conhecimentos científicos, guiando e incentivando meus passos com tanto carinho e dedicação. As minhas amigas, Mônica Galeazzi Lima, Renata Pilli Jóias e Stela Maris Martins Galvão Pereira e Cristiane Dáguila, por toda amizade, paciência e compreensão nos momentos de fraqueza, e por todos os incontáveis momentos de alegrias que já dividimos. Amizade eterna!!!

6 HOLANDA, LS. Modelo de utilidade kit de posicionadores de braquetes ortodônticos. [Dissertação]. São Paulo: Universidade Cidade de São Paulo; 2014. RESUMO A colagem de braquetes ortodônticos é um dos passos mais importantes durante o tratamento, principalmente na técnica Straight Wire, no qual os acessórios possuem informações que levam o dente à posição prescrita. Se houver o posicionamento incorreto dos braquetes, muitas intercorrências podem acontecer, como o mau posicionamento dentário, que pode propiciar contatos prematuros e consequentemente possíveis danos aos elementos dentários, que levam o profissional a dedicar mais tempo de cadeira com dobras compensatórias ou recolagens. Pode também ocasionar um maior tempo de tratamento, bem como maior custo. Assim sendo, o objetivo deste trabalho foi desenvolver e inscrever um projeto de patente, composto por um conjunto de posicionadores de braquetes ortodônticos, que promovem um melhor e mais fácil posicionamento dos braquetes durante a colagem. Palavras chave: Patentes; braquetes ortodônticos; colagem dentária.

7 ABSTRACT One of the most important steps during orthodontic treatment is the bracket bonding, specially on Straight Wire technique, in which brackets have information that leads the tooth to the prescribed position. If the bracket is in the wrong position many complications can occur, as wrong tooth position, that can result in premature contacts and consequently, possible tooth damage, leading professionals to spend more time with the patient in the chair performing compensatory wire bendings or brackets rebonding. It can also lead to a longer treatment time and a higher cost. Therefore, the propose of this paper was to register a patent, comprising an orthodontic bracket positioner set, that provides a better and easier bracket positioning during orthodontic bonding. Keywords: Patents; orthodontic brackets; dental bonding.

8 LISTA DE FIGURAS Figura 01: Posicionamento clinico do posicionador... 13 Figura 02: Visualização dos dentes por vestibular (sentido ocluso-gengival)... 15 Figura 03: Marcação dos pontos nas bordas incisais e cúspides... 15 Figura 04: Posicionador de Samuels... 16 Figura 05: Posicionador de Kolkebail, Tomas e Auad... 17 Figura 06: Posicionador de Sharma, Shrivastav, Hazarey... 18 Figura 07: Posicionador de Sugareaddy et al..... 19 Figura 08: Posicionador de Hattarki e Malagi... 19 Figura 09: Posicionador de Raghuraj e Shetty... 20 Figura 10: Posicionador de Sharma... 20 Figura 11: Posicionadores FAQ.FIX... 21 Figura 12: Vista fronto-lateral do posicionador para braquete, em 3D... 31 Figura 13: Vista póstero-lateral do posicionador para braquete, em 3D... 31 Figura 14: Figura 15: Vista lateral do posicionador para braquete. Porção para apreensão (R3), porção que propicia observar o longo eixo dentário (A), base para apoio na face oclusal do dente (B), porção que se encaixa na canaleta do braquete e determina a altura e angulação do acessório (C)... 32 Vista posterior do dispositivo. Porção que propicia observar o longo eixo dentário (A). Porção que se encaixa na canaleta do braquete e determina a altura e angulação do acessório (C). Porção para apreensão (R3)... 32 Figura 16: Uso do dispositivo, vista lateral... 33 Figura 17: Uso do dispositivo, vista frontal... 34

9 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Alturas para os acessórios ortodônticos em 3 tamanhos: pequeno, médio e grande, superiores e inferiores...16

10 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 8 2. REVISÃO DE LITERATURA... 11 2.1 Posicionamento dos acessórios... 12 3. 4. 2.2 Posicionadores... 2.3 Precisão da colagem... JUSTIFICATIVA DO MODELO DE UTILIDADE... PROPOSIÇÃO DO MODELO DE UTILIDADE... 16 21 24 26 5. DESCRIÇÃO DO DESENHO DO INSTRUMENTO... 28 REFERÊNCIAS... 35

1. INTRODUÇÃO 0

9 1. INTRODUÇÃO Para tornar possível a movimentação dentária durante o tratamento ortodôntico, utilizamos dispositivos de apoio que permitem a aplicação de força sobre os dentes. Esses dispositivos podem ser braquetes, tubos, botões, ganchos, dentre outros, que juntamente com o fio ortodôntico e um conjunto de forças, realizam a movimentação dentária para alcançar oclusão normal. Para alcançar o correto posicionamento dentário durante o tratamento ortodôntico é necessário que o ortodontista saiba as características da oclusão normal para que realize sua mecânica com sucesso (NEVES; MUCHA; VILELLA, 2012). A obtenção desse sucesso é alcançada primeiramente pelo bom conhecimento da mecânica. Porém, o ortodontista deve ter ciência de que a correta finalização é facilitada por meio do posicionamento adequado dos acessórios. Por essa razão, a colagem ortodôntica torna-se um importante passo, pois uma vez posicionados os acessórios ortodônticos de forma correta, o tratamento se desenvolve mais tranquilamente. Atualmente, o ortodontista pode escolher uma variedade de prescrições para alcançar estética e função com um menor tempo de cadeira. A técnica Straight Wire fornece as informações de torque, angulação, in e out (compensação ou anti-rotação), facilitando o tratamento pela diminuição da necessidade de dobras. Dessa forma, o posicionamento incorreto dos acessórios ortodônticos pode acarretar à intrusão, extrusão, giroversões, erros na angulação e torque. Por essa razão, é importante conhecer a anatomia de todos os dentes, uma vez que é comum observar alterações de forma, tamanho, inclinação, alturas de cristas e cúspides, ocasionadas por hereditariedade, hábitos deletérios (chupeta, mamadeira, etc.), traumas, contatos prematuros ou bruxismo, pois esses fatores influenciam no posicionamento dos braquetes (JOINER, 2010). Levando em consideração as alterações de forma dentária e os diferentes posicionamentos dos acessórios para as diferentes prescrições, necessita-se de uma maior atenção do ortodontista para minimizar os erros, que podem resultar em dificuldade na progressão do tratamento, especialmente na finalização, acarretando uma maior necessidade de dobras compensatórias ou remontagens de acessórios, o que se torna uma desvantagem, uma vez que os dois procedimentos demandam maior tempo de cadeira, maior tempo de tratamento e muitas vezes, eleva o custo, pela necessidade de utilizar novos acessórios, agente de união e novos fios (VIANNA; MUCHA, 2006). Uma maneira de se alcançar uma colagem mais precisa é a colagem indireta, método em que se posicionam os braquetes nos modelos de gesso, de modo que haja melhor visualização da superfície dentária, sem a interferência de lábios, língua e bochechas (JOINER, 2010). Porém, é uma técnica que demanda maior tempo laboratorial, apresenta um

10 custo mais elevado por conta dos agentes de união e em casos de apinhamento severo ainda restam dúvidas sobre a posição dos acessórios. Existe no mercado uma série de dispositivos que visam facilitar o posicionamento dos braquetes ortodônticos, sejam do tipo pré-fabricados com diferentes alturas, como a estrela de Boone e o posicionador de braquetes, sejam do tipo faça-você-mesmo (anguladores confeccionados). Ambos, porém, se não usados de forma adequada, levam a erros. Sabendo que a colagem ortodôntica é um procedimento importante e difícil, verifica-se no que no mercado não existem opções de dispositivos que proporcionem um posicionamento preciso dos braquetes. Por essa razão, objetivou-se, por meio de modelo de utilidade inscrito no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), a apresentação de um kit de posicionadores de braquetes ortodônticos de maior precisão, de maior praticidade e de custo reduzido quando comparado aos que são oferecidos atualmente no mercado, levando a uma maior qualidade da finalização do tratamento.

2. REVISÃO DE LITERATURA 11

12 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Posicionamento dos acessórios Cada técnica ortodôntica e cada caso exigem um posicionamento diferenciado e um método distinto de alcançar a precisão no posicionamento. A importância de conhecer o correto posicionamento de braquetes é enfatizada por muitos autores, como está descrito a seguir. McLaughlin, Bennet e Trevisi (1999) descreveram uma técnica de colagem de braquetes para obtenção de maior precisão no posicionamento dentário, demonstrando o correto uso do posicionador. O primeiro passo seria buscar a melhor visualização do campo durante a colagem. O posicionador seria utilizado de maneiras diferentes em áreas distintas da boca. Na região dos incisivos, seria colocado 90 em relação à face vestibular do dente. No canino e na região de pré-molares, deveria ser colocado paralelamente ao plano oclusal. Para os molares, o posicionamento correto seria paralelamente à superfície oclusal (Figura 1). Os autores enfatizaram a importância em conseguir bons relacionamentos verticais entre as cristas marginais dos segundos pré-molares e segundos molares. Para pacientes que apresentam sobremordida anterior profunda, os braquetes dos centrais superiores e inferiores, laterais e caninos poderiam ser colocados 0,5mm mais para incisal, auxiliando na abertura de mordida. Por outro lado, se o paciente demonstra uma mordida aberta anterior, estes braquetes poderiam ser colocados 0,5mm mais para cervical, ajudando no fechamento da mordida. Os autores aconselharam realizar a reanatomização dos dentes fraturados, desgastados, ou aqueles com a anatomia anormal. De acordo com os autores, quaisquer erros de posicionamento deveriam ser corrigidos antes de se avançar para fios mais pesados que aço 0,014 ou 0,019 x 0,025 Nitinol termoativado. As técnicas descritas seriam indicadas para evitar a necessidade de alterar posições dos acessórios nos estágios mais avançados de tratamento, aumentando a eficiência do tratamento e a qualidade dos resultados.

13 A B C D E Figura 1 - Posicionamento clínico do posicionador (A e B). Esquema de posicionamento em molares, paralelamente ao plano oclusal do dente (C). Perpendicularmente à face vestibular (D). Paralelamente ao plano oclusal (E) Carlson e Johnson (2001) descreveram um protocolo para alcançar alinhamento de coroas e raízes. Enfatizou-se a importância de observar se o contorno da base do braquete acompanha o contorno da superfície dentária, para uma melhor adaptação, evitando rotações, e de determinar a posição vertical e angulação de cada braquete, por meio da avaliação da posição das raízes. Outro passo importante seria expressar completamente a prescrição (torque e angulação), por meio do nivelamento e alinhamento. Segundo os autores, se durante a fase de alinhamento inicial houvesse erro de posicionamento do braquete, dever-se-ia reposicioná-lo ainda no fio 0,014 ou 0,016 de níquel-titânio, reduzindo dessa forma, a necessidade de regredir fios. Seria importante, também, a avaliação do paralelismo radicular por meio de exame clínico e avaliação radiográfica. Após essa reavaliação realizar-se-ia o reposicionamento dos acessórios e utilizar-se-ia um fio mais leve se a mudança de um ou mais braquetes fosse muito grande. Em 2006, Vianna e Mucha revisaram e discutiram o posicionamento vertical dos braquetes, bem como apresentaram sugestões para a resolução das dificuldades clínicas inerentes à sua execução. Segundo os autores, o primeiro passo deveria ser uma cuidadosa análise clínica dos aspectos dentários, procurando observar fraturas, formas e tamanhos alterados. Deveria-se também levar em consideração fatores relativos ao posicionamento dos acessórios nos elementos dentários no sentido vertical. Como metodologia da pesquisa realizada, os autores utilizaram os materiais necessários para a colagem, modelos de gesso, radiografias periapicais e panorâmica, fotografias intrabucais, base de delineador, paralelômetro, com lapiseira para grafite de 0,3mm, riscador de bandas do tipo estrela ou estrela de Boone. Poderia também utilizar-se um posicionador de acessórios e cartão com o

14 diagrama das alturas. Os modelos de gesso, juntamente com as fotografias e as informações colhidas no exame clínico, forneceriam dados a respeito das condições dentárias do caso. Após o ensaio em modelos deveriam localizar-se três pontos no modelo de gesso e em seguida ser transferido e fixado em uma base de delineador, de modo que estes três pontos ficariam paralelos ao solo. Com o uso do paralelômetro e da lapiseira com grafite de 0,3mm, far-se-ia a união dos três pontos, estabelecendo-se, então, uma linha que representaria o centro dos acessórios para os demais dentes. De posse destas marcações e com um instrumento de precisão, como um paquímetro, as distâncias das bordas incisais e das pontas das cúspides seriam medidas, transferindo-as para o cartão com o diagrama que serviriam, portanto, para a futura montagem do aparelho ortodôntico fixo. Utilizariam-se radiografias panorâmicas e periapicais para analisar o paralelismo radicular. No item morfologia, marcaria-se com um X os elementos dentários que apresentassem alterações de forma ou de tamanho. Segundo os autores, não haveria uma única forma que resolveria todos os problemas relacionados ao correto posicionamento do braquete ortodôntico durante a colagem cabendo, dessa forma, ao ortodontista montar os acessórios de acordo com a necessidade de cada paciente e não de acordo com uma prescrição estabelecida. O roteiro teria se mostrado prático, eliminando subjetividades e valores médios. Neves, Mucha, Vilella (2013) descreveram uma sequência de procedimentos para a correta determinação do posicionamento do acessório ortodôntico que incluía a localização prévia de pontos e linhas. Os autores utilizaram alguns materiais tais como: par de modelos de gesso; espelho bucal; lapiseira com grafite de 0,03mm; escala para medição das alturas (estrela de Boone, régua milimetrada de aço, paquímetro, compasso de pontas ou sonda milimetrada utilizada em periodontia); ficha pequena ou cartão; papel milimetrado; segmento de fio de aço retangular, 0.019 x0.025 e transferidor. Segundo os autores, para a correta montagem do aparelho seria necessário observar os dentes ortogonalmente. A visualização de cada dente deveria ser realizada preferencialmente, de forma direta (Figura 2). Os acessórios nos dentes incisivos, caninos e pré-molares, seriam posicionados no longo eixo destes dentes, no sentido mésio-distal (Figura 3). Nos molares superiores e inferiores a borda da parte ativa do acessório seria posicionada tangente ao longo eixo da cúspide mésio-vestibular destes dentes. Pelo fato dos dentes apresentarem inclinações mésio-distais, ao serem observados em uma orientação vertical, dever-se-ia determinar, com auxílio de um lápis grafite extra-fino a localização dos pontos de contato, pois o que se pretendia alcançar seria o correto alinhamento e nivelamento destes dentes com corretos pontos de contato, para facilitar a intercuspidação. A união do ponto oclusal (ou incisal) ao cervical, e entre os pontos de contato de um mesmo dente, determinaria a inclinação no sentido mésio-distal que indicaria a inclinação das canaletas dos acessórios. Quando for difícil determinar os pontos de

15 contato dos dentes anteriores para a determinação das alturas dos acessórios a Tabela 1 serviria de orientação inicial para as situações em que existissem dúvidas quanto à altura inicial e a partir destes dados partir-se-ia para as variações individuais. Segundo os autores, para se fazer as medições das marcações poderia utilizar-se diversos recursos (estrela de Boone, paquímetro, régua milimetrada, compasso de pontas ou dispositivos especiais, como anguladores). Pôde-se concluir que os dentes apresentam características próprias de forma e tamanho. O adequado posicionamento seria dado pela orientação mésio-distal em um plano oclusal, determinação do longo eixo, determinação dos pontos de contato ou alturas das cristas e consequentemente, a determinação da posição correta para os acessórios ortodônticos. O ortodontista deve observar as variações da anatomia dentária para determinar a altura dos acessórios. Os autores concluíram que a sequência clínica descrita demonstrou ser bastante útil para a determinação correta do posicionamento dos acessórios ortodônticos. Figura 2 - Visualização dos dentes por vestibular (sentido ocluso-gengival) Figura 3 - Marcação dos pontos nas bordas incisais e cúspides

16 Tabela 1 Alturas para os acessórios ortodônticos em 3 tamanhos: pequeno, médio e grande, superiores e inferiores. Fonte: Neves, Mucha, Vilella (2013). 2.2 Posicionadores É possível encontrar alguns tipos de instrumentos posicionadores de braquetes ortodônticos na literatura, cada um apresenta características que, de acordo com os autores, conferem um posicionamento mais preciso dos braquetes. Samuels (2005) apresentou um instrumento com duas pontas, de um lado um posicionador de braquete, do outro lado uma lâmina para remover o excesso de adesivo (Figura 4). Segundo o autor, o braquete seria colocado sobre o dente e poderia ser levado à posição desejada encaixando a ponta no interior do slot do braquete. A porção longitudinal da lâmina também poderia ser utilizada como referência horizontal e vertical do longo eixo do dente. Também permitiria que o operador comparasse a posição dos braquetes em relação aos dentes vizinhos. A outra extremidade poderia também ser utilizada como um removedor de excesso de adesivo após o posicionamento do acessório. Figura 4 - Posicionador de Samuels

17 Em 2009, Kolkebail, Tomas e Auad, desenvolveram um posicionador de braquetes (Figura 5) que levaria em consideração dois planos do espaço (horizontal e vertical). O projeto baseou-se na utilização de uma sonda periodontal reta, no qual uma rampa seria soldada sobre o metal base desta. Esta rampa foi projetada para apoiar-se sobre a borda incisal do dente durante a adesão. Soldou-se também uma peça de metal que entra no slot do braquete com distância desejada até a rampa de metal. Dessa forma, a peça de metal do slot do braquete agiria como um guia horizontal enquanto a sonda alinharia o eixo longitudinal da raiz. Esta configuração ajudaria o operador a colocar os braquetes na posição correta em relação horizontal e vertical, ao mesmo tempo. Segundo os autores, este instrumento posicionador 2D poderia ser utilizado em conjunto com uma radiografia panorâmica, bem como, com a impressão clínica do eixo longitudinal dental, resultando numa redução na necessidade de reposicionar os braquetes ou de realizar dobras de segunda ordem no fio. Portanto, este instrumento seria um guia útil para os ortodontistas que realizam técnica de colagem direta. Figura 5 - Posicionador de Kolkebail, Tomas e Auad Sharma, Shrivastav, Hazarey (2011) desenvolveram um instrumento que permitiria a colagem direta de braquetes com altura de 3 a 6 mm (Figura 6), de forma precisa e reprodutível. O instrumento consistia de uma régua com gravação milimétrica, um parafuso vertical, uma mola, um braço horizontal de suporte, uma porca que seguraria o braço de suporte no lugar sobre a mola e um espelho com uma marcação que serviria como referência da distância mesio-distal. A altura dos braquetes poderia ser selecionada rodando a porca no sentido horário ou anti-horário com os dedos, movendo assim o braço horizontal para baixo ou para cima. Para o uso clínico, colocaria-se o espelho da base na incisal ou ponta de cúspide dos dentes e braço horizontal no slot do braquete, em seguida, verificaria-se a linha vertical do espelho, que deveria estar no centro da largura mesio-distal do dente. Segundo os autores,

18 esse instrumento diminuiria o erro no posicionamento dos braquetes e melhoraria os resultados do tratamento. Figura 6 - Posicionador de Sharma, Shrivastav, Hazarey Sugareaddy et al. (2010) desenvolveram um instrumento (Figura 7) que propiciava ao clínico o posicionamento de braquetes de forma precisa e eficiente. Para isso foi utilizado uma pinça de braquetes, um tubo para aparelho extrabucal, um fio de 0,039 e uma mola de NiTi fechada de 9 mm. Após a marcação de 3,5, 4, 4,5 e 5mm no tubo soldou-se os compontes. O instrumento foi utilizado para marcação do longo eixo do dente, depois apreendendo o braquete que, foi então, posicionado no dente de acordo com o longo eixo e com o fio de 0,039 apoiado na incisal do elemento dental. De acordo com os autores o dispositivo eliminaria o uso da estrela de Boone durante a colagem, permitiria que fosse posicionado corretamente; menor manipulação de material, pelo correto posicionamento do braquete acarretando a uma colagem mais rápida; seria um dispositivo econômico; de fácil fabricação e reparo.

19 Figura 7 - Posicionador de Sugareaddy et al. Hattarki e Malagi em 2011 demonstraram um posicionador de braquetes modificado (Figura 8) constituído por uma rampa de metal, um fio de aço e um parafuso. Segundo os autores, o dispositivo apresentaria duas vantagens, sendo a primeira posicionar os braquetes de forma precisa no sentido horizontal e vertical; a segunda seria reduzir a necessidade de reposicionamento do braquete ou a de realizar dobras de segunda ordem durante a finalização do caso. Figura 8 - Posicionador de Hattarki e Malagi No mesmo ano, Raghuraj e Shetty descreveram um dispositivo posicionador de braquetes para as seguintes alturas: 3,5mm, 4mm, 4,5mm e 5mm (Figura 9). De acordo com os autores, suas vantagens seriam que um único instrumento conseguiria ter 3 diferentes funções: pinça para segurar o braquete, colocar o braquete na posição desejada no sentido vertical e realizar compressão do acessório na superfície dentária. Outra vantagem seria a eliminação do uso de diferentes instrumentos durante a colagem e por último a diminuição no tempo de cadeira.

20 Figura 9 - Posicionador de Raghuraj e Shetty Em 2013, Sharma desenvolveu um dispositivo universal (Figura 10) que seria uma ferramenta única para mensurações clínicas e em modelos de gesso, pinça de braquetes e posicionador que permitiria reprodutibilidade no posicionamento do acessório. Para a confecção do dispositivo, foram utilizadas uma pinça de latão e duas fitas de latão. De acordo com os autores, a ferramenta teria muitas utilidades, alta acurácia (0,5mm), diminuiria a necessidade do uso de outros instrumentais, diminuiria o tempo de cadeira e seria de fácil confecção e econômica. Figura 10 - Posicionador de Sharma Mazzeo et al. (2013) objetivaram descrever um kit de posicionadores de braquetes denominados FAQ.FIX (Figura 11) baseado no longo eixo vestibular dentário tanto para colagem direta como indireta. O dispositivo feito de policarbonato de uso médico e aço, apresentava um braço vertical e um horizontal, linhas de referência do longo eixo, uma

21 saliência com a angulação e torque de cada dente e um parafuso que permitiria a determinação da altura desejada. Os autores concluíram que o dispositivo representaria uma melhora significante no posicionamento dos braquetes comparado com os posicionadores tradicionais. Os autores observaram redução do tempo de tratamento com o uso do FAQ.FIX por conta da diminuição do erro de posicionamento de braquetes nas fases iniciais. Figura 11 - Posicionadores FAQ.FIX 2.3 Precisão da colagem Armstrong et al., em 2007, realizaram um estudo para comparar a habilidade de ortodontistas e estudantes de odontologia em colar braquetes ortodônticos no centro da coroa clínica em typodonts. Os participantes (n=40) foram divididos em dois grupos: grupo 1 composto por 20 ortodontistas (13 homens, 7 mulheres); o grupo 2 consistia de 20 estudantes (10 homens, 10 mulheres) do último ano de odontologia que não apresentavam nenhuma experiência prévia em posicionamento de braquetes. Foram montados 40 typodonts com a mesma maloclusão: Classe I com apinhamento. Todos os participantes receberam alguns instrumentais e um panfleto ilustrando a posição de cada braquete. Os participantes foram requisitados a colar 20 braquetes Victory prescrição MBT de baixo perfil (3M Unitek, Monrovia, USA) no typodont. Para avaliação do posicionamento dos acessórios, os dentes foram removidos do typodont e colocados em um jig, então duas fotos digitais foram tiradas. Realizou-se a análise da posição vertical, mésio-distal e angulação dos braquetes. Os

22 resultados obtidos mostraram que os ortodontistas posicionaram os braquetes mais para incisal do que os estudantes de odontologia. No sentido vertical os estudantes apresentaram um posicionamento mais preciso dos acessórios. Quando comparados no sentido mésio-distal não houve diferenças estatísticas entre os grupos. Após a avaliação, os autores concluíram que tanto os ortodontistas, quanto os estudantes de odontologia, apresentaram erros similares na colagem direta de braquetes; o fornecimento de instruções claras permitiu o estudantes de odontologia colocar os braquetes com maior precisão que os ortodontistas, embora eles requeressem um maior tempo para realizá-lo; além disso, a posição inicial do dente poderia influenciar no posicionamento correto do acessório, mesmo quando há espaço suficiente para a colocação do mesmo. No mesmo ano, os autores supracitados compararam a precisão no posicionamento entre dois métodos de posicionamento do braquete durante a colagem: localização do centro da coroa clínica e mensuração da distância a partir da borda incisal. Para tal, foram utilizados 38 typodonts simulando Classe I com apinhamento no qual 19 ortodontistas (12 do sexo masculino e 7 do sexo feminino), que receberam previamente um panfleto com imagens definindo a exata posição de cada braquete, posicionaram os acessórios. Cada especialista, realizou a colagem de 20 braquetes no centro da coroa clínica em um typodont e 20 braquetes com a altura baseada na distância da borda incisal em outro typodont. O tempo para o posicionamento para cada técnica foi cronometrado. Para avaliação da acurácia do posicionamento do braquete, os dentes foram removidos e colocados em um jig para então, serem tiradas as fotos para a análise. Foram avaliados o posicionamento vertical do braquete, erros no sentido mésio-distal e angulares. Dentre os resultados, foi possível observar que não houve diferença estatisticamente significante no tempo de colagem do aparelho entre as técnicas. Assim como, não houve também, diferença estatisticamente significante quanto aos erros verticais, mésio-distais e angulares em ambas as técnicas. Baseados nos resultados os autores concluíram que o posicionamento dos acessórios tendo como referência a distância da borda incisial até o slot do braquete seriam mais acurados no sentido vertical para dentes anteriores e superiores. O grau de erro de posicionamento, independente de qual técnica utilizada, demonstra que as dobras nos fios ou reposicionamentos dos braquetes poderiam ser necessários para alcançar resultados aceitáveis. Em 2011, Mohammadi e Moslemzadeh compararam a precisão no posicionamento de braquetes com o uso de instrumento para calibrar a altura dos braquetes e a estrela de Boone. Para tal, selecionou-se um paciente que apresentava maloclusão de Classe II de Angle com todos os dentes erupcionados, sem nenhuma erosão, quebra ou restauração. Além disso, a maloclusão apresentada não causava interferência no posicionamento dos acessórios

23 ortodônticos. Por meio de 19 modelos de gesso do mesmo paciente, selecionou-se um modelo e foram marcados o longo eixo da coroa clínica e a altura desejada, de acordo com a tabela de McLaughlin e Bennett. Os 18 modelos restantes foram divididos igualmente em dois grupos: grupo A (braquetes posicionados com instrumento para calibrar altura) e grupo B (braquetes posicionados com o uso da estrela de Boone). Os dentes de gesso foram cortados e obteve-se fotos dos mesmos. As fotos foram importadas para um computador, o longo eixo da coroa clínica e a altura dos braquetes foram marcadas e mediu-se, então a distância entre as linhas de referência e os braquetes. Após análise dos resultados, pôde-se concluir que o uso do instrumento para calibrar altura levou a um menor erro de posicionamento vertical e melhor precisão em comparação à estrela de Boone, sem diferença significativa entre os dois posicionadores no sentido mesio-distal e acurácia angular. Em geral, o instrumento para calibrar altura seria recomendado. Ousehal e Lazrak (2011) avaliaram a precisão do posicionamento de braquetes utilizando a estrela de Boone e o posicionador de braquetes em 10 modelos de gesso. Para a avaliação, em uma hemiarcada os braquetes foram posicionados com a ajuda da estrela de Boone, na outra hemiaracada os braquetes foram posicionados com ajuda do posicionador de braquetes. Os dentes de gesso foram cortados e fotografados. As fotos foram importadas para um computador, no qual calibrou-se o longo eixo da coroa clínica. A altura dos braquetes foi marcada e comparou-se com as linhas de referência. Com base nos resultados obtidos pôde-se observar que a estrela de Boone apresentou maior precisão no posicionamento vertical dos braquetes, enquanto o posicionador de braquetes permitiu melhor posicionamento angular dos acessórios.

3. PROPOSIÇÃO DO MODELO DE UTILIDADE 24

25 3. PROPOSIÇÃO DO MODELO DE UTILIDADE Com o objetivo de alcançar o posicionamento correto dos braquetes ortodônticos no momento de sua colagem sobre a superfície dentária, diminuindo, dessa forma o tempo de cadeira, de tratamento e o custo durante o tratamento, esta patente terá como objetivo apresentar um kit de posicionadores de braquetes de fácil utilização, eficiente e financeiramente acessível.

4. PATENTE 26

27 4. PATENTE BRAQUETES ORTODÔNTICOS KIT DE POSICIONADORES DE 001 A presente patente de modelo de utilidade refere-se à disposição construtiva aplicada a um kit de posicionadores de braquetes ortodônticos, para a realização da colagem desses acessórios, proporcionando maior agilidade e precisão no posicionamento dos braquetes, conferindo maior segurança para a realização deste procedimento pelos ortodontistas ou mesmo por profissionais menos experientes (em fase de aprendizado ou auxiliares de consultório odontológico). 002 Cada posicionador apresenta um braço vertical que permite uma boa visualização do longo eixo do dente, um braço horizontal que serve de apoio na face incisal do dente, uma porção que se insere na canaleta do braquete, determinando a altura e uma porção que propicia a apreensão do dispositivo, manualmente ou com pinça. Nesta última porção, fica gravado o número correspondente ao dente ao qual o posicionador pertence, para que seja inserido no braquete correto. Os posicionadores apresentam-se em 3 kits, tamanhos P, M e G, seguindo as alturas para os acessórios ortodônticos de Neves, Mucha, Vilella (2013), sendo os tamanhos diferenciados por cores (azul, amarelo e vermelho, respectivamente). 003 Cada posicionador em si apresenta-se em formato de L. Seu processo de fabricação é industrial, sendo confeccionado em policarbonato de uso médico. O formato e o material conferem-lhe resistência e durabilidade. 004 Atualmente, os posicionadores de braquetes ortodônticos apresentam a única função de posicionar o braquete no sentido cérvico-incisal/oclusal e com isso não levam em consideração as outras variáveis (angulação e torque). Os materiais até então utilizados para a confecção dos posicionadores são aço e plásticos industriais. 005 O MU 8201107-9 "Gabarito posicionador de braquetes dental" - refere-se a uma patente de modelo de utilidade, aplicada no setor técnico da ortodontia e trata-se de uma pecinha estampada em forma de cruz, constituída de metal inoxidável, com espessura em torno de 20 awg (American Wire Gauge), com suas faces polidas e cada uma das suas quatro extremidades possui duas medidas de profundidade, sendo estas: 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5; 4,0; 4,5; 5,0 milímetros, as quais podem ser usadas, transversal e longitudinalmente nos dentes a serem tratados, com a finalidade de posicionar a altura do braquetes em relação à face incisal ou oclusal do dente na técnica de colagem direta

28 ou indireta. 006 O MU 9000782-4U2 Pinça posicionadora de braquetes ortodônticos trata-se de uma patente de modelo de utilidade para uma pinça posicionadora de braquetes que é compreendida por uma pinça cruzada ortodôntica, com uma haste interna onde foram incorporados um guia de longo eixo dental e um posicionador de altura do braquete, este formado por uma base posicionadora, contendo uma numeração indicativa de altura do posicionador, e por uma fenda horizontal de calibragem e de precisão de colagem e ainda a ponta ativa da pinça possui uma fenda que acompanha a fenda horizontal de calibragem. 007 O MU 8600919-2 Pinça paquímetro ortodôntica é uma patente de modelo de utilidade para uma pinça ortodôntica auxiliar na fase de colagem de braquetes ortodônticos nos dentes, que compreende uma plataforma móvel, deslizante dentro de uma guia tubular e fixada por um parafuso. O deslize do cursor permite a aproximação ou distanciamento da plataforma do dispositivo intra-slots. A plataforma é um limitador apoiado na ponta do dente enquanto que o braquete apreendido pela pinça é comprimido contra o dente pra a colagem. Os dispositivos intra-slots nas pontas ativas da pinça estabilizam o braquete durante a colagem. Os dois pontos de apoio: a) a plataforma e b) dispositivos intra-slots, estabelecem a altura da colagem, fixação e o nivelamento do braquete na colagem. 008 Outros dispositivos posicionadores citados na literatura destacam-se. Dentre eles existe a estrela de Boone, adquirida em lojas de materiais odontológicos, que apresenta tamanho padrão e é confeccionada em metal, caracterizando-se por ser um dispositivo volumoso, por não proporcionar noção de angulação durante o posicionamento, por apresentar difícil utilização na região posterior e alteração da determinação da altura. Além deste, há o posicionador de braquete, muito utilizado, que possui 4 alturas diferentes e é confeccionado em metal, sendo articulado e possibilitando colagem na região posterior, porém sendo passível de erro no posicionamento do braquete, por possibilitar alteração na altura, angulação e erros em relação ao longo eixo dentário. 009 Os posicionadores de braquetes, até então existentes, atendem a alguns requisitos de posicionamento dos braquetes, porém não em todos os sentidos necessários. As desvantagens são: custo elevado; dificuldade de uso pelo ortodontista em algumas regiões; possibilidade de erros; confecção pelo próprio ortodontista com técnica laboratorial complexa; dispositivos muito volumosos; alguns não permitem esterilização; dificuldade de manipulação pelo ortodontista; possível desconforto ao paciente. 010 Por outro lado, o posicionador de braquetes que será patenteado por meio deste trabalho, apresenta as possíveis vantagens técnicas: - confeccionado em polímero de uso médico, material plástico de fácil manipulação;

29 - possibilidade de esterilização em autoclave; - maior precisão do posicionamento do braquete em diversos sentidos; - possuir volume reduzido; - facilidade de uso pelo profissional; - possibilidade de colagem em diversas alturas; - possuir porção que permite a visualização do longo eixo do dente; - possuir porção que encaixa no braquete permitindo correto posicionamento de angulação e torque; - evita a necessidade de reposicionamento dos braquetes em outras fases do tratamento; - serem inseridos nos braquetes antes de serem posicionados na superfície dentária; 011 Como observado na figura 1, a perspectiva lateral do posicionador possibilita observar a porção para apreensão (D), a porção que propicia observar o longo eixo dentário (A) a base de apoio na face oclusal do dente (B), e a porção que se encaixa na canaleta do braquete e determina a altura e a angulação do acessório (C). 012 Na figura 2 é possível verificar a vista posterior do dispositivo apresenta porção que propicia observar o longo eixo dentário (A), porção que se encaixa na canaleta do braquete e determina a altura e angulação do acessório (C) e porção para apreensão (D). 013 O kit de posicionadores de braquetes apresenta porção (A) que permite visualização do longo eixo do dente, possibilitando que o profissional centralize o braquete ortodôntico de forma mais precisa no sentido mesio-distal. Esta porção apresenta 8,5 mm de altura e 1,5 mm de largura e de profundidade. O dispositivo apresenta também uma base de apoio (B) na face oclusal do dente, que possui 6,5 mm de comprimento, 1,0 mm de altura e 1,5 mm de largura. A porção que se insere na canaleta do braquete (C) tem 0,54 mm de altura, 1,2 mm de profundidade e 4,5 mm de comprimento. Esta parte (C) determina a altura na qual o braquete deverá ser posicionado, podendo variar de acordo com o necessário (tamanho dentário). A porção que se insere na canaleta do braquete (C) tem uma angulação individual em relação ao segmento A, que acompanha o longo eixo do dente, de acordo com a prescrição utilizada (Roth). A porção para apreensão do posicionador (D) possui 1,0 mm de largura, e 4,0 mm de largura e 6,0 mm de altura. O material utilizado em toda sua extensão para a confecção será o polímero de uso médico. Dessa forma, garantirá dureza suficiente, evitando possíveis fraturas e deformações, possibilidade de esterilização, possibilidade de fazer em diversas cores para identificação, além de apresentar marcações indicando para qual elemento dentário é indicado o uso do dispositivo. 014 A apresentação comercial dos posicionadores

30 será em 3 kits com tamanhos P, M e G, ou seja, pequeno, médio e grande, sendo que o ortodontista definirá qual kit utilizar, avaliando o tamanho dos dentes de cada paciente. As alturas foram baseadas nas sugestões de Neves, Mucha e Vilella (2012) para dentes pequenos, médios e grandes. Haverá 20 posicionadores em cada kit, correspondendo a 10 dentes na arcada superior (2 incisivos centrais, 2 incisivos laterais, 2 caninos, 2 primeiros pré-molares e 2 segundos pré-molares) e 10 dentes na arcada inferior (2 incisivos centrais, 2 incisivos laterais, 2 caninos, 2 primeiros pré-molares e 2 segundos pré-molares). A identificação do dente correspondente a cada posicionador será facilmente realizada com a numeração gravada na haste semi-circunferencial de cada posicionador, como já havia sido descrito. A separação dos tamanhos dos kits, por sua vez, será realizada pela utilização de diferentes cores: azul para o kit tamanho P, amarelo para o M e vermelho para o G. A altura será determinada baseada no tamanho da metade da coroa clínica dos Incisivos Centrais, no qual altura 5,0 mm corresponderá ao kit G, 4,5 mm ao kit M e 4,0 mm ao kit P, para os superiores. Para os dentes inferiores, altura 4,5 mm corresponderá ao kit G, 4,0 mm ao kit M e 3,5 mm ao kit P.

31 REINVINDICAÇÃO 1. KIT DE POSICIONADORES DE BRAQUETES ORTODONTICOS, caracteriazado por apresentar porção (A) que permite visualização do longo eixo do dente, possibilitando que o profissional centralize o braquete ortodôntico de forma mais precisa no sentido mesio-distal. Esta porção apresenta 8,5 mm de altura e 1,5 mm de largura e de profundidade. O dispositivo apresenta também uma base de apoio (B) na face oclusal do dente, que possui 6,5 mm de comprimento, 1,0 mm de altura e 1,5 mm de largura. A porção que se insere na canaleta do braquete (C) tem 0,54 mm de altura, 1,2 mm de profundidade e 4,5 mm de comprimento. Esta parte (C) é caracterizada pelo fato de determinar a altura na qual o braquete deverá ser posicionado, podendo variar de acordo com o necessário (tamanho dentário). A porção que se insere na canaleta do braquete (C) tem uma angulação individual em relação ao segmento A, que acompanha o longo eixo do dente, de acordo com a prescrição utilizada (Roth). A porção para apreensão do posicionador (D) possui 1,0 mm de largura, e 4,0 mm de largura e 6,0 mm de altura. O material utilizado em toda sua extensão para a confecção será o polímero de uso médico. Dessa forma, garantirá dureza suficiente, evitando possíveis fraturas e deformações, possibilidade de esterilização, possibilidade de fazer em diversas cores para identificação, além de apresentar marcações indicando para qual elemento dentário é indicado o uso do dispositivo.

32 RESUMO KIT DE POSICIONADORES DE BRAQUETES ORTODÔNTICOS. A presente patente de modelo de utilidade refere-se à disposição construtiva aplicada a um kit de posicionadores de braquetes ortodônticos, para a realização da colagem desses acessórios, proporcionando maior agilidade e precisão no posicionamento dos braquetes, conferindo maior segurança para a realização deste procedimento pelos ortodontistas ou mesmo por profissionais menos experientes (em fase de aprendizado ou auxiliares de consultório odontológico). Apresenta um braço vertical que permite uma boa visualização do longo eixo do dente, um braço horizontal que serve de apoio na face incisal do dente, uma porção que se insere na canaleta do braquete, determinando a altura e uma porção que propicia a apreensão do dispositivo, manualmente ou com pinça. Nesta última porção, fica gravado o número correspondente ao dente ao qual o posicionador pertence, para que seja inserido no braquete correto. Os posicionadores apresentam-se em 3 kits, tamanhos P, M e G. Cada posicionador em si apresenta-se em formato de L. Seu processo de fabricação é industrial, sendo confeccionado em policarbonato de uso médico. O formato e o material conferem-lhe resistência e durabilidade.

FIG 1 33

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FIG 3 35

REFERÊNCIAS 36

37 REFERÊNCIAS Armstrong D, Shen G, Petocz P, Darendeliler MA. Assessment of palatal bone thickness in adults with cone beam computerized tomography. Australian Orthodontic Journal. 2007; 23(2): 109-13. Armstrong D, Shen G, Petocz P, Darendeliler MA. A comparison of accuracy in bracket positioning between two techniques localizing the centre of the clinical crown and measuring the distance from the incisal edge. European Journal of Orthodontics. 2007; 29: 430-6. Carlson SK, Johnson E. Bracket positioning and resets: Five steps to align crowns and roots consistently. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2001; 119(1): 76-80. Hattarki RS, Malagi S. A modified bracket-positioning gauge. ORTHODONTICS: The Art & Practice of Dentofacial Enhancement. 2011; 12(3): 268-9. Joiner M. In-house precision bracket placement with the indirect bonding technique. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010; 137(6): 850-4. Kokebail D, Thomas D, Al-Awwad. 2D Bracket positioning gauge. Smile Dental Journal. 2009; 4(4): 22-3. Mazzeo F, Marchese E, Assumma V, Sepe J, Perillo L. A new device (FAQ.FIX ) for orthodontic bracket placement in straight wire technique. Progress in Orthodontics. 2013; 14(23): 1-8. McLaughlin R, Trevisi H, Bennet J. Practical Techniques for Achieving Improved Accuracy in Bracket Positioning. Orthodontic Perspective. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1999; 6(1): 21-4. Mohammadi A, Moslemzadeh SH. Comparison of the Accuracy of Bracket Placement with Height Bracket Positioning Gauge and Boone Gauge. Journal of Dent Res Dent Clin Dent Prospects. 2011; 5(4): 111-8. Neves RML, Mucha JN, Vilella BS. O posicionamento vertical dos acessórios na montagem do aparelho ortodôntico fixo. International Journal of Science Dentistry. 2013; 1(37): 1-14. Ousehal L, Lazrak L. The accuracy of brackets placement in direct bonding technique: a comparison between the pole-like bracket positioning gauge and the star-like bracket positioning gauge. Open Journal of Stomatology. 2011; 1: 121-5.

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ANEXOS 39

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