CARTILHA DO VIGILANTE E DO VIGIA ORIENTANDO E DEFENDENDO O PROFISSIONAL DA SEGURANÇA

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Transcrição:

CARTILHA DO VIGILANTE E DO VIGIA ORIENTANDO E DEFENDENDO O PROFISSIONAL DA SEGURANÇA 1

2 VIGILANTE

VIGILANTE Conforme determinação do Ministério do Trabalho e Emprego, a atividade laboral do vigilante consiste em vigiar dependências, bem como áreas públicas e privadas com a finalidade de prevenir, controlar e combater delitos como porte ilícito de armas e munições e outras irregularidades. Além disso, deverá zelar pela segurança das pessoas, do patrimônio e pelo cumprimento das leis e regulamentos; recepcionar e controlar a movimentação de pessoas em áreas de acesso livre e restrito; fiscalizar pessoas, cargas e patrimônio; escoltar pessoas e mercadorias; controlar objetos e cargas; vigiar parques e reservas florestais, combatendo inclusive focos de incêndio, além de vigiar presos. Os vigilantes comunicam-se via rádio ou telefone e, prestam informações ao público e aos órgãos competentes. Vigilância não é somente a segurança armada, mas também toda atividade voltada à segurança pessoal e patrimonial. Portanto, é prerrogativa exclusiva das empresas de segurança, regularmente constituídas, a prestação dos serviços de vigilância, cabendo apenas aos profissionais devidamente qualificados o exercício regular das atividades em questão. Exige-se, para exercício profissional, que o vigilante receba treinamento específico com capacitações periódicas, só podendo exercer as atividades de segurança somente quando, comprovadamente, não possuir antecedentes criminais. Além disso, o profissional deverá ser preparado física e psicologicamente para as funções que lhe são atribuídas, por meio de cursos de formação; acompanhado e fiscalizado pela Polícia Federal, dotada de arquivo que controla os vigilantes, armamento e munição de todas as empresas regulares, condições essas que não são exigidas ao vigia. São direitos básicos assegurados ao vigilante: a) b) o recebimento, por conta do empregador, de uniforme devidamente autorizado; a utilização de materiais e equipamentos em perfeito funcionamento e estado de conservação, inclusive armas e munições; 3

c) d) e) f) a utilização de sistema de comunicação em perfeito estado de funcionamento; o porte de arma, quando em efetivo exercício; treinamento permanente de prática de tiro e de defesa pessoal; seguro de vida em grupo, oferecido pelo empregador. O vigilante deverá exercer as suas atividades com urbanidade, integridade e determinação. Utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em serviço, manter-se em seu posto sob vigilância, observando-se as peculiaridades das atividades de transporte de valores, escolta armada e segurança pessoal; comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relativas ao equipamento que utiliza, em especial quanto ao armamento, munições e colete à prova de balas, se for o caso, não se eximindo o empregador do dever de fiscalização, além de portar a Carteira Nacional de Vigilante CNV. REQUISITOS PARA A PROFISSÃO Para o exercício da profissão, o vigilante deverá preencher os seguintes requisitos: a) b) c) Ser brasileiro; Ter idade mínima de 21 (vinte e um) anos; Ter instrução correspondente à 4ª (quarta) série do primeiro grau; d) Ter sido aprovado em curso de formação de vigilante, realizado em estabelecimento com funcionamento autorizado; 4 e) Ter sido aprovado em exame de saúde física, mental e psicotécnico;

f) g) Não ter antecedentes criminais registrados; Estar quite com as obrigações eleitorais e militares. O exercício da profissão de vigilante requer prévio registro no Departamento de Polícia Federal, que se fará após a apresentação dos documentos comprobatórios das situações supra descritas. DIREITOS TRABALHISTAS E PREVIDENCIÁRIOS O vigilante que tiver seu contrato de trabalho regido pela CLT será submetido a determinadas regras, que poderão ser mais benéficas em caso de convenção ou acordo coletivo. Os adicionais que poderão incidir sobre o valor da remuneração do vigilante, previstos na legislação trabalhista são: a) Adicional noturno: é garantido aos empregados que tem sua atividade laboral compreendida entre 22 ( vinte e duas ) horas de um dia até às 05 (cinco ) horas do dia seguinte. A remuneração do trabalho noturno deve ter acréscimo de, no mínimo, 20% sobre o valor da hora diurna. Além do pagamento do adicional noturno, o cômputo da quantidade de horas trabalhadas nesse horário é feito levando-se em conta que a hora dura apenas 52 minutos e 30 segundos. Isso significa, na prática, que sete horas contadas no relógio integralmente realizadas no período noturno correspondem a 8 horas trabalhadas. É importante destacar que, se o empregado prorrogar sua jornada, dando continuidade ao trabalho noturno, essa prorrogação será tida como trabalho noturno, mesmo o trabalho sendo executado após as 5 hs. b) Adicional de insalubridade: é devido quando se verifica situação que expõe o empregado a agentes nocivos à saúde, sendo calculado o adicional na razão de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40 % (grau máximo) do salário mínimo, conforme a natureza da atividade, intensidade e tempo de exposição. 5

c) Adicional de periculosidade: 30% sobre o salário base do empregado que presta serviço em contato permanente com elementos inflamáveis, explosivos ou energia elétrica. No caso do vigilante, a NR-16 disciplina a periculosidade para atividades que exponham o empregado permanentemente a roubo ou outras espécies de violência física e, por esse motivo, a legislação previdenciária enquadra tais profissionais na modalidade aposentadoria especial. Cabe enfatizar que a aposentadoria especial está livre do fator previdenciário e também independe da idade como requisito para concessão, porém, entre os requisitos, está a apresentação de PPP- Perfil Profissiográfico Previdenciário e LTCAT - Laudo Técnico das Condições do Ambiente de Trabalho, atendendo à legislação específica. d) Adicional de transferência: é devido ao empregado o equivalente a 25% sobre o salário que percebia, em caso de transferência provisória. Salário-família: benefício indenizatório de caráter previdenciário, devido ao segurado de baixa renda, que possua filhos ou equiparados menores de 14 anos, ou inválidos de qualquer idade. Horas-extras: corresponde, via de regra, ao mínimo de 50% sobre a hora normal. Importante destacar que a Constituição estabelece jornada de trabalho de 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta) horas semanais, salvo existência de convenção ou acordo coletivo que discipline a compensação de horas. Férias: anuais de 30 (trinta) dias, ou proporcionais e remuneradas com, pelo menos, 1/3 (um terço) a mais que o salário normal, após cada período de 12 (doze) meses de serviço, chamado período aquisitivo. 6

O empregado poderá perder o seu direito às férias caso: a) no curso do período aquisitivo deixe o emprego e não seja readmitido dentro de 60 (sessenta) dias b) permaneça em gozo de licença, com percepção de salário por mais de 30 dias; c) deixe de trabalhar, por mais de 30 (trinta) dias, com percepção de salário, em decorrência de paralisação total ou parcial dos serviços da empresa; d) tenha percebido benefício previdenciário de auxilio doença ou auxilio acidente, por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos; Décimo Terceiro Salário: é direito do empregado o décimo terceiro salário com base na remuneração integral. A remuneração de referência para o pagamento do 13º (décimo terceiro) salário é a do mês de dezembro do ano correspondente. O cálculo é de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço. Considera-se como mês a fração igual ou superior a 15 dias de trabalho. Estabilidade no Emprego: é garantida a estabilidade do empregado em determinadas situações específicas, tais como: para dirigentes sindicais, membros da CIPA, gestantes e membros da Comissão de Conciliação Prévia, desde que não cometam falta grave. Também gozam dessa garantia os acidentados. RESCISÃO DO CONTRATO DE TRABALHO No que diz respeito à demissão por justa causa do empregado, a legislação determina alguns atos que justificam a rescisão do contrato de trabalho, por influenciarem na relação de confiança estabelecida entre empregado e empregador. 7

a) Ato de Improbidade: caracteriza-se pela conduta negativa e desonesta, revelando mau caráter do empregado. b) Incontinência de Conduta ou Mau Procedimento: é a prática de atos ligados à obscenidade. Já o mau procedimento é atitude incompatível com o valor social, mas que não configura ato de improbidade. c) Negociação Habitual: configura-se pelo comércio dentro do local de trabalho, sem autorização do empregador e com habitualidade. d) e) Condenação Criminal: é a condenação criminal com sentença transitada em julgado e, sem que seja concedida suspensão da execução da pena. Desídia: dá-se pela má vontade do empregado, a preguiça, o desinteresse, falta de atenção, o relaxamento no cumprimento das atividades laborais. f) Embriaguez: seja por álcool ou drogas, em serviço ou fora dele, porém de caráter habitual, que transpareça na atividade laboral. g) h) Violação de segredo da empresa: configura-se pela divulgação de uma informação que o empregado tem conhecimento em razão da função que exerce e que não deveria tornar público. Indisciplina: constitui violação de normas internas estabelecidas pela empresa ou advindas do contrato de trabalho. i) j) Insubordinação: é a recusa em cumprir ordens referentes a atividade laboral. Abandono de emprego: por determinado, além de constatação clara da intenção do empregado de não retornar mais às suas atividades. 8

k) Ato lesivo à honra e à boa fama: é a ofensa à honra e à boa fama do empregador ou superiores ou de qualquer outra pessoa. Descaracterizada estará a justa causa, em situação que o empregado age em legítima defesa. l) Ofensa Física: é a agressão do empregado contra qualquer pessoa, situação que estará descaracterizada, em caso de legítima defesa. m) Prática Constante de Jogo de Azar: desde que seja prática não eventual; pouco importando se o empregado joga valendo dinheiro ou não. n) Atos Atentatórios à Segurança Nacional: são atos de terrorismo, previstos em lei, apurados em inquérito administrativo. Na hipótese da demissão sem justa causa, ou seja, sem que o empregado tenha dado motivo grave para o desligamento, o empregador deverá arcar com uma série de garantias trabalhistas, tais como saldo de salário, aviso prévio indenizado proporcional, férias proporcionais, décimo terceiro salário proporcional, FGTS e multa, além da ficha de requerimento do seguro desemprego, se for o caso, dentro do prazo estabelecido pela legislação. Outra forma em que o contrato de trabalho poderá ser extinto por iniciativa do empregado é a rescisão indireta, que poderá ocorrer no caso de falta praticada pelo empregador. Em tal situação, será ajuizada reclamação trabalhista visando o reconhecimento judicial da justa causa para o patrão. MAIORES INFORMAÇÕES: www.januarioadvocacia.com.br 9

10 VIGIA

VIGIA Conforme determinação do Ministério do Trabalho e Emprego, a atividade laboral do vigia consiste em fiscalizar a guarda do patrimônio, bem como exercer a observação de fábricas, armazéns, residências, estacionamentos, edifícios públicos, privados e outros estabelecimentos, percorrendo-os sistematicamente e inspecionando suas dependência para evitar incêndios, entrada de pessoas estranhas e outras anormalidades; controlar o fluxo de pessoas, identificando, orientando e encaminhando-as para os lugares desejados; receber hóspedes em hotéis; acompanhar pessoas e mercadorias; fazer manutenções simples nos locais de trabalho. Um dos pontos que difere a atividade laboral do vigilante e do vigia é o uso de armamento e munição. Como o vigia, no exercício de sua profissão, não necessita de tais artefatos, não se enquadra, portanto nos dizeres da NR-16 e, consequentemente, não faz jus ao recebimento do adicional de periculosidade e não se enquadra na aposentadoria especial. Por outro lado, como o vigilante, o vigia empresarial será regido pela CLT e deverá exercer as suas atividades com urbanidade, integridade e determinação, manter-se em seu posto sob vigilância, comunicar, ao seu superior hierárquico, quaisquer incidentes ocorridos no serviço, assim como quaisquer irregularidades relativas ao equipamento que utiliza, não se eximindo o empregador do dever de fiscalização, além de utilizar, adequadamente, o uniforme autorizado, apenas em serviço. O vigia, que presta serviço de forma contínua e de finalidade não lucrativa à família, no âmbito residencial desta, é, para todos os efeitos legais, considerado empregado doméstico. Em consequência, não faz jus às verbas trabalhistas não conferidas pela CLT aos demais profissionais dessa categoria. Em relação à Previdência Social, o vigia que presta serviço em âmbito residencial, tem sua integração completa, gozando de todos os benefícios previdenciários extensivos aos demais empregados, tais como: estabilidade no emprego em razão da gravidez, que vai do momento da confirmação até 5 meses após o parto, licença maternidade de 120 (cento e vinte) dias, sem prejuízo 11

do emprego e salário, licença paternidade de 05 (cinco) dias, auxílio doença e aposentadoria. Por ser regido por lei específica destinada à categoria, são direitos do vigia residencial: Registro em CTPS: devidamente anotada, com os dados do empregador, especificando-se a data de admissão, salário ajustado e celebração de contrato por prazo determinado, se for o caso. As anotações devem ser efetuadas no prazo de 48 (quarenta e oito) horas, após a entrega da Carteira de Trabalho pelo empregado, quando da sua admissão. A data de admissão a ser anotada corresponde à do primeiro dia de trabalho, mesmo em contrato de experiência. Ao salário-mínimo ou ao piso salarial estadual, fixado em lei: garantidas a irredutibilidade (salvo o disposto em convenção ou acordo coletivo) e a isonomia salariais, vedada, ainda, a diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil e qualquer discriminação, relativamente a salários e critérios de admissão ao trabalhador portador de deficiência. Para o caso de empregado contratado em tempo parcial, assim entendido aquele que trabalha até 25 (vinte e cinco) horas semanais, é devido o pagamento do salário proporcional à jornada trabalhada, desde que respeitado o valor do salário mínimo. Jornada de trabalho: duração do trabalho normal não superior a 8 (oito) horas diárias e 44 (quarenta e quatro) semanais, facultada a compensação de horários, mediante acordo escrito entre empregado e empregador. A legislação permite, também, que empregador e empregado, por acordo escrito, optem por adotar a jornada 12 x 36, que consiste em o empregado trabalhar por 12 (doze) horas seguidas e descansar por 36 (trinta e seis) horas ininterruptas. Já o intervalo intrajornada poderá ser concedido ou indenizado. O descanso semanal, os feriados e as prorrogações do horário noturno, quando houver, já estão compensados na jornada 12 x 36. Simples Doméstico: é o documento que permite ao empregador pagar 12

todos os tributos em guia única. O Simples Doméstico é composto por 3,2% relativo à indenização compensatória da perda de emprego, 0,8% correspondente à contribuição social para financiamento do seguro contra acidentes do trabalho, 8% a 11% da contribuição previdenciária devida pelo empregado, 8% relativo à contribuição previdenciária devida pelo empregador e Imposto de Renda Retido na Fonte do empregado e 8% do FGTS. Horas Extras: O adicional respectivo será de, no mínimo, 50% a mais que o valor da hora normal. É facultado às partes a adoção do regime de compensação, mediante acordo escrito entre empregador e empregado. Nesse regime, as horas trabalhadas a mais em um dia poderão ser compensadas com a diminuição do trabalho em outro dia, observadas as seguintes regras: devem ser pagas como extraordinárias as 40 (quarenta) primeiras horas extraordinárias trabalhadas em um mês. Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária, o empregado fará jus ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data de rescisão. Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos: deve ser concedido ao vigia descanso semanal remunerado de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, preferencialmente aos domingos, além de descanso remunerado em feriados. O descanso semanal deve ser concedido de forma a que o empregado não trabalhe 7 (sete) dias seguidos e, havendo trabalho aos domingos, que esse descanso recaia no domingo no máximo a cada 7 semanas. Adicional noturno Décimo terceiro salário Férias Salário-família Vale transporte 13

BIBLIOGRAFIA AMADO, Frederico. Curso de Direito e Processo Previdenciário. 8ª edição Salvador, Bahia. Editora Jus Podivm, 2016 SILVA, Alexandre Pinto da. Caraterização Técnica da Insalubridade & Periculosidade. 2ª edição São Paulo: LTr, 2016 http://www.cntv.org.br/index.php?busca=conven%e7%e3o+coletiva&pg=conteudos, acessado em 19/10/2016 http://www.pf.gov.br/servicos-pf/seguranca-privada/legislacaonormas-e-orientacoes/manual-do-vigilante, acessado em 19/10/2016 http://www.vigilanciaseguranca.com.br/, acessado em 19/10/2016 http://sislex.previdencia.gov.br/paginas/38/inss-pres/2015/77.htm, acessado em 19/10/2016 http://sindesvdf.com.br/st/wp-content/uploads/2016/01/cct-2016.pdf, acessado em 19/10/2016 http://senadofederal.tumblr.com/post/145255960127/demiss%c3%a3osem-justa-causa-saiba-quais-s%c3%a3o-seus, acessado em 19/10/2016 http://www.esocial.gov.br/doc/cartilha-simples-domestico-v1.1.pdf, acessado em 19/10/2016 14

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