A 1ª GUERRA MUNDIAL. Por Jorge Freitas

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Transcrição:

A 1ª GUERRA MUNDIAL Por Jorge Freitas

Em Agosto de 1914 reinava na Europa uma estranha ilusão

Nas capitais anunciava-se a guerra

Em Berlim

Em Londres

Os militares mobilizados despediram-se dos familiares no meio de grande entusiasmo patriótico

Allons, enfants de la Patrie

partiram para a frente de batalha ao som de hinos e marchas militares, com ingénua alegria

todos pensavam que a guerra estaria terminada pelo Natal

seria curta e tão excitante como uma brincadeira de crianças

Como estavam enganados!

As fases da guerra

As potências centrais pretendiam: Na frente leste conter os ataques do exército Russo. Na frente ocidental obter uma vitória rápida, apanhando de surpresa os exércitos dos Aliados pela retaguarda, através de uma manobra ousada. Para isso teriam de invadir a Bélgica, que era neutral. O plano fora concebido em 1905 pelo General Schlieffen.

O plano Schlieffen

Uma guerra em várias frentes

1ª Fase: guerra de movimentos (Agosto a Novembro 1914)

Graças a um avanço rápido, os Alemães quase atingiram Paris (à direita: forças alemãs e prisioneiros franceses)

O avanço alemão em 1914

Em ambos os lados, as armas eram modernas, mas as tácticas eram obsoletas. A artilharia e as metralhadoras provocaram baixas elevadíssimas nas massas compactas

em breve os Alemães não tinham reservas e abastecimentos suficientes para prosseguir o avanço.

Entre Setembro e Novembro, o contra-ataque dos Franceses (batalha do Marne) salvou Paris e estabilizou a frente de combate.

Na Frente Leste, os Russos, depois de algum avanço inicial, foram rechaçados pelos Alemães e Austro-Húngaros

perdendo muitos homens e material.

A Leste, as Potências Centrais aguentavam.

2ª Fase: guerra de posições, ou de trincheiras (Novembro 1914 Março 1918)

O impasse durou grande parte da guerra. Metidos em trincheiras que iam desde a fronteira suíça até ao Canal da Mancha.

Exemplo de um sistema de trincheiras

Nas trincheiras se vivia e se morria. As imagens dão uma ideia do sofrimento

Não há faces descontraídas, os sorrisos são forçados Não há uniformes limpos O equipamento está espalhado por toda a parte A tristeza e a falta de sono são evidentes

As condições eram idênticas em ambos os lados (aqui, uma trincheira alemã)

Soldado francês barbeando-se na trincheira

Os soldados tinham pouca comida, e aquela de que dispunham era frequentemente atacada por ratos e ratazanas. As ratazanas chegavam a ter o tamanho de coelhos estavam bem alimentadas dos cadáveres dos soldados mortos.

Ratazanas e piolhos eram uma praga

Entretanto, para quebrar o impasse, ambos os lados procuraram estabelecer novas alianças Aliados Japão 1914 Itália 1915 Roménia 1916 Potências centrais Império Otomano 1914 Bulgária 1915 Portugal 1916

Portugal declarou guerra à Alemanha em Outubro de 1916. Travaram-se combates em Angola, Moçambique e na Flandres (França), bem como no mar e no ar.

Uma guerra da Revolução Industrial As novas tecnologias

A industrialização permitira a introdução de armas cada vez mais mortíferas Peças de artilharia pesada

Metralhadoras pesadas, cuja terrível cadência de tiro ceifava impiedosamente os soldados que avançavam pela terra de ninguém (nome dado ao terreno entre as trincheiras dos dois lados inimigos)

Gases venenosos de vários tipos, que cegavam e asfixiavam os soldados (ao lado: soldados britânicos que ficaram cegos após um ataque de gás)

Lança-chamas Lançagranadas (dilagrama)

O avião de combate

O dirigível (Zeppelin)

O tanque de guerra (aqui, um Mk V britânico)

e outro, destruído

e um tanque ligeiro francês Renault

Guerra submarina

A possibilidade de vitória passa a depender do esforço industrial, havendo necessidade de mobilizar todos os recursos disponíveis. Por isso, em cada país beligerante, assiste-se ao reforço dos poderes do Estado e à sua intervenção na economia: no financiamento e reconversão das indústrias para produção de armamento Fábrica de armamento Krupp Produção de tanques

no recurso ao trabalho feminino, a prisioneiros de guerra e ao trabalho obrigatório em alguns países em Inglaterra Fábrica de produção de aviões - França

na recolha de fundos para a guerra e aumento de impostos

no recurso à propaganda e censura à informação

Com o comércio mundial afectado pela guerra, havia escassez de alimentos Longa fila para a distribuição de pão e foi necessário recorrer ao racionamento

Apesar de tudo, as ofensivas militares causavam milhares de mortos e não se saía do impasse Em 1916, houve duas grandes tentativas de romper a frente inimiga: Ataque alemão em Verdun (700.000 mil mortos) e ataque franco-britânico no Somme (mais de um milhão e 200 mil mortos!)

Em 1917 houve dois acontecimentos importantes Os E.U.A. entraram na guerra ao lado dos Aliados (Maio). A Rússia, devido à Revolução de Outubro, abandonou o conflito.

Mas o impasse prosseguiu até 1918

3ª Fase: retorno à guerra de movimentos (Março - Novembro 1918)

Entre Março e Abril, os Alemães lançaram grandes ofensivas na Frente Ocidental O Corpo Expedicionário Português (CEP) foi praticamente destruído durante a ofensiva alemã de 9 de Abril, no sector de La Lys (Flandres)

Apesar de alguns ganhos iniciais, as ofensivas acabaram por fracassar

A partir de Julho de 1918, com o reforço de 1.000.000 de soldados americanos, os Aliados lançam grandes contra-ofensivas

Os exércitos alemães foram forçados a recuar, abandonando as linhas de trincheiras bem construídas e fortemente defendidas durante mais de três anos.

A partir daí, a derrota das Potências Centrais foi uma questão de tempo Sem contacto com as suas colónias, sem comércio com o exterior e com a indústria virada para o esforço de guerra, a Alemanha passava por graves dificuldades económicas.

A Áustria-Hungria, o Império Otomano e a Bulgária também estavam à beira da exaustão A Alemanha e os aliados desta não tiveram outra solução senão aceitar a derrota. O Armistício entrou em vigor às 11 horas do dia 11 de Novembro de 1918. Terminava assim a mais sangrenta das guerras que a Humanidade conhecera até então.