PANORAMA BRASIL ARGENTINA

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Abril 2013 Panorama Econômico da Argentina: [pág ] Panorama do Comércio Bilateral: [pág ] Restrições Comerciais:

INFORMATIVO DE BUENOS AIRES

Acumulado até novembro registra IED de US$ 52,7 bilhões

REDUÇÃO DAS IMPORTAÇÕES ASSEGURA SUPERÁVIT DA BALANÇA COMERCIAL EM 2015

Foto: T photography Shutterstock.com PANORAMA BRASIL-ARGENTINA

Julho São Paulo, 20 de agosto de 2015 BALANÇA COMERCIAL REGISTRA 5º SUPERÁVIT CONSECUTIVO EM JULHO.

Fevereiro 2015 São Paulo, 19 de Março de 2015 FEVERE REIRO REGISTRA O MENOR VALOR PARA AS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DESDE JANEIRO DE 2010.

Junho 2013 Panorama Econômico da Argentina: [pág ] Panorama do Comércio Bilateral: [pág ] Restrições Comerciais: [pág.

BALANÇA COMERCIAL ACUMULA SUPERÁVIT DE US$ 4,0 BILHÕES NO PRIMEIRO BIMESTRE DO ANO

Abril 2015 São Paulo, 19 de maio de 2015 BALANÇA COMERCIAL REGISTRA NOVO SUPERÁVIT EM ABRIL

BALANÇA COMERCIAL ACUMULA SUPERÁVIT DE US$ 13,4 BILHÕES EM 2015

CRESCEM AS EXPORTAÇÕES DE MANUFATURADOS PARA OS ESTADOS UNIDOS EM 2015

Maio 2015 São Paulo, 22 de junho de 2015 BALANÇA COMERCIAL TEM SUPERÁVIT DE US$ 2,8 BILHÕES EM MAIO

Janeiro 2015 São Paulo, 23 de Fevereiro de 2015 BALANÇA COMERCIAL TEM DÉFICIT DE US$ 3,2 BILHÕES NO PRIMEIRO MÊS DO ANO

Balança mensal registra superávit de US$ 2,1 bilhões. Saldo acumula déficit de US$ 1,6 bilhão no ano. Destaques entre parceiros e produtos

ano I, n 5, setembro de 2011

A Recessão Global e o Comércio Exterior Brasileiro

ano V, n 49 Maio de 2015

ano II, n 15, junho de 2012

Janeiro registrou ingresso de US$ 4,0 bi em IED

Balança mensal registra superávit de US$ 1,2 bilhão. Saldo acumula déficit de US$ 3,7 bilhões no ano. Destaques entre parceiros e produtos

Junho 2014 São Paulo, 25 de julho de 2014 DÉFITIC COMERCIAL NO PRIMEIRO SEMESTRE DO ANO É 19,0% MENOR QUE EM 2013

BALANÇO DE PAGAMENTOS

ano I, n 8 dezembro de 2011

PANORAMA BRASIL ARGENTINA

ano I, n 6, outubro de 2011

AUMENTO NAS IMPORTAÇÕES INFLUENCIAM SALDO NEGATIVO DA BALANÇA COMERCIAL

Resultados do 2º trimestre de 2012

Acontecimentos Recentes. Indicadores Econômicos

Novembro São Paulo, 17 de dezembro de 2012.

Julho Principais produtos exportados

Dezembro São Paulo, 14 de janeiro de 2013.

Novembro 2014 São Paulo, 16 de dezembro de 2014 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA PODERÁ ENCERRAR O ANO DEFICITÁRIA

ano V, n 46, Fevereiro de 2015

Ano II, n 15, julho de 2012

Comércio Internacional: Impactos no Emprego. Março 2009 DEREX / DEPECON / DECONTEC 1

São Paulo, 10 de janeiro de 2012.

Março 2014 São Paulo, 30 de abril de 2014

SÍNTESE AGOSTO DE 2015

Julho O fraco desempenho comercial pode ser atribuído à combinação entre redução das exportações e avanço das importações;

ano V, n 47, Março de 2015

Resultados do 3º trimestre de 2012

São Paulo, 13 de setembro de 2012

São Paulo, 26 de junho de Maio 2013

Dezembro 2014 São Paulo, 19 de Janeiro de 2015 BALANÇA COMERCIAL BRASILEIRA TEM PRIMEIRO DÉFICIT ANUAL EM 14 ANOS

São Paulo, 18 de março de 2013.

São Paulo, 13 de dezembro de 2012.

Ano VII, n 77, setembro de 2017

Dezembro 2014 São Paulo, 21 de janeiro de SUPERÁVIT ANUAL COM A CHINA É O MENOR DOS ÚLTIMOS SEIS ANOS

Outubro São Paulo, 28 de novembro de 2012.

Saldo mensal registra superávit de US$ 644 milhões. Balança acumula saldo positivo de US$ 8,1 bilhões. Commodities continuam puxando pauta exportadora

ano II, n 9, janeiro de 2012

Balança comercial acumula saldo positivo de US$ 7,5 bilhões. Principais produtos exportados

PRIMEIRO MÊS DE 2014 MARCA DÉFICIT COMERCIAL DE US$ 4,1 BILHÕES

Saldo da balança comercial com a China segue favorável ao Brasil.

Corrente de comércio com a China acumula US$ 53,8 bilhões em 2015

São Paulo, 06 de agosto de 2013.

Fluxo de IED é de US$ 5,0 bi até outubro

Ingressos de IED diminuem 12,3% frente a 2014

São Paulo, 16 de julho de Junho 2012

Janeiro São Paulo, 28 de fevereiro de 2013.

ano I, n 4, julho de 2011

ano IV, n 34, Fevereiro de 2014

Até novembro, ingresso de IED é menor que em 2013

Acontecimentos Recentes. Indicadores Econômicos

Fevereiro 2012 Déficit dobrou no primeiro bimestre do ano: Desempenho das exportações aprofunda déficit no acumulado de janeiro a fevereiro de 2012:

São Paulo, 10 de julho de Junho 2012

São Paulo, 19 de setembro de Agosto 2012

Saldo comercial ficou negativo no mês de outubro. Balança acumulada permanece em torno de US$ 8 bilhões

São Paulo, 19 de março de 2013.

São Paulo, 23 de maio de 2013.

Maio 2014 São Paulo, 11 de julho de EM MAIO, BRASIL REGISTRA SUPERÁVIT COMERCIAL MENOR COM A CHINA

Janeiro 2015 São Paulo, 26 de fevereiro de BALANÇA COMERCIAL REGISTRA O MAIOR DÉFICIT MENSAL COM A CHINA.

Janeiro Atualizado até 10/02/2012.

Maio 2012 Superávit comercial crescente: Déficit na balança de manufaturas: Exportações brasileiras de manufaturados ganham espaço na pauta

Coeficientes de Exportação e Importação

No comparativo Set.13/ Set.12 o setor têxtil apresentou crescimento de 2,47% e o vestuário apresentou queda de 8,26%.

São Paulo, 18 de junho de 2013.

Produto Interno Bruto Estado de São Paulo Fevereiro de 2016

Desempenho do Comércio Exterior Paranaense Abril 2016

Balança comercial encerra 2013 com superávit de US$ 2,56 bilhões

Setembro registra ingressos de US$ 4,2 bi em IED

Ano II, n 19, novembro de 2012

ano XVII, n 10, outubro de 2013

São Paulo, 26 de fevereiro de 2013.

SUPERÁVIT DE OUTUBRO É O OITAVO CONSECUTIVO EM 2015

São Paulo, 22 de agosto de 2012

Setembro São Paulo, 15 de outubro de 2012

Julho 2014 São Paulo, 05 de agosto de SUPERÁVIT DE JULHO É 39% MAIOR QUE NO ANO ANTERIOR

INDX registra alta de 0,41% em outubro

ano IV, n 40 agosto de 2014

Fevereiro , , , ,9

Setembro 2014 São Paulo, 05 de novembro de BALANÇA COMERCIAL COM A CHINA É DEFICITÁRIA EM US$ 458 MILHÕES EM SETEMBRO

PANORAMA BRASIL-ARGENTINA

A Queda do Preço Médio das Exportações da China para o Brasil: Resposta Chinesa à Crise DEREX

Balança comercial surpreende com superávit em novembro. Superávit acumulado é 30% maior que no ano passado

Coordenação Geral Glauco Carvalho Alziro Vasconcelos Carneiro

Balança Comercial do Rio Grande do Sul Março Unidade de Estudos Econômicos UNIDADE DE ESTUDOS ECONÔMICOS

Pressão Inflacionária. DEPECON / FIESP Fevereiro de 2005

Transcrição:

PANORAMA BRASIL ARGENTINA NOVEMBRO DE 2014

SUMÁRIO Sumário Panorama Econômico... 1 Mudanças na DIREÇÃO do Banco Central da República Argentina (BCRA)...1 Reservas Internacionais...1 Dados macroeconômicos... 2 Panorama Comercial Argentino... 3 Comércio global da argentina... 3 Importações argentinas por zonas econômicas e países selecionados... 3 Panorama do Comércio Bilateral... 4 Balança comercial brasil-argentina... 4 Participação brasileira nas importações argentinas... 4 Medidas que afetam o comércio internacional... 6 Elevação do imposto de importação extrazona para lista de 100 produtos... 6 Novas restrições à saída de divisas... 6 Disputa argentina na omc... 6 Principais fases de uma disputa na omc... 7 Registro de Retificação Jurada Antecipada de Importação (RJAI)... 7 Fluxuograma dos procedimentos para a liberação das importações... 8

BILHÕES PANORAMA BRASIL ARGENTINA Panorama Econômico MUDANÇAS NA DIREÇÃO DO BANCO CENTRAL DA REPÚBLICA ARGENTINA (BCRA) O Presidente do Banco Central Argentino, Juan Carlos Fábrega, apresentou sua renúncia no início do mês de outubro (01/10/14). Fábrega havia assumido a presidência do BCRA em novembro de 2013. O economista Alejandro Vanoli, que presidiu a Comissão Nacional de Valores da Argentina entre 2009 e setembro de 2014, foi escolhido para assumir o cargo de Fábrega no comando do Banco Central argentino. RESERVAS INTERNACIONAIS A alta demanda por dólares continua a impactar negativamente as reservas internacionais. Em queda pelo terceiro mês seguido, as reservas internacionais argentinas somaram US$ 27,65 bilhões* em outubro de 2014 (uma redução de 2% em relação ao mês anterior e de 19% em relação ao mesmo período de 2013). Trata-se aproximadamente da metade do total de reservas de que dispunha a Argentina em 2010. Visando alavancar a poupança em moeda nacional, o governo argentino anunciou uma nova medida logo após a saída de Fábrega do comando do Banco Central. Em vigor desde 8 de outubro, a medida estabelece limites mínimos para as taxas de juros dos depósitos a prazo fixo em pesos e aumenta a cobertura de seguro dos depósitos. Com este novo instrumento, o governo visa reduzir a demanda por dólares e contornar a queda das reservas. 60 Reservas (U$S bilhões, média mensal) 50 40 30 27,65* 20 10 0 * Estimado. Fonte: Abeceb 1

DADOS MACROECONÔMICOS DADOS MACROECONÔMICOS - ARGENTINA Taxa de câmbio (peso/us$) (Out/14) ¹ 8,49 Risco país (Out/14) ¹ 766,35 Reservas (Out/14) ² US$ 27,65 bilhões Dívida Total (Dez/13) US$ 202,6 bilhões Dívida Interna (Set/13) US$ 141,9 bilhões Dívida Externa (Set/13) US$ 60,8 bilhões Preços ao Consumidor Variação anual (Abeceb Out/14) 38,1% Variação mensal (Abeceb Out/14) 1,9% Variação acumulada até outubro (Abeceb) 30,2% Variação mensal (Indec IPC NU-Set/14) ³ 1,4% Var. acumulada até setembro (Indec IPC NU) 19,8% Desemprego (2 trimestre/14) 7,5% Fonte: Abeceb e Indec. ¹ Média em 28 de outubro. ² Média em 17 de outubro. ³ O IPC-GBA foi interrompido. O IPC-NU é de âmbito nacional, sendo publicado desde dez/2013. 2

Panorama Comercial Argentino COMÉRCIO GLOBAL DA ARGENTINA Entre janeiro e setembro de 2014, o saldo comercial argentino foi de US$ 5,79 bilhões (queda de 12% em relação ao mesmo período de 2013). No mesmo período, as exportações totais foram de US$ 56,1 bilhões (redução de 10% frente a 2013), enquanto as importações totais do país somaram US$ 50,3 bilhões (diminuição de 10% em relação a 2013). COMÉRCIO ARGENTINO (GLOBAL) - US$ MILHÕES PERÍODO EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES SALDO COMERCIAL 2013 2014 Δ 2013 2014 Δ 2013 2014 Δ Janeiro 5.572 5.231 6% 5.358 5.196 3% 214 35 84% Fevereiro 5.649 5.393 5% 5.175 5.349 3% 474 44 91% Março 6.245 5.253 16% 5.434 5.211 4% 811 41 95% Abril 7.372 6.398 13% 6.378 5.472 14% 994 926 7% Maio 8.501 7.117 16% 7.063 5.858 17% 1.438 1.259 12% Junho 7.583 7.387 3% 6.368 6.008 6% 1.215 1.379 13% Julho 7.398 6.723 9% 7.022 5.920 16% 376 803 114% Agosto 7.474 6.599 12% 7.107 5.700 20% 367 899 145% Setembro 6.846 6.016 12% 6.130 5.612 8% 716 404 44% Total 9 meses 62.640 56.116 10% 56.034 50.326 10% 6.606 5.790 12% Fonte: INDEC IMPORTAÇÕES ARGENTINAS POR ZONAS ECONÔMICAS E PAÍSES SELECIONADOS ZONAS ECONÔMICAS E PAÍSES SELECIONADOS IMPORTAÇÕES ARGENTINAS JANEIRO A SETEMBRO (2013 e 2014) MILHÕES DE US$ Jan Set (2013) Jan Set (2014) Todas as origens 56.034 50.326-10 MERCOSUL 15.462 11.907-23 Resto da ALADI 2.233 1.680-25 China* 8.457 8.304-2 NAFTA 7.821 8.592 10 União Europeia 10.296 8.865-14 VARIAÇÃO PERCENTUAL % * Inclui Hong Kong e Macau. Fonte: INDEC 3

Milhões PANORAMA BRASIL ARGENTINA Panorama do Comércio Bilateral BALANÇA COMERCIAL BRASIL-ARGENTINA As importações brasileiras originárias da Argentina diminuíram 3,4% no 3º trimestre de 2014, em relação ao trimestre anterior, enquanto as importações argentinas originárias do Brasil reduziram 6,5% na comparação do mesmo período. Entre janeiro e outubro de 2014, o saldo comercial brasileiro com a Argentina foi de US$ 381 milhões. O valor foi 85,5% inferior ao superávit brasileiro no mesmo período de 2013, quando o saldo comercial do Brasil foi de cerca de US$ 2,6 bilhões. 2.000 Balança Comercial Brasil - Argentina 1.500 1.207 981 1.000 1.183 1.355 1.218 1.257 1.309 1.2401.227 1.209 1.168 1.168 500 0-500 225 71 20 98 4 13 85 0 JAN FEV MAR-36 ABR MAI JUN JUL AGO SET -99 OUT Exportação Importação Saldo Fonte: AliceWeb PARTICIPAÇÃO BRASILEIRA NAS IMPORTAÇÕES ARGENTINAS Dentre os 13 principais setores brasileiros que perderam participação nas importações argentinas entre janeiro e agosto de 2014, destacam-se: máquinas agrícolas, calçados, bens de capital, autopeças, têxtil e vestuário, fertilizantes, plástico e borracha. Por outro lado, dentre os 8 principais setores brasileiros que ganharam participação nas importações argentinas entre janeiro e agosto de 2014, destacam-se: automotivo, material de transporte, couro, papel, farmacêutico e brinquedos. Entre janeiro e agosto de 2014, a participação brasileira nas importações argentinas reduziu simultaneamente ao crescimento das importações argentinas originárias da China em 9 setores. Destacam-se os setores de máquinas e aparelhos eletrônicos, químico, têxtil, metais, autopeças, bens de capital e calçados. Em alguns casos, observa-se um aumento da participação brasileira nas importações argentinas, embora as exportações brasileiras para estes produtos tenham reduzido. Isso ocorre porque as exportações brasileiras à Argentina dos produtos selecionados tiveram redução inferior àquela apresentada pelas importações totais do parceiro no período (ex.: automóveis, papel e editoriais, brinquedos, farmacêutico, etc). 4

IMPORTAÇÕES ARGENTINAS ORIGINÁRIAS DO BRASIL, POR SETOR (PARTICIPAÇÃO SOBRE O TOTAL) Setor jan-ago/13 jan-ago/14 Variação Percentual Automotivo 69,92% 78,72% 8,80 p.p. Material de Transporte 21,50% 26,29% 4,79 p.p Couro e suas manufaturas 2,75% 5,62% 2,87 p.p Acessórios de vestuário 4,49% 7,07% 2,58 p.p Papel e editoriais 39,58% 41,02% 1,44 p.p Farmacêutico 5,29% 5,49% 0,20 p.p Brinquedos 1,37% 1,49% 0,12 p.p Madeira 18,98% 18,99% 0,01 p.p Máquinas e aparelhos eletrônicos 7,93% 7,33% 0,60 p.p Químico 22,69% 21,92% 0,77 p.p Instrumentos e aparelhos ópticos e médicocirúrgicos 6,25% 5,34% 0,91 p.p Plástico e Borracha 21,35% 19,44% 1,91 p.p Bens de Informática e Telecomunicação 6,87% 4,57% 2,30 p.p Fertilizantes e defensivos agrícolas 3,39% 1,02% 2,37 p.p Têxtil e vestuário 23,55% 21,05% 2,50 p.p Metais e suas manufaturas 38,03% 35,48% 2,55 p.p Manufaturas diversas 13,71% 10,44% 3,27 p.p Autopeças 41,64% 37,12% 4,52 p.p Bens de Capital 14,76% 9,79% 4,97 p.p Calçados 35,27% 30,24% 5,03 p.p Máquinas agrícolas 63,05% 47,41% 15,64 p.p Fonte: Abeceb 5

Medidas que afetam o comércio internacional ELEVAÇÃO DO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO EXTRAZONA PARA LISTA DE 100 PRODUTOS Em outubro de 2014, a Argentina internalizou a renovação da lista de 100 produtos cuja alíquota do imposto de importação será temporariamente elevada acima da Tarifa Externa Comum (TEC) para países extrazona. A medida, que foi aprovada em março de 2014 pela Comissão de Comércio do Mercosul e terá vigência até dezembro de 2014, decorre de decisão do Mercosul, segundo a qual os sócios do bloco podem elevar, individualmente, a alíquota do imposto de importação de até 100 produtos. A renovação da lista preservou 95% dos produtos abrangidos pela elevação antecedente. Segundo a Abeceb, entre janeiro e agosto de 2014 a participação brasileira nas importações argentinas destes 100 produtos foi de 22%. Dentre os principais produtos da lista fornecidos pelo Brasil à Argentina, destacam-se: gorduras e óleos vegetais, pneus de borracha, canetas, motocicletas, lâmpadas de vapor, ferramentas de embutir e granitos. NOVAS RESTRIÇÕES À SAÍDA DE DIVISAS A partir de setembro de 2014, cresceram as restrições à liberação de divisas pelo Banco Central argentino (BCRA), uma vez que as operações de importação acima de US$ 150 mil passaram a requerer a aprovação do órgão. Até então, somente as operações em montante superior a US$ 300 mil exigiam a liberação do BCRA. A nova medida exerce impacto sobretudo em pequenas e médias empresas. Em alguns casos, a liberação de divisas pode estar associada à exigência de que as importações sejam compensadas com exportações ou outras fontes de ingresso de moeda estrangeira. A situação tem levado as empresas importadoras a obter linhas alternativas de financiamento, por meio de fontes externas, ou obter financiamento das próprias matrizes no exterior. Em alguns setores chaves, como automotivo e eletrônico, as empresas têm sido contempladas com quotas mensais de importação limitadas a montantes de aproximadamente US$ 100 milhões, desde que seja mantido um compromisso de não frear a produção ou realizar demissão de pessoal. DISPUTA ARGENTINA NA OMC No dia 22 de agosto de 2014, o Órgão de Solução de Controvérsias da Organização Mundial do Comércio (OMC) decidiu contra a Argentina em um caso iniciado em 2012. Na disputa, Estados Unidos, Japão e União Europeia alegaram que as Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAIs) são incompatíveis com as regras da OMC. Além disso, foram avaliadas as alegadas exigências, feitas pelo governo argentino, para que os importadores adotassem compromissos visando à aprovação das importações. O Painel da OMC decidiu que as regras de liberação de importações argentinas têm por objetivo limitar as importações, constituindo restrições às importações e violando as regras internacionais. 6

A Argentina recorreu formalmente da decisão em 26 de setembro de 2014, solicitando ao Órgão de Apelação que modifique ou reverta a condenação. Da mesma maneira, Japão e União Europeia apelaram da decisão do Painel: o primeiro pelo fato de que o Painel se absteve de decidir sobre a violação de todas as disposições da OMC mencionadas pela delegação japonesa, enquanto os europeus recorreram da recusa do Painel em analisar 23 medidas identificadas por eles como restrições ao comércio adotadas pela Argentina. Caso a decisão seja mantida, a Argentina deverá se adequar às regras internacionais da Organização, ou então os outros países poderão adotar contramedidas de retaliação à Argentina. PRINCIPAIS FASES DE UMA DISPUTA NA OMC Cabe ao Órgão de Solução de Controvérsias (OSC) da OMC a solução de litígios envolvendo os membros da organização. Também é tarefa do OSC monitorar a implementação das regras e recomendações decorrentes de uma disputa, bem como autorizar a adoção de ações de retaliação, face à inobservância de uma decisão pelos países. CONSULTAS PAINEL APELAÇÃO IMPLEMENTAÇÃO Primeira etapa: os países buscar tratar de suas diferenças entre si antes de se recorrer a outras medidas possíveis. É possível que as partes solicitem a mediação do diretor-geral da OMC nesta etapa. Segunda etapa: um Painel pode ser iniciado a pedido da parte reclamante caso as consultas não produzam a solução de uma controvérsia. O Painel destina-se a emitir pareceres ou recomendações, e seu relatório final pode ser rejeitado pelo OSC apenas mediante consenso. Terceira etapa: pode ocorrer nos casos em que uma ou ambas as partes desejam apelar contra a decisão do Painel. Apelações devem se basear em questões de direito, como interpretação jurídica, não podendo reexaminar provas existentes ou novas questões. Quarta etapa: nos casos em que o OSC considerar que houve violação das regras, a parte derrotada na disputa deverá implementar as recomendações do órgão, colocando as medidas contestadas em conformidade com as regras da OMC, sob pena de retaliação REGISTRO DE RETIFICAÇÃO JURADA ANTECIPADA DE IMPORTAÇÃO (RJAI) A Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP, na sigla em espanhol) da Argentina instaurou um novo mecanismo que permite a retificação das Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAIs) pelos importadores e despachantes aduaneiros. 7

Descrito em um Manual, o procedimento pode ser realizado através do sistema eletrônico destinado ao registro e controle de operações de importação, exportação e trânsito aduaneiro, por meio de um subregime intitulado Retificação Jurada Antecipada de Importação (RJAI). O mecanismo de retificação se aplicará às operações a partir de 30 de outubro de 2014. REGIME DE RETIFICAÇÃO DAS DJAIS: PRINCIPAIS ASPECTOS CARACTERÍSTICAS GERAIS PROCEDIMENTO ORGANISMOS INTERVENIENTES Permite uma única retificação por DJAI Requer uma nova anuência dos organismos intervenientes, uma vez retificada a DJAI Não admite retificação em casos especiais (ex.: existência de medidas cautelares aplicadas à operação) Elaboração: FIESP A retificação é feita por meio do módulo "Retificação Antecipada Jurada de Importação" (RJAI), no Sistema Informático Malvina Qualquer dado da DJAI pode ser retificado (exceto o CNPJ do importador) Uma vez alterada, a DJAI é classificada como "ANULADA" e tem início o processo de transferência dos dados retificados à DJAI retificada, que será classificada como "OFICIALIZADA" Os organismos intervenientes deverão anuir novamente após a retificação da DJAI Novos organismos intervenientes podem atuar sobre a nova DJAI retificada, somando-se aos organismos anuentes da DJAI original Após a retificação, uma DJAI originalmente aprovada pode se tornar "observada" (sujeita a nova aprovação) Fonte: AFIP FLUXUOGRAMA DOS PROCEDIMENTOS PARA A LIBERAÇÃO DAS IMPORTAÇÕES O atual processo de liberação das importações na Argentina requer o envolvimento e a aprovação de três órgãos do governo, quais sejam: A Administração Federal de Receitas Públicas (AFIP, na sigla em espanhol), a Secretaria de Comércio Interior (SCI) e o Banco Central da Argentina (BCRA). Administración Federal de Ingresos Públicos (AFIP) Secretaría de Comercio Interior (SCI) Banco Central (BCRA) Realiza-se o controle fiscal da importação, ou seja, verifica-se a consistência da operação de importação com as atividades da empresa. Todas as DJAIs permanecem bloqueadas durante pelo menos 10 dias para que a AFIP realize este procedimento. Após a aprovação das DJAI pela AFIP, caberá à SCI liberar ou não o pedido de importação. Acredita-se que são priorizadas as declarações com maior prazo para liquidação de divisas ao exterior e aquelas realizadas por pequenas empresas. Ainda que a DJAI possua a aprovação da SCI, as operações de importação com valor acima de US$ 150 mil devem dispor de permissão especial do BCRA. Em alguns casos, segundo a Abeceb, o BCRA pode exigir uma contrapartida para a saída de divisas, seja por meio de exportações ou de outra fonte de moeda estrangeira. 8

Os controles empreendidos na análise dos pedidos de importação visam identificar eventuais inconsistências fiscais, monitorar a importância das operações para o processo produtivo das empresas e promover o equilíbrio entre a entrada e saída de divisas As edições anteriores do Panorama Brasil-Argentina podem ser acessadas aqui. EQUIPE TÉCNICA Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior DEREX Diretor Titular: Thomaz Zanotto Gerente: Magaly Maria Menezes Manquete Área de Defesa Comercial e Facilitação do Comércio Exterior Diretor Titular Adjunto: Eduardo de Paula Ribeiro Consultor: Domingos Mosca Equipe técnica: Bruno Capucci, Bruno Youssef, Carolina Cover, Décio Novaes, Letícia Prado, Patrícia Azevedo Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP Endereço: Av. Paulista, 1313, 4º andar / São Paulo-SP / 01311-923 Telefone: (11) 3549-4483 Fax: (11) 3549-4730 www.fiesp.com.br 9