REDES DE TELECOMUNICAÇÕES Capítulo 3. Hierarquia Digital Plesiócrona Engª de Sistemas e Informática UALG/FCT/ADEEC 2006/2007

Documentos relacionados
1 Hierarquia digital plesiócrona (PHD) 1.1 Multiplexagem no domínio temporal (TDM Time Division Multiplexing) Multiplexagem de sinais analógicos

Redes de Telecomunicações - LESI

Time Division Multiplexing (TDM)

Telefonia Fixa e VOIP PDH

1 HIERARQUIAS DE MULTIPLEXAÇÃO DIGITAL SDH / PDH

Capítulo 3 Aspectos de transmissão Serviços em Telecomunicações

Atualmente dedica-se à Teleco e à prestação de serviços de consultoria em telecomunicações.

Redes Modo Circuito: Visão Geral e Multiplexação

Um sistema por multiplexação por divisão no tempo (TDM - Time Division Multiplexing) está mostrado abaixo:

REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Características do sinal de voz

Telefonia Exercícios

Parte 02 Multiplexação Analógica e Digital no STFC. Prof. Rafael Saraiva Campos 2013/1

Redes de Telecomunicações

EMENTA Transmissão Digital Síncrona. Hierarquia plesiócrona. Justificação. Memórias elásticas. O modo de transporte síncrono STM.

Características do sinal de voz

Transmissão da Informação: Multiplexação TDM

Sistemas de Comunicação Óptica Redes Ópticas da Primeira Geração

Universidade do Minho Engenharia de Comunicações. Tramas E1

Organização do Espectro para Radioenlaces Ponto-a-Ponto

REDES SDH (SYNCHRONOUS DIGITAL HIERARCHY, HIERARQUIA DIGITAL SÍNCRONA) Prof. Carlos Messani

Multiplexação por Divisão de Tempo UNIP. Renê Furtado Felix.

2. Transmissão Digital SDH: Mapeamento de tributários. Secção de Redes de Comunicações de Dados

SDH-SONET. Paulo Aguiar DCC/UFRJ

Redes de Telecomunicações

Conceitos básicos de comunicação. Prof. Marciano dos Santos Dionizio

3. INTERFACE FÍSICA DE ACESSO

Rede Telefónica Pública Comutada - Principais elementos -

Circuitos Digitais PDH (2 Mbps, 34 Mbps e 140 Mbps) Circuitos Digitais SDH STM-N

n canais vocais primário ª ordem ª ordem ª ordem

Redes de Comunicação de Dados Industriais Prof. Assoc. Mário Luiz Tronco

Telefonia Digital. Multiplexação por divisão de tempo e Transmissão digital PDH e SDH. Curso Técnico em Telecomunicações

Figura 1 - Codificação da voz no sistema PCM.

Parte 2 - Comunicação de Dados

LIMITAÇÕES PDH. Padronização parcial. Dificuldade de Derivação/Inserção de Tributários. Pouca Capacidade para Gerência de Rede(0,5%)

Redes de Telecomunicações Redes de Transporte SDH

Planeamento e Projecto de Redes. Capítulo 2. Serviços em Telecomunicações

Redes de Telecomunicações ATM:descrição e aplicação

Sistema MUX PCM Plesiócrono de Primeira Hierarquia

Nível Físico. Sinais. Tipos de Sinal. Banda Passante. Espectro de um Sinal. Sinal Analógico

Duração do Teste: 2h.

Sistemas de Comunicação Óptica

x A x A (t) x B x B (t) x C (t) x C x N x N (t) b) Trama Filtros Passa-baixo Filtros Passa-baixo f a Canal de Transmissao

2 Transmissão de Pacotes na Segunda Geração 2.1. Introdução

Faculdade Integrada do Ceará FIC Graduação em Redes de Computadores

Principais fundamentos de um sistema telefônico

PUBLICAÇÃO DE INTERFACES DE CLIENTE

DIGITALIZAÇÃO. Redes de Computadores. Digitalização de Sinais. Teorema da Amostragem. Digitalização Multiplexação

3.1) Diga o que é uma transmissão síncrona e uma transmissão assíncrona. 3.2) Qual a principal diferença entre codificação banda básica e modulação?

Rede Digital com Integração de Serviços RDIS

PULSE CODE MODULATION (PCM)

Modelo de Comunicação

Telefonia Fixa e VOIP SDH. Prof. Marco Cazarotto

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA CAMPUS SÃO JOSÉ CURSO TÉCNICO INTEGRADO DE TELECOMUNICAÇÕES 1 MULTIPLEXAÇÃO

TP 318 Introdução às Redes Multimídia

Redes de Computadores

2. Conceitos de Comunicação de Dados Simetria; Comutação; Multiplexers; Controlo de fluxo.

Redes de Computadores

Sincronização de relógio para servidores do acesso de rede do AS5xxx

Sistemas de Telecomunicações I. Comutação

Rede de Transporte. Rede de Transporte

REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Modos de Transferência de Informação Sistemas de Telecomunicações I Licenciatura em Engenharia de Comunicações

PULSE CODE MODULATION (PCM)

Gestão de Redes e Sistemas Distribuídos. Setembro Conceitos fundamentais Evolução das Redes (parte II)

Cabeamento Estruturado CAB Curso Técnico Integrado de Telecomunicações 7ª Fase Professor: Cleber Jorge Amaral

REDES DE TELECOMUNICAÇÕES

Planeamento e Projecto de Redes. Capítulo 3. Redes de Transporte SDH

Redes de Computadores

Manual de Operação Slip e Rates

Data: Horário: Turma: Turno: Grupo: Aluno N : Nome: Aluno N : Nome: Aluno N : Nome:

A diferença entre bits, bytes e hertz. ORLANDO FILHO IFPB CAMPUS CAMPINA GRANDE

Problemas Relativos ao Cap.3

Redes de Computadores I 2007/2008

Configurando definições de relógio em interfaces de roteador POS

Transmissão de Informação

Digitalização de Sinais. Teorema da Amostragem. Redes. Digitalização Multiplexação Modulação Codificação. Prof. Sérgio Colcher

REDES II. e Heterogêneas. Prof. Marcos Argachoy

Redes de Computadores

Uma breve visão geral da tecnologia SONET

O ATM é um modo de transferência de informação através do encaminhamento de células, tramas pequenas de tamanho fixo, 53 bytes.

Redes de Transporte SDH Sincronização de rede

Protocolo ATM. Prof. Marcos Argachoy

Integrated Services Digital Network (ISDN) Carlos Messani

Rede Digital com Integração de Serviços de Banda Larga ATM Asynchronous Transfer Mode

UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO REDES DE COMUNICAÇÕES

Teoria das Comunicações

Princípios de comunicação de dados

Transmissão de dados REDES 18/05/2016. Transmissão em paralelo e em série. Ninguém vive sozinho no mundo.

UNIDADE III Aula 2 Multiplexação Em Redes De Comutação Por Circuitos. Fonte: Webaula

Prova 1 semestre Multiplexação TDM/PCM - Gabarito Aluna(o): Turma Data:

Sistemas de Comunicação sem Fio. Sistemas Digitais de Telefonia Celular IS-136 e GSM

Esta tecnologia é utilizada pelo Speedy da Telefonica, Turbo da Brasil Telecom, Velox da Telemar e Turbonet da GVT

e Protocolos de Streaming Aplicações Multimídia Multimídia Aplicações jitter Variação de retardo Efeito do jitter

Teoria para Laboratório 1º Bimestre

Princípios de Comunicação ã Modems Interfaces

Tecnologias de Rede de Acesso e CORE

Capítulo 1. Introdução às redes e serviços de telecomunicações

TE060 Princípios de Comunicação. Sistemas de Comunicação Digital Notes. Por quê Digital? Notes. Notes. Evelio M. G. Fernández. 5 de novembro de 2013

Transcrição:

REDES DE TELECOMUNICAÇÕES Capítulo 3 Hierarquia Digital Plesiócrona Engª de Sistemas e Informática UALG/FCT/ADEEC 2006/2007

Index Princípios básicos TDM Hierarquia digital

Multiplexagem no Tempo (TDM-Time Division multiplexing)

Multiplexagem de Sinais Digitais A combinação de bits pode ser realizada bit a bit, ou então a combinação é feita com conjuntos de bits (palavras) provenientes de diferentes fontes. Estabelecer a trama, ou seja o menor intervalo de tempo que contém pelo menos 1 bit de cada sinal digital; Atribuir a cada entrada um determinado número de intervalos de bit em cada trama; Inserir bits de controlo e síncronismo de trama; Estabelecer mecanismos capazes de compensar possíveis variações das taxas de transmissão.

Variações da taxa de transmissão dos vários sinais de entrada do multiplexer é provavelmente um dos aspectos mais delicados em TDM, assim podemos considerar básicamente três tipos de multiplexers: Síncronos: quando existe um temporizador de comando (Master Clock) que governa todas as fontes, eliminando-se assim as diferenças de taxas de transmissão entre as várias fontes. Este tipo de multiplexers são muito eficientes, no entanto necessitam de esquemas elaborados para a distribuição do sinal de temporização de comando. Asíncronos: são utilizado para fontes digitais que operam em modo start/stop, produzem rajadas de bits com tempo variável entre rajadas. Através da utilização de buffers é possível integrar esses sinais em sistemas síncronos. Quasi-asíncronos: utilizados quando as taxas de transmissão das fontes são idênticas, mas sofrem ocasionalmente pequenas variações dentro de certos limites.

Multiplexagem de sinais digitais no tempo (Time-Division Multiplexing, TDM) Canal 1 Canal 2 Multiplexer TDM Trama......... Bits Canal Canal Sincr. 1 2 é o mais pequeno grupo de bits contendo pelo menos 1 amostra de cada canal mais os bits de sincronização Canal Bits Canal K Sincr. 1 Demultiplexer TDM Canal 1 Canal 2 Canal K Exemplo: Estrutura da trama para 24 canais (DS-1) 193 bits em 125 µs r b = 1.544 Mbps Canal K B1 B2... B8 B1 B2... B8... B1 B2... B8 BF Sincronização Canal 1 Canal 2 Canal 24

Para a multiplexagem de sinais de voz, a nível internacional são usados dois sistemas de multiplexagem, que têm a particularidade de serem incompatíveis entre si: o sistema Europeu designado por CEPT1, definido pela Conference of Europen Post and Telecom (CEPT) e o sistema americano designado por DS1 (Digital Signal-1) em ambos os sistema a frequência de amostragem é de 8 khz e cada amostra é codificado através de PCM com 8 bits por amostra. Depois da digitalização o débito binário é de 64 kbit/s. T b =T s /8 125 µs 8 bits tempo tempo As sequências de 8 bits correspondentes a uma amostra de cada conversa, são enviadass de 125 em 125 µs. O intervalo de tempo que é utilizado para enviar um desses conjuntos de 8 bits designase por fatia de tempo ou mais usualmente o termo inglês timeslot. Ao conjunto de timeslots que ocorrem durante os 125 µs dá-se o nome de trama em inglês frame.

Na rede telefónica tradicional, o telefone converte o sinal de voz (acústico) num sinal eléctrico analógico que é transmitido através de um par de fios para um sistema de comunicação onde um CODEC (codificador/descodificador) o transforma num sinal digital.

r b =32*64 kb/s= 2.048 Mb/s A interface utilizador-rede (UNI User-to-Network Interface) é a interface onde o sinal do assinante de 64 kbit/s encontra a rede. À UNI chegam sinais de vários utilizadores, estes sinais são então multiplexados byte a byte sequêncialmente, e a taxa de transmissão do agregado à saída do multiplexer é actualizada, o importante é que os bits correspondentes a cada amostra de um determinado sinal apareçam de 125 µs em 125 µs,

Trama CEPT1 0 1 2 16 31 Síncronismo de trama Sinalização A trama é divida em 32 time slots, cada um com 8 bits; A taxa de transmissão é de 8x8x32 kbit/s=2.048 Mbit/s; O time slot 0, das tramas impares, é destinado ao padrão de enquadramento de trama (PET); Os time slots de 1-15 e de 17-31 são destinados a canais de voz; O time slot 16 é destinado para sinalização dos canais de voz; A sinalização de cada canal é transmitida utilizando 4 bits, são transmitidos assim a sinalização de 2 canais por trama, sendo necessárias 15 tramas para se transmitir sinalização respeitante aos 30 canais de cada trama. A essas tramas é adicionada uma outra de modo a formar-se uma multitrama, constituída por 16 tramas. O padrão de enquadramento da multitrama situa-se no time slot 16 de décimasexta trama. Cada canal tem á sua disposição para a sinalização de 4 bits de 2 em 2 ms (16x125 µs)

Hierarquia digital plesiócrona, (PDH, plesiochronous digital hierarchy).

Estrutura da trama da 2ª hierarquia (E2) Constituída por 848 bits 4 sectores (sub-tramas) S 1, S 2, S 3 e S 4 (cada um com 212 bits) Repartição dos bits no sector S 1 Os 10 primeiros bits constituem o padrão de enquadramento (PET) (1111010000) Os 2 bits seguintes (X e Y) são bits de reserva Os 200 bits seguintes são usados para transmissão da informação (50 grupos, de 4 bits cada, 1 bit por tributário) Repartição dos bits nos sectores S 2, S 3 e S 4 Cada sector contém 212 bits fraccionados em 53 grupos de 4 bits cada. O 1º grupo de cada sector corresponde aos bits de indicação de justificação, sendo cada bit do grupo alocado a um tributário. Os bits de justificação são colocados (quando necessário) no 1º grupo de informação do sector S 4

AT &T CCIT Nº de canais de entrada Taxa de transmissão à saída (Mbit/s) Nº de canais De entrada Taxa de transmissão à saída (Mbit/s) 1º nível 24 1,544 30 2,048 2º 4 6,312 4 8,448 3º 7 44,736 4 34,368 4º 6 274,176 4 139,264

Sincronização dos elementos da rede Os geradores de sinais de temporização reais são concebidos para operarem a uma determinada frequência nomina (f 0 ). Na prática, contudo, devido a limitações físicas o gerador opera a uma frequência real(f r ), que se pode afastar mais ou menos da frequência nominal. O parâmetro que contabiliza o desvio da frequência real de uma relógio relativamente à sua frequência nominal designase por precisão do gerador e é definido por: Precisão = fr f 0 f 0 Precisão expressa usualmente em p.p.m (partes por milhão). Tendo em conta a precisão,define-se usualmente uma hierarquia com quatro níveis (stratum), com os relógios com precisão mais elevada (relógios atómicos) pertencendo ao stratum 1.

Multiplexagem de canais PCM e hierarquias adoptadas pelo ITU-T 1ª hierarquia 2ª hierarquia 3ª hierarquia 4ª hierarquia 2048 (30) x4 8448 (120) x4 34368 (480) x4 139264 (1920) Europa E-x (European-x) E-1,, E-4 5ª hierarquia x5 32064 (480) x3 97728 (1440) x4 391200 (5760) 1544 (24) x4 6312 (96) Japão (NTT) NOTA: Os valores entre parêntesis indicam o nº de canais de 64 Kbps disponíveis e os outros estão em kbps. x7 44736 (672) x6 274176 (4032) EUA (AT&T) DS-x (Digital Signal-x) DS-1,, DS-4 Tx (Transmission lines x) T1,, T4

Continua no SDH