AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO 24 de outubro
Ambivalência na religião A imagem do joio e do trigo
Carisma e Instituição Retomando a última aula... O que é carisma? O que é instituição? Qual é a relação de um com o outro? INSTITUIÇÃO/NORMAS ANTIGAS RUPTURA (CARISMA) INSTITUIÇÃO/NORMAS NOVAS
Carisma e Instituição Exemplos do ciclo INSTITUIÇÃO CARISMA INSTIUIÇÃO Judaísmo + Jesus Cristo Cristianismo Catolicismo + Reforma Protestantismo Dominação + Revolução Americana Estados Unidos Antigo Regime + Revolução Francesa Estado (burguês) Filosofia/Teologia + Revolução Científica Ciência
Ambivalência A tese que vamos sustentar é a de que TODA instituição humana é ambivalente, ou seja, pode prestar-se tanto ao bem e à promoção humanos, quanto ao seu apequenamento: Igrejas, Ciência, Estado, Escola, Família, Trabalho etc. Focaremos isso a partir da tensão entre CARISMA e INSTITUIÇÃO.
O joio e o trigo (Mt 13, 24-30) Jesus contou outra parábola à multidão: «O Reino do Céu é como um homem que semeou boa semente no seu campo. Uma noite, quando todos dormiam, veio o inimigo dele, semeou joio no meio do trigo, e foi embora. Quando o trigo cresceu, e as espigas começaram a se formar, apareceu também o joio. Os empregados foram procurar o dono, e lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde veio então o joio? O dono respondeu: Foi algum inimigo que fez isso. Os empregados lhe perguntaram: Queres que arranquemos o joio? O dono respondeu: Não. Pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o trigo. Deixem crescer um e outro até à colheita. E no tempo da colheita direi aos ceifadores: arranquem primeiro o joio, e o amarrem em feixes para ser queimado. Depois recolham o trigo no meu celeiro!»
Ambivalência: joio e trigo juntos A imagem do joio e do trigo juntos é bastante precisa para explicar a ambivalência nas instituições humanas; De fato: Temos dificuldade de distinguir claramente entre o certo e o errado p.e.: cotas, violência da Rota, censura a Monteiro Lobato etc. E acabamos tomando joio por trigo e vice-versa p.e.: em nome da defesa da vida, banalizamos o extermínio dos bandidos.
O carisma que se esconde Mas de onde vem tal dificuldade? As coisas não deveriam ser claras? O problema está em que acabamos perdendo o espírito carismático que provocou a ruptura...... e vamos sendo sufocados pela lei nua e crua...... como se a lei fosse um FIM em si mesmo...... e não apenas um MEIO.
Analisando essa tese: cristianismo Judaísmo como excesso de leis e a perda do contato direto com Deus Jesus Cristo: apenas o mandamento do amor Santo Agostinho: Ame e faça o que quiser Cristianismo hoje: um conjunto de regras... Perda da experiência libertadora do contato com Deus
Analisando essa tese: ciência Filosofia-Teologia: submetidas à autoridade (religiosa); não são verificáveis; parciais, não neutras etc. Ciência: ceticismo metodológico, imparcialidade, neutralidade, caráter público das pesquisas etc. Ciência hoje: não neutralidade, não publicidade (p.e.: patentes), manipulação, busca por dinheiro...
Meios tomados como fins As regras da nova instituição deveriam ser MEIOS para atingir-se o FIM maior buscado pela atividade: Religião: MEIO para se fazer a experiência de Deus (e não para disciplinar e controlar as pessoas); Ciência: MEIO para se atingir o conhecimento (e não para se enriquecer ou manipular a opinião pública); Estado: MEIO para se encarnar os ideais democráticos (e não para se conseguir poder e dinheiro, como o encarnam políticos, magistrados e vários funcionários públicos).
O joio e o trigo Dessa forma, a ambivalência das instituições humanas se relaciona com: A tensão nunca facilmente conciliável entre o CARISMA que move e provoca rupturas e a INSTITUIÇÃO que, para assegurar o bem buscado, cria leis, regras, hábitos etc.; Nossa dificuldade de lidarmos com a liberdade e a autonomia (liberdade + responsabilidade) preferimos a regra ao discernimento (como na parábola do Inquisidor de Dostoievski); JOIO: perda do sentido original, preponderância da instituição, da lei fundamentalismo: guerras religiosas; TRIGO: relação harmônica entre carisma e instituição, espírito e lei religião que liberta: Teologia da Libertação.
Avaliação objetivos 1-3 Tomem o caso de qualquer instituição em que tenha havido ao menos uma ruptura carismática: 1. Mostrem as três etapas desse processo (instituição antiga ruptura instituição nova); 2. Mostrem se o que se vive dela hoje representa o ideal buscado pela ruptura; 3. Mostrem se os meios, as regras da instituição, estão sendo tomados efetivamente como meios para se garantir aquilo que era buscado pelo carisma (trigo), ou se são fins em si mesmos (que asfixiam ou jogam para um 2º plano o espírito que moveu à ruptura carismática) (joio). ENTREGAR NA PRÓXIMA AULA!