COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO*

Documentos relacionados

EFEITOS ISOLADOS E CONJUNTOS DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.), EM FUNÇÃO DE NITROGÊNIO E TEMPERATURA NOTURNA EM AMBIENTES DIFERENTES

FONTES ORGÂNICAS DE NUTRIENTES E SEUS EFEITOS NO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA*

ALOCAÇÃO DE FITOMASSA NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L) EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA E DA TEMPERATURA NOTURNA EM CÁMARA DE CRESCIMENTO

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA II: CRESCIMENTO VEGETATIVO

INFLUÊNCIA DE FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO SOBRE O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA.*

FITOMASSA DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

AVALIAÇÃO DO CRESCIMENTO INICIAL DE HÍBRIDOS DE MAMONEIRA COM SEMENTES SUBMETIDAS AO ENVELHECIMENTO ACELERADO

PERÍODO CRÍTICO DE COMPETIÇÃO DAS PLANTAS DANINHAS NA BRS ENERGIA EM DUAS DENSIDADES DE PLANTIO

COMPETIÇÃO DE PLANTAS DANINHAS E ADUBAÇÃO NITROGENADA NO CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis)

ADENSAMENTO DE MAMONEIRA EM CONDIÇÕES DE SEQUEIRO EM MISSÃO VELHA, CE

EFEITO DA TORTA DE MAMONA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS 149 NORDESTINA.

TEOR DE CINZAS E MATÉRIA ORGÂNICA DA TORTA DE MAMONA EM FUNÇÃO DO ARMAZENAMENTO EM DIFERENTES EMBALAGENS*

INFLUÊNCIA DO ESTÁDIO DE MATURAÇÃO DA SEMENTE E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA III: FITOMASSA DA MAMONEIRA

EFEITO DO SUBSTRATO NA DETERMINAÇÃO DO CRESCIMENTO DE MUDAS DE MAMONA DAS VARIEDADES BRS 149 NORDESTINA E BRS 188 PARAGUAÇU.

DESBASTE CONTROLADO DOS RAMOS LATERAIS E POPULAÇÃO DE PLANTAS NA CULTURA DA MAMONEIRA

MANEJO DE PLANTIO E ORDEM DO RACEMO NO TEOR DE ÓLEO E MASSA DE SEMENTES DA MAMONEIRA

EFEITO DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

INFLUÊNCIA DAS EMBALAGENS NA COMPOSIÇÃO DE NPK DA TORTA DE MAMONA ARMAZENADA*

CRESCIMENTO INICIAL DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA (Ricinus communis) EM DIFERENTES POPULAÇÕES

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM PETROLINA-PE

INFLUÊNCIA DE DOSES CRESCENTES DE ESTERCO BOVINO NO NÚMERO DE FOLHAS E RAMOS DO GERGELIM (Sesamum indicum).

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES E BIOMETRIA DE PLÂNTULAS DE MAMONA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1573

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA E TEOR DE ÓLEO DE SEMENTES DAS CULTIVARES: BRS NORDESTINA E BRS PARAGUAÇU SEPARADAS EM CLASSES PELA COR DO TEGUMENTO

AVALIAÇÃO DE LINHAGENS DE PORTE BAIXO DE MAMONA (Ricinus communis L.) EM CONDIÇÕES DE SAFRINHA EM TRÊS MUNICÍPIOS NO ESTADO DE SÃO PAULO

VARIAÇÃO NO PERCENTUAL DE TEGUMENTO EM RELAÇÃO AO PESO DA SEMENTE DE DEZ GENÓTIPOS DE MAMONEIRA

PRODUTIVIDADE DAS CULTIVARES PERNAMBUCANA, BRS PARAGUAÇU E BRS NORDESTINA EM SENHOR DO BONFIM-BA

INFLUÊNCIA DE DOSES E TIPOS DE ADUBOS NO DESENVOLVIMENTO DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA

AVALIAÇÃO DE UM EQUIPAMENTO MANUAL PARA A SEMEADURA DA MAMONEIRA.

TEOR DE ÓLEO E RENDIMENTO DE MAMONA BRS NORDESTINA EM SISTEMA DE OTIMIZAÇÃO DA PRODUÇÃO

TAXAS DE CRESCIMENTO EM DIÂMETRO CAULINAR DA MAMONEIRA SUBMETIDA AO ESTRESSE HÍDRICO-SALINO(*)

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM TERESINA PIAUÍ EM MONOCULTIVO E CONSORCIADOS COM FEIJÃO-CAUPI*

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2101

DESEMPENHO VEGETATIVO DE CULTIVARES DE MAMONA EM REGIME DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE ANGICAL BA

COMBINAÇÃO DE CASCA E TORTA DE MAMONA COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A MAMONEIRA

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA SOB DOSES DE GESSO AGRÍCOLA APLICADAS AO SOLO

EFEITOS DE DIFERENTES QUANTIDADES DE ÁGUA DE IRRIGAÇÃO E DE DENSIDADES POPULACIONAIS NA CULTURA DA MAMONA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA (Ricinus communis L.) CULTIVAR NORDESTINA, SOB DIFERENTES CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO.

RENDIMENTO DA MAMONEIRA SUBMETIDA A DIFERENTES FONTES E DOSES DE NITROGÊNIO*

SELETIVIDADE DO HERBICIDA TRIFLOXYSULFURON SODIUM NA MAMONEIRA (RICINUS COMMUNIS L.) CULTIVAR BRS NORDESTINA

CRESCIMENTO E PRODUTIVIDADE DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA COM DIFERENTES NÍVEIS DE ADUBAÇÃO NPK E ÉPOCAS DE PLANTIO.

CRESCIMENTO DE PLANTAS DE MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA ADUBAÇÃO ORGANOMINERAL

CARACTERÍSTICAS AGRONÔMICAS DE DUAS CULTIVARES DE MAMONA SOB DIFERENTES DENSIDADE DE PLANTAS NO TOCANTINS UNITINS-AGRO

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE PATOS-PB

PRODUÇÃO DE MUDA DE MAMONEIRA EM SUSTRATOS CONTENDO DIFERENTES RESÍDUOS ORGÂNICOS E FERTILIZANTE MINERAL


Emergência da plântula e germinação de semente de mamona plantada em diferentes posições

Instituto de Ensino Tecnológico, Centec.

DETERMINAÇÃO DO CRESCIMENTO DE MUDAS DE MAMONA DAS VARIEDADES BRS 149 NORDESTINA E BRS 188 PARAGUAÇU EM FUNÇÃO DO VOLUME DO RECIPIENTE

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 715

POPULAÇÃO DE PLANTAS NO CONSÓRCIO MAMONEIRA / CAUPI.

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA NO PERÍODO OUTONO-INVERNO EM ITAOCARA, RJ*

DESENVOLVIMENTO VEGETATIVO DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA SALINIDADE DA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO 1 INTRODUÇÃO

COMPORTAMENTO DE DIFERENTES GENÓTIPOS DE MAMONEIRA IRRIGADOS POR GOTEJAMENTO EM JUAZEIRO-BA

Avaliação de variedades sintéticas de milho em três ambientes do Rio Grande do Sul. Introdução

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA EM ALTURA E DIÂMETRO CAULINAR IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

COMPORTAMENTO DE LINHAGENS DE MAMONA (Ricinus communis L.), EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE 1

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA CULTIVADOS NO SEMI-ÁRIDO BAIANO

QUALIDADE DA FIBRA EM FUNÇÃO DE DIFERENTES FORMAS DE PLANTIO DA SEMENTE DE ALGODÃO LINTADA, DESLINTADA E DESLINTADA E TRATADA *

PP = 788,5 mm. Aplicação em R3 Aplicação em R5.1. Aplicação em Vn

CRESCIMENTO INICIAL DA MAMONEIRA EM FUNÇÃO DA DENSIDADE DE PLANTAS DE Brachiaria decumbens*

CRESCIMENTO FOLIAR DA MAMONEIRA IRRIGADA COM ESGOTO DOMÉSTICO SOB DIFERENTES NÍVEIS DE REPOSIÇÃO DA EVAPOTRANSPIRAÇÃO *

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS CONTROLADAS

INFLUÊNCIA DA ÁGUA RESIDUÁRIA SOBRE O CRESCIMENTO DA MAMONEIRA BRS ENERGIA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 637

DESEMPENHO DE LINHAGENS DE MAMONA EM BAIXA ALTITUDE NO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE.

CARACTERÍSTICAS BIOMÉTRICAS DE VARIEDADES DE MILHO PARA SILAGEM EM SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICA NO SUL DE MG

SISTEMA DE PLANTIO E PRODUTIVIDADE DA MAMONEIRA CULTIVADA EM ÁREA DE SEQUEIRO NO MUNICÍPIO DE CASA NOVA-BA

COMPETIÇÃO DE GENÓTIPOS DE MAMONA DE PORTE BAIXO AVALIADOS EM RORAIMA 2008

CRESCIMENTO DE DIFERENTES CULTIVARES DE SOJA SUBMETIDAS A ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS NO SEMIÁRIDO PIAUIENSE

ESTUDO DO PROCESSO DE MATURAÇÃO DA MAMONEIRA II: UMIDADE E FITOMASSA DOS FRUTOS E SEMENTES

POPULAÇÃO DE PLANTAS NO CONSÓRCIO MAMONEIRA / MILHO.

FREQÜÊNCIA DE SEMENTES DE COLORAÇÃO ATÍPICA EM CACHOS DE MAMONA COLHIDOS EM DIFERENTES ESTÁDIOS DE MATURAÇÃO*

APROVEITAMENTO DA RESTEVA DO ALGODÃO COMO ADUBO ORGÂNICO PARA A CULTURA DA MAMONA

QUALIDADE DE SEMENTES DE ALGODOEIRO, CULTIVARES BRS VERDE E CNPA 7H, ARMAZENADAS EM CÂMARA SECA

ÉPOCAS DE SEMEADURA X CULTIVARES DE SOJA NOS CARACTERES ÁREA FOLIAR, NÚMERO DE NÓS E NÚMERO DE TRIFÓLIOS

RESPIRAÇÃO MICROBIANA NO SOLO CONTENDO TORTA DE MAMONA EM FUNÇÃO DA VARIAÇÃO DA UMIDADE. Algodão,

Tamanho e época de colheita na qualidade de sementes de feijão.

ARRANJO DE PLANTAS NO RENDIMENTO DA MAMONEIRA

TOLERÂNCIA DA CULTURA DO PINHÃO MANSO AO ENCHARCAMENTO DO SOLO

PERFORMANCE DE GENÓTIPOS DE MAMONA AVALIADOS EM CERRADO DE RORAIMA 2008

MACRONUTRIENTES NA FOLHA DA MAMONEIRA EM SOLO COM DIFERENTES DENSIDADES GLOBAL E ADUBADO COM TORTA DE MAMONA*

TOLERÂNCIA DE CULTIVARES DE MAMONEIRA À TOXICIDADE DE ALUMÍNIO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA.

CRESCIMENTO INICIAL DE PINHÃO MANSO ORIUNDAS DE SEMENTES TRATADAS COM CLORETO DE MEPIQUAT

RELAÇÕES ENTRE CARACTERÍSTICAS DE SEMENTES E PLÂNTULAS EM DOIS HÍBRIDOS DE MAMONA

CRESCIMENTO DO FEIJÃO CAUPI EM ÉPOCAS DE SEMEADURAS DISTINTAS

ADIÇÃO DE TORTA DE ALGODÃO A COMPOSIÇÃO DE DIFERENTES SUBSTRATOS PARA A PRODUÇÃO DE MAMONEIRA

QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE MAMONA ACONDICIONADAS EM DIFERENTES EMBALAGENS E ARMAZENADAS SOB CONDIÇÕES CLIMÁTICAS DE CAMPINA GRANDE-PB

VARIAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DA TORTA DE MAMONA EM FUNÇÃO DO ARMAZENAMENTO EM DIFERENTES EMBALAGENS*

ANÁLISE DO TECIDO VEGETAL DO PINHÃO MANSO, SUBMETIDOS A FONTES E DOSES DE FERTILIZANTES

NUTRIÇÃO DA MAMONEIRA CONSORCIADA COM FEIJÃO COMUM EM FUNÇÃO DO PARCELAMENTO DA ADUBAÇÃO NITROGENADA

UTILIZAÇÃO DE CASCA, TORTA DE MAMONA E FOSFATO NATURAL NA FERTILIZAÇÃO DE PLANTAS DE MAMONEIRA. Souza Carvalho Júnior

MAMONA IRRIGADA COM ÁGUA RESIDUÁRIA DE LATÍCINIO E ADUBADA COM COMPOSTOS ORGÂNICOS

PRODUTIVIDADE DE CULTIVARES DE MAMONEIRA NAS CONDIÇÕES AGROECOLÓGICAS DO RECÔNCAVO DA BAHIA

ASSOCIAÇÕES ENTRE OS COMPONENTES DE RENDIMENTO DE MAMONEIRA PARA AMBIENTE DE BAIXAS ALTITUTES

Transcrição:

COMPORTAMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONA SUBMETIDOS A DIFERENTES TEMPERATURAS NOTURNAS: CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO* Lígia Rodrigues Sampaio 1, Robson César Albuquerque 2, Liv Soares Severino 3. 1 Universidade Estadual da Paraíba, liggiasampaio@yahoo.com.br; 2 Universidade Federal de Campina Grande, ralbuquerque_cg@yahoo.com.br; 3 EMBRAPA-Algodão, liv@cnpa.embrapa.br; RESUMO - Com o objetivo de analisar os efeitos dos fatores genótipos de mamona (Ricinus communis L), e temperaturas noturnas, um experimento foi conduzido no ano de 2006, da germinação até os 56 dias, sendo avaliadas de sete em sete dias. Foram avaliados 4 tratamentos, em esquema de análise fatorial 2 x 2, sendo os fatores dois genótipos (BRS Paraguaçu e o híbrido Lyra) e duas temperaturas noturnas (sala ar condicionada: ±17 C e câmara de crescimento: 30ºC), com quatro repetições. O delineamento usado foi o inteiramente casualizado, com uma planta por vaso, com capacidade de 15 litros, em seu substrato solo (Neossolo Regolítico)+10 % de esterco bovino. As plantas eram colocadas das 17:00h até as 5:00h da manhã do dia seguinte, no ambiente climatizado durante todo o experimento. Constatou-se que houve significância estatística apenas para as temperaturas noturnas estudadas, e para todas as épocas em estudo em relação à altura de planta (cm). As plantas da câmera de crescimento (30 C) obtiveram melhor desempenho, em relação as variáveis estudadas, sendo que aos 21 e 28 dias, interagiram com as cultivares, onde a BRS Paraguaçu desenvolveu melhor que a Lyra na temperatura a 30 C. INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinus communis L.) é uma planta de origem tropical, possivelmente originária da Etiópia, leste da África, tendo bastante resistência à seca, requerendo para o seu crescimento e desenvolvimento de pelo menos 500 mm de precipitação pluvial, equivalente a 5000 m 3 /ha e temperatura do ar entre 20ºC e 30ºC, e de preferência com altitude superior a 400 metros, para seu ótimo ecológico (EMBRAPA, 2004). A mamona é uma planta de elevada sensibilidade as mudanças do ambiente, sendo dependente da altitude, temperatura e umidade relativa do ar e condições de umidade do solo (MOSHKIN, 1986; MOTA, 1989; AMORIM NETO et al., 2001; BELTRÃO, 2001), onde a falta dessa umidade, mesmo na fase de maturação dos frutos, favorece a produção de sementes pouco pesadas e com baixo teor de óleo, e também deve ter ph próximo da neutralidade e não muito argilosos sujeitos a encharcamento, não salinos e/ou sódicos ou com elevado teor de sódio trocável (EMBRAPA, 2004).. A temperatura do ar tem grande importância no desenvolvimento e crescimento de espécies vegetais cultivadas, devido ao seu efeito na velocidade das reações bioquímicas e dos processos

internos de transporte. Esses processos ocorrem de forma adequada somente entre certos limites térmicos. Sendo a tolerância aos níveis de temperatura variável entre as espécies e variedades (SOUZA et al, 2003). Durante o dia as plantas fotossintetizam e respiram, produzindo e consumindo biomassa. Durante a noite não existe ganho pela fotossíntese, ocorrendo apenas consumo da biomassa pela respiração. Portanto, quanto maior for a temperatura noturna, maior serão as perdas em função da maior respiração. Os lugares de clima frio não são, pois, indicados para essa oleaginosa, pois a quantidade de calor influi na produção e rendimento em óleo, tornando a produção antieconômica (BELTRÃO, 2003). Por estas condições, o Nordeste, tem uma oferta ambiental (zoneamento agroecológico) muito boa para esta cultura, com 406 municípios considerados aptos, sem restrições para seu cultivo (EMBRAPA, 2004). Como não se conhecem as reações morfológicas das plantas da mamoneira, em ambiente com elevadas ou baixas temperaturas noturna, o presente trabalho foi realizado com o objetivo de estudar o comportamento da mamoneira a diferentes temperaturas (baixa e alta) noturna, sob condições controladas. MATERIAL E MÉTODOS O presente experimento foi conduzido em condições de ambiente natural durante o dia, câmera de crescimento e sala de ar condicionado durante a noite, na Embrapa Algodão, Campina Grande-PB, coordenadas geográficas 7 13 11 S e 35 53 31 W, altitude de 548m, no período de fevereiro a abril de 2006. Na câmara de crescimento, a temperatura permaneceu constante a 30 C e a Umidade Relativa a 70% e na sala de ar condicionado a temperatura variou de 15 a 20 C e as plantas foram colocadas das 17:00 h até as 5:00 h da manhã do dia seguinte, durante todo o decorrer do experimento. Durante o dia as plantas ficavam em ambiente natural expostas diretamente ao sol. Utilizou-se como substrato, um solo de textura arenosa, classificado como Neossolo Regolítico (Tab. 1), acrescentando 10% de esterco bovino. Foi adotado um delineamento experimental em blocos casualizados com quatro repetições e quatro tratamentos em esquema fatorial 2 x 2, sendo os fatores: cultivar BRS Paraguaçu e o híbrido Lyra, e duas temperaturas noturnas, alta (30ºC) equivalente a câmara de crescimento, e baixa (variando de 15 a 20ºC) equivalente a sala. As parcelas experimentais consistiram de um vaso de plástico com capacidade para 15 litros. Foram semeadas cinco sementes com carúncula para cima, à

profundidade de 3cm e aos 12 dias após a emergência (DAE) fez-se o desbaste deixando apenas uma planta por vaso. Os dados de altura e diâmetro foram registrados a cada 15 dias até 56 DAE. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e Ao teste de Tukey para comparação de médias. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 2, são observados os dados da análise de variância. Verifica-se que em grande parte das avaliações não houve interações significativas entre cultivares e temperatura. Entre os dois genótipos não se detectou diferença significativa na altura e diâmetro caulinar. A temperatura, no entanto, induziu à ocorrência de diferenças significativas na altura em todas as avaliações feitas e no diâmetro caulinar em quatro das sete avaliações efetuadas. Os valores médios de altura e diâmetro caulinar estão apresentados na Tabela 3. O maior crescimento, seja em altura ou em diâmetro caulinar, foram sempre observados quando as plantas foram submetidas a temperaturas mais altas. Essa resposta fisiológica da planta, que se caracteriza pela tendência a maior crescimento vegetativo em detrimento ao crescimento reprodutivo, que resulta na produção de frutos, tem sido fundamental para orientação do zoneamento agroecológico dessa cultura, já que estão excluídas áreas de baixa altitude onde a temperatura tende a ser mais alta. De acordo com Silva (1981), a temperatura ótima para a mamoneira está na faixa de 20 C a 30 C. As baixas temperaturas retardam a germinação, prolongando a permanência das sementes no solo (TÁVORA, 1982). Na Tabela 4, são os apresentados os valores de altura com detalhamento entre genótipos e temperaturas. Aos 21 e 28 DAE as plantas na câmara de crescimento (30 C) apresentaram maior crescimento em altura que as plantas submetidas a baixa temperatura. CONCLUSÕES A temperatura influenciou significativamente o crescimento da mamoneira em altura e diâmetro caulinar, sendo a temperatura mais alta favorável a maior crescimento vegetativo. Não se detectou diferença no crescimento entre os genótipos avaliados. * Pesquisa financiada pela Petrobrás. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM NETO, M. Da S.; BELTRÃO, N. E. M.; SILVA. Clima e Solo. In.: Azevedo, D.M.P.; Lima, E.F. (eds) Brasília: Embrapa SPI, 2001, p.62-76.

BELTRÃO, N.E.M.Cultura da mamoneira. Apostilha. Agosto 2003. Campina Grande EMBRAPA. Informações Técnicas sobre a cultura da mamona para a agricultura familiar. 2004. (Folder) EMBRAPA. Manejo cultural da mamona para a agricultura familiar. 2004. (Folder) MOSHKIN, V.A. Ecology. In: MOSHKIN, V.A. (ed.). Castor. New Delhi. Amerind Publishing Co. Put. Ltd. 1986. p. 54-64. MOTA, F. S. Meteorologia Agrícola. São Paulo: Livraria Nobel S. A. 1989. 376p. SEVERINO, L.S; CARDOSO,G.D.; VALE,L. S.;SANTOS.J.W. Método para determinação da área foliar da mamoneira. In : Revista Brasileira de Oleaginosas e fibrosas. Campina Grande, v.8,n.1,p.753-762,jan-abr.2004. SILVA, W.J. da. Aptidões climáticas para as culturas do girassol, da mamona e do amendoim. Informe Agropecuário, v.7, n. 82, p. 24-28, 1981. SOUZA, M. J. H. De; RIBEIRO, A; LEITE, F. P. ; ZOLNIER, S. Variação horária da temperatura do ar e da umidade do ar em sete localidades da região do Vale do Rio Doce MG. In: XIII CONGRESSO BRASILEIRO DE TÁVORA, F. J. A. A cultura da mamona.fortaleza:epace,1982. 111p TÁVORA, E.J.A. A cultura da mamona. Fortaleza: EPACE, 1982, 111p. www.minesteriodaagricultura.gov.br, acesso em 17/02/06 as 9:50h. Tabela 1. Características químicas do solo utilizado no experimento, Campina Grande-PB, 2006. PH Cmol c /dm 3 Mg/dm 3 % H 2 O Ca ++ Mg ++ Na + K + Al +++ P M.O. 5,4 4,2 2,5 0,4 5,1 4,0 1,8 2,5 Tabela 2. Resumos das análises de variância dos dados das variáveis altura da planta (cm) e diâmetro caulinar (mm) de mamoneira nas várias épocas (dias após a emergência) estudadas, em função das cultivares e temperaturas. Campina Grande, PB. 2006 FV GL Quadrado Médio Épocas (dias após a emergência)altura da planta 15 21 28 35 42 50 56 Cultivar (C) 1 0,76 ns 0,05 ns 15,01 ns 31,08 ns 6,89 ns 4,51 ns 3,51 ns Temp.(T) 1 79,65** 172,26** 178,89** 173,58** 221,26** 319,51** 606,39** C x T 1 2,03 ns 9,15* 15,01* 6,63 ns 5,64 ns 28,89 ns 9,76 ns Blocos 3 1,97 ns 5,37 ns 9,51* 9,90 ns 13,39 ns 10,80 ns 26,30 ns Resíduo 9 1,89 1,50 1,73 6,31 12,26 18,30 23,07

CV (%) 15 14,09 8,96 6,90 11,11 14,49 16,20 15,99 Diâmetro caulinar Cultivar (C) 1 0,18 ns 7,98 ns 0,49 ns 1,96 ns 2,32 ns 0,60 ns 0,03 ns Temp.(T) 1 4,95** 3,33* 1,32 ns 2,56 ns 6,37* 6,12 ns 26,26** C x T 1 0,10 ns 0,33 ns 1,69 ns 0,02 ns 0,38 ns 0,76 ns 1,62 ns Bloco 3 0,15 ns 0,84 ns 0,60 ns 1,87 ns 1,23 ns 1,54 ns 0,85 ns Resíduo 9 0,12 0,52 0,49 0,66 0,70 1,29 1,81 CV (%) 15 6,23 9,16 7,50 7,44 7,26 9,41 10,27 ns: Não significativo pelo teste F. * : Significativo a 5 % pelo teste F. ** : Significativo a 1 % pelo teste F. Tabela 3. Valores médios dos dados das variáveis altura da planta (cm) e diâmetro caulinar (mm) de mamoneira nas várias épocas (dias após a emergência) estudadas, em função das temperaturas. Campina Grande, PB. 2006 Temperaturas Épocas (dias após a emergência) 15 21 28 35 42 50 56 C. Crescimento (30 C) 12,01a 16,96a 22,43a 25,91a 27,87a 30,87a 36,18a Ar condicionado (15-20 C) 7,55b 10,40b 15,75b 19,32b 20,43b 21,93b 23,8b Média Geral 9,78 13,68 19,09 22,61 24,15 26,40 30,03 Diâmetro Caulinar C. Crescimento (30 C) 6,32a 8,35a 9,7a 11,38a 12,15a 12,70a 14,40a Ar condicionado (15-20 C) 5,21b 7,43b 9,12a 10,58a 10,88b 11,46a 11,83b Média Geral 5,76 7,89 9,41 10,98 11,51 12,08 13,11 Para cada fator e coluna, médias seguidas de mesma letra, não diferem entre si, pelo teste de Tukey a nível de 5 % de probabilidade. Tabela 4. Desdobramento da interação Cultivar (C) x Temperaturas (T), da variável altura de planta (cm) aos 21 e 28 dias após a emergência das plântulas. Campina Grande, PB. 2006 Dias após a Genótipo Temperatura emergência C. Crescimento Ar condicionado 21 Paraguaçu 17,77aA 9,70aB Lyra 16,15aA 11,10aB 28 Paraguaçu 24,37aA 15,75aB Lyra 20,50bA 15,75aB Nas linhas, médias seguidas de mesma letra maiúscula, não diferem entre si pelo teste Tukey a nível de 5 % de probabilidade e o mesmo ocorre para letras minúsculas nas colunas.