APLICABILIDADE DO IMC DE TREFETHEN EM ESCOLARES

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ARTIGOS ORIGINAIS APLICABILIDADE DO IMC DE TREFETHEN EM ESCOLARES Miguel Altamir Ribas Junior*, Luis Paulo Gomes Mascarenhas**, Michele Cordova*, Valderi Abreu de Lima***, Marcos Tadeu Grzelczak****, William Cordeiro de Souza**** Autor correspondente: William Cordeiro de Souza - williammixx@hotmail.com * Graduando em Educação Física pela Universidade do Contestado ** Doutor em Saúde da Criança e do Adolescente. Professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste *** Mestrando em Educação Física pela Universidade Federal do Paraná **** Núcleo de Estudos em Atividade Física - NEAF. Universidade do Contestado UnC Resumo Introdução: Vários métodos antropométricos vêm sendo desenvolvidos com o intuito de avaliar o estado nutricional tanto de adultos, quanto de crianças e adolescentes. Objetivo: Verificar o nível de aplicabilidade do IMC proposto por Trefethen, comparado a outras técnicas indiretas de avaliação da composição corporal. Métodos: A amostra foi constituída por 58 escolares (28 meninos e 30 meninas) de 10 a 14 anos de idade, do município de São Bento do Sul-SC. Para avaliação do estado nutricional foi avaliado a massa corporal e a estatura. Através desses dados foi calculado o IMC utilizado às formulas: IMC Quetelet= Massa Corporal/Estatura 2 e IMC Trefethen= Massa corporal (Kg) x1,3/altura (m) 2,5. Coletaram-se as dobras cutâneas do tríceps e subescapular para avaliar o %G, para isso utilizado o protocolo de Lohman (1986). A normalidade dos dados foi realizada pelo teste de Kolmogorov Smirnov. Após, realizou-se a estatística descritiva e o fator de correlação de Pearson (r) foi realizado para verificar as associações entre o IMC (Trefethen), IMC (Quetelet) e o %G. Foi adotado um nível de significância de p<0,05. Resultados: Foi encontrada uma relação muito forte e significante entre o IMC de Trefethen e o IMC de Quetelet (r= 0,97; p= <0,001). Já entre o IMC de Trefethen e o %G foi verificada uma relação forte e significante (r= 0,72; p= <0,001). Conclusão: Diante disso, conclui- -se que a nova equação do IMC pode ser considerada como um novo método para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes. Palavras-chave: Aplicabilidade; Estado Nutricional; Escolares. Artigo submetido para avaliação em 03/05/2016 e aceito para publicação em 09/05/2016 DOI: 2238-2704rpf.v6i2.927

BMI APPLICABILITY OF TREFETHEN IN SCHOOL Abstract Introduction: Several anthropometric methods have been developed in order to evaluate the nutritional status of both adults as children and adolescents. Objective: To determine the applicability level of BMI proposed by Trefethen, compared to other indirect methods of assessing body composition. Methods: The sample consisted of 58 students (28 boys and 30 girls) from 10 to 14 years old, the city of São Bento do Sul-SC. To assess the nutritional status was assessed by body mass and height. Through these data we calculated the BMI used the formulas: BMI Quetelet= body mass/height 2 and BMI Trefethen= body weight (kg)x1.3/ height (m) 2.5. They were collected skinfolds triceps and subscapularis to evaluate the %BF, for it used Lohman Protocol (1986). The normality of the data was performed using the Kolmogorov-Smirnov test. After there was the descriptive statistics and Pearson correlation factor (r) was performed to verify the associations between BMI (Trefethen), BMI (Quetelet) and %BF. Ap significance level of <0.05 was adopted. Results: A very strong and significant relationship between Trefethen BMI and BMI Quetelet was found (r= 0.97, p= <0.001). Among the Trefethen BMI and% BF was found a strong and significant correlation (r= 0.72, p= <0.001). Conclusion: Therefore, it is concluded that the new equation of BMI can be considered as a new method for assessing the nutritional status of children and adolescents. Keywords: Applicability; Nutritional Status; School. 1 INTRODUÇÃO O excesso de gordura corporal é considerado um dos maiores problemas de saúde pública em muitos países, especialmente os mais industrializados. Nas últimas duas décadas este quadro de crescente obesidade populacional também passou a preocupar países em desenvolvimento, como por exemplo, o Brasil, dentre elas, destaca- se a população escolar. (1) Os altos índices de obesidade têm alcançado números elevados e isso acaba contribuindo para o risco de desenvolvimento precoce de doenças crônicas degenerativas, tanto em crianças e adolescentes, bem como em adultos. (2) Conforme destaca Souza et al. (3) a progressão da transição nutricional é caracterizada pela ocorrência mais expressiva de sobrepeso e obesidade, que está aumentado consideravelmente, uma vez que a população, especialmente a escolar está mudando seus hábitos alimentares, e essas mudanças manifesta-se diretamente no estado nutricional. Para Queiroga, (4) a obesidade é caracterizada pela presença de uma maior quantidade de gordura corporal, e ressalta que para avaliar o sobrepeso/obesidade deve ser empregados métodos com cautela, pois muitos deles, como por exemplo, o índice de massa corporal (IMC) ele não leva em consideração a composição do corpo ou, mais exatamente a quantidade de gordura presente. Apesar do IMC (Quetelet) sofrer várias críticas, esse método é muito utilizado em estudos epidemiológicos, pois é uns dos métodos mais baratos, tem fácil aplicabilidade, e menos constrangimentos para os avaliados, e contribui para uma mensuração mais rápida comparando com os demais métodos de avaliação da composição corporal. (5) 92

A grande preocupação em relação à utilização do IMC é para identificar a obesidade e/ ou excesso de peso estaria no fato de que a quantidade de gordura poderia demonstrar baixa relação com o peso. No entanto, em estudos epidemiológicos, devido à grande amplitude dos índices de obesidade é reduzido. Por outro lado, esse erro aumenta quando se deseja analisar um único indivíduo ou pequenos grupos. (4) O IMC limita-se em não diferir a massa magra da massa gorda, e isso pode ser observado em um atleta com grande quantidade de massa magra o que resulta em um IMC acima do desejável, isso por conta da massa magra e não do excesso de gordura. (6) Devido ao IMC apresentar baixa sensibilidade em detectar indivíduos com excesso de gordura corporal, no ano de 2013 na Inglaterra, o professor Floyd Nicholas Trefethen, propôs uma nova equação para o IMC, a qual apresenta uma melhor aproximação do tamanho e das formas corporais. Destacando que a nova da formula representa as dimensões corporais de maneira errônea, uma vez que pessoas de maior estatura possuem compartimentos estruturais e fisiológicos maiores que pessoas de menor estatura. (7,8) Sendo assim, o presente estudo buscou como objetivo verificar o nível de aplicabilidade do IMC proposto por Trefethen, comparado a outras técnicas indiretas de avaliação da composição corporal (IMC Quetelet e %Gordura (%G)) em escolares de 10 a 14 anos de idade. 2 MÉTODOS A amostra intencional foi constituída por 58 escolares (28 meninos e 30 meninas) entre 10 e 14 anos de idade, matriculados em uma escola do ensino fundamental, do município de São Bento do Sul-SC. Foram excluídos do estudo adolescentes portadores de doenças crônicas que interferissem diretamente com o peso e a estatura e aqueles que, no momento da avaliação, tivessem algum impedimento para a obtenção das medidas antropométricas, que não compareceram na escola nos dias marcados para coleta de dados, e os adolescentes cujos pais não autorizaram a participação. Sendo também respeitada a vontade dos adolescentes que se recusaram a participar mesmo com a autorização dos pais. Os escolares somente foram avaliados mediante assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos pais e responsáveis, conforme as normas éticas exigidas pela Resolução nº 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde. Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade do Contestado UnC (número do Parecer: CAAE 05020512.7.0000.0117). A avaliação antropométrica consistiu na mensuração da massa corporal e estatura. Na avaliação da massa corporal o avaliado deveria se posicionar em pé, de costas para escala da balança, usando o mínimo de roupa. (9) Na avaliação da massa corporal foi utilizada uma balança digital da marca Techline, (fabricada no Brasil) devidamente calibrada, com graduação de 100 gramas e escalas variando de 0 a 180 Kg. A estatura foi identificada pelo maior valor entre o vértex e a região plantar obedecendo ao plano de Frankfurt. (9) A medida foi verificada através de uma trena flexível marca Sanny Medical Sparrett, (fabricada no Brasil), fixada na parede lisa, com 3 metros e graduação de 0,1cm com o zero coincidindo com o solo. Através destes dados foi calculado o IMC, proposto por Trefethen (8) e o IMC sugerido por Quételet (10) utilizado às seguintes formulas: IMC Trefethen= Massa corporal (Kg) x 1,3/altura (m) 2,5 e IMC Quetelet= Massa Corporal/Estatura 2. Para a classificação do IMC utilizou-se como referência as curvas de percentis, recomendado pelo Center for Disease Control and Prevention, (11) que classifica como baixo IMC para idade valores < percentil 5, IMC adequado ou eutrófico > percentil 5 e < percentil 85, sobrepeso > percentil 85 e < percentil 95 e para obesidade valores > percentil 95. 93

Através desses dados foi classificado o sobrepeso e obesidade nas crianças. Para avaliar o %G, foi utilizado o protocolo de Lohman (12) que sugere a soma das Dobras Cutâneas (DC) do Tríceps e Subescapular (TR±SE), convertendo esse valor em %GC através da seguinte constante para meninos e meninas (<35 mm): %G= 1,35 (TR±SE) - 0,012 (TR±SE)² - C. Inicialmente, realizou-se a coleta da dobra cutânea tricipital, onde a referência anatômica foi o processo acromial da escápula e o processo olecrano da ulna. Com o indivíduo em pé e braços relaxados ao longo do corpo foi medida a dobra na face posterior do braço, na distância média entre a borda súperolateral do acrômio e o bordo inferior do olecrano. Sua determinação foi realizada seguindo o eixo longitudinal do membro. (13) Na determinação da dobra cutânea de subescapular o avaliado deveria permanecer em pé e ereto com os braços ao longo do corpo. A dobra cutânea foi pinçada obliquamente a partir do ponto de referência escapular, num ângulo determinado pela dobra natural da pele. (13) Para a classificação do %G foi utilizado como referência os pontos de corte sugeridos por Lohman. (14) Para verificar a normalidade dos dados foi utilizado o teste de Kolmogorov Smirnov. Visto que a distribuição foi normal, realizou-se a estatística descritiva (média, desvio padrão e a (%) frequência percentual). O fator de correlação de Pearson (r) foi realizado para verificar as associações entre o IMC (Trefethen), IMC (Quetelet) e o %G. Foi adotado um nível de significância de p<0,05. As análises foram realizadas por meio do pacote estatístico BioEstat 5.0. 3 RESULTADOS A tabela 1 apresenta os dados de idade, massa corporal, estatura, IMC (Trefethen), IMC (Quetelet), DC tricipital, DC subescapular, %G para caracterização da amostra. Tabela 1 - Caracterização da amostra Variáveis Média Desvio Padrão Idade (anos) 11,8 ± 1,41 Massa Corporal (kg) 47,32 ± 10,12 Estatura (m) 1,50 ± 0,09 IMC (Kg x 1,3/altura (m) 2,5 21,98 ± 3,37 IMC (kg/m 2 ) 20,72 ± 3,25 DC Tríceps (mm) 12,55 ± 5,41 DC Subescapular (mm) 10,86 ± 6,03 %G 22,53 ± 8,54 O gráfico 1 apresenta a relação entre o IMC de Trefethen e o IMC de Quetelet, e se pode perceber uma relação muito forte e significante entre as variáveis analisadas (r= 0,97; p= <0,001). 94

Gráfico 1 - Relação entre o IMC de Trefethen e o IMC de Quetelet Já o gráfico 2 apresenta a relação entre o IMC de Trefethen e o %G, e se pode perceber uma relação forte e significante entre as variáveis analisadas (r= 0,72; p= <0,001). Gráfico 2 - Relação entre o IMC de Trefethen e o %G A tabela 2 apresenta os dados obtidos nas clas- sificações do IMC de Trefethen, IMC de Quetelet e o %G corporal. 95

Tabela 2 - Classificações do IMC de Trefethen, IMC de Quetelet e do %G Classificação Meninos Meninos Total IMC Trefethen Eutrófico n= 22 (78,57%) n= 25 (83,33%) n= 47 (81,04%) Sobrepeso n= 4 (14,28%) n= 4 (13,33%) n= 8 (13,79%) Obesidade n= 2 (7,15%) n= 1 (3,34%) n= 3 (5,12%) IMC Quetelet Eutrófico n= 25 (89,28%) n= 25 (83,33%) n= 50 (86,20%) Sobrepeso n=3 (10,72%) n=4 (13,33%) n= 7 (12,06%) Obesidade n= 0 (0,00%) n= 1 (3,34%) n= 1 (1,72%) %G Corporal Muito Baixo n= 0 (0,00%) n= 0 (0,00%) n= 0 (0,00%) Baixo n= 6 (21,42%) n= 0 (0,00%) n= 6 (10,34%) Nível Ótimo n= 13 (46,42%) n= 11 (36,66%) n= 24 (41,37%) Moderadamente Alto n= 2 (7,14%) n= 11 (36,66%) n= 13 (22,41%) Alto n= 6 (21,42%) n= 5 (16,66%) n= 11 (18,96%) Muito Alto n= 1 (3,57%) n= 3 (10,00%) n= 6 (6,89%) 4 DISCUSSÃO O presente estudo com o intuito de verificar o nível de aplicabilidade do IMC proposto por Trefethen, comparado a outras técnicas indiretas de avaliação da composição corporal (IMC Quetelet e %Gordura (%G)), em escolares de 10 a 14 anos de idade encontrou uma relação muito forte e significante entre IMC de Trefethen e o IMC de Quetelet (r= 0,97; p= <0,001). Dados semelhantes foram encontrados no estudo de Westphal et al. (15) que tiveram por objetivo relacionar o IMC de Quetelet e o IMC Trefethen em acadêmicos de educação física, com idades entre 18 e 58 anos e encontraram uma relação muito forte e significante (r=0,99; p= <0,001); com um intervalo de confiança de IC 95%= 0,96-0,99 entre os métodos. O mesmo ocorreu em estudo de Beaudin e Skaza (16) que tinham por intuito analisar os fatores influentes da obesidade e depressão em adultos, quando relacionaram o IMC novo (Trefethen) com o IMC velho (Quetelet) observaram uma relação muito forte (r=0,98). Na validação da equação apresentada por Trefethen (8) foi realizada uma análise de regressão com a equação de Quetelet e foi constatada uma correlação positiva e perfeita (r=1,0) entre às equações. Segundo Westphal et al. (15) essa relação muito forte e perfeita encontrada no referido estudo e nos mencionados acima, provavelmente foi provocada pelo motivo de relacionar duas variáveis idênticas, no caso o IMC. Essa afirmação pode ser observada na tabela 1 (caracterização da amostra) e na tabela 2 (classificação dos métodos) onde os valores expressos são semelhantes em ambos os métodos do IMC. Quanto à relação entre o IMC de Trefethen e o %G foi encontrada uma correlação forte e signifi- 96

cante (r= 0,72; p= <0,001). Cabe mencionar que a literatura cientifica (base de dados), tanto nacional quanto a internacional limita-se em estudos que correlacionem à nova formula com o %G corporal, assim inviabilizando a discussão do estudo. A tabela 2 apresenta que grande maioria dos avaliados apresentou %G corporal classificado como ótimo, tanto para o gênero masculino quanto para o feminino e no grupo geral, respectivamente. Seguido de moderadamente alto, alto, baixo e muito alto. Vale destacar que nenhum avaliado foi classificado com %G corporal muito baixo. A nova equação do IMC apresenta-se como uma nova ferramenta para avaliar o estado nutricional tanto de adultos, quanto de crianças, onde essa formula objetiva-se em obter dados mais próximos da realidade. (17,18) Em relação à equação proposta por Quételet (10) a mesma apresenta controversa quanto a sua sensibilidade e especificidade. Nunes (19) argumenta que o IMC (Quetelet) é um dos métodos antropométricos mais adequados para estimar o sobrepeso e obesidade de crianças e adolescentes, pois o mesmo apresenta-se como um ótimo indicador de doenças cardiovasculares. Lohman (20) não recomenda abandonar o uso do IMC, muito menos adotá-lo como uma única medida em estudos epidemiológicos ou sobre o perfil da composição corporal, crescimento e desenvolvimento infantil. Ambos os métodos de IMC (Quetelet e Trefethen) apresentaram valores médios semelhantes e de classificação, diante dos resultados apresentados pode-se destacar que os dois métodos apresentam boa aplicabilidade e sensibilidade para avaliar o sobrepeso e obesidade de escolares. O presente estudo limitou-se em não caracterizar o nível de atividade física praticada pela amostra avaliada, bem como a classe socioeconômica, possivelmente estes fatores podem ter influenciado nos achados do estudo. Desta forma, sugere-se que novos estudos sejam realizados com distintas populações utilizando a nova equação, correlacionando-a com outros métodos antropométricos, para assim dar mais fidedignidade ao novo método de avaliação de estado nutricional. 5 CONCLUSÃO Ao finalizar o estudo constatou-se que a nova formula do IMC apresentou resultados positivos. Diante disso, conclui-se que a nova equação do IMC pode ser considerada como um novo método para avaliar o estado nutricional de crianças e adolescentes de 10 a 14 anos de idade. REFERÊNCIAS 1. Nahas MV. Atividade física, saúde e qualidade de vida. Londrina: Midiograf; 2003. 2. Carvalho EAA, Simão MTJ, Fonseca MC, Andrade RG, Ferreira MSG, Silva AF. et al. Obesidade: aspectos epidemiológicos e prevenção. Rev. Assoc. Méd. Minas Gerais. 2013;23(1):74-82. 3. Souza WC, Mascarenhas LPG, Tajes Junior D, Muniz MAB, Brasilino FF. Associação entre o IMC, %G e a RCQ em meninas escolares. Revista Brasileira de Inovação Tecnológica em Saúde. 2014;4(4):54-61. 4. Queiroga MR. Testes e medida para avaliação da aptidão física relacionada à saúde em adultos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. 5. Sant Anna MSL, Priore SE, Franceschini SCC. Métodos de avaliação da composição corporal em crianças. Rev Paul Pediatr. 2009;27(3):315-21. 6. Gonçalves R, Mascarenhas LPG, Liebl EC, Lima VA, Souza WB, Grzelczak MT. et al. Grau de concordância do IMC e do IAC com percentual de gordura. Revista Brasileira de Qualidade de Vida. 2014;6(1):8-16. 7. Buss V, Franz LBB, Steinmetz SB, Manenti M, Weber ITS, Conte FA. Estado nutricional: análise de uma nova proposta de equação. Resumo no Salão do Conhecimento; 2013; Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil. 97

8. Trefethen LN. (BMI) Body mass index [Internet]. Oxford: Mathematical Institute of University of Oxford; 2013 [cited 2016 Feb 12]. Available from: https://people.maths.ox.ac.uk/trefethen/ bmi.html 9. Petroski EL. Antropometria: técnicas e padronizações. [São Paulo]: Fontoura; 2011. 10. Quételet LAJ. Antropométrie ou mesure des différentes facultés de l homme. Bruxelles: Muquardt; 1870. 11. Center for Disease Control and Prevention. Body Mass Index: Considerations for Practitioners. [cited 2016 Apr 04]. Available from: http://www.cdc.gov/obesity/downloads/ BMIforPactitioners.pdf 12. Lohman TG. Applicability of body composition techniques and constants for children and youths. Exerc Sports Sci Rev. 1986;14:325-57. 13. Gomes LPS, Leite SP, Lemos CFS, Lessa KMR, Pedral RL, Brandão PP. Métodos de obtenção de dados antropométricos confiáveis. Ciências Biológicas e de Saúde. 2015;3(1):87-100. 14. Lohman TG. The use of skinfold to estimate body fatness on children and youth. Journal of Physical Education, Recreation & Dance. 1987;58(9):98-103. 15. Westphal P, Ferreira C, Adamczeski M, Camargo L, Santos R, Massaneiro AC. et al. Relação entre índice de massa corporal de Quételet e o de Trefethen. Revista CPAQV. 2016;8(3):1-6. 16. Beaudin L, Skaza J. Measuring the total impact of demographic and behavioural factors on the risk of obesity accounting for the depression status: a structural model approach using new BMI. Appl Econ. 2015;47(55):6041-53. 17. Blackburn H, Jacobs Jr D. Commentary: Origins and evolution of body mass index (BMI): continuing saga. Int J Epidemiol. 2014;43(3):665-9. 18. Santos AF, Maeda VA, Salomão PT. Desenvolvimento de melhorias para o sistema de avaliação e acompanhamento de atividades físicas. Anais do III Seminário de Iniciação Científica e Tecnológica; 2015 out 19-20; Ponta Porã, Mato Grosso do Sul, Brasil. 19. Nunes LG. Análises dos índices antropométricos e hemodinâmicos relacionados às doenças cardiovasculares em crianças pré-púberes praticantes de atividade física. Revista Norte- Mineira de Educação Física. 2014;4(4):5-10. 20. Lohman TG. Advances in Body Composition Assessment: Current Issues in Exercise Science. Champaign, Illinois: Human Kinetics Publishers; 1992. Monograph 3. 98